Musica o que é o que é

Musica o que é o que é

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Pensemos

Sempre que falamos de estrutura, estamos nos referindo ao que dá sustentação a um corpo (como o esqueleto) ou à organização das partes que constituem algo (como os átomos em uma molécula).

Pois bem, uma canção também possui uma estrutura e as partes mais usuais são:

  • Introdução;
  • Estrofe;
  • Pré-Refrão;
  • Refrão;
  • Interlúdio;
  • Ponte;
  • Coda.

Vamos olhar mais de perto para cada uma delas…

Introdução

Como o nome já diz, a introdução tem o papel de abrir as portas para o(a) ouvinte, convidando-o a entrar na música, a passar um tempo nela.

Por isso, quando usada, deve ser atraente de alguma maneira. Pode ser emocionante ou causar algum impacto, despertar a curiosidade…

Muita gente da música popular usa elementos do refrão quando cria uma introdução para dar estas características acima a ela, tornando-a mais memorável.

Estrofe

Toda história precisa de ambientação, de apresentação dos personagens. Na dramaturgia, isso é feito no chamado Ato 1.

Numa música, é a estrofe que tem essa função. É nela que ocorre o desenvolvimento da nossa mensagem, através da melodia e da letra.

Mesmo que a canção não venha a narrar uma história propriamente dita, é com a estrofe que criamos o relacionamento da composição com o ouvinte.

A sua melodia, geralmente, não é o ponto alto, justamente por ser a parte confortável dos climas de uma música.

Pré-Refrão

Esta parte que, é claro, antecede o refrão, é muito usada para suavizar o contraste mais amplo que é esperado entre estrofe e refrão.

Ela mesma contrasta com estas duas outras sessões durante as transições, mas de um modo mais sutil. Experimente cantar uma música que tenha pré-refrão, saltando da estrofe direto para o refrão…

Refrão

Aqui temos a parte mais marcante, que sintetiza a nossa mensagem, que torna clara a nossa intenção, que apresenta a emoção principal que queremos despertar no(a) ouvinte, que se repete ao longo da música e da qual, quase sempre, mais nos lembramos.

Existem diversos artistas que começam sua composição por essa sessão. Aliás, é bem comum o título da canção aparecer nela.

Mas ao contrário do que se pensa, esta não é a parte fundamental. Esta é a estrofe! Existe música sem refrão, mas não sem estrofe…

Interlúdio

Esta é aquela sessão, comumente instrumental, que serve de descanso das melodias e preenche os espaços entre as demais partes.

Entretanto, não deve ser subestimada ou negligenciada. Podemos fazer muita coisa boa com interlúdios…

Ponte

A palavra-chave para entender esta parte é “contraste”!

A ponte é a sessão que explora pontos de vista diferentes de todo o resto da canção, tanto na letra, quanto na parte musical: melodia, harmonia, ritmos, arranjo… 

Quando bem feita, a ponte pode revitalizar completamente uma música, fazê-la parecer outra composição!

Coda

É a parte que criamos para que o(a) ouvinte se despeça da canção e pode ou não ter elementos de outras sessões dela. Seu nome é bem sugestivo… Significa “cauda”.

Agora, vamos ver algumas possibilidades de combinação das partes da estrutura e alguns exemplos de músicas que usam estas combinações.

Formas

  • Música só com estrofes (conhecida como AAA)

Essa forma é muito comum em músicas que contam histórias propriamente ditas, por fazer a atenção do(a) ouvinte se voltar ainda mais para a letra que acaba sendo o elemento da composição que mais varia até o fim.

Ex.: “Cotidiano” – Chico Buarque

  • Música Padrão (conhecida como AABA)

Essa forma é muito comum no Jazz e seus derivados.

Se constitui de duas estrofes (iguais em melodia) seguidas de uma estrofe diferente (chamamos de estrofe também porque não soa como um refrão e nem como ponte) e, por fim, retorna à primeira estrofe (do ponto de vista melódico).

Ex.: “De repente, Califórnia” – Lulu Santos

  • Música com estrofe e refrão (conhecida como ABAB)

Essa forma dispensa explicação, certo? 

Ex.: “Blowing in the Wind” – Bob Dylan

  • Música com estrofe, pré-refrão e refrão (conhecida como ABC ABC)

Usamos o pré-refrão entre a estrofe e o refrão, tornando a dinâmica mais bonita.

Ex.: “All Star” – Nando Reis

  • Música com estrofe, refrão e ponte (AB AB C AB ou AB AB C BB)

Forma bem interessante por fazer parecer que a música será AB direto, mas quebra a expectativa com a ponte, que pode ser seguida por mais uma estrofe e um refrão ou indo direto para o refrão.

Ex.: “Coisa Linda” – Tiago Iorc

  • Música com estrofe, pré-refrão, refrão e ponte (ABC ABC D ABC)

Para usar bem essa forma é preciso estar com as habilidades de composição, em dia. Se feita direito, a música se torna marcante.

Depois da ponte, pode vir uma combinação qualquer de estrofe, pré-refrão e refrão, podendo ser ABC, BC, CC etc.

Ex.: “Heal the World” – Michael Jackson

Exercitando

Para finalizar, vou deixar uma listinha de atividades simples para você começar a ouvir as músicas focado(a) na estrutura:

  • Ouça todas as músicas dos exemplos anteriores e tente perceber e pontuar a transição entre as partes das suas estruturas;
  • Escolha várias das suas músicas favoritas e faça o mesmo. Tente perceber se há uma forma que te agrada mais que outra;
  • Analise como as mensagens são desenvolvidas em cada sessão das estruturas;
  • Faça o mesmo com as suas músicas autorais.

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Espero você no próximo post!

Um abraço.

Igor Viana

A pergunta “o que é música” tem sido alvo de discussão há décadas.

Alguns autores defendem que música é a combinação de sons e silêncios de uma maneira organizada. Vamos explicar com um exemplo: Um ruído de rádio emite sons, mas não de uma forma organizada, por isso não é classificado como música. Essa definição parece simples e completa, mas definir música não é algo tão óbvio assim. Podemos classificar um alarme de carro como música? Ele emite sons e silêncios de uma maneira organizada, mas garanto que a maioria das pessoas não chamaria esse som de música.

Então, o que é música afinal?

 De uma maneira mais didática e abrangente, a música é composta por melodia, harmonia e ritmo.

Melodia

Melodia é a voz principal do som, é aquilo que pode ser cantado.

Harmonia

Harmonia é uma sobreposição de notas que servem de base para a melodia. Por exemplo, uma pessoa tocando violão e cantando está fazendo harmonia com os acordes no violão e melodia com a voz. Cada acorde é uma sobreposição de várias notas, como veremos adiante em outros tópicos. Por isso que os acordes fazem parte da harmonia.

Obs: Vale a pena destacar que a melodia não necessariamente é composta por uma única voz; é possível também que ela tenha duas ou mais vozes, apesar de ser menos frequente essa situação. Para diferenciar melodia de harmonia nesse caso, podemos fazer uma comparação com um navio no oceano. O navio representa a harmonia e as pessoas dentro do navio representam a melodia. Tanto o navio quanto as pessoas estão se mexendo, e as pessoas se mexem dentro do navio enquanto ele trafega pelo oceano. Repare que o navio serve de base, suporte, para as pessoas. Elas têm liberdade para se movimentar apenas dentro do navio. Se uma pessoa pular para fora do navio, será desastroso. Com melodia e harmonia, é a mesma coisa.

Ritmo

Ritmo é a marcação do tempo de uma música. Assim como o relógio marca as horas, o ritmo nos diz como acompanhar a música.

Cada um desses três assuntos precisa ser tratado à parte. Um conhecimento aprofundado permite uma manipulação ilimitada de todos os recursos que a música fornece, e é isso o que faz os “sons e silêncios” ficarem tão interessantes para nosso ouvido. Aqui no Descomplicando a Música você vai aprender como trabalhar tudo isso. Afinal, mais importante do que saber o que é música, é saber como trabalhar em cima dela. 

Prepare-se!

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