A como comparação depois temporalidade pois conclusão

A conjunção faz parte das dez classes gramaticais que constituem o campo da morfologia no estudo da língua portuguesa. A seguir, confira mais detalhes sobre definição e classificação, além de exemplos de cada um dos tipos de conjunções e exercícios resolvidos sobre o assunto.

Índice do conteúdo:

  • O que é
  • Tipos
  • Locuções conjuntivas

Para começar a entender o que são as conjunções, veja a definição abaixo:

“Conjunção é uma palavra invariável que liga orações ou palavras da mesma oração.” (CEGALLA, 2008, p. 289)

Nos exemplos abaixo, as conjunções destacadas são são usadas para ligar palavras e orações, respectivamente. Observe:

  • Tristeza e alegria não moram juntas. (conexão entre termos de uma mesma oração)
  • Saímos de casa quando amanhecia. (conexão entre duas orações distintas)

Agora que você já sabe para que servem as conjunções, aprenda sobre sua classificação a seguir e veja frases com exemplos para entender bem o conteúdo!

Tipos de conjunção

Conjunções coordenativas

Aditivas: dão a ideia de adição, acréscimo, como: e, nem, mas também, mas ainda, senão também, como também, bem como.

Exemplos:

  • O agricultor colheu o trigo e o vendeu.
  • Não aprovo nem permitirei essa falta de educação.
  • Os livros não só instruem, mas também divertem.
  • As abelhas não apenas produzem mel e cera, mas ainda polinizam as flores.

Observação: a conjunção e pode apresentar valor adversativo também, a depender do contexto:

  • Sofrem duras privações e (= mas) não se queixam.
  • Quis dizer mais alguma coisa e (= mas) não pôde.

Adversativas: exprimem oposição, contraste, ressalva, compensação, como: mas, porém, todavia, contudo, entretanto, senão, ao passo que, no entanto, não obstante, apesar disso, em todo caso.

Exemplos:

  • Querem ter dinheiro, mas não trabalham.
  • Ela não era bonita, contudo cativava pela simpatia.
  • Não vemos a planta crescer, no entanto ela cresce.
  • A culpa, não atribuo a vós, senão a ele.
  • O professor não proíbe, antes estimula as perguntas em aula.
  • O exército do rei parecia invencível, não obstante foi derrotado.
  • Você já sabe bastante, porém deve estudar mais.
  • Eu sou pobre, ao passo que ele é rico.
  • Hoje não atendo, em todo caso entre.

Alternativas: exprimem alternância, como: ou, ou…ou, ora…ora, já…já, quer…quer etc.

Exemplos:

  • Os sequestradores deviam render-se ou serão mortos.
  • Ou você estuda ou arruma um emprego.
  • Ora triste, ora alegre, a vida segue seu ritmo.
  • Quer reagisse, quer se calasse, sempre acabava apanhando.
  • Já chora, já se ri, já se enfurece.

Conclusivas: iniciam uma conclusão, como: logo, portanto, por conseguinte, pois (posposto ao verbo), por isso.

Exemplos:

  • As árvores balançam, logo está ventando.
  • Você é o proprietário do carro, portanto é o responsável.
  • O mal é irremediável; deves, pois, conformar-te.

Explicativas: precedem uma explicação, um motivo, como: que, porque, porquanto, pois (anteposto ao verbo).

Exemplos:

  • Não solte balões, que (porque/pois/porquanto) podem causar incêndios.
  • Choveu durante a noite, porque as ruas estão molhadas.

Conjunções subordinativas

Causais: introduzem orações que exprimem causa, como: porque, que, pois, como, porquanto, visto que, visto como, já que, uma vez que, desde que.

Exemplos:

  • O tambor soa porque é oco.
  • Como estivessem de luto, não nos recebeu.
  • Desde que é impossível, não insistirei.

Comparativas: introduzem orações que representam o segundo elemento de uma comparação. São elas: como, (tal) qual, tal e qual, assim como, (tal) como, (tão ou tanto) como, (mais) que ou do que, (menos) que ou do que, (tanto) quanto, que nem, feito, o mesmo que.

Exemplos:

  • Ele era arrastado pela vida como uma folha pelo vento.
  • O exército avançava pela planície qual uma serpente imensa.
  • Os cães, tal qual os homens, podem participar das três categorias.
  • Sou o mesmo que um cisco em minha própria casa.
  • Por que ele ficou me olhando feito bobo?
  • Os pedestres iam para suas casas que nem um bando de formigas apressadas.

Concessivas: iniciam orações que exprimem um fato que se concede, que se admite, em oposição a outro. Como: embora, conquanto, que, ainda que, mesmo que, ainda quando, mesmo quando, posto que, por mais que, por muito que, por menos que, se bem que, em que, nem que, dado que, sem que.

Exemplos:

  • Célia vestia-se bem, embora fosse pobre.
  • A vida tem um sentido, por mais absurda que possa parecer.
  • Beba, nem que seja um pouco.
  • Dez minutos que fossem, para mim, seria muito tempo.
  • Fez tudo direito, sem que eu lhe ensinasse.

Condicionais: iniciam orações que exprimem condição ou hipótese. São elas: se, caso, contanto que, desde que, salvo se, sem que (= se não), a não ser que, a menos que, dado que.

Exemplos:

  • Ficaremos sentidos, se você não vier.
  • Comprarei o quadro, desde que não seja caro.
  • Não sairás daqui sem que antes me confesses tudo.

Conformativas: indicam conformidade de um fato com outro. São elas: como, conforme, segundo, consoante.

Exemplos:

  • As coisas não são como (= conforme) dizem.
  • Digo essas coisas por alto, segundo ouvi falar.

Consecutivas: iniciam orações que exprimem consequência. São elas: que (precedido de termos intensivos como tal, tão, tanto, tamanho, sendo por vezes subentendidos), de sorte que, de modo que, de forma que, de maneira que, sem que, que (não).

Exemplos:

  • Minha mão tremia tanto que mal podia escrever.
  • Falou com uma calma (tal) que todos ficaram atônitos.
  • Ontem estive doente, de sorte que não saí.
  • Não podem ver um cachorro na rua sem que o persigam.
  • Não podem ver um brinquedo que não o queiram comprar.

Finais: iniciam orações que exprimem finalidade, como: para que, a fim de que, que (= para que).

Exemplos:

  • Afastou-se, depressa para que não o víssemos.
  • Falei-lhe com bons termos, a fim de que não se ofendesse.
  • Fiz-lhe o sinal que se calasse.

Proporcionais: iniciam orações que exprimem proporcionalidade. São elas: à proporção que, à medida que, ao passo que, quanto mais… (tanto mais), quanto mais… (tanto menos), quanto menos… (tanto mais), quanto mais…(mais), (tanto)…quanto.

Exemplos:

  • À medida que se vive, mais se aprende.
  • À proporção que subíamos, o ar ia ficando mais leve.
  • Quando mais as cidades crescem, mais problemas vão tendo.

Temporais: introduzem orações que exprimem tempo, como: quando, enquanto, logo que, mal (=logo que), sempre que, assim que, desde que, antes que, depois que, até que, agora que, ao mesmo tempo que, toda vez que.

Exemplos:

  • Venha quando quiser.
  • Não fale enquanto come.
  • Ela me reconheceu, mal lhe dirigi a palavra.
  • Desde que o mundo existe, sempre houve guerras.
  • Agora que o tempo esquentou, podemos ir à praia.
  • Ao mesmo tempo que corriam, atiravam pedras para trás.

Integrantes: introduzem orações que funcionam como substantivos. São elas: que, se.

Exemplos:

  • Pedi-lhe que me desculpasse. (Pedi-lhe desculpas.)
  • Verifique se o muro é sólido. (Verifique a solidez do muro.)

Locuções conjuntivas

As locuções conjuntivas são conjuntos de duas ou mais palavras que aprensentam valor de conjunção em uma determinada frase. Ou seja, ligam orações ou palavras dentro de uma mesma oração. Veja exemplos: no entanto, visto que, desde que, se bem que, por mais que, ainda quando, à medida que, logo que, a fim de que, ao mesmo tempo que etc.

As conjunções são uma parte essencial para um texto coerente, com boa coesão do discurso, tanto falado como escrito. É por meio delas que se pode ligar ideias, antes independentes, em um contexto de significação mais amplo e diversificado.

Conjunção é a palavra invariável que liga duas orações para estabelecer uma relação lógica de sentido. Pode ser classificada como coordenativa ou subordinativa. Cada uma destas duas especificações divide-se em outras.

A conjunção do tipo coordenativa pode ser de adição, adversidade, alternância, conclusão e explicação. Já a do tipo subordinativa pode ser de integração, causa, condição, comparação, conformidade, consequência, concessão, finalidade, proporção e tempo.

Para um termo ser considerado conjunção ele precisa substituir um termo sem alterar o sentido da frase. Existe um conjunto de conjunções consideradas essenciais por atuarem sempre como conjunção. Essas palavras são: e, nem, mas, porém, todavia, contudo, entretanto, ou, pois, porque, portanto, se, ora, apesar e como.

O assunto é muito explorado em provas de acesso às universidades e concursos, tanto nas questões objetivas quanto na dissertação. O maior erro ao estudá-lo é tentar decorar sua aplicabilidade. Assim, recomenda-se fazer a leitura da conjunção no contexto. Ainda neste artigo serão pontuadas as classificações das conjunções e seus sentidos.

Classificações de cada conjunção

Conjunções coordenativas de adição

São elo entre duas orações com a mesma função na gramática. Expressam ideia de soma. São elas: e, nem (no sentido de “e não”), não só … mas também, não só… como também, bem como, não só… mas ainda etc.

Exemplos:

  • Minha mãe viajou e o meu pai foi para o trabalho.
  • Cheguei tarde do curso e acabei indo dormir sem jantar.
  • Eu vou para o Rio de Janeiro e Maria vai comigo.

Conjunções coordenativas de adversidade

São palavras que quando usadas exprimem oposição de ideia. São elas: mas, porém, contudo, entretanto, no entanto, todavia, não obstante etc.

Exemplos:

  • Antônio ganhou um presente mas não gostou.
  • Antônio ganhou um presente e não gostou. (Observe que a conjunção “e” aqui aparece como adversidade ao invés de adição, pois transmite ideia de “mas”).
  • Magda bateu o carro, porém não se feriu.

Conjunções coordenativas de alternância

A conjunção desse tipo apresenta ideia de intercalação. São classificadas assim: ou, ou…ou, já…já, ora…ora, quer…quer, seja…seja etc.

Exemplos:

  • Já chega de televisão: leia um livro ou vá estudar.
  • Ora quer ficar comigo, ora quer ficar com ele.
  • Ou ele ou eu.

Conjunções coordenativas de conclusão

As palavras enquadradas neste tipo dão à oração anterior à conjunção uma ideia de conclusão. São: logo, pois (depois do verbo), portanto, por conseguinte, por isso, assim, por consequência, por conseguinte etc.

Exemplos:

  • Já arrumei a casa, por isso vou sair.
  • Choveu bastante, portanto a colheita está garantida.
  • Ela gastou mais do que deveria, logo ficou com a consciência pesada e a conta vazia.

Conjunções coordenativas de explicação

As palavras classificadas como explicativas justificam a ideia da oração anterior. São elas: isto é, que, porque, pois (antes do verbo), porquanto etc.

Exemplos:

  • Não vou à festa porque estou cansado.
  • Não demore, que a sua vez já vai chegar.
  • Joana faltou ao trabalho hoje, pois está doente.
Conjunção é uma classe de palavras invariáveis que dão sentindo lógico ao discurso. (Foto: Shutterstock)

Conjunções subordinativas de integração

Integram oração com funções de sujeito, objeto direto, objeto indireto, predicativo, aposto, agente da passiva e complemento nominal. As conjunções integrativas são que e se.

Exemplos:

  • Espero que minha mãe chegue rápido.
  • Não sei se devo viajar amanhã.
  • Não sei se é real ou sonho

Conjunções subordinativas de causa

São termos que expressam acontecimento ou causa. São elas: porque, que, porquanto, visto que, uma vez que, já que, pois que, como etc.

Exemplos:

  • Não fomos ao show porque não compramos o ingresso.

Nota: para não confundir o emprego do “porque” como conjunção causal ou explicativa, deve-se atentar ao verbo. Se ele estiver no imperativo, a conjunção será explicativa.

  • Como estava calor, liguei o ventilador.
  • Visto que a chuva chegaria, Felipe adiantou o passo.

Conjunções subordinativas de comparação

São usadas para comparar dois membros da oração. As mais usadas são: que, do que, como, que nem, assim como, tal, qual, tanto quanto etc.

Exemplos:

  • A criança pulava como pipoca.
  • Ana é mais responsável do que Carol.
  • André está confuso tanto quanto Zezé.

Conjunções subordinativas de consequência

Essas conjunções aparecem no texto com sentido de consequência. São: que, tanto…que, tão que, tal que, tamanho que, de forma que, de modo que, de sorte que, de tal forma que etc.

Exemplos:

  • Moisés estudou muito, tanto que foi aprovado em primeiro lugar.
  • João malhou tanto que ficou com dores no corpo.
  • Falou tanto na reunião que ficou sem voz.

Conjunções subordinativas de final

Dão sentido de fim ao acontecimento da frase. Estas palavras são: a fim de que e para que.

Exemplos:

  • Aproxime-se a fim de que possamos conhecê-la melhor.
  • Li muito a receita para que não houvesse erro.
  • Comprei este livro para que você o leia.

Conjunções subordinativas de tempo

As conjunções temporais são expressões que na oração dão sentido de tempo. São: quando, enquanto, agora que, logo que, desde que, assim que, tanto que, apenas, antes que, sempre que.

Exemplos:

  • Assim que cheguei em casa começou a chover
  • Logo que a bebê dormir, irei descansar.
  • Quando as férias chegarem, viajaremos.

Conjunções subordinativas de condição

As conjunções condicionais denotam uma condição para algo ser realizado. São: se, caso, salvo se, desde que, exceto se, contando que, a não ser que etc.

Exemplos:

  • Se fizer sol, irei à praia.
  • Caso você não venha, irei dormir.
  • Desde que ele cumpra a promessa, será bem recompensado.

Conjunções subordinativas de conformidade

Exprimem ideia de concordância entre o (os) fato (s) da oração. Essas palavras são: conforme, como, consoante, segundo etc.

Exemplos:

  • Fiz o exercício conforme a explicação da professora.
  • Tal foi a conclusão de Daniel, segundo leu no resumo.
  • Como eu havia dito, não participarei da reunião.

Conjunções subordinativas de concessão

Apresentam ideia de contradição ao que foi dito. Representam: embora, conquanto, ainda que, mesmo que, se bem que, posto que, apesar de que, por mais que, por melhor que etc.

Exemplos:

  • Cumprirei com a minha palavra embora não concorde com a condição imposta.
  • Camila almoçou ainda que estivesse sem vontade.
  • Pouco demorei, conquanto fosse a minha vontade.

Conjunções subordinativas de proporção

As conjunções proporcionais expressam simultaneidade. Assim, são: à medida que, à proporção que, ao passo que, quanto mais, quanto menos, quanto menor e quanto melhor.

Exemplos:

  • Quanto mais você lê, mais melhora a escrita.
  • À medida que o tempo ia passando, ela ia envelhecendo rapidamente.
  • O preço do tomate aumenta à proporção que esse alimento falta no mercado.