O que é fibrose no pulmão

O estudo ganha importância pela incidência e pela gravidade da doença e a baixa eficácia dos tratamentos já existentes

A fibrose pulmonar é uma doença crônica com elevada taxa de mortalidade. Ela surge como sequela de um grupo de diferentes doenças pulmonares caracterizadas pela destruição progressiva e irreversível da arquitetura do pulmão, causada pela formação de cicatriz (fibrose), o que leva à perda da função pulmonar.

Entre as doenças que podem resultar nesse quadro, estão covid-19, dermatomiosite, polimiosite, doença mista do tecido conjuntivo, artrite reumatóide, lúpus eritematoso sistémico, esclerodermia, sarcoidose e pneumonia.

“Até o momento, não existe uma abordagem terapêutica que minimize ou reverta a formação de fibrose no tecido pulmonar. O tratamento é feito com drogas antifibróticas e exercícios para aumentar a função pulmonar. Porém, essas abordagens apresentam baixa eficiência na manutenção da qualidade de vida dos pacientes”, afirma a pesquisadora da Universidade de Brasília (UnB) Anamélia L. Bocca.

O que é fibrose no pulmão
A fibrose pulmonar surge como sequela de diferentes doenças caracterizadas pela destruição progressiva e irreversível da arquitetura do pulmão, a exemplo da covid-19 | Imagem: Divulgação/FAP-DF

Considerando a incidência e a gravidade da doença e a baixa eficácia dos tratamentos já existentes é que a cientista buscou apoio da Fundação de Apoio à Pesquisa e Inovação do Distrito Federal (FAPDF) para realizar o projeto “Uso de peptídeos como alternativa terapêutica na fibrose pulmonar.”

O objetivo da pesquisa, realizada em parceria com a Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF), foi avaliar a segurança farmacológica da utilização de peptídeos anti-inflamatórios no retardo do aparecimento da fibrose pulmonar.

A partir dessa análise, o pesquisadora propõe um esquema terapêutico para tratamento de fibrose pulmonar, que poderá ser testado em parceria com indústrias farmacêuticas para a geração de uma molécula a ser também testada em futuros ensaios clínicos.

“Os dados do projeto mostram que os quatro peptídeos testados reduziram o processo de fibrose pulmonar. Também observamos uma redução do comprometimento pulmonar pela mecânica ventilatória” Anamélia L. Bocca, coordenadora da pesquisa

Método e resultados

Foram testadas as capacidades de quatro peptídeos para reduzir e/ou inibir o estabelecimento da fibrose pulmonar no modelo experimental que utiliza camundongos.

A partir do tratamento com os peptídeos ToAP3, ToAP4 e DL14 e Pronectina, a equipe avaliou: capacidade de conservação dos tecidos dos animais tratados; influência na função pulmonar pela avaliação da mecânica ventilatória, alteração dos padrões de mediadores da inflamação pela liberação de citocinas por ELISA, e a capacidade regulatória de genes relacionados à geração de fibrose (fibrogênese).

“Os dados do projeto mostram que os quatro peptídeos testados reduziram o processo de fibrose pulmonar. Também observamos uma redução do comprometimento pulmonar pela mecânica ventilatória”, diz Anamélia Bocca.

“Analisando a segurança farmacológica desses peptídeos, observamos que os TOAP3 e TOAP4 não induziram a migração celular para o peritônio de camundongos normais. Não houve alteração de enzimas hepáticas e marcadores de dano renal 24 horas após a inoculação, o que demonstra que não há toxicidade aguda às células. Observamos, ainda, que o TOAP3 apresentou um efeito melhor para regular negativamente a expressão de genes pró-fibróticos”, explica a pesquisadora.

Apesar de todos os peptídeos analisados serem bons candidatos para utilização como adicionais (adjuvantes) às terapias que apresentam a formação de fibrose pulmonar como efeito colateral, a coordenadora do projeto indica que o TOAP3 é o mais adequado para a realização de ensaios clínicos para testagem do tratamento proposto.

A pesquisa foi fomentada pela Chamada FAPDF/MS-DECIT/CNPQ/SESDF 01/2016 – Programa de Pesquisa para o SUS: Gestão Compartilhada em Saúde, cujo objetivo foi apoiar a execução de projetos de pesquisa científica, tecnológica e de inovação que promovam a formação e a melhoria da qualidade da atenção à saúde no Distrito Federal, no contexto do Sistema Único de Saúde (SUS).

Para saber mais, confira a apresentação final dos resultados da pesquisa.

*Com informações da Fundação de Apoio à Pesquisa e Inovação do Distrito Federal

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O que é fibrose no pulmão
A fibrose pulmonar é uma doença intersticial difusa causada pela lesão e cicatrização do tecido pulmonar (dos pulmões). A fibrose pulmonar cicatriza e “engrossa” o tecido que envolve os sacos aéreos (alvéolos) dos pulmões, comprometendo a função pulmonar, ou seja, é impedida a normal passagem de oxigénio para a corrente sanguínea. À medida que a fibrose pulmonar evolui, a função pulmonar vai sendo cada vez mais comprometida e o doente vai ficando progressivamente com mais falta de ar (dispneia).

A lesão pulmonar causada pela fibrose pulmonar não pode ser revertida, todavia existem tratamentos medicamentosos e terapias que podem retardar a evolução da doença, ajudar a aliviar os sintomas e a melhorar a qualidade de vida dos doentes.

Causas
O pulmão pode fibrosar por inúmeras causas, a mais comum é o grupo da Doença Intersticial Pulmonar. Esse grupo inclui doenças crônicas e de evolução lenta, preferencialmente homens acima de 55 anos.

Inúmeras partículas que temos contato no dia a dia podem, com o tempo, facilitar a ocorrência da fibrose pulmonar. Por exemplo, o popular mofo é uma fonte de fungos e bactérias que podem causar doença. Trabalhadores em contato com sílica, pó de vidro e asbesto estão sujeitos a ter a fibrose pulmonar algum dia.
Sinais e sintomas na fibrose pulmonar
Habitualmente, os sinais e sintomas da fibrose pulmonar são:

Dispneia (falta de ar); Tosse seca; Fadiga (cansaço); Perda de peso inexplicável; Dores musculares e articulares – dor nas costas, Alargamento e arredondamento das pontas dos dedos das mãos ou dos pés (baqueteamento digital).

O curso da fibrose pulmonar e a gravidade dos sintomas podem variar bastante de pessoa para pessoa. Alguns doentes adoecem muito rapidamente complicando o seu quadro clínico em muito pouco tempo. Outros apresentam sintomas moderados que pioram mais lentamente, ao longo de meses ou anos.

A fibrose pulmonar é um grupo de doenças crônicas que se caracterizam pela formação de cicatrizes no pulmão , deixando o tecido mais rígido e sem elasticidade. Por este motivo, o pulmão não consegue realizar adequadamente os movimentos de inspiração e expiração, mas principalmente e mais importante, as trocas gasosas entre o ar e o sangue.

Sem essa função, a respiração fica comprometida, assim como o organismo em geral, que para de receber a quantidade necessária de oxigênio.

Segundo estudos , estima-se que, no Brasil, a incidência anual de fibrose pulmonar seja de 3 a 5 por cada 100 mil habitantes. Apesar de ser um número baixo, a doença requer atenção especial. Isso porque, além de não ter cura, ela pode ser progressiva. Gradualmente, os pulmões vão perdendo a capacidade de captar o oxigênio que nutre as células.

Abaixo você vai entender melhor o que é esse grupo de doenças através de informações como sintomas, causas e as melhores alternativas de diagnóstico e tratamento. Boa leitura!

Existem muitas causas de fibrose pulmonar, o que caracteriza diferentes formas da doença. A principal forma tem causa desconhecida, ou apenas parcialmente conhecida. Entretanto, há alguns fatores que contribuem para o seu desenvolvimento, ou mesmo de sua piora, como:

  • Tabagismo;
  • Exposição a poluentes ambientais, principalmente o mofo;
  • Refluxo gastroesofágico;
  • Histórico familiar, que representa de 5% a 10% dos casos ;
  • Idade acima de 50 anos;
  • Uso de determinados tratamentos, tais como os utilizados em oncologia (quimioterapia e/ou radioterapia torácica);
  • Doenças autoimunes, como artrite reumatoide, lúpus e esclerodermia.

Em formas mais graves da doença, como na fibrose pulmonar idiopática , esses fatores tendem mais a piorar o quadro do que causá-lo. A idade, por exemplo, influencia diretamente, visto que o envelhecimento reduz a capacidade pulmonar ao natural. Juntamente com a doença, os sintomas tendem a evoluir mais rapidamente e impor mais riscos à saúde.

Além disso, se a pessoa não parar de fumar, a respiração fica cada vez mais prejudicada e aumentam os riscos de surgirem outras complicações, incluindo o câncer de pulmão.

Na fase inicial da doença, ela pode ser totalmente assintomática. Porém, conforme vai evoluindo, começam a surgir sintomas como:

  1. Dificuldade para respirar;
  2. Tosse persistente e seca;
  3. Falta de ar durante a prática de exercícios físicos e, posteriormente, ao realizar atividades corriqueiras, desde tomar banho a conversar;
  4. Perda de apetite e emagrecimento.

Além disso, aproximadamente 50% dos pacientes sofrem com uma deformação progressiva nas pontas dos dedos ou unhas , conhecido como “baqueta de tambor”. Isso ocorre devido a falta de oxigenação nas extremidades.

Como esses sintomas não são específicos da fibrose pulmonar e a doença costuma afetar principalmente os idosos, é comum que sejam confundidos como algo típico da idade ou outro problema respiratório menos graves. Isso leva ao atraso do diagnóstico e muitas vezes à realização do tratamento errado.

Na dúvida, o ideal é procurar um pneumologista para que ele realize os exames necessários e recomende a terapia mais adequada.

Há diversas alternativas para se diagnosticar de forma precisa a fibrose pulmonar. O primeiro passo é realizar a avaliação clínica, que consiste na análise dos sintomas e do histórico de vida e saúde.

É comum que seja realizado também um exame físico juntamente com ausculta pulmonar, que permite que o pneumologista ouça sons característicos da doença.

Além disso, podem ser solicitados exames mais específicos, como:

  • Espirometria;
  • Tomografia computadorizada do pulmão;
  • Outras provas de função respiratória;
  • Exames de sangue;
  • Oximetria de pulso;
  • Gasometria arterial;
  • Avaliação do refluxo gastroesofágico;
  • Broncoscopia;
  • Biópsia do tecido pulmonar.

É importante que o diagnóstico da fibrose pulmonar seja realizado com muito cuidado, pois, além da doença ser rara e de difícil identificação das suas causas, existem diversos distúrbios que apresentam os mesmos sintomas.

Assim, é fundamental procurar um pneumologista que tenha experiência e seja especialista nesse tipo de doença , como os profissionais da CDRA .

Como a fibrose pulmonar não possui cura, o objetivo do tratamento é controlar a doença, evitando ao máximo sua progressão , minimizar os sintomas, e permitir que a pessoa consiga realizar suas atividades diárias.

A terapia considerada mais comum é a medicamentosa, que pode incluir o uso de remédios que controlem a imunidade, como corticoides, imunossupressores e antifibróticos. Junto a isso, é possível realizar tratamentos complementares, como:

  • Oxigenoterapia;
  • Reabilitação respiratória;
  • Prevenção de formas graves de infecções pulmonares através das vacinas, como a anti-influenza e anti-pneumocócica;
  • Medidas de prevenção do refluxo gastroesofágico;
  • Interrupção do tabagismo;
  • Prática de exercícios físicos;
  • Alimentação balanceada e outros hábitos saudáveis.

Lembre-se que somente um especialista pode recomendar o tratamento mais adequado para o seu caso.

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