Teste de comparação multipla analise sensorial

Os testes de comparações múltiplas “a posteriori” são aqueles não planejados antes da realização do experimento, servindo de complemento do teste F da análise de variância, e tem como objetivo detectar diferenças (ortogonais ou não) entre duas médias (ou grupos delas) de tratamentos.

Os testes de comparações de médias em contrastes não ortogonais ou feitos “a posteriori” só devem ser utilizados quando o teste “F” for significativo (indicar diferença entre as médias dos tratamentos).

As justificativas de se recomendar a aplicação de um teste estatístico que indique uma diferença entre os tratamentos antes de aplicar um teste de significância da diferença entre dois tratamentos quaisquer são:

- Com o aumento do número de tratamentos a probabilidade de se detectar entre todos os possíveis contrastes, também aumenta;

- Com um grande número de tratamentos a diferença entre duas médias extremas pertencentes a amostras da mesma população não é mais apenas casual, de modo que a distribuição de probabilidades na qual se baseia o contraste não é mais válida;

- Portanto os resultados significativos nos testes de comparações múltiplas “a posteriori”, tornam-se mais confiáveis seguros e, em realidade válida, quando realizados após a obtenção de significância na análise de variância. Diz-se então que a confiabilidade do teste está protegida pela significância da ANAVA.

Em uma comparação onde o resultado favorável seria uma equivalência entre os tratamentos (um produto nacional e outro importado mais caro), seria inadequado a utilização de um teste que beneficiasse a ocorrência do erro tipo II, isto é, o teste a ser aplicado deve ser menos rigoroso.

Em uma comparação onde o resultado favorável seria uma melhor eficiência de alguns tratamentos, seria inadequada a utilização de um teste que beneficiasse a ocorrência do erro tipo I, devendo-se optar por um teste mais rigoroso.

*Obs. - Erro tipo I: atribuir diferenças significativas quando elas realmente não existem;

- Erro tipo II: atribuir uma igualdade quando realmente existe uma diferença.

Inevitavelmente, ao diminuirmos um tipo de erro, aumentamos a probabilidade do outro tipo de erro.

Testes que pode ser aplicados “a posteriori”: t de Student, SNK (Student, Newman, Keuls), Duncan, Tukey...


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Gravação de aula da disciplina ZEA1000-Análise Sensorial de Alimentos do curso de Engenharia de Alimentos noturno, sobre o tema Métodos discriminativos Parte 2. Nesta parte do vídeo foram descritos os testes Diferença do controle e Comparação múltipla.

Disciplina

- Histórico, conceitos e aplicação da análise sensorial de alimentos - Percepção sensorial e os sentidos humanos - Montagem e organização de laboratório de análise sensorial - Preparo de amostras - Recrutamento, seleção e treinamento de julgadores - Métodos discriminativos: testes triangular, duo-trio, pareado, 2 em 5, ordenação, diferença do controle e comparação múltipla - Métodos descritivos: Perfil de sabor e Perfil de Textura, Análise Descritiva Quantitativa (ADQ), Perfil livre e Perfil flash, CATA

- Métodos afetivos: locais de aplicação, testes de preferência e aceitação, grupo focal

Objetivo

Propiciar ao estudante conhecimentos sobre os princípios da Análise Sensorial de Alimentos e as principais metodologias de análise, assim como treinamento na aplicação dos testes sensoriais. Ao final do curso espera-se que o estudante possa conduzir projetos de avaliação sensorial desde o planejamento até a redação dos resultados.

Índice de vídeos da disciplina

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ INSTITUTO DE TECNOLOGIA FACULDADE DE ENGENHARIA DE ALIMENTOS DISCIPLINA: ANALISE SENSORIAL PROFESSOR: LUCIA LOURENÇO TESTE DE COMPARAÇÃO MULTIPLA BELÉM MARÇO – 2013 1 INTRODUÇÃO No ambiente experimental é comum se deparar com pesquisas que apresentem como proposta a comparação de vários tratamentos. Para isso, utilizam-se testes para comparação .de múltiplas como Tukey, Duncan, Scott-Knott, entre outros (CALIÑSKI, T, 1958) Os métodos sensoriais são baseados nas respostas aos estímulos, que produzem sensações cujas dimensões são: intensidade, extensão, duração, qualidade e prazer ou desprazer. Enquanto os estímulos podem ser medidos por métodos físicos e químicos, as sensações são medidas por processos psicológicos. A análise sensorial vem sendo aplicada no desenvolvimento e melhoramento de produtos, controle de qualidade, estudos sobre armazenamento e desenvolvimento de processos (LANZILLOTTI, 1999). O teste que envolve a comparação de mais do que três amostras é denominado de teste de Comparação Múltipla ou de Amostras Múltiplas. A utilização deste teste ocorre quando o objetivo é verificar a um só tempo se existe diferença significativa entre várias amostras e uma de referência ou padrão, e estimar o grau dessa diferença (DUTRA, 2007). 2 OBJETIVO Detectar diferenças (ortogonais ou não) entre duas médias (ou grupos delas) de tratamentos. 3 MÉTODOLOGIA

O teste de comparação múltipla ou diferença-do-controle avalia, simultaneamente, uma ou mais amostras quanto a um atributo específico, determinando a diferença e o grau da diferença em relação a um controle (C). Apresenta-se o controle (C), a amostra-controle codificada e uma ou mais amostras-teste codificadas. Cabe ao julgador avaliar e dar valores às amostras-teste codificadas em comparação ao controle através da escala de grau de diferença (Ficha 1) que poderá ser verbal, numérica ou mista. Para análise


  1. 1. UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ INSTITUTO DE TECNOLOGIA FACULDADE DE ENGENHARIA DE ALIMENTOS RELATÓRIO TESTE DE COMPARAÇÃO MÚLTIPLA 12 de outubro de 2014 Belém, PA
  2. 2. 1 DISCIPLINA: ANALISE SENSORIAL PROFESSORA: LÚCIA LOURENÇO ALUNOS: ANDRÉIA COSTA LAÍS DA FONSECA PEREIRA RELATÓRIO TESTE DE COMPARAÇÃO MÚLTIPLA Relatório técnico apresentado como requisito parcial para obtenção de aprovação na disciplina Analise Sensorial, no Curso de Engenharia de Alimentos, na Universidade Federal do Pará. Profa. Lúcia Lourenço 12 de outubro de 2014 Belém, PA
  3. 3. 2 1 OBJETIVOS O teste de comparação múltipla é um teste discriminativo que permite verificar se existe diferença entre uma amostra controle e uma ou mais amostras teste e estimar o grau de diferença. Entretanto, as amostras não são comparadas entre si e avaliadas com relação a um padrão. O presente trabalho teve como objetivo avaliara a influência do tipo de embalagem da no sabor do refrigerante tipo cola, marca “X”. 2 MATERIAIS E MÉTODOS 2.1 MATERIAIS  Refrigerante tipo cola em garrafa de vidro de 1L.  Refrigerante tipo cola lata de alumínio de 395 mL.  Refrigerante tipo cola garrafas PET de 500mL . (amostra padrão)  Copos descartáveis 2.2 MÉTODOS Para a realização do teste de comparação múltipla todas as amostras foram acondicionadas sob-refrigeração e servidas a 18ºC em copos descartáveis. A equipe de julgadores foi composta por 19 provadores, com idade variando de 18 a 25 anos, sendo todos discentes da Faculdade de Engenharia de Alimentos da Universidade Federal do Pará. As amostras foram codificadas com números de três dígitos aleatório, sendo servido 50mL de cada amostra. Os julgadores receberam as amostras simultaneamente, acompanhadas de copo com água, ficha de avaliação (Figura 1). O bloco completo foi composto por 3 amostras, sendo uma a amostra referência codificada, ou seja, da embalagem garrafas PET de 500mL. Os resultados relativos obtidos foram analisados por meio de análise de variância (ANOVA) associada a teste de médias de Tukey.
  4. 4. 3 Tabela 1. Resultados dos provadores P/A 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 TOTAL A 2 1 1 3 1 2 1 1 3 2 1 2 3 1 3 1 2 3 2 35 B 1 1 4 1 4 3 3 2 4 3 2 1 2 3 4 3 4 2 4 51 C 2 1 3 2 3 1 3 2 1 1 2 3 2 2 4 1 3 1 3 40 TOTAL 5 3 8 6 8 6 7 5 8 6 5 6 7 6 11 5 9 6 9 126 Figura 1. Ficha de avaliação para comparação múltipla de refrigerante tipo cola.
  5. 5. 4 3 RESULTADOS E DISCUSSÕES Os resultados obtidos foram através da análise de variância, onde é possível determinar quais as amostras são diferentes segundo nível de significância previamente decidido (1% e 5%),para isso a realização de alguns cálculos é necessário:  Cálculo do Fator de Correção (FC). FC = (162)2 = 278,526 19.3  Cálculo da Soma Do Quadrado Das Amostras (S.Q.A.). SQA = (35)2+(51)2+(40)2 – FC =7,053 19  Cálculo da Soma Dos Quadrados Dos Provadores (S.Q.P.). SQP = 52+32+82+62+82+62.... – FC =20,807 3  Cálculo Soma Dos Quadrados Totais (S.Q.T.). SQT = 22+12+1+32+12+22+12+12+32+22..... – FC = 59,47  Cálculo da Soma Dos Quadrados Do Resíduo (SQR.). SQR. = SQT - (SQP - SQA) = 31,61 Tabela 1. Análise De Variância CAUSAS DE VARIAÇÃO GRAU DE LIBERDADE SOMA DOS QUADRADOS QUADRADO MÉDIO Fcalc Ftab Amostras 2 7,053 3,53 4,01* 2,94 Provador 18 20,807 1,16 1,32 Resíduo 36 31,61 0,88 Total 56 59,47
  6. 6. 5 Como o F calculado é maior que o F da tabela o resultado é significativo quer dizer os refrigerantes são diferentes entre si com relação ao gosto, portanto para determinar quais amostras foram diferentes foi aplicado o teste Tukey:  5% = q.√Q.M.R. N  5% = 0,744 Tabela 2. Resultados obtidos por meio do teste de comparação múltipla para diferentes embalagens de refrigerante tipo com a marca “X”. Embalagem Médias Lata de alumínio de 395 mL 1,84 a Garrafa PET de 500mL 2,68 b Garrafa de vidro de 1L 2,10 ab Médias seguidas de mesma letra não apresentamdiferença significativa ao nível de 5%pelo teste de Tukey. O teste de comparação múltipla foi usado para descobri se existe diferença significativa entres as amostras, o que só foi possível concluir com cálculos da ANOVA e posteriormente pelo teste de Tukey, que revelou que houve diferença significativa em nível de 5% entre o refrigerante em lata de alumínio e o da garrafa PET, porem não havendo diferença destes com o refrigerante em garrafa de vidro. .
  7. 7. 6 4 CONCLUSÃO Infere-se que no teste de comparação múltipla foram obtidas respostas para cada 3 amostras de um universo de 19 julgadores .Este resultado mostrou que houve diferença siginifativa a nível de 5% entre o refrigerante em embalagem de PET e e o em embalagem de alumínio. Desta forma existe variação na percepção de sabor em função das embalagens do refrigerante coca-cola.
  8. 8. 7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS CHAVES, J.B.P; SPROESSER, R.L. Práticas de laboratório de análise sensorial de alimentos e bebidas (6 Ciências Exatas e Tecnológicas), Viçosa: UFV. p. 23‐27, 2005. DUTCOSKY, D.S. Análise Sensorial de Alimentos. 3ª Edição, Editora: Champagnat. PUCPR - Curitiba, 2011. GULARTE, Márcia Arocha. Manual de Análise Sensorial de Alimentos. Universidade Federal de Pelotas. Pelotas, Rio Grande do Sul. 2009. 105p. INSTITUTO ADOLFO LUTZ (São Paulo). Métodos físico-químicos para análise de alimentos/coordenadores Odair Zenebon, NeusSadoccoPascuet e Paulo Tiglea -- São Paulo:Instituto Adolfo Lutz, 2008 p. 1020