Leia a frase para responder a questão

Hipérbato é uma figura de linguagem caracterizada pela inversão da ordem direta dos elementos de uma oração ou período. Assim, a anástrofe e a sínquise são dois tipos específicos de hipérbato.

A anástrofe ocorre quando um adjunto adnominal composto por preposição mais substantivo é anteposto ao substantivo por ele qualificado. Já a sínquise ocorre quando a inversão feita produz o não entendimento ou a ambiguidade do enunciado. Por fim, o anacoluto é uma quebra sintática existente entre o início e o fim da frase que pode estar acompanhada ou não de inversão.

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Exemplos de hipérbato

Leia a frase para responder a questão
O hipérbato é caracterizado pela inversão dos elementos de uma oração ou período.

O hipérbato é a inversão da ordem direta dos elementos de uma oração ou período. A ordem direta é: sujeito, verbo, complemento ou predicativo. Assim, apresentamos os seguintes exemplos dessa figura de linguagem:

Ordem direta: Juliano foi à casa do Pablo para planejarem a viagem.

Hipérbato: À casa do Pablo, Juliano foi para planejarem a viagem.

Ordem direta: O automóvel fazia um barulho estranho.

Hipérbato: Fazia o automóvel um barulho estranho.

Ordem direta: O menino correu para ver o circo chegar.

Hipérbato: Correu o menino para ver o circo chegar.

Ordem direta: Aquele latido significava que o cão estava com fome.

Hipérbato: Que o cão estava com fome, aquele latido significava.

Ordem direta: A ave queria voar, mas tinha uma asa quebrada.

Hipérbato: Voar queria a ave, mas tinha uma asa quebrada.

Ordem direta: Ela vendia um computador pelo preço de dois.

Hipérbato: Um computador ela vendia pelo preço de dois.

Ordem direta: Ele gostava de doce de leite mais do que de sorvete.

Hipérbato: De doce de leite, ele gostava mais do que de sorvete.

Ordem direta: A menina conhecia muito bem cada uma de suas amigas.

Hipérbato: Cada uma de suas amigas, a menina conhecia muito bem.

Anástrofe e sínquise são dois tipos específicos de hipérbato. A anástrofe ocorre quando um adjunto adnominal composto por preposição mais substantivo vem antes do substantivo por ele qualificado. Analisemos a seguinte frase:

Ela não podia suportar a dor da manhã.

Nessa frase, “da manhã” é um adjunto adnominal composto por preposição mais substantivo, que acompanham e qualificam o substantivo “dor”. Para ocorrer a anástrofe, devemos fazer a seguinte inversão:

Ela não podia suportar da manhã a dor.

Vejamos esta frase:

O irmão dela foi o pomo da discórdia.

Na frase anterior, “da discórdia” é uma adjunto adnominal composto por preposição mais substantivo, que acompanham e qualificam o substantivo “pomo”. Ao fazermos a inversão, temos a anástrofe:

O irmão dela foi da discórdia o pomo.

Já a sínquise ocorre quando a inversão feita torna a frase incompreensível ou muito ambígua, portanto, acaba por configurar-se em um vício de linguagem:

Em protesto, de George Floyd, em 2020, saíram pela morte, em diversas americanas cidades, pessoas negras.

Ou seja:

Em 2020, pessoas negras, em diversas cidades americanas, saíram em protesto pela morte de George Floyd.

Ou ainda:

Um fusca tinha Fabiano cor-de-rosa.

Melhor seria:

Fabiano tinha um fusca cor-de-rosa.

Leia também: Pleonasmo – recurso linguístico que utiliza a repetição de termo ou ideia

Hipérbato e anacoluto

O hipérbato é caracterizado, como já ficou claro, pela inversão, o que pode dificultar a leitura. Às vezes, no caso da sínquise, pode mesmo provocar o não entendimento. Já o anacoluto caracteriza-se por uma quebra sintática ocorrida entre o início da frase e o seu final. No entanto, isso não causa a incompreensão.

Veja os seguintes exemplos:

Nós acho que não queremos manter as coisas como estão.

Observe que houve uma quebra sintática depois do pronome “Nós”, já que o verbo “acho”, conjugado na primeira pessoa do singular, sintaticamente, exige o sujeito “eu”. Nesse caso, o anacoluto ocorre devido a uma inversão. Sem ela, teríamos:

Acho que nós não queremos manter as coisas como estão.

No entanto, o anacoluto pode ocorrer em uma frase em que não há o fenômeno da inversão:

Meu amor nada é tão frustrante a ponto de me fazer enlouquecer.

Note que o pronome “nada” provoca a quebra sintática. Sem ele, teríamos:

Meu amor é tão frustrante a ponto de me fazer enlouquecer.

Atenção, não confunda o sujeito “Meu amor” com o vocativo “Meu amor”. No segundo caso, haveria uma vírgula depois de “amor”: “Meu amor, nada é tão frustrante a ponto de me fazer enlouquecer”, ou seja, uma vírgula mudaria completamente o sentido da frase.

Acesse também: Hipérbole – figura de linguagem que expressa intensidade e exagero

Exercícios resolvidos

Questão 1 - Leia as frases a seguir e marque a alternativa em que se verifica a presença de um hipérbato.

a) Os dias passaram-se sem que pudéssemos apreciar os bons momentos.

b) A música tocou no rádio, e todos compreenderam seu profundo significado.

c) Quando cheguei ao Chile, não se falava mais daquele terremoto.

d) Ela nunca pensou que chegaríamos a este ponto, por isso estava decepcionada.

e) Finalmente, estavam unidos pais e filhos depois de longa separação.

Resolução

Alternativa E. No trecho “estavam unidos pais e filhos”, a ordem direta é: “pais e filhos estavam unidos”. Portanto, na frase “Finalmente, estavam unidos pais e filhos depois de longa separação”, há um hipérbato.

Questão 2 - Leia o soneto a seguir, integrante da obra Via Láctea, de Olavo Bilac:

Talvez sonhasse, quando a vi. Mas via Que, aos raios do luar iluminada, Entre as estrelas trêmulas subia Uma infinita e cintilante escada. E eu olhava-a de baixo, olhava-a... Em cada Degrau, que o ouro mais límpido vestia, Mudo e sereno, um anjo a harpa doirada, Ressoante de súplicas, feria... Tu, mãe sagrada! vós também, formosas Ilusões! sonhos meus! Íeis por ela Como um bando de sombras vaporosas. E, ó meu amor! eu te buscava, quando Vi que no alto surgias, calma e bela,

O olhar celeste para o meu baixando...

Nesse poema, é possível identificar alguns hipérbatos. Sabendo disso, marque a alternativa em que os versos transcritos NÃO apresentam essa figura de linguagem.

a) “Talvez sonhasse, quando a vi. Mas via/ Que, aos raios do luar iluminada,”

b) “Entre as estrelas trêmulas subia/ Uma infinita e cintilante escada.”
c) “E eu olhava-a de baixo, olhava-a... Em cada/ Degrau, que o ouro mais límpido vestia,”

d) “Mudo e sereno, um anjo a harpa doirada,/ Ressoante de súplicas, feria...”

e) “Vi que no alto surgias, calma e bela,/ O olhar celeste para o meu baixando...”

Resolução

Alternativa A. É possível identificar hipérbatos em: “subia uma infinita e cintilante escada” (alternativa B), “em cada degrau, que o ouro mais límpido vestia” (alternativa C), “um anjo a harpa doirada, [...] feria” (alternativa D), e “o olhar celeste para o meu baixando”. Portanto, a única alternativa sem a presença de hipérbato é a alternativa A. 

A concordância de redondas está correta, pois se dá por meio de uma silepse de número, ou seja, há uma concordância com o termo gente, que, embora esteja no singular, possui o sentido coletivo.

Leia as frases para responder à questão:

1. Próximo à universidade havia um restaurante. Os alunos tinham o costume de ir lá antes das aulas.

2. Lula tem evitado os jornalistas. O ex-presidente brasileiro não quer dar declarações no momento.

Sabe-se que são muitos os recursos que garantem a coesão textual. Há vários mecanismos para que isso aconteça. A partir da leitura das frases acima, é possível perceber uma relação entre as palavras, num processo de retomada de termos. Assinale a alternativa que traz os termos referentes e referidos respectivamente:

Escolha uma:

a. Restaurante – lá; Lula – o ex-presidente brasileiro.

b. Alunos – Aulas; tem – momento.

c. Próximo – lá; evitado – declarações.

d. Universidade - lá; jornalistas – declarações.

e. Universidade – alunos; jornalistas – momento.

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RD Resoluções

Leia a frase para responder a questão

Há mais de um mês

Nesse exercício, iremos estudar sobre os recursos linguísticos que permitem que existam coesões textuais nas frases.Primeiramente, temos que os recursos linguísticos são formas encontradas para que possamos expressar experiências que são comuns, que possa conferir originalidade ou um contexto poético.

Por conseguinte, o referente que é expresso em um texto é designado como sendo o objeto que pertence ao mundo extralinguístico que é segmentado por uma palavra ou expressão. Já o referido seria aquele que foi, anteriormente, citado no texto e veio a aparecer novamente.Por fim, ao analisarmos as explicações, podemos observar que a resposta correta é a letra “a”, no qual “lá” se refere a “restaurante” e “o ex-presidente brasileiro” se refere a “Lula”.

Nesse exercício, iremos estudar sobre os recursos linguísticos que permitem que existam coesões textuais nas frases.Primeiramente, temos que os recursos linguísticos são formas encontradas para que possamos expressar experiências que são comuns, que possa conferir originalidade ou um contexto poético.

Por conseguinte, o referente que é expresso em um texto é designado como sendo o objeto que pertence ao mundo extralinguístico que é segmentado por uma palavra ou expressão. Já o referido seria aquele que foi, anteriormente, citado no texto e veio a aparecer novamente.Por fim, ao analisarmos as explicações, podemos observar que a resposta correta é a letra “a”, no qual “lá” se refere a “restaurante” e “o ex-presidente brasileiro” se refere a “Lula”.

Leia a frase para responder a questão

Laíse Macedo

Há 28 dias

a. Restaurante – lá; Lula – o ex-presidente brasileiro.

Essa pergunta já foi respondida por um dos nossos especialistas