O Renascimento definida (“Novo Nascimento”), usado em sentido estrito, o que significa que o novo entusiasmo pela literatura clássica, aprendizado e arte que surgiu na Itália no fim da Idade Média, e que durante o curso dos séculos XV e XVI deu uma nova cultura para a Europa. Para muitos escritores, o termo é empregado em um sentido ainda mais estreito do que este, sendo utilizado para designar apenas o renascimento da arte clássica; mas esta é para depreciar a fase mais importante de um desenvolvimento multifacetado. O Renascimento foi essencialmente um movimento intelectual. É esta qualidade intelectual que lhe confere um lugar tão grande na história universal. Usando a palavra em um sentido um pouco mais amplo, podemos definir a Renascença como a reentrada no mundo secular, questionador, espírito auto-suficientes que caracterizou a vida e a cultura da antiguidade clássica. Isto é simplesmente dizer que sob a influência do renascimento intelectual dos homens da Europa Ocidental chegou a pensar e sentir, olhar para a vida e o mundo exterior, assim como os homens da Grécia e Roma antigas; e isso novamente é simplesmente dizer que eles deixaram de pensar e sentir como os homens medievais e começaram a pensar e sentir como os homens modernos. Renascimento Cultural – O que éO termo “Renascimento” é da mesma palavra francesa, que significa “renascimento”. Ela vem do Renascimento italiano, “Re” que significa “novo” e “nascere” que significa “nascer”. O Renascimento foi um movimento cultural que se estendeu aproximadamente o 14 ao século 17, começando na Itália na Idade Média tardia e depois se espalhando para o resto da Europa. Sua influência afetou a literatura, filosofia, arte, política, ciência, religião e outros aspectos da investigação intelectual. Renascimento Cultural – MovimentoPodemos considerar o Renascimento como um dos marcos iniciais da Modernidade, ao refletir o conjunto de mudanças vivenciadas pela sociedade urbana da Europa Ocidental. INTRODUÇÃO Renascimento é o nome que se dá a um grande movimento de mudanças culturais, que atingiu as camadas urbanas da Europa Ocidental entre os séculos XIV e XVI, caracterizado pela retomada dos valores da cultura greco-romana, ou seja, da cultura clássica. Esse momento é considerado como um importante período de transição envolvendo as estruturas feudo capitalistas. As bases desse movimento eram proporcionadas por uma corrente filosófica reinante, o humanismo, que descartava a escolástica medieval, até então predominante, e propunha o retorno às virtudes da antiguidade. Platão, Aristóteles, Virgílio, Sêneca e outros autores greco-romanos começam a ser traduzidos e rapidamente difundidos.
Os Valores O movimento renascentista envolveu uma nova sociedade e portanto novas relações sociais em seu cotidiano. A vida urbana passou a implicar um novo comportamento, pois o trabalho, a diversão, o tipo de moradia, os encontros nas ruas, implicavam por si só um novo comportamento dos homens. Isso significa que o Renascimento não foi um movimento de alguns artistas, mas uma nova concepção de vida adotada por uma parcela da sociedade, e que será exaltada e difundida nas obras de arte. Apesar de recuperar os valores da cultura clássica, o Renascimento não foi uma cópia, pois utilizava-se dos mesmos conceitos, porém aplicados de uma nova maneira à uma nova realidade. Assim como os gregos, os homens “modernos” valorizaram o antropocentrismo: “O homem é a medida de todas as coisas”; o entendimento do mundo passava a ser feito a partir da importância do ser humano, o trabalho, as guerras, as transformações, os amores, as contradições humanas tornaram-se objetos de preocupação, compreendidos como produto da ação do homem. Uma outra característica marcante foi o racionalismo, isto é, a convicção de que tudo pode ser explicado pela razão do homem e pela ciência, a recusa em acreditar em qualquer coisa que não tenha sido provada; dessa maneira o experimentalismo, a ciência, conheceram grande desenvolvimento. O individualismo também foi um dos valores renascentistas e refletiu a emergência da burguesia e de novas relações de trabalho. A idéia de que cada um é responsável pela condução de sua vida, a possibilidade de fazer opções e de manifestar-se sobre diversos assuntos acentuaram gradualmente o individualismo. É importante percebermos que essa característica não implica o isolamento do homem, que continua a viver em sociedade, em relação direta com outros homens, mas na possibilidade que cada um tem de tomar decisões. Foi acentuada a importância do estudo da natureza; o naturalismo aguçou o espírito de observação do homem. O hedonismo representou o “culto ao prazer”, ou seja, a idéia de que o homem pode produzir o belo, pode gerar uma obra apenas pelo prazer que isso possa lhe proporcionar, rompendo com o pragmatismo. O Universalismo foi uma das principais características do Renascimento e considera que o homem deve desenvolver todas as áreas do saber; podemos dizer que Leonardo da Vinci é o principal modelo de “homem universal”, matemático, físico, pintor e escultor, estudou inclusive aspectos da biologia humana. Comparação dos valores medievais com os valores renascentistas
ITÁLIA: O Berço do Renascimento Esse é uma expressão muito utilizada, apesar de a Itália ainda não existir como nação. A região italiana estava dividida e as cidades possuíam soberania. Na verdade o Renascimento desenvolveu-se em algumas cidades italianas, principalmente aqueles ligadas ao comércio. Desde o século XIII, com a reabertura do Mediterrâneo, o comércio de várias cidades italianas com o oriente intensificou-se , possibilitando importantes transformações, como a formação de uma camada burguesa enriquecida e que necessitava de reconhecimento social. O comércio comandado pela burguesia foi responsável pelo desenvolvimento urbano, e nesse sentido, responsável por um novo modelo de vida, com novas relações sociais onde os homens encontram-se mais próximos uns dos outros. Dessa forma podemos dizer que a nova mentalidade da população urbana representa a essência dessas mudanças e possibilitará a Produção Renascentista. Podemos considerar ainda como fatores que promoveram o renascimento italiano, a existência de diversas obras clássicas na região, assim como a influência dos “sábios bizantinos”, homens oriundos principalmente de Constantinopla, conhecedores da língua grega e muitas vezes de obras clássicas.
A Produção Renascentista É necessário fazer uma diferenciação entre a cultura renascentista; aquela caracterizada por um novo comportamento do homem da cidade, a partir de novas concepções de vida e de mundo, da Produção Renascentista, que representa as obras de artistas e intelectuais, que retrataram essa nova visão de mundo e são fundamentais para sua difusão e desenvolvimento. Essa diferenciação é importante para que não julguemos o Renascimento como um movimento de “alguns grandes homens”, mas como um movimento que representa uma nova sociedade, urbana caracterizada pelos novos valores burguesas e ainda associada à valores cristãos. O mecenato, prática comum na Roma antiga, foi fundamental para o desenvolvimento da produção intelectual e artística do renascimento. O Mecenas era considerado como “protetor”, homem rico, era na prática quem dava as condições materiais para a produção das novas obras e nesse sentido pode ser considerado como o patrocinador, o financiador. O investimento do mecenas era recuperado com o prestígio social obtido, fato que contribuía com a divulgação das atividades de sua empresa ou instituição que representava. A maioria dos mecenas italianos eram elementos da burguesia, homens enriquecidos com o comércio e toda a produção vinculada à esse patrocínio foi considerada como Renascimento Civil. Encontramos também o Papa e elementos da nobreza praticando o mecenato, sendo que o Papa Júlio II foi o principal exemplo do que denominou-se Renascimento Cortesão.
A Expansão do Renascimento No decorrer do século XVI a cultura renascentista expandiu-se para outros países da Europa Ocidental e para que isso ocorresse contribuíram as guerras e invasões vividas pela Itália. As ocupações francesa e espanhola determinaram um conhecimento melhor sobre as obras renascentistas e a expansão em direção a outros países, cada um adaptando-o segundo suas peculiaridades, numa época de formação do absolutismo e de início do movimento de Reforma Religiosa. O século XVI foi marcado pelas grandes navegações, num primeiro momento vinculadas ao comércio oriental e posteriormente à exploração da América. A navegação pelo Atlântico reforçaram o capitalismo de Portugal, Espanha e Holanda e em segundo plano da Inglaterra e França. Nesses “países atlânticos” desenvolveu-se então a burguesia e a mentalidade renascentista. Esse movimento de difusão do Renascimento coincidiu com a decadência do Renascimento Italiano, motivado pela crise econômica das cidades, provocada pela perda do monopólio sobre o comércio de especiarias. A mudança do eixo econômico do Mediterrâneo para o Atlântico determinou a decadência italiana e ao mesmo tempo impulsionou o desenvolvimento dos demais países, promovendo reflexos na produção cultural.
Outro fator fundamental para a crise do Renascimento italiano foi a Reforma Religiosa e principalmente a Contra Reforma. Toda a polêmica que desenvolveu-se pelo embate religioso fez com que a religião voltasse a ocupar o principal espaço da vida humana; além disso, a Igreja Católica desenvolveu um grande movimento de repressão, apoiado na publicação do INDEX e na retomada da Inquisição que atingiu todo indivíduo que de alguma forma de opusesse a Igreja. Como o movimento protestante nõ existiu na Itália, a repressão recaiu sobre os intelectuais e artistas do renascimento. O Renascimento Cultural Manifesta-se através de uma explosão de criações artísticas, literárias e científicas que revalorizam a Antiguidade clássica greco-romana e o humanismo. Chocam-se com os dogmas religiosos e as proibições da Igreja Católica, enfrentam a Inquisição e criticam o mundo medieval. Vários dos literatos e cientistas desse período são perseguidos e mortos. Seus precursores são Dante Alighieri, Petrarca e Bocaccio. Mecenas A difusão das idéias da Antiguidade clássica na Itália e outros centros europeus se dá, inicialmente, por emigrados gregos, judeus e bizantinos. Mas é a concentração da riqueza nos comerciantes e banqueiros dos centros urbanos que permite transformar a arte e a cultura em produtos comerciais e fazer com que potentados econômicos como os Medici de Florença se tornem grandes mecenas ou incentivadores do movimento cultural e artístico da época. HUMANISMO Tem por base o neoplatonismo, que exalta os valores humanos e tenta dar nova dimensão ao homem. O humanismo se expande a partir de 1460, com a fundação de academias, bibliotecas e teatros em Roma, Florença, Nápoles, Paris e Londres. A escultura e a pintura redescobrem o corpo humano . A arquitetura retoma as linhas clássicas e os palácios substituem os castelos. A música instrumental e vocal polifônica se sobrepõe ao cantochão (monótico). Expandem-se a prosa e a poesia literárias, a dramaturgia, a filosofia e a literatura política. Filosofia O holandês Erasmo de Roterdã rechaça a intolerância escolástica, critica a guerra, a avareza, os vícios da igreja e nega a predestinação. Vives, da Espanha, afirma que os sentidos abrem caminho ao conhecimento, propõe o método indutivo e inicia a psicologia. Giordano Bruno, da Itália, defende a idéia de um infinito sem ponto central e de uma única matéria universal, da qual Deus seria o intelecto. Literatura poética O italiano Ariosto cria o poema épico cavaleiresco, legendário e realista. Tasso exprime o sentimento religioso da contra-reforma. Rabelais (França) faz poemas satíricos e epicuristas. Camões (Portugal) cria a épica dos descobrimentos marítimos. Dramaturgia Marlowe, inglês, recupera a tradição germânica do Dr. Fausto. Ben Jonson, também inglês, retoma as lendas sobre os alquimistas. Gil Vicente (Portugal) faz novelas picarescas. Shakespeare (Inglaterra), com dramas históricos, comédias de intrigas e tragédias, torna-se o maior dramaturgo de todos os tempos. Artes plásticas Michelangelo (Itália) esculpe Moisés e Pietá , pinta o teto, as paredes principais e o altar-mor da Capela Sistina. Leonardo da Vinci (Itália) projeta palácios, inventa mecanismos, faz esculturas e pinta a Santa Ceia, Mona Lisa ou Gioconda. Fra Angélico, Boticelli, Rafael, Tiziano, Tintoretto e El Greco são destaques numa legião de pintores italianos e espanhóis que deixam obras inigualáveis. Literatura política Maquiavel (Itália) é o iniciador do moderno pensamento político. Morus (Inglaterra) critica a sociedade feudal e descreve um Estado ideal (Utopia), localizado numa república de organização comunitária. Campanela (Itália) afirma o princípio da autoconsciência e descreve uma sociedade ideal inspirada em Morus. Nicolau Maquiavel (1469-1527) Historiador, político e filósofo italiano. A partir de 1498 é chanceler e depois secretário das relações exteriores da República de Florença. Desempenha missões no exterior e, em 1502, passa cinco meses como embaixador junto a Cesare Borgia, cuja política enérgica e inescrupulosa lhe inspira admiração. O fim da República e a volta dos Medici ao poder, em 1512, leva-o ao exílio. Nesse período escreve sua obra mais famosa, O príncipe, marco do pensamento político moderno. O livro é uma espécie de manual de política destinado a ensinar aos príncipes como manter o poder, mesmo às custas de mentira e meios amorais. Torna famoso o princípio “Os fins justificam os meios”. Grandes invenções O polonês Copérnico fundamenta a noção de que o Sol é o centro do universo (heliocentrismo). Paracelso, da Suíça, reforma a química e a medicina. Leonardo da Vinci inventa a prensa hidráulica e as máquinas voadoras. O alemão Kepler inventa o telescópio e demonstra as teorias de Copérnico. O italiano Galileu Galilei desenvolve métodos científicos de análise da realidade e de comprovação experimental. A imprensa de letras metálicas móveis é inventada pelo alemão Johann Gutemberg em 1445. A pólvora começa a ser utilizada como arma de guerra. Em 1500 é inventado o relógio de bolso. Resumo Sobre o Renascimento Movimento Renascentista ou apenas Renascimento foi o nome dado ao Renascimento Cultural que aconteceu durante os séculos XIV, XV e XVI na Europa, e que procurava resgatar a cultura esquecida durante os tempos medievais. As principais características do Renascimento foram o Racionalismo, Experimentalismo, Individualismo e Antropocentrismo. Uma grande característica do Renascimento foi o Humanismo que valorizava o homem, que a partir daí começou a ser tratado como ser racional e posto assim no centro do Universo. O Renascimento também foi marcado por importantes descobertas científicas, notadamente nos campos da astronomia, física, medicina, matemática e geografia. O Renascimento nasceu na Itália, mais especificamente nas cidades que enriqueceram com o comércio no Mediterrâneo. Porém com a expansão marítima a idéia Renascentista foi divulgada por diversas partes do mundo como na Inglaterra, Alemanha e os Países Baixos. O Renascimento foi muito importante também, porque foi a principal influencia dos pensadores Iluministas do século XVII. Renascimento Cultural – História Com o renascimento comercial e urbano, o aparecimento da burguesia, classe ligada ao comércio, e a formação das monarquias nacionais, a cultura européia também sofreu alterações. Essas transformações culturais aprofundaram-se nos séculos XIV-XVI, ficando conhecidas por Renascimento. Representavam os valores da burguesia, classe em ascensão. Manifestaram-se na literatura, artes plásticas, filosofia e ciência. Esta nova cultura apareceu primeiramente na Itália. SUAS RAÍZES Remontam às lentas alterações que se desenvolviam na cultura medieval desde o século XI e que adquiriram excepcional velocidade e profundidade a partir do século XIV. PROCESSO HISTÓRICO Os fatores econômicos, políticos, sociais e culturais entrelaçaram-se. Nesse sentido o Renascimento não foi um fenômeno isolado, mas sim um dos elos da vasta cadeia que assinala a passagem da Idade Média para a Idade Moderna na Europa. No plano econômico, acontecia o renascimento comercial, que culminou na expansão ultramarina dos séculos XV e XVI. No plano político,ocorria a centralização do poder, que resultou na formação do Estado moderno. No plano social, as cidades tornavam-se expressivas e a burguesia, classe ligada à nascente economia comercial, adquiria importância rapidamente. O renascimento rompeu lentamente o monopólio cultural até então exercido pela Igreja. Expressava a primeira manifestação de uma cultura burguesa laica (não-eclesiástica), racional e científica. Não determinou uma ruptura, mas sim uma transição: coexistiram e interagiram elementos da velha cultura em declínio com a nova cultura em ascensão. CARACTERÍSTICAS O termo Renascimento não é diferente de Renascença é costumeiramente utilizado significando o reviver da cultura clássica greco-romana no século XIV, pois a influência da cultura greco-romana se fez sentir por toda a Baixa Idade Média. No entanto, é necessário frisar que o Renascimento não repetiu pura e simplesmente a cultura clássica. Ao contrário, reinterpretou-a à luz de uma nova época. O homem renascentista caracterizou-se pelo individualismo, racionalismo, hedonismo, antropocentrismo, naturalismo e realismo. Individualismo: A burguesia procurava abandonar o espírito corporativo que predominava na Idade Média. Os artistas passaram a assinar suas obras e os nobres e os burgueses, passaram a mandar fazer retratos ou estátuas de si mesmos. Racionalismo: Valorizava-se a razão (conciliar fé e razão). A busca do conhecimento. Acentuou-se o criticismo. Hedonismo: Enquanto na Idade Média, valorizava-se o sofrimento, o homem da Renascença buacava a auto-satisfação (o prazer) e a realização espiritual. Antropocentrismo ou Humanismo( do latim humanus = cultivado): Em oposição ao teocentrismo, o Renascimento apresentava o homem como o centro do Universo; o homem sendo a medida de todas as coisas. Isto não quer dizer que o homem da Renascença fosse ateu ou pagão, era cristão, porém com uma religiosidade diferente do misticismo ingênuo que predominava na Idade Média. Naturalismo: A integração do homem à natureza e a descoberta da íntima ligação com o Universo marcaram o movimento renascentista. Realismo: Foi um traço marcante dos desenhos e das pinturas da Renascença, pois o artista desejava compreender todos os aspectos da criação. Outra das características renascentistas era o repúdio aos ideais medievais: a cavalaria uma das mais importantes instituições da Idade Média, entrou em declínio com o advento da pólvora e das armas de fogo, e seus ideais são satirizados por Cervantes na obraDom Quixote. Maquiavel, em O Príncipe, ataca a subordinação da política à religião e o ideal de um governo com poderes. Também a escolástica ( filosofia da Baixa Idade Meia) é repudiada, tanto pelos idealistas da escola neoplatônica de Florença quanto pelosrealistas da escola de Pádua. O MECENATO A cultura renascentista expandiu-se sob a proteção e o financiamento dos poderosos da época. Comerciantes, banqueiros, papas formavam essa elite que mantinha os intelectuais e artistas renascentistas, sendo denominados mecenas. FATORES QUE GERARAM O RENASCIMENTO No plano econômico, o renascimento comercial reativou o intercâmbio cultural entre Ocidente e Oriente, configurando-se como principal fator do renascimento cultural. No plano social, a urbanização gerava as condições de uma nova cultura, sendo as cidades o pólo de irradiação do Renascimento. No plano intelectual, a retomada dos estudos das obras clássicas greco-romanas foi de grande importância. Isso foi possível graças aos mosteiros medievais, que preservaram em suas bibliotecas muitas dessas obras, protegendo-as da destruição pelos bárbaros no período das invasões. Finalmente, o aperfeiçoamento da imprensa, atribuído a Gutemberg, teve importância no século final do Renascimento ( século XVI). RENASCIMENTO ITALIANO NAS LETRAS É costume dividir-se o Renascimento italiano em três períodos: o Trecento (1300-1399), o Quattrocento (1400-1499) e oCinquecento (1500-1550). Anteriormente ao Trecento, destaca-se um escritor italiano como precursor do Renascimento: Dante Alighieri. Sua principal obra, aDivina Comédia , prenuncia o Renascimento. No Trecento, os principais autores são: Francisco Petrarca e Giovanni Baccaccio. Petrarca: é conhecido como o pai da literatura renascentista italiana. Boccaccio, escreveu Decameron, uma coletânea de contos. Nela é expressa a crise de valores da época. O Quattrocento foi o período mais fraco do renascimento na Itália. Os escritores italianos deixaram de escrever nos dialetos, passando a redigir em latim e grego e limitando-se a realizar imitações dos autores clássicos. Nesse período foi criada a escola de filosofia neoplatônica de Florença, cujo patrocinador foi Lourenço de Médici. Neste período foi introduzida na Itália a pintura a óleo. O uso da nova técnica permitiu progressos artísticos. Os principais pintores foram: Mosaccio, Sandro Botticelli, Ticiano, Tintoretto e Leonardo da Vinci ( figura de transição entre o Quattrocento e o Cinquecento) pintor, escultor, músico, arquiteto, matemático, filósofo e inventor (gênio renascentista). Suas obras Virgem dos rochedos, a ùltima Ceia e Mona Lisa (Gioconda) No Cinquecento a capital literária italiana passou a ser Roma, até então à sombra de Florença. Nessa fase a língua italiana adquiriu a mesma importância que o grego e o latim e foi imposta como língua nacional. Neste período a arte renascentista, ao mesmo temo que atingia seu apogeu, começava a dar sinais de decadência. Rafael Sanzio e Miguel Ângelo. Rafael tornou-se o artista mais popular de sua época. Não possuía a preocupação intelectual de Da Vinci, nem as contradições de conteúdo emocional de Miguel Ângelo. Miguel Ângelo foi o maior pintor e escultor do Cinquecento. Suas obras: afresco da Capela Sistina, a Criação de Adão e o Juízo Final. Dentre as esculturas, citam-se: Moisés, Davi e Pietá. RENASCIMENTO FORA DA ITÁLIA O renascimento atingiu quase toda Europa, sempre muito influenciado pelo movimento italiano, mas adquirindo características próprias em cada país. Nos Países Baixos o comercio foi decisivo para o desenvolvimento de um mercado de artes e artistas e do mecenato. Na literatura o destaque foi Erasmo de Roterdam, o qual, em sua obra principal, Elogio a loucura, criticou duramente a cultura medieval e a corrupção da Igreja. Na França, os monarcas Luís XI e Francisco I foram autênticos mecenas. Na literatura, no século XVI, o destaque foi Francois Rabelais – criador dos personagens Gargântua e Pantagruel, em livros que renovaram a prosa e nos quais o escritor criticou a Igreja e o universo medieval. Na Inglaterra ocorreu no século XVI, coincidindo com a Centralização do Estado. O destaque foi Thomas Morus, autor de Utopia, onde descreveu as condições de vida de uma sociedade sem ricos e pobres, em uma ilha imaginária. Por problemas religiosos, Morus foi preso e executado por ordem do rei Henrique VIII. Mas, foi no teatro que surgiu o mais notável: William Shakespeare, maior dramaturgo de todos os tempos: Romeu e Julieta, Hamelet, Macbeth, Otelo, A Megera Domada, Sonho de Uma Noite de Verão. Na Península Ibérica foi influenciado pela arte moura e pelo cristianismo. Os renascentistas espanhóis mais importantes foram: El Greco (pintor); o escritor Miguel de Cervantes, autor de Dom Quixote de La Mancha. Em Portugal, Luis Vaz de Camões ( Os Lusíadas). Tiveram destaque também as obras de Gil Vicente, criador do teatro nacional português. RENASCIMENTO CIENTÍFICO O homem renascentista redescobriu o valor da razão e da natureza. Porém, esta transição não foi fácil, isto porque, parte da sociedade ainda estava enraizada no pensamento medieval. Apesar da valorização do conhecimento racional, Galileu foi julgado por heresia, e Giordano Bruno e o médico Miguel Servet foram queimados pela inquisição católica e calvinista, respectivamente. A Filosofia foi fundamental para a compreensão desses pensamentos, levando ao confronto de dois métodos bastante diversos, mas nem por isso inconciliáveis, hoje amplamente usados pelas ciências. Esses métodos são o empirismo e o racionalismo. Renascimento Cultural – Movimento Cultural e ArtísticoO Renascimento foi um movimento cultural e artístico que rompeu com o padrão de pensamento vigente no mundo medieval, introduzindo a cultura laica. PERÍODO: entre os séculos XIV e XVI. PAÍSES: Itália – principais manifestações. Inglaterra, França, Portugal, Espanha, Alemanha, Holanda, Bélgica. MEDIEVO X MODERNISMO MEDIEVO
MODERNISMO
PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS
ABRANGÊNCIA: homens, ricos, cultos e urbanos (burguesia). ITÁLIA: O BERÇO DO RENASCIMENTO
FASES DO RENASCIMENTO ITALIANO TRECENTO (SÉC XIV):
A OBRA DE GIOTTO
QUATROCENTO (SÉC XV):
A ARTE DE SANDRO BOTTICELLI
A OBRA DE LEONARDO DA VINCI
CINQUECENTO (SÉC XVI):
A ARTE DE RAFAEL SANZIO
A ARTE DE MICHELÂNGELO
FATORES DA DECADÊNCIA DO RENASCIMENTO:
O Renascimento fora da Itália: INGLATERRA:
FRANÇA:
PORTUGAL:
ESPANHA:
PAÍSES BAIXOS (Holanda e Bélgica):
ALEMANHA:
HIERONYMUS BOSH
PIETER BRUGHEL
EL GRECO
ALBRECHT DÜRER
O RENASCIMENTO CIENTÍFICO:
RENASCIMENTO CULTURAL E CIENTÍFICODurante boa parte da Idade Média, na sociedade européia, as pessoas estavam presas a um status da hierarquia social. Ser-vo ou senhor, vassalo ou suserano, mestre ou aprendiz, a posição de cada pessoa inseria-se numa estrutura rígida e vertica-lizada. Na Idade Moderna, os laços dessa estrutura de dependência e fidelidade romperam-se, abrindo espaço para que o indivíduo pudesse emergir. Os tempos modernos formularam um novo modelo de homem, caracterizado pela ambição, pelo individualismo e pela competitividade. Alguém disposto a empregar suas energias na análise e na transformação do mundo em que vivia. Os novos valores Em substituição aos valores dominantes da Idade Média, a mentalidade moderna formulou novos princípios. Humanismo – em vez de um mundo centrado em Deus (teocêntrico), era preciso construir um mundo centrado no homem (antropocêntrico), desenvolvendo uma cultura humanista. Racionalismo – em vez de explicar o mundo pela fé, era preciso explicá-lo pela razão, desenvolvendo o racionalismo, princi-palmente nas ciências. Individualismo – em vez da ênfase no aspecto coletivo e fraternal da cristandade, era preciso reconhecer e respeitar as dife-renças individuais dos homens livres, valorizando o individualismo, diretamente associado ao espírito de competição e à concorrência comercial. O Renascimento A cultura renascentista era leiga e humanista, e opunha-se à cultura religiosa e teocêntrica do mundo medieval. O Renascimento enfatizava uma cultura racional e científica, e inspirou-se na Antigüidade Clássica, sobretudo no antropo-centrismo, a fim de resgatar valores que interessavam ao novo mundo urbano-comercial. No conjunto da produção renascentista, começaram a sobressair valores modernos, burgueses. Mas o elemento central do Renascimento foi o humanismo, com a valorização do homem, da vida terrena e da natureza. Produção cultural urbana O Renascimento foi um movimento cultural urbano, que atingiu a elite das cidades prósperas. Caracterizou-se não apenas pela mudança na qualidade da obra intelectual, mas também pelo aumento na quantidade da produção cultural. Entre os fatores que influenciaram esse crescimento quantitativo destacam-se: Desenvolvimento da imprensa – o alemão Johann Gutenberg (1400-1468) desenvolveu o processo de impressão com tipos móveis de metais, dando-se assim um grande passo para a divulgação da literatura em maior escala. Surgiram vários impres-sores, que, através da publicação de obras, passaram a divulgar os ideais humanistas do Renascimento. Ação dos mecenas – homens ricos, conhecidos como mecenas, estimularam e patrocinaram o trabalho de artistas e intelec-tuais renascentistas. Entre os grandes mecenas, encontravam-se banqueiros, monarcas e papas. Importância do humanismo O Renascimento não pode ser separado do humanismo (séculos XV e XVI), movimento pelo qual o homem torna-se o centro das preocupações intelectuais. A expressão humanista foi aplicada às pessoas (artistas, clérigos e intelectuais) inconformadas com a cultura medieval. Pes-soas dispostas a construir um novo sistema de valores para uma época marcada pela competição comercial. Otimistas quan-to ao futuro do homem, os humanistas acreditavam na construção de uma sociedade mais feliz, baseada no progresso das ciências e na difusão dos conhecimentos por meio da educação. Itália: o berço do Renascimento O Renascimento iniciou-se na península Itálica, espalhando-se, posteriormente, por outras regiões européias. Entre as cida-des italianas onde se desenvolveu o Renascimento, destacam-se Florença, no século XV, Roma e Veneza, no século XVI. Muitos fatores colaboraram para que o Renascimento começasse na Itália: Desenvolvimento comercial urbano Devido ao comércio marítimo pelo Mediterrâneo, as cidades italianas apresentavam significativo desenvolvimento, sendo dirigidas por uma classe de mercadores. Esses mercadores, acumulando riquezas, adquiriram novos valores, como o indivi-dualismo, o espírito de competição, o racionalismo, que se chocavam com os valores medievais. Necessitavam, portanto, de um novo conjunto de idéias coerentes com a ótica capitalista, o que o pensamento renascentista refletia. RENASCIMENTO ARTÍSTICO Nas artes, o Renascimento foi marcado por mudanças técnicas e temáticas. Inspirando-se na Antiguidade, os artistas criaram obras em que procuraram alcançar o equilíbrio e a elegância, substituindo a paixão da fé medieval e o espírito rude do feu-dalismo. Para captar a realidade do mundo físico, os pintores aperfeiçoaram a técnica da perspectiva (criando a ilusão de profundidade) e da pintura a óleo (misturando tintas, criavam-se cores vivas e atraentes). Além dos temas religiosos, a arte passou a explorar outros temas, como mitologia, cenas do cotidiano etc. O corpo humano era exaltado na escultura e na pintura. Orgulhosos do seu talento individual, os artistas passaram a assinar suas obras, abandonando a humildade e o anonimato medieval. RENASCIMENTO CIENTÍFICO Nas ciências, o Renascimento foi marcado pelo desenvolvimento do espírito crítico, racionalista, disposto a experimentar hipóteses e a examinar livremente os problemas, opondo-se às crenças religiosas baseadas na fé. O cientista deveria submeter o mundo a métodos de análise racionais. Antes de estabelecer crenças e de tirar conclusões, era preciso observar cuidadosamente, investigar, fazer experiências, medir. Entre os grandes nomes do Renascimento científico estão:
As mudanças O Renascimento retirou da Igreja o monopólio da explicação das coisas do mundo. Aos poucos, o método experimental passou a ser o principal meio de se alcançar o saber científico da realidade. A verdade racional precisava ser sempre com-provada na prática, empiricamente. Fonte: www.shsu.edu/www.tampapix.com/www.geocities.com/www.leaoxiii.com.br/www.professorclaudiomar.com.br |