O que é o vento como se origina

Os ventos são conhecidos como deslocamentos do ar atmosférico. Sua ocorrência tem origem com o movimento de algumas partes da atmosfera, que se deslocam como resultado de alterações de temperatura.

Dessa forma, surgem de variações nas pressões atmosféricas, em áreas de alta e baixa pressão. Sopram de áreas mais altas para as mais baixas e estão em constante movimento na superfície da terra.

Todavia, os ventos possuem características e são classificados em diferentes tipos. Nesse sentido, continuam desempenhando papel importantíssimo para os seres vivos, pois são também responsáveis por renovar o ar, elemento indispensável para nossa respiração.

O que são ventos?

Os ventos são os movimentos do ar, causados por diferenças de temperatura. Assim, o ar aquecido se torna menos denso, mais leve e sobe. Nesse ínterim, outras porções de ar ocupam o espaço deixado anteriormente, provocando movimentação constante e em diversas escalas.

O que é o vento como se origina
A Gazeta

Os movimentos de rotação e translação da terra são responsáveis por determinar as variações de temperatura sobre a superfícies do planeta, originando, assim, os ventos. Também são os ventos os responsáveis por ciclos de aquecimento e resfriamento, observado em diferentes regiões durante diferentes dias e estações do ano.

Do mesmo modo, a rotação da terra produz a chamada força de Coriolis, uma força física que atua sobre parcelas de ar em movimento e em direção perpendicular ao movimento, alterando a direção do movimento. Em outras palavras, esse fenômeno faz com que os ventos tenham sempre formatos curvilíneos e espiralados.

Como se formam?

Os ventos resultam do deslocamento de massas de ar e são derivados dos efeitos de diferenças de pressão atmosférica entre duas regiões. A coluna de ar em uma superfície terrestre exerce uma força e a medida desta força é chamada de pressão atmosférica. Por sua vez, quanto maior o peso da coluna de ar, maior também a pressão atmosférica.

À medida em que a temperatura do ar se eleva, suas moléculas movimentam-se mais e distanciam-se umas das outras. Como resultado disso, o número de moléculas de ar por metro cúbico será mais reduzido, dando peso menor à porção aquecida.

Em baixas temperaturas as moléculas fazem o movimento oposto: aglutinam-se e perdem mobilidade, dando origem ao ar denso e pesado, com mais pressão atmosférica.

Esta relação entre temperatura e pressão é responsável pela movimentação do ar. Em outras palavras, o ar frio encontra-se mais pesado e desloca-se para regiões mais baixas. Entretanto, o ar quente sobe, por encontrar-se mais leve.

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Formação dos ventos: ar frio desce e o ar quente sobe.

Os ventos sopram de áreas com alta pressão para as que registram pressões mais baixas, enquanto que o ar se movimenta para buscar o equilíbrio atmosférico de temperatura e de pressão.

Dessa forma, a atmosfera apresenta zonas de alta pressão, com o ar mais denso e localizadas em áreas polares e regiões subtropicais e, também, zonas de baixa pressão localizadas na região da Linha do Equador. Neste lugar, a incidência dos raios solares é mais densa e as temperaturas mais elevadas.

Tipos e classificação dos ventos

Diferentes critérios são usados para a classificação dos ventos. Fatores como origem, regularidade, intensidade, localização e periodicidade ditam o tipo de um vento e seu comportamento. Os ventos podem ser:

1.Alísios – são regulares e sopram constantemente (quase o ano inteiro) dos trópicos para o Equador. São úmidos e provocam chuvas.

2.Contra-alísios – ventos quentes e secos encontrados na região equatorial. Sopram do Equador para os trópicos e são resultado das mudanças de temperaturas e convergência dos ventos alísios. Regiões de deserto geralmente recebem presença destes ventos.

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Guia do Estudante

3.Brisa – considerada como vento sazonal, ocorre em razão da diferença de temperatura e pressão entre o oceano e o continente. A brisa marítima sopra durante o dia, do oceano para o continente (que aquece mais rápido que a água). Por outro lado, a brisa terrestre faz o movimento contrário e durante a noite.

4.Monção – ocorre em países como Índia, Bangladesh, Indonésia e Tailândia. Durante o verão sopram do Índico para a Ásia Meridional e no inverno sopram no sentido oposto (Ásia para o Índico). Monções marítimas (de verão) trazem ventos do Índico para o continente e causam enchentes e inundações. Por outro lado, monções continentais ou de inverno, levam ventos para o oceano e causam secas no continente.

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Brainly

Ventos mais perigosos causam estragos e são classificados como ciclones, tufão, furacão e tornado. Geralmente são fortes e circulares, acompanhados de tempestades tropicais e subtropicais que acontecem no Oceano Pacífico, no Mar do Caribe e no Atlântico Norte, por exemplo.

Importância dos ventos

A função dos ventos é de levar ar frio para o Equador e ar quente para os polos. Esse movimento do ar é responsável por manter um equilíbrio, fazendo com que as temperaturas não sejam muito elevadas ou muito baixas nestas regiões.

Nesse sentido, os ventos trazem também umidade e produzem chuva. Todavia, o deslocamento do ar também é importante para determinar todos os diferentes tipos climáticos que estão presentes em regiões específicas.

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No Brasil os ventos produzem energia eólica na região Nordeste.

Ventos fortes causam danos por onde passam e seus desdobramentos podem acabar trazendo dificuldades para certos tipos de vegetações. Contudo, para crescer, alguns tipos de plantas se adaptam às regiões e se desenvolvem.

Os ventos também são responsáveis por levar para longe o ar viciado, com impurezas, e trazer o ar puro, com bastante oxigênio. Dessa forma o oxigênio transportado pelos ventos garante a sobrevivência de todos os seres vivos que realizam o processo de respiração.

O que achou da matéria? Se gostou, leia também: Formação da chuva – Como ocorre, tipos, precipitações e curiosidades.

Fontes: Brasil Escola, Fiocruz, Só Biologia, Info Escola, Portal São Francisco

Imagens: Orla Rio, A Gazeta, Guia do Estudante, Brainly, Uol

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Vento é o ar em movimento. É o deslocamento frequente e contínuo do ar na superfície terrestre. Embora não consigamos ver o ar se movimentando, somos capazes de identificar sua existência e intensidade por meio do balançar das árvores, deslocamento de folhas, areia e poeira. Sentimos o ar se deslocando pelo toque em nosso corpo, observamos a movimentação das nuvens e das dunas no litoral. A pipa no céu usa o vento para se manter no alto e cata-vento gira pelo efeito do deslocamento do ar.

O que é o vento como se origina

Cena comum em dia de ventos fortes com chuva. Foto: Rainer Fuhrmann / Shutterstock.com

Importância dos ventos

A movimentação do ar, além de contribuir para a manutenção do equilíbrio de temperatura, é também útil para a polinização das plantas, é agente modelador do solo e do relevo, movimenta as embarcações à vela, os moinhos de vento e serve inclusive para a produção de eletricidade por meio da energia eólica.

Origem dos ventos

O ar se movimenta em razão da diferença de temperatura e pressão da atmosfera. Para entendermos melhor como esse fenômeno se processa, precisamos entender a influência da variação de temperatura na pressão atmosférica.

Pressão atmosférica é a medida da força exercida pelo peso da coluna de ar sobre uma área da superfície terrestre. Quanto maior o peso da coluna de ar, maior a pressão atmosférica.

Quanto maior a temperatura do ar, mais suas moléculas se movimentam e mais elas se distanciam umas das outras – como efeito, mais reduzido será o número de moléculas por m3 (metro cúbico) de ar e menor será o peso do ar aquecido. Já o oposto ocorre quando o ar é submetido a baixas temperaturas. As moléculas de ar aglutinam-se e perdem mobilidade, assim o ar se torna mais denso e pesado, ou seja, maior é a pressão atmosférica.

Em razão da relação entre temperatura e pressão, é que ocorre a movimentação do ar. O ar frio, mais pesado, desloca-se para as áreas mais baixas, enquanto que o ar mais quente e leve tende a subir para as áreas mais elevadas da atmosfera. De um modo mais simples: o ar quente sobe e o ar frio desce. É nessa dinâmica de equilibrar as pressões que o ar se movimenta. Veja na imagem abaixo:

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Ar quente sobe, ar frio desce. Ilustração: OSweetNature / Shutterstock.com

Podemos entender a circulação geral da atmosfera em escala planetária:

  • As zonas de alta pressão, também conhecidas como anticiclonais estão localizadas nas áreas polares e nas regiões subtropicais (aproximadamente 30° de latitude, nos dois hemisférios: norte e sul). Nestas zonas o ar é mais denso e por isso exerce maior pressão, em função disso ele tende a ir para as partes mais baixas da atmosfera.
  • As zonas de baixa pressão, também chamadas de ciclonais estão localizadas, por exemplo, na região do Equador. Nesta porção do planeta é que a incidência da radiação solar é mais intensa, portanto tem temperaturas mais elevadas. Lá o ar é quente e mais leve, portanto sobe.

Os ventos sopram das áreas de alta pressão, para as áreas de baixa pressão. O ar se movimenta em busca do equilíbrio atmosférico, tanto de temperatura, como de pressão.

Na imagem a seguir, conseguimos visualizar essa dinâmica atmosférica:

O que é o vento como se origina

A circulação de ventos quentes e frios na atmosfera. Ilustração: Jamilia Marini / Shutterstock.com

Zona de convergência intertropical é a faixa de encontro da circulação dos ventos do hemisfério sul e do hemisfério norte. Está localizada na região equatorial.

Tipos de ventos

Os ventos podem ser classificados de acordo com diferentes critérios: origem, regularidade, localização, periodicidade ou intensidade. Aqui optamos por categorizar os ventos de acordo com sua regularidade e também sua área de ocorrência.

O movimento de rotação do planeta Terra, que gira de oeste para leste, afeta a circulação geral da atmosfera, no entanto o ar se desloca na horizontal apenas na linha do Equador. O chamado efeito Coriolis é responsável por desviar o ar na superfície terrestre para a esquerda no hemisfério sul e para a direita no hemisfério norte.

Ventos alísios

Além da influência do efeito Coriolis na linha do Equador, o ar, nesta região é constantemente aquecido, que responde com um movimento ascendente desse mesmo ar, de menor densidade. O espaço deixado pelo ar que se deslocou para cima é preenchido pelos ventos originados nas regiões de alta pressão na zona subtropical. Esses são os ventos alísios, que sopram praticamente o ano todo, sempre na mesma direção:

    • Ventos alísios de nordeste – no hemisfério norte sopram de nordeste para sudoeste.
    • Ventos alísios de sudeste – no hemisfério sul sopram de sudeste para noroeste.

Ventos contra-alísios

Como vimos acima, os ventos alísios sopram das regiões subtropicais em direção ao Equador. Os ventos alísios são carregados de umidade, que se condensa e precipita na porção equatorial em razão das altas temperaturas. Esse ar que perdeu umidade e aqueceu, sobe para porções mais elevadas da atmosfera e retorna em direção aos trópicos. Esses ventos quentes e secos provenientes da região equatorial são os ventos contra-alísios. Frutos da convergência e das mudanças de temperatura e pressão dos ventos alísios. Os ventos contra-alísios sopram do Equador para os trópicos.

Formação de desertos – na porção do planeta que recebe os secos ventos contra-alísios, não por acaso, estão localizados alguns dos maiores desertos da Terra. O Saara no continente africano, o deserto de Gobi, no Oriente Médio, Central na Austrália, Grande Bacia nos Estados Unidos entre outros.

Ventos sazonais

São ventos que apresentam particularidades específicas e sua abrangência se restringe a uma região do globo e até mesmo porção de apenas poucos quilômetros.

Brisa – as brisas ocorrem em razão da diferença de temperatura e pressão entre oceano e continente.

  • Brisa marítima - Durante o dia, tanto as águas oceânicas, quanto a terra são aquecidas. No entanto, as áreas continentais aquecem mais rapidamente que a água. Esse aquecimento gera uma área de baixa pressão, uma vez que já aprendemos, que o ar quente sobe. O oceano, neste momento com ar mais frio, sopra a brisa marítima em direção ao continente.
  • Brisa terrestre – A noite a condição é oposta, pois as terras do continente perdem calor com mais rapidez – se resfriam mais rapidamente e formam centros de alta pressão que passam a dispersar ventos em direção ao oceano. Os ventos da terra sopra em direção ao mar.

Monções – Assim como a brisa, as monções resultam das diferenças de pressão e temperatura entre o ar na região do oceano e na das terras continentais. Fenômeno que ocorre especialmente no sul e sudeste asiático e atinge países como: Índia, Bangladesh, Indonésia, Paquistão, Malásia, Butão, Tailândia, Mianmar e diversos outros.

Monções de verão – No verão, o continente apresenta uma temperatura mais elevada que o oceano. A camada de ar que está sobre o continente, aquecida, sobe para as porções mais elevadas da atmosfera, criando um extenso centro de baixa pressão. No Oceano, o ar mais frio, em uma zona de alta pressão, se desloca carregado de umidade para o continente, ocupando o espaço deixado pelo ar quente que subiu. Esse fenômeno gera, durante meses chuvas torrenciais, que caracterizam a região do globo com mais elevada pluviosidade.

Monções de inverno – No inverno, o ar do continente fica mais frio do que o do oceano. E então o oposto acontece. No continente forma-se uma zona de alta pressão que sopra ventos secos em direção ao oceano que está neste período, mais quente que as terras continentais. São vários meses de estiagem severa, pois a formação de nuvens é praticamente inexistente.

Ventos locais

Alguns ventos são produzidos em razão de diferenças locais de temperatura e pressão. Esses deslocamentos de ar são conhecidos como ventos locais ou especiais. Em geral, têm sua dinâmica nas porções mais baixas da atmosfera, ou seja, mais próximo da superfície da Terra. Diferenças locais de temperatura e pressão produzem ventos locais.

Vejamos a seguir alguns tipos de ventos locais:

Siroco - Tem origem na região do deserto do Saara e sopra na direção norte do continente africano, ultrapassa o mar Mediterrâneo e chega até o sul da Europa. No continente africano é um vento seco, que gera tempestades de areia. Quando atinge o mar Mediterrâneo, ganha umidade, que provoca chuvas severas nesta região. Ao atingir o litoral sul da Europa, chega frio e úmido.

Mistral - Se origina nos Alpes e se desloca sobre o território francês em direção ao mar Mediterrâneo. O caminho deste vento é o vale do rio Reno. Além de atingir rajadas de grande velocidade, este vento é muito frio e seco. É um dos fatores responsáveis pelas nevascas no sul da França.

Foehn - É um vento quente de importância local nos Alpes. É um vento forte, tempestuoso, seco e quente que é formado quando o ar úmido atinge um dos lados de uma montanha. Esse ar, impedido de passar em função da barreira natural, condensa e precipita. Quando perde umidade, parte deste ar ganha temperatura, sobe e consegue ultrapassar a montanha. É um vento de origem orográfica. Na região dos Alpes, esse vento quente é favorável aos produtores rurais, uma vez que ajuda os animais a pastar derretendo a neve e auxilia no amadurecimento das uvas.

Bibliografia:

https://www.feis.unesp.br/Home/departamentos/fitossanidadeengenhariaruralesolos715/apresentacao-aula_07_quebra-vento-2014.pdf

http://www.fakeclimate.com/arquivos/MaterialDidaticoFake/02-Ventos.pdf

Caracterização do vento e estimativa do potencial eólico para a região de tabuleiros costeiros (Pilar, Alagoas) Juliane Kayse Albuquerque da Silva – Dissertação de Mestrado - disponível em: http://www.repositorio.ufal.br/bitstream/riufal/859/1/Dissertacao_JulianeKayseAlbuquerquedaSilva.pdf

ATLAS DO POTENCIAL EÓLICO BRASILEIRO - http://www.cresesb.cepel.br/publicacoes/download/atlas_eolico/Atlas%20do%20Potencial%20Eolico%20Brasileiro.pdf