Por que as pessoas passam fome

Bem-vindo(a) à versão beta dos Flashcards Brasil Escola! Essa é uma nova funcionalidade, criada para ajudar nossos usuários a terem uma nova experiência nos estudos com nossos conteúdos.

Este guia dará uma visão inicial de como você pode usar os flashcards. Aproveite para usufruir bastante dessa nova interação!

Visão Geral

Flashcard é uma técnica de estudos usada por muitos alunos para testar os próprios conhecimentos. Funciona como um jogo da memória. Na prática normal dessa técnica, durante os estudos de alguma matéria, o estudante faz anotações em pequenos pedaços de papel, os quais contêm uma pergunta na frente e uma resposta rápida no verso. Depois de finalizados os estudos, o aluno inicia os testes de conhecimento utilizando os flashcards acumulados um a um. Basta ler a pergunta e tentar acertar mentalmente a resposta anotada no verso do card.

Passo a passo

1.

Abra o menu dos flashcards clicando no pop-up no canto direito da tela, em qualquer dispositivo.

Por que as pessoas passam fome

2.

Quando se deparar com uma informação que merece um destaque em forma de revisão ou teste de conhecimento, clique em Novo Flashcard.

Por que as pessoas passam fome

3.

Digite uma pergunta e a resposta de acordo com o que deseja revisar ao final e clique em Salvar. Essa informação poderá ser editada mais tarde.

Por que as pessoas passam fome

Crie quantos flashcards quiser, mas lembre-se de que esses flashcards não são salvos na sessão, então, caso atualize ou feche a página, você irá perder todos os registros. O Brasil Escola irá trabalhar para que, futuramente, seus flashcards fiquem salvos em seu perfil.

4.

Você pode visualizar todos os flashcards criados, editar ou excluir caso deseje. Basta acessar a opção Visão Geral no menu e clicar no item que queira. Os itens aparecerão com a pergunta que você cadastrou. Ao acessar o item, você poderá ver também a resposta e manipular como quiser.

Por que as pessoas passam fome

(Listagem dos Flashcards)

Por que as pessoas passam fome

(Edição do Flashcard)

5.

Ao final de seus estudos, é hora de testar seus conhecimentos ou revisar suas anotações. Clique no Play em Testar Conhecimentos e comece!

Por que as pessoas passam fome

Um a um, os flashcards começarão a aparecer. Quando aparecer a pergunta, responda mentalmente o que você anotou e clique em "Ver resposta" para conferir.

Por que as pessoas passam fome

Obviamente, em certos casos, não é necessário que sua resposta mental seja idêntica à que você anotou. O importante é que você tenha entendido o conteúdo e não decorado a resposta! :D

Bons estudos!

Equipe Brasil Escola.

O principal levantamento sobre a fome no mundo aponta que no período de 2018 a 2020 a insegurança alimentar grave atingiu 7,5 milhões de brasileiros, quase o dobro dos 3,9 milhões registrados entre 2014 e 2016. Por outro lado, estudo igualmente confiável aponta que em 2021 o Brasil conta 19,3 milhões de pessoas vivendo em pobreza extrema.

Em primeiro lugar é preciso dizer que “insegurança alimentar grave” é uma definição mais ou menos edulcorada que FAO, Unicef e OMS, responsáveis pelo levantamento, dão para a fome, esse flagelo que hoje atormenta mais de um décimo da população mundial – 811 milhões de pessoas.

Em relação ao Brasil, somados os que passam fome aos que padecem do que aqueles organismos internacionais classificam de insegurança alimentar moderada – ou seja, têm alimentação precária ou estão sob risco de não tê-la todos os dias – são 49,6 milhões de pessoas subnutridas. Em 2014 eram 37,5 milhões.

O que significa que embora alguns programas governamentais tenham conseguido diminuir substancialmente os índices de pobreza extrema em determinado período, não foram efetivos o suficiente para reduzir, de forma sustentada, a profunda desigualdade estrutural, cuja manifestação mais brutal é o risco de passar fome, que em algum grau aflige quase 50 milhões de brasileiros.

No Brasil, como em boa parte do mundo, a pandemia de Covid-19 agravou a situação alimentar, que já era dramática. Ou, como dizem os chefes das agências da ONU responsáveis pelo relatório, “infelizmente, a pandemia continua a expor fraquezas em nossos sistemas alimentares, que ameaçam a vida e a subsistência de pessoas ao redor do mundo.”

Sem dúvida, os R$ 293 bilhões – cinco parcelas de R$ 600 e quatro de R$ 300 – do auxílio emergencial destinado pelo governo federal, em 2020, a trabalhadores informais e população carente foram decisivos para garantir a segurança alimentar para dezenas de milhões de famílias.

Neste ano, com o auxílio limitado, por razões orçamentárias, a R$ 44 bilhões – quatro parcelas médias de R$ 250, com valores oscilando entre R$ 175 e R$ 375, de acordo com a composição da família – um grande contingente de brasileiros está novamente exposto à chamada insegurança alimentar. Ou seja, ao risco real e fatídico de passar fome.

Ainda que à luz crua dos números tenhamos de concordar com o ministro Paulo Guedes quanto a não ser “sustentável” o valor de R$ 600, que, se mantido, teria severos impactos nas contas públicas, é aflitivo constatar que com a redução do benefício o Brasil deve somar, em 2021, 61,1 milhões de pessoas vivendo na pobreza, e 19,3 milhões na extrema pobreza, de acordo com o Centro Brasileiro de Macroeconomia das Desigualdades da Universidade de São Paulo (MADE-USP).

Como ‘extrema pobreza’ significa não ter o que comer, mais de 19 milhões de pessoas passam fome hoje no Brasil, país que está entre os líderes mundiais na produção de alimentos.

Essa vexatória e dolorosa contradição pode ser ‘política’ – falta de políticas públicas adequadas, desemprego elevado e desigualdade crônica agravada pela pandemia –, porém a sua face mais real e dramática é profundamente desumana. Portanto, não podemos encará-la como meros expectadores, como se não tivéssemos nada a ver com isso.

Como seres humanos, não podemos aceitar passivamente que em nosso país quase vinte milhões de pessoas possam dormir todas as noites acossadas pela incerteza sobre se terão o que comer no dia seguinte. Elas não têm o direito de satisfazer uma necessidade básica do ser humano, que é a alimentação. E isso deve – ou deveria – nos tocar profundamente.

“A fome dói”, dizem os que amargaram – ou amargam agora – a desdita de senti-la. E se não nos condoemos diante dessa dor que atormenta milhões no Brasil e quase um bilhão de nossos semelhantes ao redor do mundo, então não somos seres plenos, estamos renunciando a uma das virtudes essenciais de nossa natureza humana, que é a solidariedade, a compaixão mesmo, diante do sofrimento de outrem.

Felizmente, existem hoje no Brasil centenas de organizações e iniciativas voltadas a combater a fome, todas elas – à exceção daquelas patrocinadas por grandes corporações – dependentes do apoio de particulares, ou seja, de pessoas comuns que, em muitos casos, preferem contribuir de forma anônima.

Porém, diante da gravíssima crise humanitária que a fome configura, o que menos interessa é a forma como os que podem contribuir o fazem. O indispensável e urgente é que façamos o que nos for possível fazer para que todo ser humano possa ter garantido o direito, tão elementar quanto sagrado, de não passar fome.

*Iran Coelho das Neves é Presidente do Tribunal de Contas do Estado de Mato Grosso do Sul.

A fome no Brasil avança e atinge, em dois anos, mais nove milhões de pessoas. O levantamento mais recente da Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Rede Penssan) indica que no total 19,1 milhões de cidadãos se enquadram neste perfil, ou 9% da população brasileira.

O estudo foi realizado em dezembro do ano passado, em 2.180 domicílios das cinco regiões do Brasil, tanto em áreas urbanas como rurais. A entidade também concluiu que, com a pandemia da Covid-19, cerca de 116,8 milhões estão em algum grau de insegurança alimentar — leve, moderado ou grave.

A Rede Penssan explica que a insegurança alimentar acontece quando o indivíduo não tem acesso pleno a alimentos. Os dados da pesquisa indicam que o número corresponde a mais da metade da população brasileira, estimada em 213,6 milhões.

Além disso, o montante equivale a mais de duas vezes a quantidade de habitantes da Argentina, de 45,3 milhões, segundo o Banco Mundial.

O Nordeste foi a região brasileira com o maior número absoluto de pessoas nessa condição. De acordo com o estudo, são quase 7,7 milhões de nordestinos que passam fome, dentro do que se considera grave insegurança alimentar.

A região Norte, por sua vez, representa 14,9% das pessoas que não têm o que comer no país. Apesar de ocupar uma parcela significativa nesse ranking, os estados nortistas abrigam apenas 7,5% da população do país.

Fome cresce com pandemia

Na última Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF), relativa a 2017-2018, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) estimava que 10,3 milhões de famílias moravam em domicílios com insegurança alimentar grave.

Dessa forma, desse período até 2020, a quantidade de cidadãos passando fome no território nacional cresceu em 8,8 milhões.

(*Sob supervisão de Adriana Freitas)