Compreende se como rede urbana um sistema integrado de cidades

A Hierarquia Urbana é um modelo hierárquico entre as cidades e está dividido em diferentes níveis.

Em outras palavras, a hierarquia urbana determina a estrutura econômica em diversas escalas de organização (e posições), o que cria uma rede de ligações e influências entre os centros urbanos do mundo (pequenas, médias e grandes cidades).

Lembre-se que o conceito de hierarquia designa uma estrutura vertical de subordinações e poderes. Portanto, a grande cidade exerce grande influência econômica sobre as médias e pequenas.

E, as cidades médias, influenciam as pequenas. Essas relações criam uma cadeia que consequentemente resultam na rede urbana (infraestrutura, transportes, comunicação, etc.)

Observe que esse conceito pode não estar relacionado com o tamanho dos centros urbanos sendo que as cidades podem alterar sua posição.

Classificação e Exemplos de Hierarquia Urbana

Segundo a classificação apresentada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na publicação “Região de Influência das Cidades (2007)”, a hierarquia urbana no Brasil está dividida basicamente em 5 grupos sendo que cada um deles apresentam subdivisões:

Metrópoles

As maiores cidades do país e que apresentam melhores infraestruturas e condições econômicas, sendo classificadas em: Grande Metrópole Nacional (São Paulo), Metrópole Nacional (Rio de Janeiro e Brasília) e Metrópole (Manaus, Belém, Fortaleza, Recife, Salvador, Belo Horizonte, Curitiba, Goiânia e Porto Alegre).

Saiba mais sobre as Metrópoles e Megalópoles.

Exercem influências numa região, nas pequenas e médias cidades do país, sendo divididas em: Capitais Regionais A (11 cidades), Capitais Regionais B (20 cidades) e Capitais Regionais C (39 cidades), donde a primeira (A) é a mais influente.

No Brasil, cerca de 70 centros urbanos fazem parte dessa categoria. Note que essa classificação leva em conta o número de habitantes e o nível de influência das cidades.

Assim, na classe A, as cidades apresentam cerca de 955 mil habitantes, por exemplo, Natal, São Luís, Maceió, Campinas, Florianópolis, etc.; na categoria B, cerca de 435 mil habitantes, por exemplo, Ilhéus, Campina Grande, Blumenau, Palmas, Juiz de Fora, etc.; e, por fim, na classe C, o número de habitantes se aproxima de 250 mil, por exemplo, Macapá, Rio Branco, Santarém, Ponta Grossa, São José dos Campos, dentre outras.

Centros Sub-regionais

Exercem menor influência que as capitais regionais, as quais apresentam mais complexidade na gestão e maior número de habitantes. Nessa categoria, 169 centros estão incluídos que sofrem grande influência de 3 metrópoles nacionais.

Elas também apresentam subdivisões: Centro sub-regional A (85 cidades), por exemplo, Pouso Alegre, Rio Verde, Parnaíba, Barretos, Itajaí, etc.; e Centro sub-regional B (79 cidades), por exemplo, Cruzeiro do Sul, Parintins, Viçosa, Angra dos Reis, Bragança Paulista, dentre outros.

Reúne 556 médias cidades as quais apresentam influência local. Subdivide-se em: Centros de Zona A (192 cidades, com aproximadamente 45 mil habitantes), por exemplo, Amparo, Porto Seguro, Votuporanga, Fernandópolis, São Bento do Sul, etc.; e, Centros de Zona B (364 cidades, cerca de 23 mil habitantes, por exemplo, Tietê, Barra Bonita, Vila Rica, Monte Alto, Capivari, dentre outros.

Centros Locais

Incluem 4.473 pequenas cidades que apresentam menos de 10 mil habitantes (média de 8 mil) e exercem somente influência local, por exemplo, Água Branca, Capitólio, Divisópolis, Faro, Guarani, dentre outros.

Hierarquia Urbana Brasileira e Mundial: Resumo

Compreende se como rede urbana um sistema integrado de cidades
Compreende se como rede urbana um sistema integrado de cidades
Hierarquia Urbana Brasileira

A Hierarquia urbana no Brasil leva em conta a classificação proposta pelo IBGE. Da mesma maneira, a hierarquia urbana mundial está relacionada com a rede complexa de interdependência entre as cidades que compõem uma Nação.

No entanto, alguns locais do mundo apresentam outros tipos de classificação quanto a escala de hierarquia, como em Portugal, donde a hierarquia urbana é apresentada pela escala crescente: Metrópole Nacional, Metrópole Regional, Centro Regional, Centro Local e as Vilas.

Rede Urbana e Hierarquia Urbana

A rede urbana, oriunda dos processos de urbanizações, representa as diversas cidades que compõem um país.

Ela determina um sistema integrado de cidades que, por sua vez, apresenta as diferenças entre o tamanho e a quantidade de habitantes de determinado local, além de apresentar a influência de uma sobre a outra.

Dessa forma, o conceito de rede urbana está intimamente relacionado ao de hierarquia urbana, posto que determina, por meio dos dados, as diferentes escalas hierárquicas entre as cidades.

A rede urbana está classificada em: cidades globais, metrópoles, médias e pequenas cidades.

Saiba mais sobre a Rede Urbana Brasileira.

Conurbação e Hierarquia Urbana

Vale lembrar que o processo de conurbação determina a união de duas (ou mais cidades) que, com o passar do tempo, cresceram tanto que acabaram se ligando. Ou seja, quando a conturbação ocorre fica difícil analisar os limites de cada município.

Esse processo está intimamente relacionado com a hierarquia urbana posto que determina as relações econômicas de interdependência entre os municípios que se conurbam.

Região Metropolitana e Hierarquia Urbana

A região metropolitana compreende um conjunto de cidades que, pelo processo de conurbação, acabaram ficando interligadas.

Nesse caso, podemos citar a cidade de São Paulo, que conta com uma grande região metropolitana, com a inclusão das cidades satélites: Osasco, São Bernardo do Campo, Guarulhos.

A relação estabelecida entre as cidades que compõem as regiões metropolitanas é organizada através da hierarquia urbana, ou seja, a grande cidade exerce forte influência econômica e social sobre as menores.

Saiba mais no artigo: O que são Regiões Metropolitanas?

Cidade Global e Hierarquia Urbana

As cidades globais é uma das categorias de hierarquia urbana representada pelos grandes centros urbanos que possuem elevada importância econômica mundial e índice demográfico.

Já as megacidades são aquelas cidades globais que apresentam mais de 10 milhões de habitantes. No Brasil, as cidades globais mais importantes são: Rio de Janeiro e São Paulo. Pelo mundo, alguns exemplos de cidades globais são: Londres, Paris, Nova York, Tóquio, Berlim, dentre outras.

Saiba mais:

Rede urbana é o conjunto de cidades ou centros urbanos que estão articulados territorialmente e que estabelecem diferentes relações entre si.

As redes urbanas são formadas por cidades de diferentes tamanhos e níveis de desenvolvimento e estão interligadas devido ao fluxo de pessoas, bens e serviços.

O conceito de rede urbana pode ser entendido como uma malha de cidades interconectadas, organizadas conforme uma hierarquia urbana. No topo dessa hierarquia estão as cidades que têm maior poder de influência sobre as outras.

As redes urbanas são o resultado das transformações da sociedade na ocupação do território e do processo de crescimento demográfico.

Compreender as dinâmicas e processos de uma rede urbana é importante para a gestão governamental, social e econômica e para a elaboração de políticas públicas.

Rede urbana e hierarquia urbana

A hierarquia das cidades ou centros urbanos é determinada pela ordem de importância e grau de influência que exercem em uma determinada região do território. No nível mais alto da hierarquia urbana estarão as maiores e mais desenvolvidas cidades de um país.

Esse desenvolvimento é representado pela oferta de serviços - públicos e privados -, pela evolução das atividades econômicas, e pela infraestrutura de transportes e comunicação.

A configuração de uma rede urbana é o que determina a hierarquia entre as cidades e quanto mais crescem as trocas entre elas, mais elas sobem nessa hierarquia. Isso significa que a importância das cidades se dá pelo número de conexões que elas fazem com outras.

Saiba mais sobre hierarquia urbana.

A metodologia do IBGE para classificar os centros urbanos de acordo com a pesquisa "Rede de influência das cidades", publicada em 2007, divide a cidades da seguinte maneira:

Metrópoles

As metrópoles são os 12 maiores centros urbanos do país, exercem forte influência entre si e em suas regiões. As metrópoles estão divididas em três hierarquias.

  • Grande metrópole nacional: São Paulo
  • Metrópole nacional: Rio de Janeiro e Brasília
  • Metrópole: Belém, Fortaleza, Manaus, Salvador, Recife, Curitiba, Goiânia, Belo Horizonte e Porto Alegre

Capital regional

São cidades com área de influência regional, são destino da população de outras cidades da região para diversas atividades. Nessa classificação estão 70 centros urbanos, divididos em três níveis de hierarquia.

Centro sub-regional

São cidades com área de atuação mais reduzida e atividades de gestão menos complexas. Seus relacionamentos externos, em geral, acontecem apenas com as metrópoles nacionais. Essa classificação é composta por 169 centros, divididos em duas subcategorias.

Cidades com funções de gestão elementares, com atuação apenas na sua área e de pequeno porte. Nessa categoria existem 556 cidades, subdivididas em dois níveis.

Centro local

Cidades que têm influência apenas dentro dos seus limites e que prestam serviços apenas aos seus habitantes. Correspondem às 4473 cidades restantes.

Compreende se como rede urbana um sistema integrado de cidades
Fonte: Rede Urbana - Brasil – 2007- Fonte_Instituto Geográfico e Cartográfico – IGC. São Paulo, 2003

Rede urbana e urbanização

A formação de uma rede urbana é resultado do processo de urbanização de um país, que ocorre a partir do momento em que a população do meio urbano cresce mais que a população do meio rural.

À medida que crescem as cidades, aumenta a demanda por serviços como saúde, educação, transporte e energia. Nesse processo, tanto o capital público quanto o capital privado serão investidos a fim de suprir essas demandas.

Os locais que recebem mais investimentos contam com melhor oferta de serviços e melhor infraestrutura.

Entenda melhor o que é a urbanização.

No Brasil, a urbanização começa a se intensificar a partir da década de 1930. Com o desenvolvimento da indústria e a mecanização do campo, boa parte da população rural foi obrigada a migrar para as cidades em busca de emprego - esse fenômeno é chamado de êxodo rural.

Ao longo das décadas seguintes, as dinâmicas econômicas e políticas no território brasileiro foram determinando a ocupação espacial e o desenvolvimento das cidades.

Os centros urbanos que tiveram atividades econômicas mais prósperas se desenvolveram mais rápido e o acúmulo de capital nessas regiões permitiu que estas se tornassem mais ricas.

Como a urbanização do Brasil aconteceu de maneira acelerada e não planejada, muitos desequilíbrios regionais foram se reproduzindo e se intensificando ao longo das décadas.

Hoje, o país configura-se com uma rede urbana que concentra no Sudeste as cidades mais desenvolvidas e economicamente influentes. Enquanto outras regiões como Norte e Nordeste apresentam condições mais precárias de oferta de bens e serviços e infraestrutura.

Saiba mais sobre êxodo rural.

Cidades Globais

Existem ainda as cidades globais, que são representadas pelos principais centros econômicos do mundo, como por exemplo, Paris, Nova Iorque, Tóquio e São Paulo.

As cidades globais, ao exercerem influência fora da fronteira de seus países, criam redes urbanas em escala mundial. Essa configuração e interconexão entre centros urbanos em nível internacional foi possibilitada pelo fenômeno da globalização.

Veja o mapa das cidades globais:

Compreende se como rede urbana um sistema integrado de cidades
Mapa das metrópoles globais. Fonte: Globalization and World Research Network

Veja também globalização.

Rede urbana e a divisão espacial do trabalho

A rede urbana reflete a divisão espacial do trabalho, isto é, a divisão entre funções que diferentes cidades desempenham em uma determinada região do território.

Cidades mais influentes e em posições mais elevadas na hierarquia urbana costumam ser polos tecnológicos e importantes centros financeiros. Já as cidades mais periféricas, costumam desempenhar atividades mais primárias, como a agricultura ou pecuária.

Essa configuração é o resultado do processo histórico de construção das cidades, por isso, para compreendê-la é preciso considerar os aspectos políticos, econômicos e sociais ao longo de sua formação.

De maneira resumida, podemos concluir que a divisão espacial do trabalho retrata como as atividades econômicas estão distribuídas no espaço.

Veja também: metrópole, cidade e megalópole.