A perna encurta ditado popular

    A tíbia e a fíbula (perônio) formam a estrutura óssea da perna, sendo a tíbia o maior e mais importante osso na perna. A tíbia é anatomicamente dividida em três segmentos: Proximal (perto do joelho), Diáfise (meio da perna) e Distal (perto do tornozelo).

    A parte proximal da tíbia é conhecida como Platô ou Planalto. O planalto tibial possui uma discreta inclinação posterior (10°) e consiste de 2 côndilos (platôs). A face superior de cada côndilo é grande, ovoide e lisa.

    O platô lateral é recoberto por 4mm de cartilagem. É mais alto que o platô medial e é convexo.

    O platô medial é recoberto por 3mm de cartilagem. É mais largo que o lateral e é côncavo.

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Qual a função do Platô Tibial? O Platô, junto ao fêmur, forma a articulação do joelho. Ou seja, a integridade do platô é fundamental para a função do joelho, como a flexão e a extensão, movimento fundamental para podermos andar normalmente. Além disso, no platô se inserem muitas estruturas, como os ligamentos cruzados do joelho (LCA e LCP), os meniscos e alguns outros ligamentos e tendões.

Como ocorre a fratura do Platô Tibial? São decorrentes de forças em varo (perna inclinada para dentro) ou valgo (perna inclinada para fora) associado a uma carga axial que gera forças de cisalhamento ou compressão. 

A clássica “fratura do para-choque” é uma fratura do platô lateral, devido a impacto na face lateral do joelho, que gera força deformante em valgo associada à sobrecarga do platô lateral exercida pelo côndilo lateral do fêmur. 

Traumas de grande energia geram fraturas cominutivas (com muitos fragmentos), como queda de grande altura sobre o joelho estendido. Fraturas em idosos têm mais predominância de afundamento do platô para dentro da tíbia. 

No Brasil, as principais causas de fratura são os acidentes automobilísticos.

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Quais os sintomas? Dor e edema (inchaço) do joelho, além de incapacidade de apoiar o peso do corpo. A hemartrose (derrame articular) é um sinal bastante frequente. A presença de bolhas, a síndrome compartimental (aumento da pressão dentro da perna) e a exposição óssea (fratura exposta) também podem estar presentes e inspiram maiores cuidados.

Se eu tiver uma fratura do Platô Tibial, tenho chance de ter outras lesões associadas? Devido ao mecanismo da fratura do Platô, é muito comum ocorrerem lesões associadas. Em mais de 50% dos casos, ocorrem lesões de menisco e cerca de 30% ocorrem lesões ligamentares. Outras lesões possíveis são as nervosas e as arteriais.

Como é feito o diagnóstico? Além da história clínica e do exame físico, a utilização de alguns exames de imagens auxilia no diagnóstico e no planejamento da conduta terapêutica. A radiografia (RX) é o exame mais acessível e o mais utilizado para essa finalidade. A tomografia é muito útil para uma melhor avaliação do padrão de fratura. Já a ressonância, menos utilizada nos casos de fratura, ajuda na suspeita de lesões de partes moles, meniscos e ligamentos. Arteriografia e angiotomografia são úteis nas suspeitas de lesão arterial.

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Todas as fraturas são iguais ou existe alguma mais grave do que outras? As fraturas do Platô diferem entre si em termos de gravidade. Dentre os principais parâmetros, 4 se destacam para dizermos quão mais grave é a fratura. São eles:

1- Fraturas expostas ou grave lesão de partes moles (pele, músculos, ligamentos, tendões etc);

2- Presença ou não de síndrome compartimental (aumento da pressão interna da perna);

3- Lesão vascular associada;

4- Padrão da fratura.

Como o padrão da fratura é classificado? Apesar de cada fratura ser diferente de uma pessoa para a outra, muitas apresentam padrões semelhantes. Tais padrões permitem criarmos uma classificação que orienta os médicos na condução do tratamento. Existem muitas classificações, como a de Hohl e Luck (1956), a de Moore (1981), a de Hohl (1991), a de Lou (2010) e da AO.  Umas das mais utilizadas é a de Shatzker, que divide as fraturas do Platô em 6 tipos, sendo os tipos IV, V e VI considerados de alto impacto.

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Como é feito o tratamento? O tratamento pode ser de duas formas: conservador (sem cirurgia) ou cirúrgico. A escolha do tipo de tratamento vai depender principalmente da gravidade e de alguns parâmetros, como os 4 que citamos acima.

Como é feito o Tratamento Conservador? O tratamento conservador geralmente é indicado em fraturas com pouco desvio (<2mm), fratura fechada, sem síndrome compartimental e sem lesão vascular. Consiste basicamente no uso de órtese e restrições de carga. Deve-se manter a órtese fixa até a 3ª semana e iniciar movimentação progressiva, mantendo-se até 8 a 12 semanas sem carga.

Como é feito o Tratamento Cirúrgico? Na maioria dos casos, o tratamento é cirúrgico. A técnica a ser utilizada vai depender dos parâmetros de gravidade que já discutimos. Dependendo do tipo de fratura, pode ser necessária mais de uma cirurgia. Por exemplo, nas fraturas expostas e nas fechadas de alta energia, o fixador externo é uma conduta bastante útil no tratamento inicial. Nas situações de síndrome compartimental, é mandatória a realização de uma fasciotomia (procedimento para aliviar a pressão dentro da perna). Nos casos de lesão vascular, o reparo da artéria deve ser realizado. Dentre as principais técnicas empregadas, estão a utilização de placas, parafusos, fixadores externos e hastes.

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Quais as possíveis complicações? Rigidez do joelho (joelho duro), infecção, síndrome compartimental, Pseudartrose (“osso não cola”), deformidade residual, necrose, Artrose (também conhecido como Osteoartrite), lesão neurovascular, Trombose, embolia, dentre outras.

Após a cirurgia, em quanto tempo retorno às minhas atividades? Logo após a cirurgia, o paciente já inicia a reabilitação fisioterápica. O plano de reabilitação é individualizado de paciente para paciente, pois depende da gravidade da fratura e das lesões associadas. Em média, o paciente após a cirurgia já pode mobilizar o joelho, todavia sem poder apoiar o membro fraturado no chão. Geralmente, a carga é liberada entre 8 a 12 semanas. Contudo, o retorno às atividades é muito variável, podendo ocorrer em 6 meses ou podendo demorar mais de 1 ano, nos casos graves.

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Existe um ditado popular que diz: “atirou no que viu e acertou no que não viu”. Pois no mundo do empreendedorismo isso tem acontecido com certa frequência. Ao abrir um negócio, o empresário pode ser surpreendido com o sucesso de um produto ou serviço que merece um negócio só dele. É o que chamamos de spin offs, negócios derivados dos principais que caminham com as próprias pernas. No cenário das startups isso acaba sendo comum, já que os modelos de negócios são dinâmicos e existe muita gente criativa envolvida.

As chamadas empresas derivadas podem surgir de diversas maneiras. Os casos mais comuns de spin offs nas startups são: produtos que fazem tanto sucesso na empresa original e que acabam trilhando um caminho próprio; criação de uma segunda marca especializada em determinado público; ou oferecimento de um serviço complementar e necessário aquele da empresa principal.

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E os spin offs podem ser interessantes tanto para empresas que ainda funcionam na garagem de casa quanto para multinacionais. Os programas de fidelidade Smiles e Multiplus, das companhas aéreas Gol e Tam, foram desmembrados em empresas independentes e ganharam novo fôlego.  Já o BB seguridade, braço de seguros do Banco do Brasil, levantou em sua estreia 11,4 bilhões de reais no mercado de ações no ano de 2013. Fora do país, a marca norte americana de roupas Gap observou uma oportunidade e lançou uma empresa só para as crianças, a Gap Kids.

As produtoras de seriados que fazem grande sucesso internacional perceberam que spin offs podem ser boas soluções para continuar lucrando. Sabe aquele personagem que todos curtiam em uma história e que merecia uma série somente dele? É o caso do advogado Saul Goodman, da série original “Breaking Bad”, que ganhou um seriado próprio neste ano de 2015.

Outro caso famoso é o do desenho animado “Os Simpsons”, que começou durante o programa de variedades “The Tracey Ulman Show” na tv norte-americana entre 1987 e 1990.  Durante o programa, eram exibidos programetes dos Simpsons de dois minutos. A família amarela caiu no gosto dos americanos e logo ganhou o horário nobre, antes de ser exibida para o mundo e receber diversas premiações.

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Mas antes de sair por aí desmembrando seu negócio, elaboramos uma lista com cinco dicas que podem ajudar um empreendedor a ter sucesso com seus spin offs:

1. Fôlego suficiente

Ao desmembrar seu negócio, tanto a empresa original quanto a derivada devem caminhar com as próprias pernas, sem interferências negativas. Se a nova empresa estiver atrapalhando a original, ou vice-versa, pense em fechar uma das duas ou em remodelar suas estratégias.

2. Delegar pode ajudar

Contratar um CEO especialista naquele novo serviço ou produto pode ajudar a manter o seu foco no gerenciamento da empresa original. Lembre-se que você é um só e os negócios cresceram. Se olhar com cuidado, esse CEO pode já estar trabalhando e mostrando resultados como seu funcionário.

3. Plano de negócios é fundamental

Se você está planejando criar um negócio específico é porque enxerga possibilidades de sucesso para ele. Mas não seja presunçoso: um plano de negócios para o spin off encurta caminhos e minimiza os erros, assim como acontece com qualquer empreendimento.

4. Caminhos diferentes, mesmos valores

Se o negócio derivado compartilhar dos mesmos valores do original fica mais fácil observar os rumos que ele está tomando e corrigir eventuais alterações de rota. Coerência garante valor de mercado às marcas.

5. Experiências compartilhadas

Apesar de ser um novo negócio, ele tem no seu DNA um pouco das características daquele do qual se derivou. Portanto, tudo de positivo que já funcionou na outra empresa deve ser replicado para a nova.  Caso o modelo de negócios permita, a proximidade física das sedes ajuda nesse sentido.

Este artigo foi baseado no conteúdo apresentado durante o Imersão Empreendedorismo, programa de preparação e decisão de carreira promovido pelo Na Prática. Quer conhecer melhor as oportunidades de carreira que uma trajetória empreendedora apresenta? Saiba mais aqui.