O que é feito com o chorume dos aterros sanitários

Com alto índice de poluentes em sua composição o chorume se destaca em seus tratamento baseados nas normas dos resíduos sólidos das políticas ambientais. Estas que regulam índices de águas de descarte e de liberação de gases na atmosfera. Conforme a NBR nº 10.004, da Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT - "Resíduos nos estados sólido e semi-sólido, que resultam de atividades da comunidade de origem: industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola, de serviços e de varrição. Ficam incluídos nesta definição os lodos provenientes de sistemas de tratamento de água, aqueles gerados em equipamentos e instalações de controle de poluição, bem como determinados líquidos cujas particularidades tornem inviável seu lançamento na rede pública de esgotos ou corpos d'água, ou exijam para isso soluções técnica e economicamente inviáveis, em face à melhor tecnologia disponível". Chorume é o nome popular dado para o líquido escuro gerado em lixões ou aterros sanitários, em decorrência da percolação das águas de chuva pela massa de lixo. O impacto ambiental deste líquido está relacionado, sobretudo, à alta concentração de matéria orgânica em decomposição, que demanda uma grande quantidade de oxigênio, retirado do meio que ele atingir, ou em que for lançado. O tratamento do chorume pode ser realizado de forma tradicional por uma ETE (a qual engloba gradeamentos, elevatória, caixa de areia, lagoas aeradas, secagem e tratamento do lodo), ou por meios alternativos como separação por membranas; evaporação; tratamentos oxidativos; carvão ativado; eletrocoagulação, etc. O reaproveitamento do chorume durante o processo é enfoque na sustentabilidade do meio ambiente, neste trabalho irá abranger a geração de biogás, de crédito de carbono, de adubo, de água de reuso. O tratamento do chorume tem a Sustentabilidade como vertente, tendo em vista um sistema ambientalmente equilibrado, onde irá atender a sociedade de forma justa e econômica. O tratamento do chorume irá acarretar na reciclagem das águas, lodo e gases, como também na não degradação do meio ambiente, promovendo suprir as necessidades atuais da população sem comprometer as futuras gerações.

With high pollutant content in its composition leachate stands out in your treatment based on the standards of solid waste environmental policies. These regulating the sewage rates and gas release into the atmosphere. According to NBR No. 10.004, the Brazilian Association of Technical Standards - ABNT - "Waste in solid and semi-solid, resulting source community activities: industrial, domestic, hospital, commercial, agricultural, service and sweeping. They are included in this definition the sludge from water treatment systems, those generated in equipment and pollution control facilities as well as certain liquid whose characteristics make unfeasible its release in public sewers or water bodies, or to require that technically and economically unfeasible solutions, given to the best available technology. " Leachate is the popular name given to the dark liquid generated in dumps or landfills, due to the percolation of rainwater through the waste mass. The environmental impact of this liquid is related mainly to the high concentration of organic matter in decomposition, which requires a large amount of oxygen taken from the environment that it reaches, or where it is released. The treatment of the slurry can be accomplished in a traditional manner by ETE (which includes gratings, lifting, sandbox, aerated lagoons, drying and sludge treatment), or by alternative means such as membrane separation; evaporation; oxidative treatments; activated charcoal; electrocoagulation, etc. The reuse of the slurry during the process is a focus on environmental sustainability, this paper will cover the generation of biogas, carbon credit, compost, reuse of water. Treatment of leachate has the Sustainability as a shed, with a view to environmentally balanced system, which will serve society in a fair and economical way. The treatment of leachate will result in water recycling, sludge and gases, as well as in non-degradation of the environment, promoting meet the current needs of the population without compromising future generations.

Palavras-chave: Chorume; Tratamento; Reaproveitamento; Sustentabilidade,

  • [1] ROCCA, A., Parecer Técnico/CETESB/004/11/T sobre a Cava de Carapicuíba, São Paulo – SP, 2010 www.cetesb.sp.gov.br/;
  • [2] NAIME, R., Sustentabilidade ambiental EcoDebate, 22/07/2014;
  • [3] TAVARES, B.F.D., Tratamento de chorume: análise dos efluentes da evaporação forçada. Relatório de tcc Rio de Janeiro Março de 2011;
  • [4] GOMES, L.P., Estudos de caracterização e tratabilidade de lixiviados de aterros sanitários para as condições brasileiras. PROSAB-Programa de Pesquisas em Saneamento básico. Resíduos Sólidos. Rio de Janeiro: ABES. 2009;
  • [5] BAHÉ, F. Estudo da evaporação de lixiviados de aterros sanitários como alternativas técnologica de tratamento: testes em bancada. Dissertação (pós graduação em Eng. Civil)- UFPE-PE, 2008;
  • [6] LOBO, T. F.; GRASSI FILHO, H. Níveis de lodo de esgoto na produtividade do girassol. Journal of Soil Science and Plant Nutricion, Valdivia, v.7, n.3, p.16-25, 2007;
  • [7] PAVAN. M.C.O., Geração de energia a partir de resíduos sólidos urbanos: avaliação e diretrizes para tecnologias potencialmente aplicáveis no brasil. SÃO PAULO. 2010
  • [8] FROIS, S.R., Utilização de Fases Minerais para Concentração e Especiação de Íons Cr(III) e Cr(VI). Dissertação de mestrado – Universidade Federal do Paraná, 2010
  • [9] SILVA, A.C., Tratamento do percolado de aterro sanitário e da toxicidade do efluente bruto e avaliação tratado. Rio de Janeiro, RJ - Brasil /Junho de 2002.
  • [10] DECRETO N°8.468 NO ART 19- DA LEI N. 997. A prevenção e o controle da poluição do meio ambiente. Brasil, 31 de maio de 1976.
  • [11] CONOMA - Conselho Nacional do Meio Ambiente, Resolução n° 375 Critérios e procedimentos, para o uso agrícola de lodos de esgoto gerados em estações de tratamento de esgoto sanitário e seus produtos derivados. Brasil, 29 de agosto de 2006.

Sousa, Márcia Cristina de; Anjos, Deborah Almeida dos; Sales, Emanuele Montenegro; Andrade, Maria Rosiane de A.; "Processos de tratamento do chorume e reaproveitamento: Uma revisão", p. 655-664 . In: Anais do V Encontro Regional de Química & IV Encontro Nacional de Química [=Blucher Chemistry Proceedings].. São Paulo: Blucher, 2015.
ISSN 2318-4043, DOI 10.5151/chenpro-5erq-am6

últimos 30 dias | último ano | desde a publicação


downloads


visualizações


indexações

O chorume, também conhecido como lixiviado ou líquido percolado, é um líquido escuro gerado pela decomposição da matéria orgânica em aterros sanitários e lixões ou em composteiras. Além de possuir um cheiro forte e desagradável, o chorume originado de resíduos sólidos e líquidos em aterros sanitários e lixões pode poluir o solo, águas subterrâneas e rios. O chorume de composteira, por sua vez, não é tóxico e pode ser utilizado como fertilizante de solo e pesticida natural.

Na composteira, o chorume resulta da decomposição de matéria orgânica pura, enquanto em aterros e lixões os vários tipos de descarte são decompostos juntos e liberam um chorume contaminado e cujo descarte exige atenção. Para evitar impactos à saúde e ao meio ambiente, o chorume pode ser tratado de quatro maneiras diferentes.

Chorume de aterros sanitários e lixões

A composição físico-química do chorume varia segundo fatores que vão das condições ambientais e da forma de operação do local de descarte do lixo até características do próprio despejo. Por não oferecerem nenhum tipo de tratamento ao lixo depositado, os lixões são os locais mais contaminados pelo chorume.

Além de compostos orgânicos, o chorume contém substâncias que não são biodegradáveis e que não servem de substratos para micro-organismos, como sólidos suspensos e metais pesados. Por isso, acabam se acumulando no solo, água, plantas e animais, podendo causar danos à saúde e ao meio ambiente.

O projeto de um aterro sanitário deve prever a instalação de elementos para captação, armazenamento e tratamento do chorume e do biogás, além de sistemas de impermeabilização superior e inferior. Esses componentes são fundamentais para que a obra seja considerada segura e ambientalmente correta. Porém, existem muitos aterros sanitários desregularizados e que não tratam o chorume de forma adequada, contribuindo para os impactos citados.

Segundo o geólogo e antropólogo brasileiro Maurício Waldman, esse tipo de chorume é considerado uma das substâncias mais nocivas que se conhece. Ao lado do plutônio e da dioxina, o chorume constitui uma das três substâncias mais perigosas do mundo moderno. Entre os metais pesados e tóxicos que o compõe estão cádmio, arsênio, cobre, mercúrio, cobalto e chumbo. O acúmulo desses metais no organismo pode gerar inúmeros problemas nos sistemas respiratório, cardiovascular e nervoso.

Impactos causados pelo chorume de aterros sanitários e lixões

Por apresentar substâncias tóxicas em sua composição, o chorume pode contaminar as águas do subsolo, passando o lençol freático, nas proximidades do aterro. A presença do chorume em águas subterrâneas provoca consequências extremamente sérias para o meio ambiente e para a saúde pública. Devido à movimentação dos lençóis, o chorume pode dispersar-se e atingir poços artesianos. Aliado à ação das chuvas, ele pode ser transportado superficialmente, contaminando o solo e águas superficiais.

Na composteira, o chorume resulta da decomposição de matéria orgânica pura. Por isso, ele não é tóxico e pode ser utilizado como fertilizante de solo e pesticida natural. A transformação do resíduo em húmus, ou adubo orgânico, é feita por seres detritívoros e decompositores, como as minhocas.

De acordo com dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), mais da metade de todo o lixo que produzimos em casa é orgânico. Todo esse resíduo, quando descartado em aterros e lixões, junto com materiais tóxicos como pilhas e baterias, acabam produzindo chorume e outros efluentes que causam impactos à saúde e ao meio ambiente. Além disso, os resíduos sem tratamento acabam produzindo gás metano, que é cerca de 25 vezes mais prejudicial para o efeito estufa do que o gás carbônico.

Vale ressaltar que as pilhas e baterias devem ser embaladas em plástico resistente e descartadas em locais específicos. Consulte quais são os postos de recolhimento mais próximos da sua residência ou local de trabalho no portal eCycle.

Se todo o resíduo orgânico que é produzido no Brasil fosse tratado com compostagem seria possível evitar emissões de gás metano, produzir cerca de 37,5 toneladas de húmus por ano, reduzir os espaços ocupados em aterros e lixões e também a poluição de solos, lençóis freáticos e da atmosfera.

A transformação do resíduo em húmus, ou adubo orgânico, é feita por seres detritívoros e decompositores, no caso dos vermes, grupo no qual se destacam as minhocas californianas, pois elas têm maior capacidade de adaptação a condições de cativeiro e à alta produção de adubo orgânico.

Diferenças

Diferente do chorume produzido em aterros sanitários e lixões, o chorume da composteira não é tóxico e pode ser utilizado como fertilizante de solo e pesticida natural. Para utilizá-lo como fertilizante de solo, é preciso dissolver cada parte de chorume em dez partes de água. Para utilizá-lo como pesticida natural, dissolva o chorume em água na proporção de meio a meio e borrife nas folhas dos vegetais no final da tarde, para não haver queimadura de sol nas plantas.

Uma pesquisa realizada pela Universidade da Califórnia analisou a eficiência da adição de chorume em plantas. Em apenas 24 horas, verificou-se que as populações de bactérias benéficas nas plantas com esse líquido eram de duas a três vezes maiores do que nas plantas do grupo controle. Essas bactérias produzem compostos que ajudam as plantas a crescerem mais rápido e a se tornarem mais resistentes à doenças.

Além disso, observou-se que os níveis de carbono na água atingiram o pico depois que o chorume foi adicionado. Isso sugere que as bactérias estavam usando carbono para se reproduzir. E, o que é mais importante, nenhum micro-organismo nocivo foi detectado em qualquer lugar do sistema.

O que é feito com o chorume dos aterros sanitários
O que é feito com o chorume dos aterros sanitários

Tratamento para o chorume

O chorume prejudicial à saúde e ao meio ambiente pode ser tratado de quatro maneiras diferentes.

A recirculação consiste em drenar e captar o chorume em um poço de acumulação, e devolvê-lo para o interior do aterro. Essa recirculação é feita introduzindo o chorume através dos drenos de gases, ou através de uma rede de tubos perfurados que distribui esse líquido em canaletas escavadas na superfície do aterro. Por meio da ação biológica dos micro-organismos presentes no lixo, o efeito tóxico do chorume vai sendo atenuado. Além disso, parte do chorume recirculado também sofre evaporação.

Tratamento biológico

O tratamento biológico do chorume constitui-se como uma alternativa de alta eficiência. Esse processo ocorre em tanques com micro-organismos aeróbios e anaeróbios que se alimentam dos compostos orgânicos, transformando a matéria orgânica decomposta em adubo. Os metais pesados são retirados por oxigenação.

Tratamento bioquímico

Esse tipo de tratamento envolve a utilização de plantas como agentes despoluidores de materiais e recursos contaminados. Barreiras bioquímicas são usadas com o intuito de remover, isolar e degradar as substâncias tóxicas contidas no chorume. Apesar de ser um tratamento relativamente simples, é necessário selecionar o tipo de planta utilizada. Além disso, o líquido precisa passar por um tratamento posterior para ser reutilizado.

Aterros sanitários

Os aterros sanitários são locais controlados para depósito e tratamento do lixo. Neles, o chorume é recolhido por meio da instalação de um sistema de drenagem que impermeabiliza o solo. Depois de recolhido, ele é encaminhado para os tanques utilizados no tratamento biológico, onde ocorre a retenção dos metais pesados, de modo que a água possa retornar despoluída ao meio ambiente.

Conclusão

A produção de chorume é um dos maiores problemas enfrentados pelos grandes centros urbanos. Por isso, é importante reduzir a quantidade de lixo gerado e adquirir uma composteira para transformar a matéria orgânica em húmus. Além disso, os lixões precisam ser substituídos por aterros sanitários controlados, onde o chorume naturalmente produzido pelo acúmulo de matéria orgânica possa ser tratado e realocado.