(ufpa) assinale a alternativa que se refere ao movimento literário conhecido como arcadismo.

(ufpa) assinale a alternativa que se refere ao movimento literário conhecido como arcadismo.

1. (UFSCar)

Texto 1

Eu quero uma casa no campo

do tamanho ideal

pau-a-pique e sapê

Onde eu possa plantar meus amigos

meus discos

meus livros

e nada mais

(Zé Rodrix e Tavito)

Texto 2

Se o bem desta choupana pode tanto,

Que chega a ter mais preço, e mais valia,

Que da cidade o lisonjeiro encanto;

Aqui descanse a louca fantasia;

E o que té agora se tornava em pranto,

Se converta em afetos de alegria.

(Cláudio Manuel da Costa)

Embora muito distantes entre si na linha do tempo, os textos aproximam-se, pois o ideal que defendem é

a) o uso da emoção em detrimento da razão, pois esta retira do homem seus melhores sentimentos.

b) o desejo de enriquecer no campo, aproveitando as riquezas naturais.

c) a dedicação à produção poética junto à natureza, fonte de inspiração dos poetas.

d) o aproveitamento do dia presente - o carpe diem-, pois o tempo passa rapidamente.

e) o sonho de uma vida mais simples e natural, distante dos centros urbanos.

2. (UFRS) Instrução: Os fragmentos abaixo se referem à questão a seguir:

I – Nise? Nise? Onde estás? Aonde espera

Achar-te uma alma, que por ti suspira (...)

II – Glaura! Glaura! Não respondes?

E te escondes nestas brenhas?

Dou às penhas meu lamento;

Ó tormento sem igual!

III – Minha bela Marília, tudo passa:

A sorte deste mundo é mal segura

Se vem depois dos males a ventura,

Vem depois dos prazeres a desgraça.

Os poetas árcades brasileiros tinham as suas musas inspiradoras, a quem se dirigiam frequentemente em seus poemas. Pelas musas, evocadas nos versos acima, pode-se dizer que os seus autores são, respectivamente:

a) Cláudio Manuel da Costa, Silva Alvarenga e Tomás Antônio Gonzaga.

b) José Basílio da Gama, Cláudio Manuel da Costa e Alvarenga Peixoto.

c) Tomás Antônio Gonzaga, Silva Alvarenga e Alvarenga Peixoto

d) Cláudio Manuel da Costa, Tomás Antônio Gonzaga e Frei Santa Rita Durão.

e) José Basílio da Gama, Frei Santa Rita Durão e Tomás Antônio Gonzaga.

3. (ENEM-2008)

Torno a ver-vos, ó montes; o destino (verso 1)

Aqui me torna a pôr nestes outeiros,

Onde um tempo os gabões deixei grosseiros

Pelo traje da Corte, rico e fino. (verso 4)

Aqui estou entre Almendro, entre Corino,

Os meus fiéis, meus doces companheiros,

Vendo correr os míseros vaqueiros (verso 7)

Atrás de seu cansado desatino.

Se o bem desta choupana pode tanto,

Que chega a ter mais preço, e mais valia (verso 10)

Que, da Cidade, o lisonjeiro encanto,

Aqui descanse a louca fantasia,

E o que até agora se tornava em pranto (verso 13)

Se converta em afetos de alegria.

Cláudio Manoel da Costa. In: Domício Proença Filho. A poesia dos inconfidentes. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2002, p. 78-9.

Considerando o soneto de Cláudio Manoel da Costa e os elementos constitutivos do Arcadismo brasileiro, assinale a opção correta acerca da relação entre o poema e o momento histórico de sua produção.

a) Os “montes” e “outeiros”, mencionados na primeira estrofe, são imagens relacionadas à Metrópole, ou seja, ao lugar onde o poeta se vestiu com traje “rico e fino”.

b) A oposição entre a Colônia e a Metrópole, como núcleo do poema, revela uma contradição vivenciada pelo poeta, dividido entre a civilidade do mundo urbano da Metrópole e a rusticidade da terra da Colônia.

c) O bucolismo presente nas imagens do poema é elemento estético do Arcadismo que evidencia a preocupação do poeta árcade em realizar uma representação literária realista da vida nacional.

d) A relação de vantagem da “choupana” sobre a “Cidade”, na terceira estrofe, é formulação literária que reproduz a condição histórica paradoxalmente vantajosa da Colônia sobre a Metrópole.

e) A realidade de atraso social, político e econômico do Brasil Colônia está representada esteticamente no poema pela referência, na última estrofe, à transformação do pranto em alegria.

4. (UFV) Sobre o Arcadismo no Brasil, podemos afirmar que:

a) produziu obras de estilo rebuscado, pleno de antíteses e frases tortuosas, que refletem o conflito entre matéria e espírito.

b) não apresentou novidades, sendo mera imitação do que se fazia na Europa.

c) além das características europeias, desenvolveu temas ligados à realidade brasileira, sendo importante para o desenvolvimento de uma literatura nacional.

d) apresenta já completa ruptura com a literatura europeia, podendo ser considerado a primeira fase verdadeiramente nacionalista da literatura brasileira.

e) presente sobretudo em obras de autores mineiros como Tomás Antônio Gonzaga, Cláudio Manuel da Costa, Silva Alvarenga e Basílio da Gama, caracteriza-se como expressão da angústia metafísica e religiosa desses poetas, divididos entre a busca da salvação e o gozo material da vida.

5. (Faap-1997) AS POMBAS

Vai-se a primeira pomba despertada…

Vai-se outra mais… mais outra… enfim dezenas

De pombas vão-se dos pombais, apenas

Raia sanguínea e fresca a madrugada

E à tarde, quando a rígida nortada

Sopra, aos pombais, de novo, elas, serenas

Ruflando as asas, sacudindo as penas,

Voltam todas em bando e em revoada…

Também dos corações onde abotoam,

Os sonhos, um por um, céleres voam

Como voam as pombas dos pombais;

No azul da adolescência as asas soltam,

Fogem… Mas aos pombais as pombas voltam

E eles aos corações não voltam mais…

(Raimundo Correia)

Nunca poderia ter lido o poema “AS POMBAS”, este mesmo que você acaba de ler:

a) Machado de Assis 

b) Aluísio Azevedo

c) Tomás Antônio Gonzaga

d) Olavo Bilac 

e) Euclides da Cunha


6. (FEI-1995) Leia com atenção:

“A poesia desta época, localizada em fins do século XVIII e início do XIX, caracteriza-se pelo lirismo. Fiéis ao espírito bucólico e pastoril, os poetas adotavam pseudônimos e, em seus textos, falavam e agiam como pastores, tratando de pastoras suas amadas. O mundo greco-romano vem completar o quadro lírico das composições da época”.

Assinalar a alternativa que contém o período literário a que se refere o trecho acima:

a) Romantismo

b) Simbolismo

c) Parnasianismo

d) Arcadismo

e) Barroco.

7. (UNIFESP-2005) Leia os versos do poeta português Bocage.

Vem, oh Marília, vem lograr comigo

Destes alegres campos a beleza,

Destas copadas árvores o abrigo.

Deixa louvar da corte a vã grandeza;

Quanto me agrada mais estar contigo,

Notando as perfeições da Natureza!

Nestes versos

a) o poeta encara o amor de forma negativa por causa da fugacidade do tempo.

b) a linguagem, altamente subjetiva, denuncia características pré-românticas do autor.

c) a emoção predomina sobre a razão, numa ânsia de se aproveitar o tempo presente.

d) o amor e a mulher são idealizados pelo poeta, portanto, inacessíveis a ele.

e) o poeta propõe, em linguagem clara, que se aproveite o presente de forma simples junto à natureza.

8. (Mack-2004)

Já sobre o coche de ébano estrelado

Deu meio giro a noite escura e feia;

Que profundo silêncio me rodeia

Neste deserto bosque, à luz vedado!

Jaz entre as folhas Zéfiro abafado,

O Tejo adormeceu na lisa areia;

Nem o mavioso rouxinol gorjeia,

Nem pia o mocho, às trevas costumado:

Só eu velo, só eu, pedindo à sorte

Que o fio, com que está minha alma presa

À vil matéria lânguida me corte:

Consola-me este horror, esta tristeza;

Porque a meus olhos se afigura a morte

No silêncio total da natureza.

Bocage

Vocabulário:

coche de ébano: carruagem de madeira escura jaz: está ou parece morto

mocho: coruja

lânguida: doentia

Nesse poema, a referência à cultura mitológica (Zéfiro) revela influência da estética

a) romântica.

b) simbolista.

c) trovadoresca.

d) árcade.

e) parnasiana. 

9. (UNESP 2012) Leia o poema de Tomás Antônio Gonzaga (1744-1810).

Não vês aquele velho respeitável,

que à muleta encostado,

apenas mal se move e mal se arrasta?

Oh! quanto estrago não lhe fez o tempo,

o tempo arrebatado,

que o mesmo bronze gasta!

Enrugaram-se as faces e perderam

seus olhos a viveza:

voltou-se o seu cabelo em branca neve;

já lhe treme a cabeça, a mão, o queixo,

nem tem uma beleza

das belezas que teve.

Assim também serei, minha Marília,

daqui a poucos anos,

que o ímpio tempo para todos corre.

Os dentes cairão e os meus cabelos.

Ah! sentirei os danos,

que evita só quem morre.

Mas sempre passarei uma velhice

muito menos penosa.

Não trarei a muleta carregada,

descansarei o já vergado corpo

na tua mão piedosa,

na tua mão nevada.

As frias tardes, em que negra nuvem

os chuveiros não lance,

irei contigo ao prado florescente:

aqui me buscarás um sítio ameno,

onde os membros descanse,

e ao brando sol me aquente.

Apenas me sentar, então, movendo

os olhos por aquela

vistosa parte, que ficar fronteira,

apontando direi: — Ali falamos,

ali, ó minha bela,

te vi a vez primeira.

Verterão os meus olhos duas fontes,

nascidas de alegria;

farão teus olhos ternos outro tanto;

então darei, Marília, frios beijos

na mão formosa e pia,

que me limpar o pranto.

Assim irá, Marília, docemente

meu corpo suportando

do tempo desumano a dura guerra.

Contente morrerei, por ser Marília

quem, sentida, chorando

meus baços olhos cerra.

(Tomás Antônio Gonzaga. Marília de Dirceu e mais poesias. Lisboa: Livraria Sá da Costa Editora, 1982.)

No conteúdo da quinta estrofe do poema encontramos uma das características mais marcantes do Arcadismo:

a) paisagem bucólica.

b) pessimismo irônico.

c) conflito dos elementos naturais.

d) filosofia moral.

e) desencanto com o amor.


10. (IFSP 2012)

"Eu, Marilia, não sou algum vaqueiro,

Que viva de guardar alheio gado;

De tosco trato, de expressões grosseiro,

Dos frios gelo e dos sóis queimado.

Tenho próprio casal e nele assisto;

Dá-me vinho, legume, fruta, azeite;

Das brancas ovelhinhas tiro o leite,

E mais as finas lãs de que me visto.

Graças, Marilia bela,

Graças à minha estrela!

(fredb.sites.uoI.com.br/Iusdecam.htm. adaptado)

Pode-se afirmar que se destaca no poema

a) o racionalismo, característica do Barroco.

b) o conceptismo, característica do Arcadismo.

c) o cultismo, característica do Barroco.

d) o teocentrismo, característica do Barroco.

e) o pastoralismo, característica do Arcadismo.

11. (UNIFESP 2009) Texto extraído de Formação da Literatura Brasileira, de Antonio Candido.

No Brasil, o homem de estudo, de ambição e de sala, que provavelmente era, encontrou condições inteiramente novas. Ficou talvez mais disponível, e o amor por Dorotéia de Seixas o iniciou em ordem nova de sentimentos: o clássico florescimento da primavera no outono. Foi um acaso feliz para a nossa literatura esta conjunção de um poeta de meia idade com a menina de dezessete anos. O quarentão é o amoroso refinado, capaz de sentir poesia onde o adolescente só vê o embaraçoso cotidiano; e a proximidade da velhice intensifica, em relação à moça em flor, um encantamento que mais se apura pela fuga do tempo e a previsão da morte:

Ah! enquanto os destinos impiedosos

não voltam contra nós a face irada,

façamos, sim, façamos, doce amada,

os nossos breves dias mais ditosos.

Em seu texto, Antonio Candido refere-se ao poeta__________, que tornou_________como tema de sua lírica. Os espaços da frase devem ser preenchidos com:

a) renascentista Luís Vaz de Camões ... Inês de Castro

b) árcade Tomas Antônio Gonzaga ... Marília

c) romântico Gonçalves Dias ... a natureza

d) romântico Alvares de Azevedo ... a morte

e) árcade Bocage ... Marília

12. (UEL 1997) Tomás Antônio Gonzaga certamente adotou os valores da poesia neoclássica, mas em MARÍLlA DE DIRCEU

a) percebe-se o quanto o poeta desprezava as convenções do bucolismo literário.

b) ainda ocorrem torneios de linguagem nitidamente barrocos.

c) a sátira ao Governador de Minas faz lembrar os momentos mais ferinos de Gregório de Matos.

d) a convenção bucólica combina-se com um confessionalismo amoroso que já foi reconhecido como pré-romântico.

e) a amada do poeta deixa de ser associada à figura convencional da pastora.

13. (UFRGS 2005) Com base nos fragmentos a seguir, extraídos da Lira II, da obra "Marília de Dirceu", de Tomás Antônio Gonzaga, assinale com V (verdadeiro) ou F (falso) as afirmações que seguem.

"Pintam, Marília, os Poetas

A um menino vendado,

Com uma aljava de setas,

Arco empunhado na mão;

Ligeiras asas nos ombros,

O tenro corpo despido,

E de Amor ou de Cupido

São os nomes, que lhe dão."

[...]

"Tu, Marília, agora vendo

De Amor o lindo retrato,

Contigo estarás dizendo

Que é este o retrato teu.

Sim, Marília, a cópia é tua,

Que Cupido é Deus suposto:

Se há Cupido, é só teu rosto,

Que ele foi quem me venceu."

(__) Na primeira estrofe, o poeta descreve uma figura representativa do amor na mitologia clássica.

(__) Na primeira estrofe, a amada Marília é alertada sobre a violência que se esconde por detrás da superfície do amor.

(__) Na segunda estrofe, o poeta transfere o retrato de Cupido para o rosto vencedor de Marília.

(__) Na segunda estrofe, o poeta confessa à amada a sua rendição em relação aos poderes do amor.

A sequência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é

a) V - V - F - F.

b) V - F - V - V.

c) F - F - V - V.

d) V - F - F - V.

e) F - V - F - F.


14. (MACKENZIE 2015)

Soneto VI

Brandas ribeiras, quanto estou contente

De ver-vos outra vez, se isto é verdade!

Quanto me alegra ouvir a suavidade,

Com que Fílis entoa a voz cadente!

Os rebanhos, o gado, o campo, a gente,

Tudo me está causando novidade:

Oh! como é certo que a cruel saudade

Faz tudo, do que foi, mui diferente!

Recebi (eu vos peço) um desgraçado,

Que andou até agora por incerto giro,

Correndo sempre atrás do seu cuidado:

Este pranto, estes ais com que respiro,

Podendo comover o vosso agrado,

Façam digno de vós o meu suspiro.

Cláudio Manoel da Costa

Soneto

Estes os olhos são da minha amada,

Que belos, que gentis e que formosos!

Não são para os mortais tão preciosos

Os doces frutos da estação dourada.

Por eles a alegria derramada

Tornam-se os campos de prazer gostosos.

Em zéfiros suaves e mimosos

Toda esta região se vê banhada.

Vinde olhos belos, vinde, e enfim trazendo

Do rosto do meu bem as prendas belas,

Dai alívio ao mal que estou gemendo.

Mas ah! delírio meu que me atropelas!

Os olhos que eu cuidei que estava vendo,

Eram (quem crera tal!) duas estrelas.

Cláudio Manoel da Costa

É traço relevante na caracterização do estilo de época a que pertencem os poemas de Cláudio Manoel da Costa, EXCETO:

a) a valorização do locus amoenus.

b) a poesia bucólica.

c) a utilização de pseudônimos pastoris.

d) a busca da aurea mediocritas.

e) a repulsa à tradição clássica da poesia.

15. (UEL 1994) Os poemas de Cláudio Manuel da Costa e Tomás Antônio Gonzaga foram escritos:

a) em reação ao sentimentalismo romântico, contrapondo-lhe sua linguagem clara e equilibrada.

b) ainda dentro do espírito barroco, conforme o atestam sua religiosidade conflituosa e seu estilo artificial.

c) à época da Inconfidência Mineira, relacionando-se intimamente com os ideais desse movimento.

d) em meados do século XIX, dedicando-se à propagação dos ideais da Contrarreforma.

e) em apoio à consolidação de nossa recente Independência, contra a qual ainda se insurgiam grupos descontentes.  

16. (UFV 1999) Considere as afirmações a respeito do Arcadismo brasileiro. Todas as alternativas estão corretas, EXCETO:

a) Foi o movimento literário que se desenvolveu no século XVIII, quando o "saber" assumiu uma importância fundamental.

b) Confirmou um dos princípios ideológicos do Iluminismo, por uma forte preocupação com a ciência e com o raciocínio.

c) Sob o ponto de vista literário reagiu contra o Barroco, retomando a simplicidade e o bucolismo dos clássicos.

d) Empreendeu uma minuciosa análise do personagem, revelando-nos claramente os traços de seu corpo e de sua alma.

e) Vivenciou uma expressiva transformação social, sendo fortemente marcado pelos ideais político-filosóficos do enciclopedismo francês.

17. (UFRRJ 2003)

LIRA XI

Não toques, minha musa, não, não toques

Na sonorosa lira,

Que às almas, como a minha, namoradas

Doces canções inspira:

Assopra no clarim que apenas soa,

Enche de assombro a terra!

Naquele, a cujo som cantou Homero,

Cantou Virgílio a guerra.

GONZAGA, T. A. "Marília de Dirceu". Rio de Janeiro: Anuário do Brasil, s/d. p. 30.

"Marília de Dirceu" apresenta um dos principais traços do arcadismo.

A opção que aponta esta característica temática, presente no texto, é

a) o bucolismo.

b) a presença de valores ou elementos clássicos.

c) o pessimismo e negatividade.

d) a fixação do momento presente.

e) a descrição sensual da mulher amada.

18. (UNIFESP 2007) Leia o poema de Bocage para responder às questões.

Olha, Marilia, as flautas dos pastores

Que bem que soam, como estão cadentes!

Olha o Tejo a sorrir-se! Olha, não sentes

Os Zéfiros brincar por entre flores?

Vê como ali, beijando-se, os Amores

lncitam nossos ósculos ardentes!

Ei-las de planta em planta as inocentes,

As vagas borboletas de mil cores.

Naquele arbusto o rouxinol suspira,

Ora nas folhas a abelhinha para,

Ora nos ares, sussurrando, gira:

Que alegre campo! Que manhã tão clara!

Mas ah! Tudo o que vês, se eu te não vira,

Mais tristeza que a morte me causara.

O soneto de Bocage é uma obra do Arcadismo português, que apresenta, dentre suas características, o bucolismo e a valorização da cultura greco-romana, que estão exemplificados, respectivamente, em

a) Tudo o que vês, se eu te não vira / Olha. Marília, as flautas dos pastores.

b) Ei-Ias de planta em planta as inocentes / Naquele arbusto o rouxinol suspira.

c) Que bem que soam, como estão cadentes! / Os Zéflros brincar por entre flores?

d) Mais tristeza que a morte me causam / Olha o Tejo a sorrir-se! Olha, não sentes.

e) Que alegre campo! Que manhã tão clara / Vê como ali, beijando-se, os Amores.

19. (CFTMG 2010) O arcadismo brasileiro

I - Apresentou o procedimento que se caracterizava por imitar modelos.

II - Utilizou padrões artísticos do Renascimento e da Antiguidade Clássica.

III - Enfatizou as tensões na relação entre o "eu lírico" e a paisagem campestre.

IV - Procurou a naturalidade racional, através da simplicidade estilística e da clareza das ideias.

Estão corretos os itens

a) I e II.

b) II e III.

c) I, Il e IV.

d) I, III e IV.

20. (Espcex 2014) Leia os versos abaixo:

"Se não tivermos lãs e peles finas,

podem mui bem cobrir as carnes nossas

as peles dos cordeiros mal curtidas,

e os panos feitos com as lãs mais grossas.

Mas ao menos será o teu vestido

por mãos de amor, por minhas mãos cosido."

A característica presente na poesia árcade, presente no fragmento acima, é

a) aurea mediocritas.

b) cultismo.

c) ideias iluministas.

d) conflito espiritual.

e) carpe diem.

21. (UPF 2012) Na poesia de Cláudio Manuel da Costa verifica-se um conflito entre as solicitações da poética neoclássica ou arcade, que o levam a conceber artificialmente uma paisagem __________ e o sentimento nativista do escritor, que o impele a aproveitar artisticamente a paisagem __________ de sua pátria.

A alternativa que completa corretamente as lacunas do texto anterior é:

a) amena - bucólica

b) rústica - bucólica

c) bucólica - rústica

d) rústica - amena

e) bucólica - amena

22. (CFTMG 2011)

Torno a ver-vos, o montes; o destino

Aqui me toma a por nestes oiteiros;

Onde um tempo os gabões deixei grosseiros

Pelo traje da Corte rico, e fino.

Aqui estou entre Almendro, entre Corino,

Os meus fiéis, meus doces companheiros,

Vendo correr os míseros vaqueiros

Atrás de seu cansado desatino.

Se o bem desta choupana pode tanto,

Que chega a ter mais preço, e mais valia,

Que da cidade o lisonjeiro encanto;

Aqui descanse a louca fantasia;

E o que te agora se tornava em pranto,

Se converta em afetos de alegria.

Com relação a esse poema. não é correto afirmar que

a) manifesta o contraste entre natureza rústica e sofisticação cultural.

b) defende o preceito arcade do fugere urbem, valorizando o bucolismo como ideal de vida.

c) dirige-se a pastora amada pelo eu-Iírico como determina a convenção típica da poesia da época.

d) revela resquícios de procedimentos característicos da estética barroca, no uso de antíteses e no gosto por oposições.

23. (UFLAVRAS 2000) Apresentam-se em seguida, três proposições I, II e III.

I. "O momento ideológico, na literatura dos Setecentos, traduz a crítica da burguesia culta aos abusos da nobreza e do clero."

II. "O momento poético, na literatura do Arcadismo, nasce de um encontro, embora ainda amaneirado, com a natureza e os afetos comuns do homem."

III. "Façamos, sim, façamos, doce amada,

Os nossos breves dias mais ditosos."

A característica que está presente nestes versos de Marília de Dirceu, de Tomás Antônio Gonzaga, é o "carpe diem" ("gozar a vida").

Marque:

a) se só a proposição I é correta.

b) se só a proposição II é correta.

c) se só a proposição III é correta.

d) se só são corretas as proposições I e II.

e) se todas as proposições são corretas.

24. (UFV 1996) Leia o texto a seguir e faça o que se pede:

Ornemos nossas testas com as flores

E façamos de feno um brando leito;

Prendamo-nos, Marília, em laço estreito,

Gozemos do prazer de sãos amores.

Sobre as nossas cabeças,

Sem que o possam deter, o tempo corre,

E para nós o tempo, que se passa,

Também, Marília, morre.

(TAG, MD, Lira XIV)

Todas as alternativas a seguir apresentam características do Arcadismo, presentes na estrofe anterior, EXCETO:

a) Ideal de ÁUREA MEDIOCRIDADE, que leva o poeta a exaltar o cotidiano prosaico da classe média.

b) Tema do CARPE DIEM - uma proposta para se aproveitar a vida, desfrutando o ócio com dignidade.

c) Ideal de uma existência tranquila, sem extremos, espelhada na pureza e amenidade da natureza.

d) Fugacidade do tempo, fatalidade do destino, necessidade de envelhecer com sabedoria.

e) Concepção da natureza como permanente reflexo dos sentimentos e paixões do "eu" lírico.

25.(UFV 1996) Leia o fragmento de texto a seguir e faça o que se pede:

Esprema a vil calúnia muito embora

Entre as mãos denegridas, e insolentes,

Os venenos das plantas,

E das bravas serpentes.

Chovam raios e raios, no seu rosto

Não hás de ver, Marília, o medo escrito:

O medo perturbador,

Que infunde o vil delito.

[...]

Eu tenho um coração maior que o mundo.

Tu, formosa Marília, bem o sabes:

Eu tenho um coração maior que o mundo.

Tu, formosa Marília, bem o sabes:

Um coração .... e basta,

Onde tu mesma cabes.

(TAG, MD, Parte II, Lira II)

Sobre o fragmento de texto de Tomás Antônio Gonzaga, Marília de Dirceu, assinale a alternativa FALSA:

a) a interferência do mito na tessitura dos poemas, mantendo o poeta dentro dos padrões poéticos clássicos, impede-o de abordar problemas pessoais.

b) a interpelação feita a Marília muitas vezes é pretexto para o poeta celebrar sua inocência e seu destemor diante das acusações feitas contra ele.

c) a revelação sincera de si próprio e a confissão do padecimento que o inquieta levam o poeta a romper com o decálogo arcádico, prenunciando a poética romântica.

d) a desesperança, o abatimento e a solidão, presentes nas liras escritas depois da prisão do autor, revelam contraste com as primeiras, concentradas na conquista galante da mulher amada.

e) embora tenha a estrutura de um diálogo, o texto é um monólogo - só Gonzaga fala e raciocina.


GABARITO

(ufpa) assinale a alternativa que se refere ao movimento literário conhecido como arcadismo.

(ufpa) assinale a alternativa que se refere ao movimento literário conhecido como arcadismo.