Qual habilidade se encaixa para comparação de imagens

Maria Vitória Costa Diniz

Qual habilidade se encaixa para comparação de imagens

Introdução

O ato de ler vai muito além do reconhecimento das letras e das palavras, pois podemos fazer a leitura das milhares de informações que nos rodeiam todos os dias, assim “[...] A leitura de mundo precede a leitura da palavra”, conforme Freire (2002, p. 11). Essa leitura nos dá os conhecimentos prévios para que possamos interagir no mundo em que vivemos facilitando a comunicação.

As imagens são grandes atenuadores no processo de aprendizagem, pois, quando a pessoa tem dificuldade em decodificar o código escrito ou quando a criança começa a entender o mundo, são as imagens que fazem a ligação delas com o meio através dos símbolos, como placas, desenhos e figuras ou até mesmo mídias, como a televisão, utilizando os desenhos animados para que a criança aprenda valores e reconheça os objetos.

Dessa maneira, é muito importante que as crianças que estão sendo alfabetizadas possam ser colocadas em confronto com imagens as mais variadas possíveis, desde as de livros ilustrados até as de pinturas, fazendo-se com que as crianças sejam capazes de utilizar a imaginação e de reconhecer qualquer ilustração.

O que é leitura de imagens?

A criança quando chega à escola já traz a sua leitura de mundo, pois ela tem um conhecimento prévio influenciado pela família, na qual foi colocada diante de imagens que devem ser decifradas. Por exemplo, ao assistir televisão, ela toma uma posição diante do que está vendo; quando sai à rua, vê-se diante de carros, placas e pessoas que oferecem várias informações que, querendo ou não, acaba absorvendo. “Sabe-se hoje que a criança, quando chega à escola, já é uma entusiasta e experiente leitora do mundo. Ela começa desde cedo a observar, atribuir significados aos seres e às situações do mundo à sua volta” (CUNHA, 2012, p. 127).

Assim, é através das imagens que as crianças conseguem entender o mundo em que vivem e conseguem se comunicar. Não somente as crianças, mas também os adultos, diariamente, são colocados em contato com esses signos que fazem parte do cotidiano das pessoas. Como assinala Barbosa,

Em nossa vida diária, estamos rodeados por imagens impostas pela mídia, vendendo produtos, ideias, conceitos, comportamentos, slogans políticos, etc. Como resultado de nossa incapacidade de ler essas imagens, nós aprendemos por meio delas inconscientemente. A educação deveria prestar atenção ao discurso visual. Ensinar a gramática visual e sua sintaxe através da arte e tornar as crianças conscientes da produção humana de alta qualidade são formas de prepará-las para compreender e avaliar todo tipo de imagem, conscientizando-as de que estão aprendendo com essas imagens (BARBOSA, 1998, p. 17).

Desse modo, por estarem sempre em contato com as imagens em seu dia a dia, as crianças possuem uma carga de conhecimento prévio já inserido em sua mente, que faz a diferença quando elas são colocadas diante de imagens que precisam ser lidas. Isso significa que cada criança vai entender a imagem a partir de sua vivência, explicando-a partindo das suas poucas experiências, e assim nenhuma leitura será parecida, pois “O significado está relacionado ao sentido que se dá à situação, ou seja, às relações que estabelecemos entre as nossas experiências e o que estamos vendo”, segundo Barbosa (2008, p. 73).

Então, para que o professor possa entender como o aluno se relaciona com a imagem apresentada ou até mesmo o que o leva a imaginar o que está vendo de uma forma toda particular, primeiro precisa entender o que tem por trás do conhecimento que aquele aluno possui. Às vezes a mesma leitura que faz em um dia se torna diferente se for feita no dia seguinte ou semanas depois, pois depende muito do momento vivido pelo leitor. Confirmado por Pillar na citação seguinte:

O observável tem sempre a marca do conhecimento, da imaginação de quem observa, ou seja, depende das coordenações do sujeito, das estruturas mentais que ele possui no momento, as quais podem modificar os dados. Assim, duas pessoas podem ler uma mesma realidade e chegar a conclusões bem diferentes. Isso porque, o que o sujeito apreende em relação ao objeto depende dos instrumentos de registro, das estruturas mentais, das estruturas orgânicas específicas para o ato de conhecer, disponíveis naquele momento (PILLAR, 2006, p. 13).

Assim, a leitura vai muito além da simples figura colocada para que o aluno faça a observação do que está vendo. Ela é a leitura de mundo que aquele discente possui, a mistura de sua vivência pessoal e do que o autor da figura, desenho, foto ou pintura quer passar para quem vai apreciar o que está ao alcance de seus olhos.

Por conseguinte, a imagem insere o aluno no mundo da leitura, pois “Podemos passar a chamar de leitor não apenas aquele que lê livros, mas também o que lê imagens”, conforme Santaella (2012, p. 9). O uso da imaginação faz as crianças buscarem o conhecimento guardado em sua mente, dando ferramentas para que tenham opiniões e atitudes próprias, tornando-se capazes de construir conhecimento através da releitura que fazem do mundo à sua volta. Desse modo,

A apreciação das imagens nas escolas vem através das artes visuais ante as quais o aluno é colocado para observar as várias maneiras que as imagens se apresentam e como é feito o contato com cada uma delas, e através delas. Ele pode se expressar. As artes visuais, além das formas tradicionais — pintura, escultura, desenho, gravura, arquitetura, objetos, cerâmica, cestaria, entalhe —, incluem outras modalidades que resultam dos avanços tecnológicos e transformações estéticas do século XX: fotografia, moda, artes gráficas, cinema, televisão, vídeo, computação, performance, holografia, desenho industrial, arte em computador. Cada uma dessas modalidades artísticas tem a sua particularidade e é utilizada em várias possibilidades de combinações entre elas, por intermédio das quais os alunos podem expressar-se e comunicar-se entre si e com outras pessoas de diferentes maneiras (BRASIL, 1998, p. 63).

Podemos passar a chamar de leitor não apenas aquele que lê livros, mas também o que lê imagens.
Santaella

Logo, vemos que a leitura de imagens traz muitas possibilidades para que o aluno use o seu imaginário e sinta prazer na busca do conhecimento. Esse é o primeiro momento em que o aluno se vê cara a cara com a leitura e deve ser muito prazeroso e estimulante, tanto para o aluno como para o professor, para que, a partir desse contato, veja na leitura algo bom; assim vai ser construído o vínculo entre a criança e a leitura.

Desse modo, o uso de todos os códigos e signos que o aluno faz durante o processo de decodificação de imagens é o passo inicial para que ele aprenda a dar significado às várias cenas do dia a dia, mas o fato de o aluno ainda não saber ler palavras não quer dizer que ele não tenha práticas leitoras: “[...] A leitura de mundo precede a leitura da palavra, daí que a posterior leitura desta não possa prescindir da continuidade da leitura daquela. Linguagem e realidade se prendem dinamicamente”, afirma Freire (2002, p. 11).

Contudo, para que algo se transforme em informação escrita, primeiro deve ganhar sentido na mente, através de imagens, e aí então é que essas cenas se transformam em ideias, conduzindo a pessoa a colocá-las em prática: assim, tudo começa pelo imaginário, a escrita nada mais é que a interpretação feita pelos alunos das imagens que lhe são apresentadas.

A leitura de imagem no processo de ensino-aprendizagem

As imagens são uma maneira de comunicação e informação muito poderosa e abrangente, utilizadas com frequência, sendo importante saber interpretá-las e decifrá-las. Entre os vários tipos de imagem, temos as fotografias, as dos livros ilustrados, os desenhos e as pinturas, que devem ser apreciados pelos alunos. Todos esses objetos de apreciação dão ao aluno a oportunidade de utilizar o imaginário e a percepção.

As imagens são armazenadas com mais facilidade e por mais tempo no cérebro, sendo mais fácil para o aluno lembrar do que os textos escritos; por isso, é uma das melhores formas de aquisição de conhecimento para alunos que estão em processo de alfabetização. Conforme vemos aqui:

[...] Na elaboração de informações imagéticas, domina o lobo cerebral direito, que é a instância responsável pela elaboração das emoções [...] do mesmo modo, a capacidade de memória varia no contexto de informações imagéticas ou linguísticas. As imagens são recebidas mais rapidamente do que os textos, elas possuem um maior valor de atenção, e sua informação permanece durante mais tempo no cérebro (SANTAELLA, 2012, p. 109).

A leitura de mundo precede a leitura da palavra, daí que a posterior leitura desta não possa prescindir da continuidade da leitura daquela. Linguagem e realidade se prendem dinamicamente.
Freire

Dessa forma, pelo fato de a imagem ser mais fácil de reconhecimento e de armazenamento na memória é que se pode utilizar a descoberta a favor da aprendizagem, fazendo desse recurso uma ferramenta de aquisição de conhecimento no processo de ensino-aprendizagem na Educação Infantil. Quando o professor proporciona ao aluno a observação dos livros ilustrados, está favorecendo a apreciação pela leitura e, consequentemente, o desenvolvimento cognitivo desse aluno, ou seja, pode usar as produções do aluno para que ele possa dar significado ao seu cotidiano e saiba representá-lo com o fazer artístico. O que podemos verificar a seguir:

É essencial que se incluam atividades que se concentrem basicamente na leitura das imagens produzidas pelas próprias crianças (desenhos, colagens, recortes, objetos tridimensionais, pinturas, etc.). Permitir que elas falem sobre suas criações e escutem as observações dos colegas sobre seus trabalhos é um aspecto fundamental do trabalho em artes. É assim que elas poderão reformular suas ideias, construindo novos conhecimentos a partir das observações feitas, bem como desenvolver o contato social com os outros (BRASIL, 1998a, p. 105).

Por conseguinte, o ato de observar precisa ser espontâneo, valorizando-se a aprendizagem e o potencial do aluno, deixando que ele possa perguntar e dizer o que está entendendo sobre a imagem que está vendo, levando-se em conta o conhecimento prévio de cada um dos alunos.

É aconselhável que as crianças realizem uma observação livre das imagens e que possam tecer os comentários que quiserem, de tal forma que todo o grupo participe. O professor pode atuar como um provocador da apreciação e leitura da imagem. Nesses casos, o professor deve acolher e socializar as falas das crianças (BRASIL, 1998a, p. 103).

No entanto, deixar o aluno à vontade para estudar as imagens, criando um espaço propício para a aquisição de saberes e para socializar o que sabe e o que aprende com seus colegas, deve ser uma das funções do mediador, sempre permitindo ao aluno que questione à sua maneira, tirando suas dúvidas e colocando suas próprias interpretações diante do que vê, para que o conhecimento não seja estagnado e taxado como sendo algo imutável, pois cada um tem sua forma particular de ver as coisas, atribuindo significações diferentes ao que vê.

Como trabalhar a leitura de imagens em sala de aula

A leitura de imagens deve ser trabalhada em todos os eixos da Educação Infantil. Essa função de apresentação das imagens aos alunos cabe ao pedagogo por ser ele o profissional que se faz presente em sala de aula na Educação Infantil.

O professor deve, em primeiro lugar, escolher uma imagem que esteja dentro do contexto do seu plano de aula, deixando que os alunos deem sua opinião sobre a imagem que estão observando sem influenciá-los. Ele deve fazer com que o aluno possa emitir suas próprias impressões sobre o que vê para depois reconhecer quem é o artista ou, se for o caso, explicar que história aquela imagem está contando. Assim, o professor dá autonomia para o aluno, favorecendo que ele utilize sua criatividade e curiosidade. Segundo as afirmações do autor a seguir:

[...] a imagem deve ser apresentada aos alunos e explorada antes mesmo de se falar sobre o movimento artístico ao qual ela pertence e a biografia do artista, porque a imagem como signo está carregada de significação, por isso não deve servir apenas como ilustradora de um contexto (BARBOSA, 2006, p. 151).

Por conseguinte, elas, as imagens, vêm carregadas das ideias do autor, e, quando o professor direciona o aluno, as respostas ao estímulo ficam comprometidas com as intenções do autor e do professor.

Ana Mae Barbosa desenvolveu um método de apresentação e apreciação das imagens dando ao professor opções de como trabalhar com seus alunos de acordo com a necessidade de cada criança. Abaixo, uma tabela do método sobre o seu ensino de leitura de imagens.

Eixos

Norteadores

Descrição

Contextualização

Contextualização da obra de arte.

Conhecer/analisar a história da obra e o contexto de sua produção, bem como o artista e a época em que foi produzida, relacionando-a com o contexto atual, pensando a obra de arte de uma forma mais ampla, para, consequentemente, ampliar o conhecimento em arte.

Leitura da

obra de arte/

Apreciação

Apreciação, percepção, sensibilização, leitura de imagem por meio da gramática visual.

Conhecer os elementos visuais da obra, para descobrir e discutir questões que ela revela. Conhecer a obra e compará-la com obras e artistas de outras épocas ou não, interpretando-a subjetivamente.

Fazer artístico

Momento de criação, produção, representação e expressão artística. A obra observada é uma boa referência para estimular o

indivíduo a criar artisticamente, experimentando diferentes

linguagens, sem que seja uma cópia ou modelo estereotipado da obra observada. Deve-se preservar a criatividade e a livre expressão na criação de uma nova obra.

Segundo o quadro acima apresentado, Ana Mae Barbosa vem trazer dicas de como um professor deve propiciar ao aluno a leitura de imagens. No primeiro eixo, expõe que o professor deve contextualizar a obra que vai ser apresentada ao seu aluno com os dias atuais: além disso, deve saber em que ano foi desenhada e em que momento histórico ela foi produzida. No segundo eixo, ele deve apreciar a obra, fazendo a leitura, reconhecendo os seus elementos visuais, estabelecendo uma ligação e comparação entre a obra e outras pinturas ou desenhos. No terceiro eixo, explica-se o momento em que o professor deixa o aluno livre para entender a imagem observada e, através dessa experiência, ter sua inspiração e criar seu próprio desenho, história ou pintura, dependendo de que tipo de produção foi apresentada a ele.

Após a observação e a descoberta da origem da imagem que está sendo observada, o professor deve dar oportunidade para que o aluno use sua imaginação desenvolvendo releituras da imagem ou até mesmo deixando que ele crie seu próprio desenho.

Dessa forma, o professor deve colocar o aluno em contato com todos os tipos de imagem, as dos livros ilustrados, das artes, das fotografias, da publicidade e do design, mostrando muitas formas de ler uma imagem, expandindo o conceito de leitura, elencando todos os tipos de leitor.

[...] mais que isso, incluo no grupo de leitor das variedades de sinais e signos de que as cidades contemporâneas estão repletas: os sinais de trânsito, as luzes dos semáforos, as placas de orientação, os nomes de ruas, as placas de estabelecimentos comerciais, etc. Vou ainda mais longe e também chamo de leitor o espectador de cinema, TV e vídeo. Diante disso, não poderia ficar de fora o leitor que viaja pela internet, povoada de imagens, sinais, mapas, rotas, luzes, pistas, palavras e textos (SANTAELLA, 2012, p. 10).

Assim, quando se coloca o aluno em contato com as diversas formas de ler imagens, isso ajudará que o aluno tenha autonomia e melhore seu “capital cultural”, desenvolvendo competências em diversos campos de conhecimento. Para cada tipo de imagem, uma maneira diferenciada de ensinar trazendo o que tem de mais relevante, mostrando as técnicas e o valor artístico e financeiro de cada um dos tipos de imagem.

No entanto, deve-se dar oportunidade de o aluno apreciar o seu trabalho e os trabalhos dos seus colegas, através de leituras grupais, e expressar suas opiniões sobre aquilo que vê. Conforme vemos a seguir:

É essencial que se incluam atividades que se concentrem basicamente na leitura das imagens produzidas pelas próprias crianças (desenhos, colagens, recortes, objetos tridimensionais, pinturas, etc.). Permitir que elas falem sobre suas criações e escutem as observações dos colegas sobre seus trabalhos é um aspecto fundamental do trabalho em artes. É assim que elas poderão reformular suas ideias, construindo novos conhecimentos a partir das observações feitas, bem como desenvolver o contato social com os outros [...] Nas leituras grupais, as crianças elaboram não somente os conteúdos comentados, mas estabelecem uma experiência de contato e diálogo com as outras crianças, desenvolvendo o respeito, a tolerância à diversidade de interpretações ou atribuição de sentido às imagens, a admiração, dando uma contribuição às produções realizadas, por intermédio de uma prática de solidariedade e inclusão (BRASIL, 1998a, p. 105).

Dessa maneira, desde o Maternal a apreciação de imagens deve ser uma prática constante para que o aluno desenvolva o gosto pela leitura e pela apreciação de artes visuais, assim a leitura é a interpretação dos mais diversos tipos de arte visual. Para que isso aconteça, deve-se fazer atividades repetitivas para que a criança treine o seu olhar e o hábito de reconhecimento e apreciação, pois as imagens são de mais fácil entendimento. Conforme afirma Lima,

Qual habilidade se encaixa para comparação de imagens
A imagem atinge as pessoas de maneira muito mais rápida e direta do que as palavras, além de serem compreendidas mais facilmente que os conceitos. Fazendo uso de um bordão: “Entendeu ou quer que eu desenhe”, mostra que, se a palavra não basta, a imagem explica melhor (LIMA, 2003, p. 03).

Sendo assim, entre as várias maneiras de apresentar a imagem para a criança, pode ser desenvolvida a releitura através da observação do livro didático, deixando que o aluno conte a história do seu jeito e depois desenvolva desenhos para deixar registrada a sua produção. É importante fazer uma exposição do que foi criado pelos alunos, pois assim eles se sentirão valorizados.

É na educação formal que o aluno tem a oportunidade de aprender a apreciar e compreender as imagens nas suas mais diversas formas. “Olhar estético tem natureza e função diferentes do olhar banal, cotidiano. É apenas na educação formal que a maioria dos brasileiros poderá ter oportunidade de desenvolver tal olhar”, segundo Rossi, (2003, p. 11). Sendo o professor o mediador desse conhecimento, deve também estar preparado para deixar que o aluno use sua própria criatividade sem interferências da maneira de pensar do docente.

É necessário que o educador possa entender como o aluno reconhece e o que ele entende quando vê a imagem que está sendo apresentada a ele, para que não se torne vazio e sem significado. Por isso, cada etapa de uma apresentação de imagem deve ser bem planejada no seu passo a passo, levando em conta o conteúdo que vai ser trabalhado e também a vivência e a maturidade daquele aluno. Conforme Barbosa,

Desde o final dos anos 80, é bem comum escolas de Educação Infantil trabalharem leitura de imagens com crianças pequenas apresentando-lhes seus trabalhos e/ou reproduções de obras de arte, sem, muitas vezes, entender esse processo de leitura. Nesse sentido, é necessário compreender como a criança lê essas imagens, o que mais lhe impressiona, como ela interpreta e julga tais imagens (BARBOSA, 2008, p. 75).

Assim, o professor, antes de apresentar a imagem a ser lida, deve fazer uma leitura a seus alunos para que a atividade seja conduzida corretamente, proporcionando o trabalho mais completo e dinâmico, do qual o aluno sairá ciente do que foi feito em sala e o mediador convencido de que conseguiu alcançar o resultado desejado. O educador que planeja e conhece seus alunos tem grandes possibilidades de ter êxito quando for proporcionar a leitura de imagens em sala.

O olhar estético tem natureza e função diferentes do olhar banal, cotidiano. É apenas na educação formal que a maioria dos brasileiros poderá ter oportunidade de desenvolver tal olhar.
Rossi

Considerações finais

Conclui-se que, com nossos olhos, uma das janelas para o conhecimento, e utilizando a imagem, que é dos primeiros contatos que temos com o mundo, podemos desenvolver habilidades com mais rapidez. As imagens estão sempre presentes em nossa vida através da imaginação, dos sonhos, das fotos e dos vários meios de comunicação que estão espalhados pelas ruas. Sendo assim, elas são também a principal maneira de adquirirmos conhecimento, por isso não podemos dispensar esse meio de aprendizagem: elas possuem um grande potencial de comunicação que deve ser desenvolvido em sala de aula.

Atualmente as imagens trazem informações as mais variadas possíveis, e o aluno precisa educar seu olhar para o que está escrito nas entrelinhas tanto nas artes como em outras variedades de imagem. É papel do professor ensiná-los desde a mais tenra idade como se deve ter essa sensibilidade estética que Santaella (2012) chama de alfabetização visual.

Maria Vitória Costa Diniz é professora do Colégio Rosa de Saron – São Luis-MA. É formada em Pedagogia.

Qual habilidade se encaixa para comparação de imagens

Referências

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