As obras de Castro Alves e johann moritz Rugendas podem ser utilizadas como fontes históricas

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locais onde a produção de açú- car mais prosperou. No século XVII, a retomada pelos portugueses do controle da comercialização de açúcar e dos territórios que estavam sob domínio dos holandeses levou ao aumento da importação de escravos africanos. Ao longo desse século, é provável que o tráfico de escravos tenha sido mais lucrativo para a metrópole portuguesa do que o negócio do açúcar. No século XVIII, a economia passou por um processo de diversificação, e foram descobertas jazidas de ouro no interior, o que fez crescer a necessidade de mão de obra. No século XIX, a importação de escravos africanos foi ainda mais intensa do que nos séculos anteriores e destinava-se a abastecer principalmente a lavoura de café, que se expandia pelo sudeste do país. O tráfico negreiro foi legalmente extin- to no Brasil em 1850, mas continuou como contrabando até 1855. O historiador Herbert Klein estima que cerca de 4 milhões de africanos desem- barcaram no Brasil para serem escravizados, entre 1531 e 1855. Investigando • Com base na tabela e nas informações sobre o comércio de escravos no Brasil, responda: a) Em que período houve o maior crescimento do tráfico negreiro, em nú- meros absolutos? b) Por que isso aconteceu? Formule hipóteses e escreva um comentário a respeito. Fonte: Organizada a partir de tabelas elaboradas por KLEIN, Herbert. Tráfico de escravos. In: Estatísticas históricas do Brasil. Rio de Janeiro: IBGE, 1987. Estimativas de desembarque de africanos no Brasil (1531-1855) Período Número de escravos 1531-1600 50 000 1601-1700 560 000 1701-1800 1 680 100 1801-1855 1 719 300 Total 4 009 400 44 UNIDADE 1 Trabalho e sociedade 040a055_U1_C4_HISTGLOBAL2_PNLD18.indd 44 5/17/16 10:56 AM Observar o mapa • Com base no mapa, res- ponda: a) Em que regiões do Brasil Colonial mais se concen- trava a população escrava? b) De que regiões da África saíam e para onde iam os escravos africanos? 40º S 20º O Belém São Luís Fortaleza Natal Ajudá Lagos Costa do Marfim Costa do Ouro Costa dos Escravos SUDÃO ANGOLA ÁFRICA BRASIL CONGO Cabinda Loango Luanda São Paulo de Luanda Benguela Mossamedes Moçambique Mombaça Recife Salvador Rio de Janeiro Santos São Vicente OCEANO PACÍFICO OCEANO ATLÂNTICO OCEANO ÍNDICO Sudaneses Bantos Principais portos de saída de cativos Focos disseminadores Limite atual do território brasileiro Irradiação 0 644 km A viagem nos navios negreiros Depois de aprisionados em seu continente, os africanos eram acorrentados e marcados com ferro em brasa para identificação. Eram, então, vendidos aos comerciantes de escravos que se estabeleciam no litoral da África e os mandavam para a América nos navios negreiros. Segundo o historiador britânico Charles R. Boxer, os navios negreiros saíam da África, em média, com 600 escravos, embora esse número variasse de acordo com o tipo e o tamanho das embarcações. Receando possíveis revoltas durante a travessia, os traficantes acorrentavam os africanos nos porões dos navios. A viagem era muito longa e extenuante: de Luanda (África) até o Recife (Brasil) levava por volta de 35 dias; até a Bahia, 40 dias; até o Rio de Janeiro, cerca de dois meses.4 Nos porões escuros dos navios, o espaço era reduzido e o calor quase insupor- tável. A água era suja e o alimento insuficiente para todos. Formava-se, assim, um quadro propício para o desenvolvimento de doenças e epidemias, que vitimavam os africanos debilitados. Devido a esses fatores, às péssimas condições do transporte e aos maus-tratos a que eram submetidos, calcula-se que entre 5 e 25% dos africanos morriam du- rante a viagem. Por isso, os navios negreiros foram chamados de tumbeiros (em referência a tumba) ou túmulos flutuantes. Aos sobreviventes, ficava a difícil tarefa de reconstruir suas vidas em um novo continente. Muitos africanos trazidos para a América entravam em um estado de tristeza profunda associada à violência da escravidão e à saudade de sua terra natal. Esse estado psicológico de depressão ficou conhecido como banzo e podia provocar a apatia, a inanição e, até mesmo, a morte. 4 Cf. BOXER, C. R. Salvador de Sá e a luta pelo Brasil e Angola (1602-1686). São Paulo: Nacional, 1973. p. 244. O tráfico negreiro (séculos XVI-XIX) s id n e i M o u r a Fonte: ALBUQUERQUE, Manoel Maurício de et al. Atlas histórico escolar. 8. ed. Rio de Janeiro: MEC/Fename, 1986. p. 36. 45CAPÍTULO 4 Escravidão e resistência 040a055_U1_C4_HISTGLOBAL2_PNLD18.indd 45 5/17/16 10:56 AM O poeta brasileiro Castro Alves (1847-1871) foi um importante abolicionista. Aos 21 anos, escreveu um de seus poemas mais conhecidos: “O navio negreiro”, que denuncia a crueldade da escravidão. Para criar esse poema, Castro Alves baseou-se em relatos de escravos que conheceu quando criança. Interpretar fonte O navio negreiro O navio negreiro Senhor Deus dos desgraçados! Dizei-me vós, Senhor Deus! Se é loucura... se é verdade Tanto horror perante os céus?! Ó mar, por que não apagas Co’a esponja de tuas vagas De teu manto este borrão? [...] Quem são estes desgraçados Que não encontram em vós Mais que o rir calmo da turba Que excita a fúria do algoz? [...] São os filhos do deserto, Onde a terra esposa a luz. [...] Ontem simples, fortes, bravos. Hoje míseros escravos, Sem luz, sem ar, sem razão... [...] Ontem plena liberdade, A vontade por poder... Hoje... cúm’lo de maldade, Nem são livres p’ra morrer... ALVES, Castro. Navio negreiro. Disponível em: <http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/ DetalheObraForm.do?select_action=&co_obra=1786>. Acesso em: 17 nov. 2015. Johann Moritz Rugendas (1802-1858) foi um pintor alemão que visitou o Brasil em duas ocasiões, entre 1822 e 1825 e, depois, entre 1845 e 1846. Inspirando-se no que vivenciou durante sua primeira visita, Rugendas publicou, em 1835, a obra Viagem pitoresca através do Brasil. Observe sua obra Navio Negreiro, criada entre 1821 e 1825. 1. As obras de Castro Alves e Johann Moritz Rugendas podem ser utilizadas como fontes históricas? Explique e, depois, relacione algumas diferenças e semelhanças entre elas. 2. Explique a que se referem as palavras “desgraçados” e “horror” nos primeiros versos do poema. 3. De acordo com a pintura, que condições os africanos enfrentavam na viagem para a América? Descreva alguns elementos da obra e compare com o texto deste capítulo. Jo h a n n M o ri tz r u g en d a s. n av io n eg re ir o . F u n d a ç ã o B iB li o te C a n a C io n a l, r J 46 UNIDADE 1 Trabalho e sociedade 040a055_U1_C4_HISTGLOBAL2_PNLD18.indd 46 5/17/16 10:56 AM IMAGEM EM BAIXA Investigando • Existem vendedores de rua na cidade onde você mora? Eles comercializam comidas? Quais? Diversidade Povos africanos e suas condições de vida Por meio do tráfico negreiro, chegaram ao Bra- sil homens e mulheres de diversas regiões da África. Entre os principais grupos africanos trazidos para o Brasil, destacaram-se: • os bantos – originários da África central, geral- mente de Angola e do Congo; foram levados prin- cipalmente para Pernambuco, Rio de Janeiro e Mi- nas Gerais; • os sudaneses – provinham das regiões africanas de Daomé (Benin), Nigéria e Guiné, na África ociden- tal; foram levados principalmente para a Bahia. Nos séculos XVII e XVIII, os africanos de origem sudanesa eram comprados por um preço maior, pois muitos senhores no Brasil os consideravam mais for- tes e inteligentes que os demais. Entretanto, esses es- cravos também foram os líderes de muitas revoltas, especialmente nos séculos XVIII e XIX. Devido a isso e a limitações impostas aos trafican- tes no século XIX, os africanos bantos passaram a ser mais procurados. Os senhores os consideravam “mais pacíficos e adaptados ao trabalho”. Distinções entre africanos escravizados Chegando ao Brasil, os africanos que sobreviviam à viagem nos navios negreiros eram vendidos,

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Boxe complementar:

Interpretar fonte - O navio negreiro

O poeta brasileiro Castro Alves (1847-1871) foi um importante abolicionista. Aos 21 anos, escreveu um de seus poemas mais conhecidos: "", que denuncia a crueldade da escravidão. Para criar esse poema, Castro Alves baseou-se em relatos de escravos que conheceu quando criança.

O navio negreiro

Senhor Deus dos desgraçados!

Dizei-me vós, Senhor Deus!

Se é loucura... se é verdade

Tanto horror perante os céus?!

Ó mar, por que não apagas

Co'a esponja de tuas vagas

De teu manto este borrão?

[...]

Quem são estes desgraçados

Que não encontram em vós

Mais que o rir calmo da turba

Que excita a fúria do algoz?

[...]


São os filhos do deserto,

Onde a terra esposa a luz.

[...]

Ontem simples, fortes, bravos.

Hoje míseros escravos,

Sem luz, sem ar, sem razão...

[...]

Ontem plena liberdade,

A vontade por poder...

Hoje... cúm'lo de maldade,

Nem são livres p'ra morrer...

ALVES, Castro. Navio negreiro. Disponível em: http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/DetalheObraForm.do?select_action=&co_obra=1786. Acesso em: 17 nov. 2015.

Johann Moritz Rugendas (1802-1858) foi um pintor alemão que visitou o Brasil em duas ocasiões, entre 1822 e 1825 e, depois, entre 1845 e 1846. Inspirando-se no que vivenciou durante sua primeira visita, Rugendas publicou, em 1835, a obra Viagem pitoresca através do Brasil. Observe sua obra Navio Negreiro, criada entre 1821 e 1825.

FONTE: JOHANN MORITZ RUGENDAS. NAVIO NEGREIRO. FUNDAÇÃO BIBLIOTECA NACIONAL, RJ

1. As obras de Castro Alves e Johann Moritz Rugendas podem ser utilizadas como fontes históricas? Explique e, depois, relacione algumas diferenças e semelhanças entre elas.



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1. História : Ensino médio 907

Pedestres caminham na região do Pelourinho, em Salvador, Bahia. Fotografia de 2013 de Sérgio Pedreira (Pulsar Imagens).

Diretora editorial: Lidiane Vivaldini Olo

Gerente editorial: Luiz Tonolli

Editor responsável: Kelen L. Giordano Amaro

Editores: Luciana Martinez, Ana Pelegrini, Carlos Eduardo de Almeida Ogawa

Editor assistente: Adele Motta

Assessoria técnico-pedagógica: Gabriel Farias Rodrigues, Giordana Cotrim

Gerente de produção editorial: Ricardo de Gan Braga

Gerente de revisão: Hélia de Jesus Gonsaga

Coordenador de revisão: Camila Christi Gazzani

Revisores: Carlos Eduardo Sigrist, Cesar G. Sacramento, Luciana Azevedo, Sueli Bossi

Produtor editorial: Roseli Said

Supervisor de iconografia: Sílvio Kligin


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Capítulo 15 - Período regencial, p. 190

Cenário político: Os grupos partidários do período regencial, p. 191

Período regencial: As regências que governaram o império, p. 192

Revoltas provinciais: Contestações ao governo central e às condições de vida, p. 196

Oficina de História, p. 204

Capítulo 16 - Segundo Reinado, p. 205

Política interna: O jogo político entre liberais e conservadores, p. 206

Praieira: A revolta liberal pernambucana, p. 208

Modernização: O impacto das transformações econômicas, p. 209

Oficina de História, p. 216




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Investigando

1. Qual o sentido da expressão "concorrência econômica"? Você sabe como essa concorrência pode afetar os valores dos produtos que você consome? Pesquise.

2. Na sua opinião, a economia de um Estado só pode se desenvolver à custa de outras economias? Debata esse assunto com seus colegas.

Fim do complemento.

1. Cf. NOVAIS, Fernando A. Portugal e Brasil na crise do antigo sistema colonial (1777-1808). São Paulo: Hucitec, 1983. p. 57-92; VAINFAS, Ronaldo. Mercantilismo. In: Dicionário do Brasil colonial (1500-1808). Rio de Janeiro: Objetiva, 2000. p. 392-393.




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Cultivo da cana-de-açúcar

Para colonizar o Brasil, os portugueses decidiram implantar a produção açucareira em certos trechos do litoral, uma vez que o açúcar era um produto que tinha grande procura na Europa. Por meio da cultura da cana, seria possível promover a ocupação sistemática da colônia.

Ao implantar a empresa açucareira na colônia, Portugal deixava a atividade meramente extrativista e predatória (a exploração de pau-brasil) e iniciava a montagem de uma organização produtiva dentro das diretrizes do sistema colonial. A produção de açúcar para o mercado europeu marcaria a história colonial do Brasil.

No Brasil, o primeiro estabelecimento de produção de açúcar (engenho) foi instalado na região de São Vicente.

FONTE: ALBUQUERQUE, MANOEL MAURÍCIO DE ET AL. ATLAS HISTÓRICO ESCOLAR. 8. ED. RIO DE JANEIRO: MEC/FENAME, 1986. P. 14. CRÉDITOS: SIDNEI MOURA




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b) Os princípios básicos do mercantilismo.

6. (UFRJ)

A primeira coisa que os moradores desta costa do Brasil pretendem são índios escravizados para trabalharem nas suas fazendas, pois sem eles não se podem sustentar na terra.

GANDAVO, Pero Magalhães. Tratado descritivo da terra do Brasil. São Paulo: Itatiaia/Edusp, 1982. p. 42 [1576] (adaptado pela instituição).

Nesse trecho percebe-se a adesão do cronista ao ideário dos colonos lusos no Brasil de fins do século XVI.

Com base no texto, e considerando que em Portugal prevalecia uma hierarquia social aristocrática e católica, explique por que, ao desembarcarem na América portuguesa da época, os colonos imediatamente procuravam lançar mão do trabalho escravo.




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- administrativas - relacionamento com os governadores das capitanias e controle dos assuntos ligados às finanças;

- judiciárias - direito de nomear funcionários da Justiça e alterar penas;

- eclesiásticas - indicação de sacerdotes para as paróquias.

Para o desempenho de suas funções, o governador-geral contava com três auxiliares principais:

- o ouvidor-mor, encarregado dos negócios da Justiça;

- o provedor-mor, encarregado dos assuntos da Fazenda;

- o capitão-mor, encarregado da defesa do litoral.

Os governadores-gerais tiveram, no entanto, problemas no cumprimento de suas funções. Além da dificuldade de comunicação entre as capitanias, o governo-geral muitas vezes enfrentava a oposição de poderes locais, especificamente dos "homens-bons". Essa expressão era aplicada aos homens de posses, proprietários de terra, de gado e de escravos. Nas vilas e cidades em que residiam, eram eles que formavam as câmaras municipais.

As câmaras municipais, encarregadas da administração local, foram sendo estruturadas paralelamente à formação das primeiras vilas. Sua atuação abrangia setores como o abastecimento, a tributação e a execução das leis. Além disso, organizavam expedições contra os indígenas, determinavam a construção de povoados e estabeleciam os preços das mercadorias.

Os três primeiros governadores-gerais do Brasil foram Tomé de Sousa, Duarte da Costa e Mem de Sá.



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Em destaque - Vivência religiosa

No texto, o historiador Luiz Mott descreve alguns aspectos religiosos observados entre a população brasileira da época colonial.

No Brasil colonial, seguindo o costume português, desde o despertar, o cristão se via rodeado de lembranças do Reino dos Céus. Na parede contígua à cama, havia sempre algum símbolo visível da fé cristã: um quadrinho ou caixilho com gravura do anjo da guarda ou do santo; uma pequena concha com água-benta; o rosário dependurado na cabeceira da cama.

Antes de levantar-se da cama, da esteira ou da rede, todo cristão devia fazer imediatamente o sinal da cruz completo, recitando a jaculatória [oração curta]: pelo sinal da santa cruz, livrai-nos, Deus Nosso Senhor, dos nossos inimigos. Em nome do Padre, do Filho e do Espírito Santo, amém. Os mais devotos, ajoelhados no chão, quando menos recitavam o bê-á-bá do devocionário popular: a ave-maria, o pai-nosso, o credo e a salve-rainha. Orações que via de regra todos sabiam de cor. [...]

Na parede da sala de muitas casas coloniais, saindo do quarto, lá estavam para ser venerados e saudados os quadros dos santos. [...]

MOTT, Luiz. Cotidiano e vivência religiosa: entre a capela e o calundu. In: SOUZA, Laura de Mello e (Org.). História da vida privada no Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 1997. v. 1. p. 164-166.

1. Com base no texto, como você definiria a vivência religiosa dos colonos? Justifique com exemplos.

2. Na sua opinião, qual é a intensidade das vivências religiosas na sociedade atual? Comente o tema.

Fim do complemento.




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33

Açúcar

A implantação de um negócio lucrativo

Os colonos que vieram com Martim Afonso de Souza plantaram as primeiras mudas de cana-de-açúcar e instalaram o primeiro engenho da colônia em São Vicente, no ano de 1533, na região do atual estado de São Paulo.

A partir dessa época, os engenhos multiplicaram-se pela costa brasileira. A maior concentração deles ocorreu no Nordeste, principalmente nas regiões dos atuais estados de Pernambuco e da Bahia.

Em pouco tempo, a produção açucareira superou em importância a atividade extrativa do pau-brasil, embora a exploração intensa dessa madeira tenha continuado até o início do século XVII.




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36

Mão de obra

A escravização de milhões de africanos

Além de experiência produtiva e recursos financeiros, a economia açucareira necessitou de recursos humanos, isto é, de mão de obra para executar as tarefas nos engenhos.

No início, o colonizador utilizou-se do trabalho do indígena escravizado, que foi uma solução relativamente barata e em quantidade suficiente para atender à demanda de mão de obra na colônia. Entretanto, principalmente a partir do começo do século XVII, houve predomínio da escravidão africana em relação à indígena em áreas agroexportadoras.

A mão de obra africana acabou constituindo a base das principais atividades desenvolvidas em todo o período colonial. Foi utilizada na produção de açúcar, na mineração, em outros cultivos agrícolas (arroz, tabaco e algodão), bem como na criação de animais, no transporte, no comércio e no serviço doméstico.




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b) os árabes serem aliados históricos dos portugueses.

c) a mão de obra necessária para o cultivo ser insuficiente.

d) as feitorias africanas facilitarem a comercialização desse produto.

e) os nativos da América dominarem uma técnica de cultivo semelhante.

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CAPÍTULO 4 - Escravidão e resistência

Os responsáveis pelo tráfico negreiro trouxeram para o Brasil cerca de 4 milhões de africanos durante mais de três séculos de escravidão.

Devido, em grande parte, a essa migração compulsória, o Brasil tem atualmente uma das maiores populações de afrodescendentes do mundo.

Como se desenvolveu esse "infame comércio"1 de escravos? Quem eram esses africanos arrancados de suas sociedades? Quais foram suas estratégias de resistência à escravidão?

LEGENDA: Obra Jogar capoeira, pintura criada por Johann Moritz Rugendas em 1835. A capoeira é uma manifestação cultural afro-brasileira que envolve dança e luta. Para muitos escravos e libertos, a capoeira era uma forma de expressar sua cultura e de enfrentar os agentes do regime escravocrata. No Brasil, a capoeira é praticada há mais de 200 anos e, devido à sua história, tornou-se um dos símbolos da identidade nacional.

FONTE: JOHANN MORITZ RUGENDAS. JOGAR CAPOEIRA, OU DANÇA DA GUERRA. COLEÇÃO BRASILIANA ITAÚ, SÃO PAULO

Treinando o olhar

1. Em sua interpretação, quem são os personagens representados?

2. Há mulheres representadas na obra? O que elas estão fazendo?

3. Que instrumento musical aparece na obra? Qual é sua função na capoeira?

1. Cf. RODRIGUES, Jaime. O infame comércio. Campinas: Ed. Unicamp, 2005.



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2. Explique a que se referem as palavras "desgraçados" e "horror" nos primeiros versos do poema.

3. De acordo com a pintura, que condições os africanos enfrentavam na viagem para a América? Descreva alguns elementos da obra e compare com o texto deste capítulo.

Fim do complemento.

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Diversidade

Povos africanos e suas condições de vida

Por meio do tráfico negreiro, chegaram ao Brasil homens e mulheres de diversas regiões da África. Entre os principais grupos africanos trazidos para o Brasil, destacaram-se:

- os bantos - originários da África central, geralmente de Angola e do Congo; foram levados principalmente para Pernambuco, Rio de Janeiro e Minas Gerais;

- os sudaneses - provinham das regiões africanas de Daomé (Benin), Nigéria e Guiné, na África ocidental; foram levados principalmente para a Bahia.

Nos séculos XVII e XVIII, os africanos de origem sudanesa eram comprados por um preço maior, pois muitos senhores no Brasil os consideravam mais fortes e inteligentes que os demais. Entretanto, esses escravos também foram os líderes de muitas revoltas, especialmente nos séculos XVIII e XIX.

Devido a isso e a limitações impostas aos traficantes no século XIX, os africanos bantos passaram a ser mais procurados. Os senhores os consideravam "mais pacíficos e adaptados ao trabalho".




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- Confrontação, boicote e sabotagem - alguns se rebelavam e agiam com violência contra senhores e feitores; boicotavam os trabalhos, reduzindo ou paralisando as atividades; sabotavam a produção, quebrando ferramentas ou incendiando plantações. Na produção do açúcar, por exemplo, a sabotagem dos escravos era uma ameaça constante. Pedaços de madeira em brasa lançados nos canaviais provocavam incêndios; pedaços de ossos, ferro ou pedra jogados na moenda do engenho por vezes inutilizavam o maquinário, comprometendo a produção e até mesmo arruinando a safra.

- Negociações - as "negociações" entre senhores e escravos também faziam parte do cotidiano escravista. Segundo os historiadores João José Reis e Eduardo Silva, muitos escravos faziam acordos de cumprir as exigências de obediência e trabalho em troca de um melhor padrão de sobrevivência (alimentos, vestuários, saúde) e da conquista de espaço para a expressão de sua cultura, organização de festas etc.5

Glossário:

Quilombo: palavra de origem africana que significa população, união.

Fim do glossário.

LEGENDA: Comunidade remanescente de quilombo Kalunga Vão do Moleque durante um festejo. A comunidade está localizada no município de Cavalcante (GO). Fotografia de 2015.

FONTE: RICARDO TELES/PULSAR IMAGENS

Boxe complementar:

Investigando

- No mundo atual, existem casos de trabalhadores submetidos a condições análogas à de escravidão. Que mecanismos podem ser acionados para acabar com essa situação de violência? Há organizações e projetos que combatem o trabalho escravo em nosso país? Pesquise.

Fim do complemento.

5. Cf. REIS, João José; SILVA, Eduardo. Negociação e conflito. São Paulo: Companhia das Letras, 1996.

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Boxe complementar:



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Escravos domésticos

Os escravos domésticos eram escolhidos entre aqueles que os senhores consideravam mais bonitos, dóceis e confiáveis. Muitas vezes recebiam roupas melhores, alimentação mais adequada etc.

Boçal e ladino

Outro fator que distinguia os escravos era o processo de "adaptação" cultural. Tinha menor valor o boçal, designação dada ao escravo recém-chegado da África, que desconhecia a língua portuguesa e o trabalho na colônia. Em contrapartida, o ladino era mais valorizado: o escravo que entendia a língua portuguesa e já havia aprendido a rotina do trabalho.

Sobre a distinção entre os escravos, o jesuíta Antonil, que viveu no Brasil no início do século XVIII, apresentou a seguinte visão:

Uns chegam ao Brasil muito rudes e muito fechados e assim continuam por toda a vida. Outros, em poucos anos, saem ladinos e espertos, assim para aprenderem a doutrina cristã, como para buscarem modo de passar a vida. [...] Os que nasceram no Brasil, ou se criaram desde pequenos em casa dos brancos, afeiçoando-se a seus senhores, dão boa conta de si, e levando bom cativeiro, qualquer deles vale por quatro boçais.

ANTONIL, André João. Cultura e opulência do Brasil. Belo Horizonte: Itatiaia, 1997. p. 89.

Glossário:

Eito: roça ou plantação onde trabalhavam os escravos.

Fim do glossário.

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Boxe complementar:



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Lideranças de Ganga Zumba e Zumbi

O primeiro líder a se destacar em Palmares foi Ganga Zumba (que quer dizer "grande senhor"), que governou o quilombo de 1656 a 1678. Pressionado, porém, pelos ataques frequentes dos colonos, Zumba firmou com o governador de Pernambuco um acordo de paz que previa liberdade para os negros nascidos em Palmares, com a condição de serem devolvidos aos colonos os escravos recém-chegados ao quilombo.

Zumbi, sobrinho de Ganga Zumba, não concordou com essa condição e liderou um grupo que se opôs ao acordo. Zumba acabou destituído e assassinado, e Zumbi passou a liderar Palmares, comandando a luta contra vários ataques dos brancos.




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Interpretar fonte - Negociação e conflito

Leia, a seguir, trechos do tratado proposto por um grupo de escravos rebeldes a um senhor de engenho de Santana de Ilhéus, Bahia, em aproximadamente 1789.

Tratado proposto a Manuel da Silva Ferreira pelos seus escravos durante o tempo em que se conservaram levantados (cerca de 1789).

Meu senhor, nós queremos paz e não queremos guerra; se meu senhor também quiser nossa paz há de ser nessa conformidade, se quiser estar pelo que nós quisermos, a saber:

Em cada semana nos há de dar os dias de sexta-feira e de sábado para trabalharmos para nós não tirando um destes dias por causa de dia santo.

Para podermos viver nos há de dar rede, tarrafas e canoas. [...]

Os atuais feitores não os queremos, faça eleição de outros com a nossa aprovação. [...]

Poderemos plantar nosso arroz onde quisermos, e em qualquer brejo, sem que para isso peçamos licença, e poderemos cada um tirar jacarandás ou qualquer pau sem darmos parte para isso.

A estar por todos os artigos acima, e conceder-nos estar sempre de posse da ferramenta, estamos prontos para o servirmos como dantes, porque não queremos seguir os maus costumes dos mais engenhos.

Poderemos brincar, folgar e cantar em todos os tempos que quisermos sem que nos impeça e nem seja preciso licença.

In: REIS, João José; SILVA, Eduardo. Negociação e conflito. São Paulo: Companhia das Letras, 1996. p. 123-124.

- Com relação ao documento, identifique: quem o elaborou; quando foi elaborado; a quem se destinava; quais são as principais reivindicações dos escravos rebelados; o que se oferece em contrapartida.

Fim do complemento.

Glossário:

Tarrafa: espécie de rede de pesca circular, com pequenos pesos distribuídos em torno da circunferência.

Fim do glossário.



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Em destaque - Culturas africanas

Apesar de terem chegado ao Brasil sob as mais penosas condições, os africanos participaram intensamente das vivências culturais brasileiras. Essa participação deu-se por meio de um processo contínuo, rico e diversificado, sendo marcante, por exemplo, na literatura, na língua falada, no vocabulário, na música, na alimentação, na religião, no vestuário, nas técnicas e na ciência.

Vejamos o que diz sobre o assunto o etnólogo francês Pierre Verger:

[...] Na Bahia [...] os africanos provenientes da região do golfo de Benin puderam dar continuidade aos cultos dos antigos voduns e orixás, semelhantes aos dos atuais habitantes do sul do Daomé e sudoeste da Nigéria. As especialidades culinárias da Bahia levam, ainda, nomes pertencentes aos vocabulários iorubá e daomeano. No resto do Brasil, por outro lado, são mais aparentes as influências banto do Congo e de Angola.

A permanência visível de costumes africanos na cultura baiana pode ser explicada, em parte, pela concentração, no último século da escravidão, de africanos de uma mesma procedência da África nessa região do Brasil. Enquanto, no Rio de Janeiro, desembarcavam africanos de todas as nações, muitas vezes inimigos uns dos outros, na Bahia chegavam escravos jejes (daomeanos), ussás e nagôs provenientes da Costa da Mina, que mantinham identidades culturais e eram unidos entre si.

VERGER, Pierre. Fluxo e refluxo: do tráfico de escravos entre o golfo de Benin e a Bahia de Todos os Santos, dos séculos XVII a XIX. São Paulo: Corrupio, 1987.

Espalhadas por todas as regiões do país, as culturas africanas integram o modo de ser, pensar e viver da população brasileira. Do mesmo modo, o trabalho do africano e de seus descendentes marca a economia brasileira no passado e no presente.

LEGENDA: São Mateus, obra em madeira produzida por Mestre Valentim (1745-1813), escultor e urbanista descendente de africanos, que trabalhou no Rio de Janeiro. Pertence hoje ao Museu Histórico Nacional, no Rio de Janeiro.

FONTE: RÔMULO FIALDINI/TEMPO COMPOSTO

- Segundo Pierre Verger, o que teria favorecido a manutenção das identidades culturais africanas em certas regiões brasileiras e em outras não?

Fim do complemento.



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Destruição de Palmares

Em 1687, o governo e os senhores de engenho contrataram o bandeirante Domingos Jorge Velho e seus comandados para destruir Palmares. Em 1692, cercaram e atacaram o quilombo com o objetivo de prender os seus membros. Liderados por Zumbi, os quilombolas defenderam seu modo de vida, e os bandeirantes foram derrotados. Milhares de pessoas morreram nesses confrontos.

Em 1694, o governo enviou cerca de 6 mil homens para ajudar os bandeirantes comandados por Jorge Velho em novo ataque ao quilombo. Os quilombolas não tinham armas nem munição suficiente, mas ainda assim resistiram durante um mês. Ao final do combate, o quilombo foi destruído e sua população, massacrada.

Zumbi conseguiu escapar ao cerco, mas foi preso e morto em 1695, após muitas perseguições. Cortaram-lhe a cabeça, que foi exposta em praça pública em Recife.



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Resistência quilombola

Foi frequente, no continente americano, a formação de grupos de escravos fugidos como forma de resistência à escravidão. No Brasil, esses grupos recebiam o nome de quilombos ou mocambos, e seus membros eram chamados de quilombolas ou mocambeiros.

A resistência quilombola foi uma forma de luta escrava frequente e importante em vários períodos e regiões da América portuguesa. Do século XVII até os anos finais da escravidão, muitos africanos e seus descendentes fugiram e se reuniram nessas comunidades, construindo histórias de luta pela liberdade.

Vários estudos históricos sobre quilombos de São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso, Goiás, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Bahia e Pernambuco mostram que, embora a população dos quilombos fosse composta principalmente de africanos e seus descendentes, havia também entre eles indígenas ameaçados pelo avanço europeu, soldados desertores, pessoas perseguidas pela justiça ou simples aventureiros e comerciantes.

A vida nos quilombos estava ligada a atividades como: agricultura, caça, criação de animais, mineração e comércio. Seus integrantes sustentavam-se por meio de alianças "clandestinas" com escravos de ganho ou libertos e homens livres, principalmente comerciantes.




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Luta dos africanos

As diversas formas de resistência à escravidão

Os africanos trazidos para o Brasil e seus descendentes não ficaram passivos à condição escrava. Analisando as formas de resistência empregadas pelos cativos, autores de obras mais recentes mostram que os africanos reagiram à escravidão na medida de suas possibilidades, ora promovendo uma luta aberta contra o sistema, ora até mesmo se "adaptando" a certas condições, mas propondo formas de minimizar seus aspectos mais perversos mediante negociações com os senhores.

Vejamos algumas das formas de resistência vivenciadas por eles:



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Investigando

- Existem vendedores de rua na cidade onde você mora? Eles comercializam comidas? Quais?

Fim do complemento.

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LEGENDA: Obra do pintor alemão Emil Bauch, de 1858, que retrata escravos de ganho no Rio de Janeiro.

FONTE: EMIL BAUCH. REPRESENTAÇÃO DE ESCRAVOS DE GANHO NO RIO DE JANEIRO. 1858. COLEÇÃO PARTICULAR

Escravos do eito

Os escravos que trabalhavam nas lavouras eram chamados de negros do eito. Assim como os que lidavam com a mineração, viviam sob a fiscalização do feitor e trabalhavam até 15 horas por dia. Quando desobedeciam às ordens, podiam sofrer vários tipos de castigo, geralmente aplicados em público, para que os outros escravos também se intimidassem - era o chamado "castigo exemplar".

O excesso de trabalho, a má alimentação, as péssimas condições de higiene e os castigos que sofriam deterioravam rapidamente sua saúde. Muitos escravos morriam depois de cinco a dez anos de trabalho.




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Quilombo dos Palmares

Palmares, considerado o quilombo mais importante de nossa história, recebeu esse nome porque ocupava uma extensa região de palmeiras. Situava-se no atual estado de Alagoas, que, na época, fazia parte da capitania de Pernambuco.

Em Palmares, os quilombolas criavam gado e cultivavam milho, feijão, cana-de-açúcar e mandioca, além de realizar um razoável comércio com os povoados próximos.

Apesar das várias expedições militares organizadas para destruí-lo, o quilombo resistiu por 65 anos (1629-1694), chegando a ter, segundo um governador da capitania de Pernambuco do período, aproximadamente 20 mil habitantes. Esse número provavelmente era menor; acredita-se que tenha sido aumentado pelo governador para justificar o fracasso das primeiras expedições militares enviadas contra o quilombo.



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- Violência contra si mesmos - algumas mulheres, por exemplo, provocavam abortos para evitar que seus filhos também fossem escravos; outros cativos chegavam a praticar o suicídio, enforcando-se ou envenenando-se.

- Fugas individuais e coletivas - as fugas eram constantes. Alguns escravos fugidos buscavam a proteção de negros livres que viviam nas cidades; outros, para dificultar a captura e garantir a subsistência, formavam comunidades, chamadas quilombos, com organização social própria e uma rede de alianças com diversos grupos da sociedade.



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Rousseau. São Paulo: Abril, 1978. Coleção Os Pensadores.

SALVADOR, Frei Vicente do. História do Brasil (1500-1627). São Paulo/Belo Horizonte: Edusp/Itatiaia, 1982.

SARAIVA, José Hermano. História concisa de Portugal. Lisboa: Publicações Europa-América, 1996.

SCHWARTZ, Stuart. Segredos internos: engenhos e escravos na sociedade colonial, 1550-1835. São Paulo: Companhia das Letras, 1988.

SOBOUL, Albert. A Revolução Francesa . São Paulo: Difel, 1995.

SOUZA, Iara Lis C. A independência do Brasil. Rio de Janeiro: Zahar, 2000.

SOUZA, Laura de Mello e. Desclassificados do ouro. Rio de Janeiro: Graal, 1986.

SOUZA, Laura de Mello e et al. 1680-1720: o império deste mundo. São Paulo: Companhia das Letras, 2000.

SOUZA, Laura de Mello e (Org.). História da vida privada no Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 1997. v. 1.

SOUZA, Marina de Mello e. África e Brasil africano. São Paulo: Ática, 2006.

TODOROV, Tzvetan. A conquista da América: a questão do outro. São Paulo: Martins Fontes, 1996.

TUSELL, Javier et al. Historia del mundo contemporáneo. Madri: Ediciones SM, 1997.

VAINFAS, Ronaldo (Dir.). Dicionário do Brasil colonial. Rio de Janeiro: Objetiva, 2000.




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1615

Os franceses são expulsos do Maranhão.

1620

Publicação dos primeiros jornais semanais na Europa.

1621

Fundação da Companhia Holandesa das Índias Ocidentais.

1624

Os holandeses invadem Salvador, capital da colônia.

1625

Os holandeses são expulsos da Bahia.

1630

Os holandeses iniciam a invasão de Pernambuco, de onde são expulsos somente em 1654.

1637

O holandês Maurício de Nassau chega ao Brasil e inicia sua administração.

1640

D. João IV restaura o trono português, pondo fim ao domínio espanhol.

1642-1689

Revolução Inglesa, dividida em quatro etapas: guerra civil (1642-1648), república de Cromwell (1649-1658), restauração monárquica (1660-1688) e Revolução Gloriosa (1688-1689).

1644

Maurício de Nassau se desentende com a Companhia das Índias Ocidentais e deixa o cargo de governador das áreas nordestinas conquistadas pelos holandeses.

1648

Vitória dos luso-brasileiros contra os holandeses na primeira batalha dos Guararapes (a segunda foi em 1649).

1651

O inglês Oliver Cromwell promulga o Ato de Navegação, com o objetivo de desenvolver a marinha inglesa.

1654

Os holandeses rendem-se aos luso-brasileiros na Campanha da Taborda.

1661

Início do reinado de Luís XIV, o Rei Sol, símbolo do absolutismo monárquico francês, estendendo-se até 1715.

Os holandeses reconhecem oficialmente a perda do nordeste brasileiro e assinam o tratado de paz de Haia.

1674

Bandeira de Fernão Dias Pais parte em direção ao sertão de Minas Gerais.

1684

Explode, no Maranhão, a revolta liderada pelo senhor de engenho Manuel Beckman.

1687

O físico inglês Isaac Newton (1642-1727) formula a lei da gravidade. É autor também das leis fundamentais da mecânica clássica (Física).

1689

Revolução Gloriosa, na Inglaterra. Guilherme de Orange assina a Declaração de Direitos. Ascensão da burguesia ao controle do Estado.

1690

O filósofo inglês John Locke publica Ensaio acerca do entendimento humano.

1690-1695

São encontradas as primeiras jazidas de ouro no Brasil.

1694

O bandeirante Domingos Jorge Velho (sertanista de contrato) destrói o quilombo de Palmares.

1701

É proibida a criação de gado em uma faixa de dez léguas a partir do litoral em direção ao interior do território brasileiro.



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Sugestões de pesquisa

Sites

- Ética e liberdade no ambiente de trabalho: https://youtu.be/6Fz0V0HNHMs

Vídeo que investiga as relações de trabalho a partir das vivências de trabalhadores. Programa do Canal Futura. Apresentado por Renato Janine Ribeiro, professor de Filosofia da USP.

- A longa jornada dos direitos trabalhistas: http:// www.ipea.gov.br/desafios/index.php?option=com_content&view=article&id=2909:catid=28&Itemid=23

Texto ricamente ilustrado sobre a história dos direitos trabalhistas no Brasil. Publicado na revista Desafios do desenvolvimento, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA). Autoria de Gilberto Maringoni, professor de Relações Internacionais da UFABC.

- Juventudes e trabalho: https://youtu.be/VzRtQhb8MXs

Vídeo sobre uma jovem que conseguiu abrir seu próprio negócio com o auxílio financeiro e administrativo de uma ONG. Programa Diz aí, do Canal Futura.

- Mercado de trabalho para jovens: http://www2. camara.leg.br/camaranoticias/tv/materias/PARTICIPACAO-POPULAR/489019-MERCADO-DETRABALHO-PARA-JOVENS.html

Vídeo sobre a inserção dos jovens no mercado de trabalho. Programa Participação popular, da TV Câmara.

- Mulheres e o mundo do trabalho: http://www.pacs.org.br/2013/01/24/mulheres-e-o-mundo-dotrabalho/

Documentário sobre as desigualdades entre homens e mulheres no mundo do trabalho. Realizado pelo Instituto de Políticas Alternativas para o Cone Sul (Brasil, 2008). Direção de Márcia Shoo.

- História do emprego e relações de trabalho no Brasil: http://www.viarapida.sp.gov.br/Cadernos.aspx?CadernoID=3&ApostilaID=22&cadernoIndex=0& apostilaIndex=2&mostra=video

Vídeo sobre a história do trabalho e das conquistas trabalhistas no Brasil. Realizado pela Secretaria do Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação, do Governo do Estado de São Paulo.

- História da Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT): https://youtu.be/x3a2PKNAYWM

Vídeo sobre o surgimento da CLT, conjunto de normas que regulamentam as relações de trabalho no Brasil. Série CLT 70 Anos, do Jornal da Justiça, realizado pelo Tribunal Superior do Trabalho.

- Escravo Nem Pensar: http://www.escravonempensar.org.br/

Site de um projeto que visa combater formas atuais de trabalho escravo. O projeto procura discutir o tema por meio de ações educativas.

LEGENDA: Uma equipe de chefs de cozinha prepara diversos pratos em restaurante durante horário de almoço.

FONTE: JETTA PRODUCTIONS/GETTY IMAGES




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