Por que a bolsa de valores cai

O Circuit Breaker é um mecanismo de segurança utilizado pela Bolsa de Valores do Brasil para paralisar as negociações por um período de tempo quando o Ibovespa, seu principal índice, cai mais do que 10%, independentemente do motivo. Caso o índice continue em queda na retomada das negociações, novos circuit brakers são acionados.

A Bolsa de Valores possui uma série de mecanismos responsáveis por garantir a proteção de investidores e do próprio mercado de ações. Se você já investe há algum tempo, certamente já ouviu falar do circuit breaker. Mas será que você sabe o que é esta ferramenta? Sabe como ela realmente funciona?

Se você ainda não sabe como responder essas perguntas, este artigo pode te ajudar. Você vai aprender agora o que é circuit breaker e o que fazer em um momento de muito estresse do mercado.

Por que a bolsa de valores cai

O que é o circuit breaker na Bolsa de Valores?

De uma forma bem direta, podemos dizer que circuit breaker é um mecanismo de segurança utilizado para interromper todas as operações da Bolsa de Valores do Brasil, a B3. Este mecanismo é acionado nos momentos em que as ações negociadas nesse mercado sofrem grandes quedas consideradas atípicas em seus preços.

A utilização do circuit breaker tem como principal objetivo proteger e acalmar a volatilidade excessiva do mercado financeiro.

Ao realizar essa parada, o esperado é que aconteça um balanceamento do mercado, equilibrando o número de ordens de venda e o número de ordens de compra.

A tendência é que, com o equilíbrio causado pelo circuit breaker, as quedas sejam amenizadas e o mercado volte ao seu movimento natural.

Este mecanismo é uma das ferramentas mais interessantes utilizadas pela Bolsa de Valores. Isso acontece porque serve para proteger os investidores e evitar que os efeitos de um acontecimento repentino prejudique os investimentos realizados na Bolsa.

Podemos entender essa ferramenta como uma camada extra de segurança para que você possa investir seu dinheiro na Bolsa. Imagine escolher a melhor alternativa de investimento e do nada ver um escândalo acabar rapidamente com toda a aplicação que você fez?

Com a paralisação das negociações, a Bolsa permite que os investidores tenham tempo para se planejar em um momento de estresse do mercado.

Isso evita que negócios sejam realizados no desespero e aconteça uma queda descontrolada nos preços dos ativos.

Assim como o circuit breaker, existem outras ferramentas e estratégias que você pode contar na hora de pensar na proteção dos seus investimentos. Apesar da escolha de interromper as negociações ficar por conta da Bolsa de Valores, você não precisa deixar a responsabilidade de proteger seu capital apenas para a B3.

Você pode usar técnicas como Stop Loss e Stop Gain para suavizar os riscos do mercado variável e aumentar suas chances de conseguir bons resultados. E quanto mais você estudar e entender a dinâmica do mercado, mais fácil será investir na Bolsa de Valores.

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Quais são as regras do circuit breaker?

As regras para a utilização do circuit breaker são muito simples e estão atreladas ao percentual de queda do Ibovespa, o principal indicador da Bolsa de Valores do Brasil.

Conheça as regras:

Queda de 10% do Ibovespa

Nas situações em que o Ibovespa apresenta queda de 10% sobre o valor do fechamento do dia anterior, acontece o primeiro circuit breaker. Ao ser acionado neste momento, todas as negociações da Bolsa de Valores são interrompidas por 30 minutos.

Queda de 15% do Ibovespa

Após os 30 minutos da realização do circuit breaker, a B3 volta a permitir negociações, esperando que o mercado volte ao normal. Se o Ibovespa continuar em queda e acumular um percentual de 15% de desvalorização, um novo circuit breaker ocorrerá. Nesta parada, as negociações ficam interrompidas por mais 1 hora.

Queda de 20% do Ibovespa

Por último, após a 1 hora da segunda parada, a Bolsa de Valores reabre as negociações. Se, mesmo assim, o Ibovespa continuar em queda e chegar a 20%, a B3 suspende as atividades e fica responsável por definir um novo prazo para reabertura do mercado.

Conseguiu entender as regras para realização do circuit breaker? Para ficar mais claro, veja a tabela com um resumo:

Percentual de queda do Ibovespa Tempo de paralisação
10% em relação ao dia anterior 30 minutos de paralisação
15% em relação ao dia anterior 1 hora de paralisação
20% em relação ao dia anterior Parada por tempo indeterminado

Essas regras valem para todas as operações da Bolsa de Valores e possuem apenas dois asteriscos:

1. As regras do circuit breaker não são aplicadas nos últimos 30 minutos de funcionamento do pregão da B3.

2. Se acontecer um circuit breaker na última hora do pregão, no outro dia, no momento da reabertura do mercado, será possível realizar apenas uma nova paralisação de 30 minutos.

Saber sobre as regras e seus detalhes é fundamental para que você consiga acompanhar o mercado e consiga analisar as oportunidades que podem aparecer em um momento de crise na Bolsa de Valores.

Por que a bolsa de valores cai

Qual foi o último acionamento do circuit breaker?

A última vez que a B3 acionou o mecanismo de circuit breaker foi em março de 2020. O cenário já estava trazendo preocupação para muitos investidores pois a epidemia de Coronavírus já havia impactado negativamente Bolsa de Valores no mundo todo.

Mas no dia, 9 de março de 2020, outros fatores para além do surto de Covid-19 influenciaram a paralisação da Bolsa brasileira. Entre eles, o principal foi a queda no preço do petróleo devido a um desacordo entre a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e a Rússia para tentar cortar a produção da commodity.

Em contrapartida, a Arábia Saudita, um dos maiores produtores de petróleo do mundo, decidiu reduzir o preço do barril e aumentar sua produção.

Com isso, o preço do petróleo caiu mais de 30% e afetou mercados no mundo todo.

Por aqui, o pregão mal começou e a Bolsa brasileira já caía mais de 10% em pouco tempo. Então foi necessário acionar o circuit breaker e paralisar as negociações por meia hora.

Muitos investidores ficaram extremamente preocupados com as consequências dessa queda, pois ações de várias empresas brasileiras foram impactadas, em especial as ações da Petrobras (PETR4).

No dia seguinte, 10 de março, houve novamente um acionamento deste mecanismo. Isso porque a Organização Mundial da Saúde (OMS), anunciou que passaria a considerar os casos de Coronavírus (ou Covid-19) como uma pandemia, ou seja, que sua extensão já tomava proporções globais.

Por causa disso, a Bolsa brasileira registrou queda de 10% e teve suas negociações paralisadas novamente por 30 minutos no início da tarde do dia 10 de março de 2020.

No outro dia, 11 de março, a Bolsa brasileira viveu novamente uma paralisação de 30 minutos e algumas horas depois de abrir teve uma segunda paralisação de 1 hora. Na esteira dos motivos que provocaram esse circuit breaker, a pandemia de Coronavírus (Covid-19) acirrou o cenário externo.

Certamente, você já deve ter ouvido coisas do tipo: crise no país “x” ocasiona a queda da Bolsa. Ou, ainda, valorização da commodity “y” gerou uma alta na Bolsa. Mas você sabe o que isso significa? Apesar de esse tipo de notícia ser diariamente propagada, poucas pessoas entendem.
Isso é um dos motivos principais para que a maioria dos interessados em investir na Bolsa de Valores desista por acreditar que se trata de uma coisa muito difícil.

Pensando nisso, resolvemos escrever este artigo. Nele, mostraremos o que é a Bolsa de Valores, como ela sobe e desce em meio ao mercado e como isso influencia nos seus investimentos. Acompanhe!

Antes de qualquer coisa, é preciso entender o conceito por trás dessa “alta ou queda da Bolsa”. O termo não se refere, especificamente, à Bolsa de Valores, mas, sim, ao indicador mais importante que existe para a instituição.

Então, primeiro é importante entender o que vem a ser a Bolsa de Valores. Basicamente, é uma instituição em que são negociados diversos ativos importantes do mercado financeiro. Entre eles:
• ações;

• commodities, como ouro, prata, soja, milho etc.;

• moedas no mercado futuro;

• BDRs;

• e, até mesmo, títulos do tesouro direto.

No Brasil, a Bolsa de Valores é chamada Brasil, Bolsa Balcão ou, simplesmente, B3. Ela é fruto da união da BM&FBovespa e CETIP, formando uma das instituições do mercado financeiro mais sólida e reconhecida do mundo.

O que significa a subida ou queda da Bolsa de Valores?

Vamos ao que você realmente veio aprender neste artigo. Ou seja, o que é a queda ou a valorização que tanto se fala na internet, no rádio e na televisão. É preciso entender que essas movimentações estão relacionadas ao Ibovespa.

Ele é um indicador que mede o desempenho da B3, ao longo dos pregões. Funciona como uma carteira teórica com ações das empresas mais importantes negociadas na Bolsa de Valores. Entre elas, a Petrobras, grandes bancos, empresas de transporte aéreo, Vale, Ambev, entre outras.

Essas empresas correspondem a 80% do volume financeiro de todas as negociações feitas na B3. Logo, se uma parte significativa delas começar a desvalorizar, o Ibovespa também começa a cair. O contrário também é válido. Se uma quantidade significativa começa a operar em alta, o indicador tende a subir.
Por esse motivo, você ouve esse tipo de coisa nos meios de comunicação. Quando ocorre a “queda da Bolsa”, estamos em um momento de baixa das ações que compõem o Ibovespa. Assim como ocorre com a situação contrária.

Independentemente dos casos, tanto os noticiários quanto investidores ficam atentos à situação. Em alguns momentos, gera uma grande sensação de apreensão entre os que estão posicionados em alguma ação na Bolsa de Valores.

Na nossa história recente, ocorreram vários momentos de queda do Ibovespa e recuperação seguinte. Em 2008, quando estourou a crise americana chamada Subprime, a Bolsa de Valores derreteu, especialmente as ações relacionadas aos bancos e empresas que tinham negócios no sistema imobiliário norte-americano.

Ao longo dos meses, ela foi se recuperando, e, depois dessa grande queda, tivemos a que ocorreu durante o ano de 2016. Nesse caso, foi impulsionada pelas instabilidades políticas que resultaram no impeachment da então presidente da república.

Apesar de ter ocorrido outro momento de queda ocasionado por problemas na política, em 2020, testemunhamos a maior queda das últimas décadas. Foram registrados seis eventos chamados Circuit Breaker em oito pregões.

Esse elemento ocorre quando a Bolsa de Valores cai tanto que a instituição decide paralisar os trabalhos para recuperar o fôlego.

Quais são os fatores que influenciam na subida ou na queda da Bolsa?

Apesar de ocorrerem essas grandes quedas na Bolsa de Valores, estamos tratando de uma das maiores do mundo. Logo, é natural e esperado ocorrer a recuperação nos próximos meses. Mesmo depois do caos vivido em 2020, os preços das ações que movimentam o Ibovespa recuperaram-se.

Atualmente, a Bolsa de Valores vem operando novamente em máximas históricas, impulsionada por diversos fatores que mencionaremos nos próximos tópicos. Contudo, vale a pena mencionar que esses não são apenas elementos que a fazem valorizar. Eles são os responsáveis pela movimentação, independentemente do lado. Continue lendo e saiba mais!

Momentos pontuais em Mercados específicos

Um dos fatores que movimentam muito os preços são situações ocorridas em mercados específicos. Por exemplo, a notícia da privatização da Eletrobrás animou os mercados e fez com que as ações da empresa disparassem em determinado pregão.

Outro exemplo recente foi a decisão do presidente da república em trocar o diretor-geral da Petrobras. A ação gerou certo receio nos investidores, e as ações da companhia caíram bastante por alguns dias.

Esses são exemplos de situações pontuais que ocorrem em mercados específicos. Sendo assim, você deve acompanhar os noticiários que tratam do assunto para não ser pego de surpresa quando alguma notícia ou um acontecimento chegar e mover os preços dos ativos.

Decisões e atitudes do Governo Federal

Ações e decisões do Governo Federal também interferem no preço das ações, especialmente nas empresas estatais com papéis negociados na Bolsa de Valores. Além das influências nas próprias companhias do Governo Federal, existem casos em que são proferidas regulamentações que travam o mercado.

Nesses casos, também pode ocorrer uma movimentação negativa das companhias afetadas, o que pode refletir na queda da Bolsa de Valores. O efeito contrário também pode acontecer.

Por exemplo, em determinado dia do ano de 2021, os voos passaram a ser liberados com um número maior de passageiros. Logo, as companhias aéreas puderam vender mais passagens. Consequentemente, os preços das ações dispararam e puxaram o Ibovespa para cima.

Modificações em Preços de Commodities

O preço das commodities também interferem na alta ou queda da Bolsa de Valores. Mais uma vez, isso se dá devido às empresas que exploram certos mercados e que utilizam alguns materiais. Por exemplo, imagine que o minério de ferro tem uma grande valorização em determinado momento.

Com isso, a Vale S.A. — uma empresa que explora esse mercado e faz parte do Ibovespa — venderá o seu produto a um preço superior. Logo, pode ocorrer uma valorização nos preços de suas ações que fazem o índice subir.

Dólar

O dólar é negociado na Bolsa de Valores por meio de contratos no mercado futuro. Quase sempre, ele faz uma correlação contrária com o Ibovespa. Ou seja, enquanto um sobe, o outro desce. Contudo, podem ocorrer dias em que ambos fiquem na mesma direção.
Quando um investidor estrangeiro aplica dinheiro no Brasil, ele deve fazer isso em real. Sendo assim, ele se desfaz do dólar para adquirir a moeda nacional, desvalorizando a norte-americana. Nesse caso, ocorre uma alta na cotação do Ibovespa e redução na cotação do dólar.

Por outro lado, quando os mesmos investidores temem algum problema no mercado interno, eles tendem a vender suas ações e comprar dólares. Nesse cenário, a moeda norte-americana se valoriza, e o Ibovespa cai, graças à saída de recursos estrangeiros.

Acontecimentos e Fatos inesperados

Por fim, temos os fatos inesperados, especialmente questões relacionadas ao clima, à morte de uma autoridade ou ao surgimento de uma doença perigosa, como testemunhamos em 2020, também têm a capacidade de movimentar o mercado. Geralmente, esses acontecimentos estão mais relacionados à queda nos preços. Afinal, fatores que fazem eles subirem, geralmente, já estão predeterminados, esperados pela maioria dos investidores.

Por exemplo, a privatização de uma grande companhia, a aprovação de uma reforma estruturante, trocas de governos, entre outras.

Como esses fatores interferem nos seus investimentos?

Conhecer cada um desses fatores é determinante para o sucesso de seus investimentos. Eles devem ser somados a outros tipos de análise, como a verificação de indicadores, múltiplos e números divulgados pela empresa que você deseja investir.

Os itens que influenciam as movimentações do mercado podem gerar grandes oportunidades para o investidor. Por exemplo, imagine o tamanho do lucro das pessoas que compraram ações da Petrobrás logo depois do caos e derretimento da Bolsa de Valores. Elas conseguiram uma grande lucratividade com essa operação, tendo em vista que as ações da companhia valorizaram muito desde então. Contudo, você não precisa esperar uma grande crise para comprar ações de uma empresa.

Diariamente, ocorrem situações que perfazem boas oportunidades de compras ou a possibilidade de se desfazer de uma posição. É importante entender que suas posições devem ser feitas em momentos de baixa ou correção de preços.
Assim, você fica mais tranquilo quanto à valorização do ativo nos próximos dias e melhorar o seu preço médio, caso ocorra uma queda maior. O investidor iniciante, deve ter em mente que o mercado financeiro é um organismo vivo e extremamente sensível a tudo o que acontece no mundo. Sendo assim, o seu papel é identificar essas nuances e tomar decisões assertivas frente a elas.

Como você pôde perceber, a alta ou queda da Bolsa de Valores é determinante para os seus investimentos. É preciso ficar atento aos fatores que influenciam esses movimentos. Assim, a sua tomada de decisões fica mais precisa e assertiva.

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