Acompanhe as dicas de manuseio, troca e sincronismo do componente do motor 1.0 8V Fire Flex, que equipa os modelos populares da Fiat Carolina Vilanova Uma correia sincronizadora quebrada é certeza de dor de cabeça e prejuízo para o motorista. E o reparador antenado não deixa essa situação acontecer com o seu cliente, faz a manutenção preventiva no sistema de sincronismo, que custa muito menos do que reparar todo conjunto depois e ainda garante a segurança dos ocupantes do veículo. A correia sincronizadora tem uma importante função dentro do motor do veículo, fazendo a ligação entre o virabrequim e o comando de válvulas de admissão e escapamento, de uma maneira sincronizada para que abram e fechem no momento exato. Assim, uma correia quebrada prejudica todo esse sincronismo entre virabrequim e comando de válvulas, que começam a se movimentar fora de alinhamento, e consequentemente, trabalhando os pistões fora de ordem. É aí que um pequeno problema pode se tornar um problemão: válvulas e pistões podem colidir, causando o empenamento das válvulas e sérios danos ao cabeçote. E a dor de cabeça aumenta se a correia quebrar repentinamente, com o motor funcionando: o carro simplesmente para e vai precisar de um guincho para o transporte. Bom, mas isso pode ser resolvido, ou melhor, evitado se a troca da correia for realizada preventivamente no período estipulado no manual de serviços do carro. Além de ser um trabalho mais barato, ainda previne que outros componentes sejam danificados e a conta acabe saindo muito mais alta. É essencial que você oriente o seu cliente nesse sentido. Para ajudar nessa tarefa, trazemos nessa reportagem o procedimento da troca da correia dentada e tensionador do Fiat Palio 2010/modelo 2011 com motor 1.0 Fire e equipado com ar condicionado e direção hidráulica. O manual do veículo indica esse trabalho preventivo aos 60 mil km. “É importante, no entanto, fazer uma verificação com aproximadamente 15 mil km rodados, para avaliar o desgaste dos componentes do sistema. Devem ser checados o sincronismo, as polias, os tensionadores e a correia de acessórios”, alerta Julio César Zanin, assessor de Vendas e Serviços da Goodyear Enginereed Productos no Brasil Ele chama atenção para outro fato: a má aplicação. “Se o mecânico não aplica corretamente uma correia, pode deixar o sistema fora de sincronismo, além de causar excesso de tensão nas correias, o que pode provocar a quebra prematura da correia”, afirma. Troca correta Fizemos a substituição da correia dentada com a ajuda do mecânico Edmar Aparecido Berenguer, da Dracena Auto Center, de Campinas/SP. Antes de iniciar é bom lembrar que o motor deve estar frio para facilitar o manuseio. 1) Comece retirando a capa de proteção do motor e todo o conjunto do filtro de ar, para não danificar a abraçadeira original do filtro. 2) Remova, em seguida, o conector do respiro anti-chama e a mangueira de aspiração do canister. 3) Retire agora a capa protetora da correia e o conjunto do elemento filtrante. Desconecte o sensor de fase para não danificar o componente 4) Depois, com o carro calçado por um cavalete de segurança, retire a roda e a capa protetora do para-lama do veículo. 5) Remova na sequência a correia da direção hidráulica, que é fixa por dois pontos, e o tensor. Esses parafusos não requerem um torque especifico na montagem. Obs: Todas as vezes que a correia for trocada, é recomendada a troca do tensor. De acordo com o fabricante, se a correia roda 60 mil km, conforme o manual, o rolamento tem um desgaste natural e pode comprometer o conjunto se não for trocado também. 6) Afrouxe o tensionador para remover as correias auxiliares, do alternador, do ar condicionado e da direção hidráulica. 7) Remova agora a capa de proteção da correia por meio de quatro parafusos de fixação. Depois, retire o conector do sensor de rotação. 8) Em seguida, tire a capa inferior da correia que está presa por dois parafusos. 9) Retire a polia do virabrequim, presa por três parafusos. Na hora do aperto o torque é de 22Nm Obs: depois de retirar os componentes, é necessário fazer uma boa inspeção, tanto Sincronismo 1) Antes de retirar a correia dentada, é necessário fazer a verificação do sincronismo. Para isso, comece retirando a bobina de ignição com o suporte, para que o eixo do comando de válvulas fique exposto. Sempre troque o anel de vedação do suporte da bobina, acoplado no cabeçote. 2) Tire a vela do primeiro cilindro e coloque o relógio comparador dentro desse alojamento. Depois gire a polia do virabrequim no sentido horário até encontrar o PMS (Ponto Morto Superior) 3) Depois, coloque a trava no cabeçote, gire o virabrequim manualmente até encaixar a o rasgo na ferramenta. Esquema de distribuição Substituição 1) Feito isso, podemos retirar a correia dentada, a começar pelo tensionador. Solte a porca no sentido anti-horário e retire a peça. 2) O próximo passo é fazer a remoção da correia sincronizadora para a substituição. 3) Certifique-se de que o retentor do comando não esteja com vazamento. Verifique ainda o estado da polia e a bomba d’água se não há vazamento ou folga. Obs: Retire a correia nova da caixa apenas na hora da montagem e não esqueça de utilizar o produto correto para essa aplicação. Tome cuidado ao manusear, não dobre a correia. 4) Instale a correia no sentido da volta, passando primeiramente pelo virabrequim, polia de comando e tensionador. 5) Coloque a ferramenta de tensionamento e gire o motor manualmente no sentido horário por duas vezes. Aperte a porca de fixação do tensionador com torque de 28 Nm. 6) Gire o motor novamente e verifique o sincronismo. Reinstale as outras peças e aperte os parafusos da polia do virabrequim com torque de 22 Nm. _________________________________________________ Colaboração técnica: Dracena Auto Center |