A industrialização e considerada como um dos parâmetros necessários para a modernização

Em um contexto global heterogêneo, essa meta foca o desenvolvimento industrial dos países, advogando, explicitamente, o aumento significativo da participação da indústria no emprego e no PIB como forma de elevar a produtividade por meio da mudança estrutural.

Entretanto, no caso específico do Brasil, como mostra o estudo "Produtividade no Brasil: Desemprenho e Determinantes" do Ipea, a produtividade da economia cresceu pouco não porque aumentou a participação de setores pouco produtivos na estrutura produtiva, mas sim porque a produtividade dentro dos setores econômicos cresceu pouco. Depreende-se, portanto, que o baixo crescimento da produtividade da economia brasileira, no período recente, está associado a outros fenômenos que não à mudança estrutural ocorrida. Isso significa que não foi essa mudança estrutural a responsável pelo baixo crescimento da produtividade. As causas para o baixo dinamismo da economia brasileira vão muito além da simples dicotomia indústria versus serviços.

Tendo em vista esse contexto, a meta brasileira foi adequada para refletir de forma mais direta os reais desafios da economia brasileira, no sentido da elevação da produtividade, da complexidade tecnológica e das melhorias das condições de trabalho.

Vale observar que o Grupo de Trabalho ampliou a abrangência da Meta Global para Atividades Econômicas como forma de incluir outros setores econômicos que também precisam ser contemplados em seus objetivos. Não obstante, os representantes do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços registraram que a meta nacional deveria estar focada na indústria.

Conceitos importantes mencionados na meta

Produtividade - valor adicionado por trabalhador, nos diferentes setores.

Estrutura produtiva - participação dos diferentes setores na economia brasileira.

Inclusiva e sustentável - geração de maior valor adicionado por trabalhador, e melhora nas condições de trabalho e na apropriação dos ganhos de produtividade advindo, com minimização de impactos ambientais.

Atividades de alta complexidade tecnológica são as chamadas indústrias de alta tecnologia e de serviços intensivos em conhecimentos.1

1 As atividades econômicas que são consideradas de alta intensidade tecnológica são aquelas dos grupos ou divisões: 21, 26, 30.4,58, 59, 60, 61, 62, 63, 64, 65, 66, 69, 70, 71, 72, 73, 74, 75, Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE 2.0), definição adotada a partir de OCDE (2005:166) [OECD Science, Technology and Industry Scoreboard. Paris, 2005.].

A industrialização consiste em transformar um determinado espaço geográfico a partir da construção de indústrias e de empresas direta e indiretamente ligadas a essas indústrias. Esse fenômeno humano é importante por provocar profundas alterações socioespaciais, tanto acelerando a urbanização e o êxodo rural quanto alterando drasticamente a maneira de exploração e utilização dos recursos naturais.

Quando se aborda a questão da industrialização mundial, fala-se de um processo que se manifestou de forma extremamente desigual pelo globo. Enquanto os países de industrialização clássica desenvolveram-se tecnologicamente a partir de meados do século XVIII e ao longo do século XIX, os países de industrialização tardia vivenciaram esse fenômeno apenas a partir do século XX, enquanto alguns deles ainda sequer podem ser considerados como territórios industrializados.

A Inglaterra foi o país que primeiro se desenvolveu nesse sentido, na chamada Primeira Revolução Industrial. Antes disso ocorrer, eram conhecidos apenas o artesanato e a manufatura, não existindo um processo produtivo sistematizado e guiado pela presença de maquinários, como ocorre nas fábricas.

Na Primeira Revolução Industrial, as técnicas baseavam-se na operação da máquina a vapor, cuja fonte de energia principal era o carvão. Essa etapa ocorreu na Europa e provocou profundas alterações no espaço das cidades, que passaram a crescer de forma acelerada em virtude da grande oferta de empregos e da mecanização do campo, que foi um dos fatores que provocaram o êxodo rural (migração em massa da população do campo para as cidades).

Na Segunda Revolução Industrial, a tecnologia conheceu um novo ciclo de inovação, e o petróleo tornou-se a principal fonte de energia, algo que ocorre até hoje, mesmo com as inovações industriais posteriores. A mão de obra passou a ser mais qualificada, uma vez que as formas de produção tornaram-se mais complexas, com maquinários movidos a energia elétrica e com um maior grau de complexidade. Nesse período também foi dominante o modelo de produção fordista, caracterizado pelo trabalho repetitivo nas fábricas e uma produção em grandes quantidades.

A partir da segunda metade do século XX, o mundo conheceu uma nova etapa: a Terceira Revolução Industrial ou Revolução técnico-científica informacional. Esse processo de desenvolvimento ainda se encontra em curso e é responsável pela informatização das sociedades e pelo desenvolvimento dos transportes, comunicação, biotecnologia e informação. Com isso, as chamadas multinacionais ou empresas globais conseguiram se disseminar pelo mundo, propiciando a industrialização de países subdesenvolvidos, que, antes disso, produziam apenas matérias-primas para as nações desenvolvidas.

Nesse contexto, fala-se do encurtamento das distâncias e da aceleração das atividades, naquilo que se denominou por compressão espaço-tempo. Com isso, o fordismo foi substituído pelo toyotismo em que não há mais a produção em massa, e sim conforme a demanda pelas mercadorias. Além disso, o trabalho deixou de ser repetitivo, mas sim flexibilizado, com um mesmo empregado desempenhando várias funções ao longo da cadeia produtiva.

Como reflexo do desenvolvimento industrial, percebemos que os países considerados desenvolvidos são justamente aqueles que primeiro se industrializaram. Com isso, seus espaços geográficos sociais, apesar de ainda apresentarem contradições e desigualdades, são mais modernos em relação aos países periféricos ou em desenvolvimento. Além disso, mesmo com as grandes multinacionais se espalhando por todo o mundo, são os países ricos que abrigam suas sedes – sobretudo as chamadas Cidades Globais, como Nova York e Londres – e dominam as principais formas de tecnologia.

Industrialização é um tipo de processo histórico e social através do qual a indústria se torna o setor dominante de uma economia, mediante a substituição de instrumentos, técnicas e processos de produção, resultando em aumento da produtividade dos fatores e a geração de riqueza.

A industrialização e considerada como um dos parâmetros necessários para a modernização

PIB mundial per capita mostra um crescimento exponencial desde o início da Revolução Industrial.[1]

Assim, a economia, antes de base agrária, artesanal e comercial, passa a ter uma base urbana e industrial - o que gera transformações profundas sobre os modos de vida e o padrão de relações sociais anterior. O sistema de produção artesanal, manual, espacialmente disperso, dá lugar à produção serial, mecânica, espacialmente concentrada, padronizada, isto é, capaz de gerar produtos de qualidade homogênea. Toda a economia e toda a sociedade se reorganizam em função do desenvolvimento da indústria.

A industrialização pode ser parte de um processo mais amplo de modernização, em que a inovação tecnológica, desenvolvimento econômico e mudança social estão estreitamente relacionados. Há um processo de crescente racionalização, introduzindo mudanças de atitude dos indivíduos e da sociedade também com relação à natureza, que passa a ser vista principalmente como recurso produtivo.[2]

Algumas das principais características do processo de industrialização são:

  • aprofundamento na divisão do trabalho e da especialização;
  • concentração da renda e da riqueza;
  • intensificação da formação bruta de capital fixo;
  • aumento da produtividade industrial e agrícola;
  • aumento do consumo;
  • generalização do trabalho assalariado;
  • incremento da urbanização e desenvolvimento do setor de serviços.

Entretanto, a industrialização não ocorre em todos os países e, quando ocorre, pode não ser na mesma época ou da mesma forma.

 

Uma fábrica moderna.

A partir de meados do século XVIII, na Inglaterra, ocorreram importantes mudanças tecnológicas, que tiveram profundo impacto no processo produtivo, com repercussões nas esferas econômica e social. A esse conjunto de transformações chamou-se Revolução Industrial. Depois da Inglaterra, vários outros países passaram por processos análogos, ao longo do século XIX. A chamada Primeira Revolução Industrial foi marcada pelo surgimento da primeira máquina a vapor e pelas consequentes mudanças na sociedade em virtude dessa nova tecnologia.

Na América Latina, a organização CEPAL criada em 1948 defendeu em seus primeiros trabalhos a industrialização como a alternativa para a região se desenvolver economicamente.[3]

Já a chamada Segunda Revolução Industrial envolveu uma série de desenvolvimentos dentro da indústria química, elétrica e siderúrgica, com base no uso intenso do petróleo como fonte de energia.

Por fim, a Terceira Revolução Industrial, conhecida também como a Revolução Digital ou mesmo Era do Conhecimento, caracteriza-se pelo uso da informática e telemática e as consequentes transformações nas relações sociais e econômicas.

  • Automação
  • Desindustrialização
  • Divisão do trabalho

  1. Angus Maddison (2001). The World Economy: A Millennial Perspective. Paris: OECD. ISBN 92-64-18998-X 
  2. O'Sullivan, Arthur; Steven M. Sheffrin (2003). Economics: Principles in action. Upper Saddle River, New Jersey 07458: Prentice Hall. p. 472. ISBN 0-13-063085-3  A referência emprega parâmetros obsoletos |coautor= (ajuda)
  3. Formação Econômica do Brasil - Ed. Saraiva, 1977 - Série de textos organizada por Flavio Roberto Versiani e José Roberto Mendonça de Barros - Introdução, pgs. XI a XIII

  • Hewitt, T., Johnson, H. and Wield, D. (Eds) (1992) industrialisation and Development, Oxford University Press: Oxford.
  • Hobsbawm, Eric (1962): The Age of Revolution. Abacus.
  • Kiely, R (1998) industrialisation and Development: A comparative analysis, UCL Press:London.
  • Pomeranz, Ken (2001)The Great Divergence: China, Europe and the Making of the Modern World Economy (Princeton Economic History of the Western World) by (Princeton University Press; New Ed edition, 2001)
  • Kemp, Tom (1993) Historical Patterns of Industrialisation, Longman: London. ISBN 0-582-09547-6
  • Tilly, Richard H.: Industrialization as an Historical Process, European History Online, Mainz: Institute of European History, 2010, retrieved: 29 February 2011.
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