A universidade harvard em comparação com as universidades brasileiras

A universidade harvard em comparação com as universidades brasileiras
Sala de aula na Universidade Harvard, nos EUA
(Foto: Divulgação/Harvard News Office)

A Universidade Harvard, dos Estados Unidos, apareceu na primeira posição do ranking mundial de reputação acadêmica divulgado na última segunda-feira (4) pela instituição londrina Times Higher Education (THE). O ranking foi montado a partir de uma pesquisa com mais de 16,3 mil professores convidados de 144 países. Além de Harvard, outras universidades norte-americanas, o o Instituto de Tecnologia da Califórnia (Caltech) e o  Instituto de Tecnologia de Massachussets (MIT) aparecem no topo de outros rankings de avaliação de excelência acadêmica, como o ARWU, QS e Webometrics.

O ranking THE é uma avaliação feita com mestres e doutores de diversos países sobre a reputação de cada universidade. A instituição britânica tem ainda um ranking geral de universidades que avalia 13 itens, e tem como principais concorrentes o ranking chinês ARWU (Ranking Acadêmico de Universidades Mundiais), feito pela Universidade de Comunicações de Xangai (Jiaotong) e o QS World University Rankings, produzido pela consultoria Quacquarelli Symonds. Existe ainda o ranking Webometrics, que mede a influência da instituição com sua produção na internet.

Entre as universidades brasileiras, a Universidade de São Paulo (USP) é a mais bem colocada em cada um dos rankings.

VEJA AS 10 MELHORES UNIVERSIDADES DE CADA RANKING INTERNACIONAL
Pos. Times Higher Education (reputação) Times Higher Education (geral) ARWU (ranking de Xangai) QS World University Rankings Webometrics (desempenho
na internet)
1º) Harvard (EUA) Caltech (EUA) Harvard (EUA) MIT (EUA) Harvard (EUA)
2º) MIT (EUA) Stanford (EUA) Stanford (EUA) Cambridge (Reino Unido) Stanford (EUA)
3º) Cambridge
(Reino Unido)
Oxford
(Reino Unido)
MIT (EUA) Harvard (EUA) MIT (EUA)
4º) Oxford
(Reino Unido)
Harvard (EUA) Berkeley (EUA) UCL
(Reino Unido)
Michigan (EUA)
5º) Berkeley (EUA) MIT (EUA) Cambridge (Reino Unido) Oxford
(Reino Unido)
Pennsylvania
(EUA)
6º) Stanford (EUA) Princeton (EUA) Caltech (EUA) Imperial College (Reino Unido) UCLA (EUA)
7º) Princeton (EUA) Cambridge (Reino Unido) Princeton (EUA) Yale (EUA) Berkeley (EUA)
8º) UCLA (EUA) Imperial College (Reino Unido) Columbia (EUA) Chicago (EUA) Columbia (EUA)
9º) Tóquio (Japão) Berkeley (EUA) Chicago (EUA) Princeton (EUA Cornell (EUA)
10º) Yale (EUA) Chicago (EUA) Oxford
(Reino Unido)
Caltech (EUA) Minnesota (EUA)
VEJA AS UNIVERSIDADES BRASILEIRAS MAIS BEM COLOCADAS EM CADA UM DOS RANKINGS
  Times Higher Education (reputação) Times Higher Education (geral) ARWU (ranking de Xangai) QS World University Rankings Webometrics (desempenho
na internet)
USP (61º-70º) USP (158º) USP (101º-150º) USP (139º) USP (19º)
Unicamp (201-300º) Unicamp (251-275º) Unicamp (201-300º) Unicamp (228º) UFRGS (129º)
--- --- UFMG (301º-400º) UFRJ ) (333º) Unicamp (177º)
--- --- UFRJ (301º-400º) Unesp (401º-450º) UnB (181º)
--- --- Unesp (301º-400º) UFRGS (501º-550º) UFSC (205º)
Ranking
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Conheça os principais rankings internacionais de universidades

Times Higher Education - O ranking geral da instituição britânica analisa 13 quesitos, agrupados em 5 áreas: ensino (representa 30% da nota), pesquisa (30%), citações (30%), presença internacional (7,5%) e inovação (2,5%). A THE também publica um ranking de reputação acadêmica feita a partir de questionários respondidos por mestres e doutores de diversas universidades do mundo. Veja o ranking

ARWU Jiaotong - Produzido pela Universidade de Comunicações de Xangai (Jiaotong), usa critérios que levam em conta essencialmente os resultados de pesquisa em detrimento da formação: o número de prêmios Nobel, de medalhas Fields (o equivalente ao Nobel de matemática) e de artigos publicados exclusivamente em revistas anglosaxãs como "Nature" ou "Science". Veja o ranking

QS World University Rankings - Organizado pela QS Quacquarelli Symonds, organização internacional de pesquisa educacional que avalia o desempenho de instituições de ensino médio, superior e pós-graduação.Também divulga um ranking específico para a América Latina. Veja o ranking

Webometrics Ranking of World Universities - Considera os conteúdos disponibilizados na internet, especialmente aqueles relacionados a processos de geração e comunicação acadêmica de conhecimento científico. O ranking é publicado semestralmente pelo Cybermetrics Lab, que pertence ao Conselho Superior de Pesquisas Científicas da Espanha. De acordo com o laboratório de métricas, a lista foi criada para incentivar as instituições a publicarem os resultados de suas pesquisas na internet. São quatro os critérios usados para calcular a presença de uma universidade na web, segundo o ranking: o número de páginas do site encontradas no Google, o número de links externos direcionados ao site da instituição, o volume de arquivos de pesquisa (arquivos em PDF, Word, PowerPoint etc.) encontrados no Google e a quantidade de itens publicados no Google Scholar, que reúne artigos, dissertações e teses. Veja o ranking

Scimago Institutions Rankings - Avalia universidades de todo o mundo de acordo com as pesquisas realizadas pelas intituições. Leva em conta atividades com produção científica notável, incluindo universidades, órgãos governamentais, laboratórios de pesquisa, hospitais e muito mais. Veja o ranking

Leiden Ranking - Mede o desempenho científico de 500 grandes universidades em todo o mundo usando indicadores bibliométricos e tem como objetivo fornecer medições altamente precisas do impacto científico das universidades e de envolvimento das universidades em colaboração científica. O ranking é produzido pelo Centro de Ciências e Estudos Tecnológicos (CWTS) da Universidade de Leiden, na Alemanha. Veja o ranking

Business Week (MBA) - Promovido pela publicação "Business Week", avalia o desempenho das principais escolas de negócios do mundo, com enfoque nos cursos de MBA. Veja o ranking

Financial Times (MBA) - Entres os critérios avaliados pelo jornal "Financial Times" estão a posição profissional dos ex-alunos e o acréscimo salário conquistado após a conclusão do curso de MBA e pós-graduação. Veja o ranking

A universidade harvard em comparação com as universidades brasileiras
Harvard (Foto: Keystone)

Nunca a Universidade de Harvard, uma das mais tradicionais do mundo, teve tantos brasileiros. São 104 alunos entre os cerca de 21 mil estudantes da instituição americana. Parece pouco, mas é um crescimento de 70% nos últimos oito anos. Quantos brasileiros deveriam estudar em Harvard? "A resposta é simples: mais", afirma o vice-reitor de Relações Internacionais da universidade, Jorge Dominguez, de 70 anos, em entrevista ao jornal o Estado de S. Paulo."Os alunos brasileiros têm feito um trabalho extraordinário", acrescenta o professor de política e história da América Latina. Segundo Dominguez, a formação acadêmica fora do país é um caminho para melhorar a internacionalização do ensino superior do país e também preparar profissionais para o período pós-crise econômica."Temos 104 estudantes vindos do Brasil em Harvard, o maior número em toda a história", diz. "É a primeira vez que ultrapassamos o patamar de 100, o que faz com o país já esteja entre as dez nações que mais enviaram alunos a Harvard no ano. É verdade que há menos brasileiros do que chineses ou indianos, mas esses países são maiores do que o Brasil. O modo como penso isso é que há mais brasileiros em Harvard do que pessoas do Japão, um país desenvolvido, ou da França, por exemplo. O Brasil está na frente da maioria dos países europeus".Comparando entre países emergentes, o Brasil tem menos estudantes em Harvard. "Se perguntamos quantos brasileiros devem estudar em Harvard, a resposta é simples: mais. Estou bastante feliz com o aumento de brasileiros nos últimos anos, que foi bastante expressivo. Mas queremos ainda mais." Para Dominguez, o interesse em aumentar o número de brasileiros estudando na universidade norte-americana é simples: "são bons". "Os alunos brasileiros que recebemos, em diferentes partes da universidade, têm feito um trabalho extraordinário e estudam muito. Esses estudantes contribuem com suas próprias experiências para diversas discussões em Harvard, em áreas como engenharia, saúde pública e economia", elogia.

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O vice-reitor acredita que o governo brasileiro precisa entender que o "futuro do País depende de um esforço de enviar mais alunos para o exterior". Questionado sobre como o governo brasileiro pode desenvolver essa internacionalização, ele cita o Ciência sem Fronteiras e o CNPq. "O Ciência sem Fronteiras é um bom programa. Uma questão nos próximos anos para o governo brasileiro e todos os partidos políticos é: quando vamos criar outros programas desse tipo para mandar para o exterior pessoas de outras áreas, como da economia, ciências sociais ou da mídia?Certamente é caro, mas é necessário começar a pensar no futuro, quando o País tiver saído da crise. É necessário pensar em objetivos ainda mais amplos. Outro esforço, que tem sido feito pelo Brasil por meio do CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, órgão ligado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação), é incrementar o número de pesquisadores e instituições do País que trabalham com pesquisadores e universidades do exterior para objetivos comuns. Já houve um bom avanço, mas é um processo difícil", diz.

Universidades brasileiras

Sobre os graves problemas orçamentários sofridos algumas das universidades públicas brasileiras, Dominguez, afirma que após uma crise severa, algumas instituições públicas de ensino superior nos EUA perceberam que não poderiam depender apenas de dinheiro público. "Harvard é uma universidade particular. Parte dos recursos, principalmente para pesquisa científica, vem da agência federal americana. Isso é ofertado em concorrência ampla, em que nossos cientistas fazem propostas e ganham a verba. Mas o financiamento das universidades vem de recursos privados. Quando algumas universidades públicas da Califórnia, como Berkeley, Los Angeles e San Diego, tiveram uma severa crise, perceberam que não poderiam depender apenas de dinheiro público. Com isso, o processo de transição começou."E completa afirmando que, as universidades públicas, em todo o mundo, estarão melhor servidas se "diversificarem suas possibilidades de financiamento". "Isso significa negociar com o setor privado. Mas também não é possível apenas depender da cobrança de matrículas e mensalidades. É uma das opções, mas apostar nisso significa excluir pessoas de famílias pobres e de classe média. É necessário melhorar o recebimento de recursos da iniciativa privada. Essa é uma das medidas que a maioria das universidades públicas, na maior parte dos países, ainda não fez."

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.