Valor de carro zero popular

A explosão dos preços dos combustíveis, neste ano, complicou ainda mais a vida de quem pensa em comprar um carro zero. Afinal, além dos juros altos, que oneram o financiamento, é preciso considerar a despesa, toda vez que parar em um posto para reabastecer.

Entre janeiro e agosto (dados mais recentes), o preço médio da gasolina acumula uma alta de desconcertantes 31%. O etanol foi ainda mais longe, com 41%, segundo o IBGE. A inflação dos combustíveis machuca tanto o bolso dos brasileiros, que se tornou tema de acalorados debates políticos, com o presidente Jair Bolsonaro acusando os Estados de pesarem a mão no ICMS sobre esses produtos e, portanto, serem os culpados pelos preços altos.

Enquanto os políticos tentam se entender, o Money Times cruzou a Tabela Fipe, que traz o preço dos veículos zero-quilômetro, com os dados do Programa de Etiquetagem Veicular do Inmetro, que define o consumo de cada modelo.

O objetivo foi encontrar os melhor de dois mundos: veículos flex (isto é, que rodam com gasolina ou etanol) baratos e com baixo consumo de combustível.  Veja o resultado.

Renault Kwid Life 1.0 é o campeão

Embora o carro custe R$ 459 a mais que o Fiat Mobi Easy 1.0, R$ 47.807,00 contra R$ 47.348,00, ele possui um desempenho muito maior que o concorrente quando assunto é andar mais por menos.

Segundo o Inmetro, o automóvel percorre 10,3 quilômetros por litro de etanol em um trecho urbano e 10,8 quilômetros na estrada.

Se o motorista escolher a gasolina, o veículo vai andar cerca de 14,9 quilômetros na cidade a cada litro colocado. Na estrada, o número sobe para 15,6 quilômetros.

Fiat Mobi Easy 1.0

Avaliado em R$ 47.348,00 pela Tabela Fipe e sendo o carro zero mais barato do momento, o Fiat Mobi Easy ficou em segundo lugar, pois não consegue superar o Kwid no principal quesito.

De acordo com o Inmetro, o veículo consegue percorrer 9,7 quilômetros para cada litro de álcool nas grandes cidades. Já o desempenho na rodovia sobe para 10,7 quilômetros por litro.

Quando o assunto é gasolina, o desempenho nas cidades vai para 13,7 quilômetros por litro e, nas estradas, chega a percorrer cerca de 15,3 quilômetros.

Ford Ka 1.0 S

O terceiro colocado custa R$ 52.853,00 nos valores de outubro de 2021, de acordo com a Fipe.

Segundo o Inmetro, se o Ford Ka S for abastecido com etanol, consegue percorrer uma distância de 9,3 quilômetros por litro na cidade e 10,8 quilômetros na estrada.

Se o condutor optar pela gasolina, vai andar a cada litro uma distância de 13,3 quilômetros na cidade e 15,6 quilômetros na rodovia.

Fiat Uno Drive 1.0

O quarto colocado custa quase R$ 3 mil a mais que o quinto, com um valor de R$ 58.340,00, segundo a Tabela Fipe. No entanto, como foco principal é economizar na gasolina ele tomou a frente.

Para o Inmetro, se o Fiat Uno Drive estiver rodando com etanol em um trecho urbano, vai rodar uma distância de 9,1 quilômetros. Por outro lado, caso o condutor esteja em uma rodovia, o desempenho sobe para 10,6 quilômetros por litro.

Com gasolina, o condutor vai conseguir rodar 13,2 quilômetros por litro na cidade e 15,2 quilômetros na estrada.

Fiat Grand Siena ATTRACTIVE 1.0

De todos os selecionados, o Fiat Grand Siena é o que menos poupa combustível. Avaliado em R$ 55.653,00 pela Tabela Fipe, o veículo percorre 7,9 quilômetros por litro de etanol nos trechos urbanos e 9,5 quilômetros nas rodovias.

Ainda de acordo com o Inmetro, caso o motorista queira dirigir com gasolina, o automóvel anda 11,2 quilômetros  por litro nas cidades e 13,6 quilômetros na estrada.

Veja a tabela completa:

Nos últimos anos o preço do carro zero aumentou consideravelmente, segundo um estudo divulgado pela plataforma CupomValido.com.br. Somente no ano de 2021, os custos dos automóveis populares tiveram um aumento de 26,83% a 47,95%.

Antes do início da pandemia, em janeiro de 2020, era possível encontrar um carro popular zero por aproximadamente R$ 35 mil. Em janeiro de 2021, o preço subiu para aproximadamente R$ 38 mil. Em 2022, já são pouquíssimas as opções na faixa de R$ 50 mil. Além disso, a gasolina passou por reajustes.

O Hyundai HB20, por exemplo, considerado como uma opção popular, passou por reajustes recentes que levaram certos modelos a ultrapassarem a faixa dos R$ 100 mil. Atualmente o Fiat Mobi é o carro mais barato do Brasil, custando R$ 49.949. Veja a lista dos 10 automóveis mais em conta:

A pesquisa compilou preços dos veículos da Tabela FIPE e dados da Scrap Car Comparison. O segundo lugar do ranking, o Renault Kwid, custa R$ 50.240 – trata-se de uma diferença de apenas 0,58% para o Fiat Mobi, basicamente um empate técnico.

Em terceiro temos o Ford Ka por R$ 52.694, um aumento considerável. Em quarto fica o Chevrolet Joy, por R$ 54.200, mas a elevação de preço fica realmente significativa a partir do quinto lugar. O Volkswagen Fox custa R$ 64.120, e a partir dessa posição os preços crescem até a faixa dos R$ 69 mil.

O estudo também revelou quais são os países mais caros para se ter um carro. Para tal, comparou o preço da compra e manutenção de um automóvel com a renda média salarial de cada país.

O Brasil ficou na 5ª colocação entre os 10 países mais caros do mundo para obter um carro. No ranking, fica atrás do Uruguai, Colômbia, Turquia e Argentina. Para comprar e manter um carro zero, os brasileiros precisam gastar 441,89% do rendimento médio anual.

A alta dos preços dos automóveis está relacionada a diversos fatores. O primeiro é a pandemia, que paralisou a montagem de veículos por alguns meses. Mais recentemente, a indústria sofreu com a escassez de componentes eletrônicos.

Estes dois fatores fizeram com que os preços dos veículos aumentassem no mundo todo. Porém, aqui no Brasil houve um fator adicional que contribuiu ainda mais na subida dos preços: a desvalorização do real diante do dólar. O preço da importação das peças e componentes para a fabricação dos automóveis ficou mais caro, resultando em um valor de venda elevado.

Você percebeu um aumento de custo elevado na manutenção do seu automóvel? Conte sua experiência nos comentários!