Observe a fala de Calvin no último quadrinho e responda a quem se refere o pronome você

Observe a fala de Calvin no último quadrinho e responda a quem se refere o pronome você

ATIVIDADE DE REVISÃO PARA O 6º ANO Língua Portuguesa PRONOMES 1. Substitua as expressões em negrito por pronomes oblíquos adequados. Faça as adaptações necessárias às frases: a) Ana traga para mim um livro para eu ler ele. b) Rui quer uma bicicleta e vai comprar ela. c) Eu e José já vamos. Quem vai com nós? d) Deram para mim uma notícia para eu espalhar. e) Você era magro quando eu conheci você. f) Nós desejamos a paz a quem ajuda nós. 2. Leia a tirinha abaixo. a) Identifique e pinte um pronome oblíquo na fala de Calvin, no primeiro quadrinho. b) No segundo e último quadrinhos, há o emprego de um pronome reto que não está de acordo com a norma padrão. Identifique-os e reescreva as frases corrigindo-as, utilizando o pronome oblíquo adequado. c) Identifique os pronomes demonstrativos usados na fala da mãe de Calvin, no terceiro quadrinho e explique o emprego de cada um deles. d) Observe a fala de Calvin, no último quadrinho, e responda: a quem se refere o pronome você? e) Como se classifica o pronome nenhum? f) A quem se refere o pronome ele no último quadrinho? 3. Reescreva a segunda parte das frases, corrigindo-as de acordo com a norma culta padrão: a) Vi Mariana e convidei ela para a festa de aniversário. b) Assisti a esse filme ontem. Vi ele no cinema. c) Fomos ontem ao museu. Receberam nós com muita atenção. 4. Complete os espaços com pronomes possessivos de acordo com a pessoa do discurso: a) André levou ....................... carro para consertar e esqueceu luvas no banco. b) Gostaríamos de deixar .......................herança para filha. c) Os pássaros faziam ...................................ninhos e deixavam alimentos para filhotes. d) Márcia virá acompanhada de ....................irmão e de primo. e) Se esta rua fosse , tu mandavas ladrilhar. f) Se este rio fosse , eu não deixava poluir. g) Se esta mata fosse , nós não deixávamos derrubar. h) Nós dissemos que queríamos prêmio. 5. ( diversos - menos - tudo - muito - todos - alguém - mais - algum )Complete as frases com os seguintes pronomes indefinidos: a) A bola deve estar escondida em lugar. b) Tenha juízo, minha filha. c) Os que fizerem o percurso em tempo, vencerão a corrida. d) O Brasil exporta produtos. e) Quem quer, tudo perde. f) pegou a revista que estava aqui. g) Estes são.......................os convidados para o meu aniversário. 6. Na frase “[…] carregando pequenas doses de um inseticida em seu corpo, os mosquitos contaminam suas larvas, impedindo seu desenvolvimento.” qual a classificação do pronome em destaque? A quem ele se refere? 7. Releia: ( “As larvas podem ficar em locais escondidos, o que as torna difíceis de detectar” ) · Que expressão o pronome em destaque está substituindo? 8. Leia a charge abaixo. a) Qual a classificação do pronome ninguém que aparece no balão? 9. Explique o emprego dos pronomes este (1º quadrinho) e isso (3º quadrinho): 10. Entre parênteses, aparecem dois pronomes demonstrativos. Escolha o que preenche corretamente a lacuna: a) Não me preocupa mancha que tenho no rosto. (esta – essa) b) Marcela, é bom livro que está com você? (este – esse) c) Ricardo, é seu caderno aí perto de sua carteira? (esse – aquele) d) técnico aqui ao meu lado vai explicar o funcionamento da máquina. (este – esse) e) Tatiana, _ guarda-chuva que está lá em casa é seu? (esse – aquele) f) Senhores jurados, documento aqui é a maior prova da inocência! (este – esse) 11. Complete as lacunas com pronomes possessivos: a) Ganhei uma camisa, um cinto e um par de óculos: camisa é listrada e cinto é novo. b) Tu tens sorte: time ganhou a partida e _ redação é a mais bonita. c) Ela fez boas provas e notas foram ótimas. d) Que equipe ruim! jogadas são fracas e jogadores são desunidos. e) Eu e Lúcia estudamos muito; notas foram as melhores da classe. 12. Reescreva a segunda parte das frases abaixo, substituindo os pronomes Retos por pronomes oblíquos adequados, de forma que a escrita fique de acordo com a variação linguística padrão. ( Use os seguintes pronomes: -lo, -la, -los, -las -no, -na, -nos, -nas o, a, os, as ) a) O agrotóxico é um produto perigoso. Os agricultores usam ele para matar parasitas. b) Paula gostava muito de Benito. Resolveu ajudar ele na tarefa escolar. c) Bruno se assustou com as criaturas. O menino sentiu elas cheirarem sua mão. d) Os cabelos de Tânia eram ondulados. Resolveu arrumar eles com uma flor. e) Maria caminhou sobre a grama. Marcou ela com pegadas fortes.

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1 Leia esta tirinha de Calvin e preste atenção nos pronomes empregados.

Observe a fala de Calvin no último quadrinho e responda a quem se refere o pronome você

CALVIN & HOBBES, BILL WATTERSON © 1986 WATTERSON/DIST. BY UNIVERSAL UCLICK

a) Observe as várias ocorrências do pronome você. A que personagens ele se refere?

Ao pai, nos dois primeiros quadrinhos, e a Calvin, no último.

b) E a que personagens se refere o pronome eu?

A Calvin, no segundo quadrinho, e ao pai, no terceiro.

c) Com base nas respostas anteriores, explique como funcionam os pronomes em uma interação comunicativa.

Os pronomes designam as pessoas do discurso, por isso não são fixos; mudam conforme ocorre a troca do turno conversacional.

d) No terceiro quadrinho, o pai de Calvin começa a compreender o que está por trás da pergunta do menino. Explique como a linguagem verbal e a não verbal revelam essa percepção.

O pai deixa de sorrir, e sua resposta já não é segura; ele passa a hesitar.

e) De que modo a situação que motivou a pergunta inicial se evidencia na fala de Calvin no último quadrinho?

A repetição do termo muito, que se torna enfático, evidencia que há algo ruim a ser contado, o que poderia alterar os sentimentos do pai.

f) Observe as duas flexões do verbo fazer no texto: fizesse e fez. O que as diferentes formas verbais sugerem sobre as ações?

Fizesse sugere uma hipótese, uma possibilidade, enquanto fez indica uma ação efetivamente realizada. Professor: Se for necessário, lembre aos alunos a diferença no uso dos modos indicativo e subjuntivo.

g) De que modo a troca de fizesse por fez contribui para o humor da tira?

A mudança do verbo marca diferentes perspectivas de análise do fato não mencionado, evidenciando que o pai passa a entender o que está por trás da fala do menino.

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Cristiane Siniscalchi
Bacharela e licenciada em Letras (habilitação Português) pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas e pela Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo. Mestra em Letras (área de concentração: Teoria Literária e Literatura Comparada) pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo. Professora de Português e coordenadora de Língua Portuguesa em escolas de Ensino Médio em São Paulo por 23 anos. Coautora de livros didáticos e paradidáticos.

Se liga na língua Literatura

Produção de texto


Linguagem

2


Ensino Médio

Componente curricular: LÍNGUA PORTUGUESA

MANUAL DO PROFESSOR

1ª edição

São Paulo, 2016

Moderna
Página 2

Coordenação editorial: Aurea Regina Kanashiro


Edição de texto: Cecília Kinker, José Paulo Brait, Sueli Campopiano
Assistência editorial: Yuri Bileski, Daniel Maduar

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Particípio 310 Vozes verbais 311 Refletindo sobre a língua – Atividades 313 Modos e tempos dos verbos 315 Modos verbais 316 Tempos verbais 316 Refletindo sobre a língua – Atividades 320 Para dar mais um passo – Verbos de elocução 322

Leitura: trecho de notícia do Jornal do Tocantins, por Jurbiléia Pinto 322

Capítulo 19 – Advérbio 324

Pra começar 325
Leitura: tira Mulher de 30, de Cibele Santos 325 O advérbio e seus sentidos 326 Variação do advérbio 328 Grau comparativo 328 Grau superlativo 328 Refletindo sobre a língua – Atividades 329 Para dar mais um passo – O advérbio como modalizador do discurso 332

Leitura: carta de Eric Arthur Blair (George Orwell) para Eileen, sua esposa 332

Unidade 12 – Palavras relacionais 334

Capítulo 20 – Preposição e conjunção 336

Pra começar 337
Leitura: tela Cena de inverno em um canal, de Hendrick Avercamp 337 Valores semânticos das preposições 338 Uso de preposição antes de pronome relativo 340 Refletindo sobre a língua – Atividades 341 Emprego da crase 343 Casos especiais 345 Refletindo sobre a língua – Atividades 347 Conjunção 349 Valores semânticos das conjunções 350 Conjunções coordenativas 351 Conjunções subordinativas 352 Refletindo sobre a língua – Atividades 354 Para dar mais um passo – As conjunções como operadores argumentativos na língua falada 356

Leitura: comentário sobre os malefícios da publicidade infantil, por Ekaterine Karageorgiadis 356


Página 10

FIGURA EM PÁGINA DUPLA COM A PÁGINA SEGUINTE


Página 11

LITERATURA

Observe a fala de Calvin no último quadrinho e responda a quem se refere o pronome você

DETALHE DA OBRA DE THÉODORE GÉRICAULT, EXIBIDA NA PÁGINA 16 DESTE VOLUME. © MUSEU DO LOUVRE, PARIS

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a) Que dito popular é citado pelo narrador?

b) Esse ditado mantém o sentido em que é usualmente empregado? Explique.

c) A progressão textual é um processo pelo qual o texto é construído com o acréscimo de novos dados ligados àqueles que já haviam sido introduzidos. Explique como se dá a progressão textual no conto citando os elementos que comprovam o dito popular mencionado no segundo parágrafo pelo narrador.

5 O perfume é peça importante para a construção do sentido do texto.

a) Relacione as ações de Glória aos momentos em que ele é citado.

b) Que sentido metafórico o perfume tem em cada uma das passagens?

c) Explique como é possível Glória sentir o cheiro do perfume mesmo depois de evaporado seu líquido e estilhaçado seu frasco.

Em A coerência textual, os professores Luiz Carlos Travaglia e Ingedore Villa Koch (São Paulo: Contexto, 1990. p. 79.) defendem que um texto assemelha-se a um iceberg, pois “[...] o que fica à tona, isto é, o que é explicitado no texto, é apenas uma pequena parte daquilo que fica submerso, ou seja, implicitado. Compete, portanto, ao receptor ser capaz de atingir os diversos níveis de implícito, se quiser alcançar uma compreensão mais profunda do texto que ouve ou lê”.

Embora pertença ao final do século XX, “O perfume” dialoga com elementos românticos da literatura da primeira metade do século XIX: a paixão que regressa, a inesperada transformação de um homem, a natureza como cúmplice de quem “morreu de amor”, a dor de existir.

Neste capítulo e no seguinte, você conhecerá um movimento de muitas faces, marcado pelo mergulho do artista em seu caos interior e no contraditório desejo de vida e morte, um estilo de época que tem a rebeldia e a juventude como motores. Página 20


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Marcos literários

O Romantismo português é inaugurado em 1825, com a publicação do poema Camões, de Almeida Garrett. Seu término se dá em 1865, com o advento do Realismo.

Naquele tempo...

Em 1807, para fugir dos exércitos de Napoleão Bonaparte, o príncipe D. João VI reuniu sua corte e embarcou rumo ao Brasil, aportando aqui em 1808.

Em 1816, com a morte de sua mãe, D. Maria I, D. João VI adquiriu plenos poderes, mas não retornou imediatamente a Portugal, ainda que o país estivesse há cinco anos livre de Napoleão. Em 1820, na cidade do Porto, revoltosos — indignados com a ausência do rei e com o domínio comercial e político inglês sobre Portugal — iniciaram um movimento, que ganhou a adesão de Lisboa e do resto do país. Pressionado, D. João VI retornou a Portugal, onde foi obrigado a assinar a primeira constituição do país, e deixou seu filho D. Pedro como regente do Brasil. Era o início da queda definitiva do Antigo Regime em Portugal.

Os anos seguintes foram turbulentos para os portugueses, com várias revoltas, além da disputa pelo trono. Com a morte de D. João VI, em 1826, seus filhos, D. Pedro e D. Miguel, que representavam as tendências liberal e monarquista, respectivamente, passaram a lutar pelo poder. A vitória final foi do projeto constitucionalista de D. Pedro I e de sua filha D. Maria II, o que colocou Portugal definitivamente na rota do desenvolvimento do liberalismo. Em 1847, o escritor Alexandre Herculano liderou o movimento denominado Regeneração, que procurou conciliar os interesses da alta burguesia com os das camadas rurais e da pequena e média burguesias.

Nesse cenário conturbado floresceu o Romantismo português.

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LALO DE ALMEIDA/FOLHAPRESS

Comissão de frente da escola de samba carioca Mocidade Independente de Padre Miguel apresenta enredo sobre a chegada da Corte portuguesa ao Brasil. Rio de Janeiro, Carnaval de 2008.

Investigue em

• História

• Sociologia

Que impactos — culturais, econômicos, sociais e políticos — a chegada da Corte portuguesa trouxe para o Brasil?

Seria interessante organizar, em conjunto com o professor de Arte, uma montagem teatral de humor retratando a chegada da Corte portuguesa. Página 24

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Amy: Amy Winehouse, cantora britânica morta em 2011.
Missiva: carta.
Ad infinitum: do latim, “até o infinito”.
Mr. Postman: Sr. Carteiro (referência à canção “Please, Mr. Postman”).
Pessoa: Fernando Pessoa, poeta português.
Álvaro de Campos: uma das personalidades poéticas de Pessoa.
Rusga: briga.

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The Marvelettes, grupo vocal estadunidense, formado na década de 1960, o primeiro a gravar a canção “Please, Mr. Postman”.

GILLES PETARD/REDFERNS/GETTY IMAGES; CAPA E DISCO: REPRODUÇÃO Página 31

Antes de iniciar a produção da carta, sugerimos que você escreva na lousa as principais características do gênero e relembre com os alunos o que eles sabem a respeito. Como a atividade envolve a produção de uma carta “literária”, diga a eles que podem fantasiar, recorrer a figuras de linguagem, fazer referências a personagens fictícios, etc. O importante é trabalhar com a possibilidade do exercício artístico da alteridade, uma das funções da literatura.

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SHUTTERSTOCK

COLEÇÃO PARTICULAR

PINACOTECA DI BRERA, MILÃO

GALERIA BELVEDERE DA ÁUSTRIA, VIENA

Em cima: Razell, Aliza. Reflect. Imagem da série IKÄVÄ (2014).

Embaixo, à esquerda: HAYEZ, Francesco. O beijo. 1859. Óleo sobre tela, 110 × 88 cm.

Embaixo, à direita: KLIMT, Gustave. O beijo. 1907-1908. Óleo sobre tela, 180 × 180 cm.

Participe da campanha de Xico Sá e escreva a sua carta de amor. Capriche na apresentação, na “intensidade” e, se for possível, entregue-a ao destinatário.

Aqui vão algumas “dicas”:

• faça um rascunho do seu texto;

• indique o lugar e a data; • lembre-se do vocativo e das expressões de despedida;

• promova a interlocução no decorrer da mensagem;

• verifique se o texto não apresenta problemas de ortografia, concordância ou pontuação; • assine sua correspondência.

Página 32

Leitura Puxa Leitura

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REPRODUÇÃO

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Marcos literários

A publicação de Suspiros poéticos e saudades (1836), de Gonçalves de Magalhães, deu início ao Romantismo brasileiro, movimento que perdurou até 1881, quando as publicações de O mulato, de Aluísio Azevedo, e de Memórias póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis, inauguraram o Realismo-Naturalismo.


Página 39

Naquele tempo...

A permanência de Dom João VI em terras brasileiras (de 1808 a 1821) teve como consequência o acelerado desenvolvimento cultural e intelectual de nosso país, principalmente no Rio de Janeiro. Deslocaram-se para a colônia, já no início do século XIX, um grupo de artistas franceses. A Missão Francesa, como ficou conhecida, recebeu duas tarefas principais: a primeira delas, formar artistas profissionais na América, nunca chegou a ser realizada plenamente; a segunda foi retratar a corte portuguesa que havia emigrado para a colônia brasileira. Vieram para cá pintores como Jean-Baptiste Debret e Nicolas-Antoine Taunay, além de escultores, arquitetos e vários artífices. Nesse período, produziu-se uma vasta coleção de obras de arte cujo estudo é fundamental para compreender o início do século XIX em nosso país e a consolidação do Império do Brasil pós-Independência.

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O filme Carlota Joaquina, dirigido por Carla Camurati em 1995, retrata o cotidiano do Brasil no período de chegada da família real ao Rio de Janeiro.

REPRODUÇÃO Nas três primeiras décadas do século XIX, coexistiram no Brasil obras influenciadas pelo Arcadismo e revistas literárias já com propostas “modernas” (românticas), introduzidas principalmente por estrangeiros. Esse período é denominado Pré-Romantismo e nele destacaram-se os autores José Bonifácio de Andrada e Silva, Domingos Borges de Barros e Frei Francisco do Monte Alverne.


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Basta: cerrada, fechada.
I: aí.
Hartos: fortes.
Embira: corda, cipó.
Cimos: cumes, picos.
Brenha: mata cerrada.
Negro monstro: o casco das naus.
Brancas asas: as velas das naus.
Marinho arcabouço: estrutura das embarcações.

Observe a fala de Calvin no último quadrinho e responda a quem se refere o pronome você

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1 Com o objetivo de demonstrar o impacto sobre os índios da chegada dos portugueses, o poeta faz uso de uma imagem, expressa por uma visão do Piaga.

a) Que imagem é descrita pelo pajé?

b) A imagem descrita representa uma metáfora para as consequências do contato dos europeus com os indígenas. Explique essa afirmação.

Página 44

2 Explique o que, segundo Piaga, ocorrerá com os índios após a chegada dos europeus.

Texto 2

Chegança

Sou Pataxó,

sou Xavante e Cariri, Ianomâmi, sou Tupi Guarani, sou Carajá. Sou Pancararu, Carijó, Tupinajé, Potiguar, sou Caeté,

Ful-ni-ô, Tupinambá.

Depois que os mares dividiram os continentes

quis ver terras diferentes. Eu pensei: “vou procurar um mundo novo,

lá depois do horizonte,

levo a rede balançante

pra no sol me espreguiçar”.

Eu atraquei

num porto muito seguro, céu azul, paz e ar puro... botei as pernas pro ar. Logo sonhei que estava no paraíso,

onde nem era preciso


dormir para se sonhar.

Mas de repente

me acordei com a surpresa: uma esquadra portuguesa veio na praia atracar.

De grande-nau,

um branco de barba escura, vestindo uma armadura

me apontou pra me pegar.

E assustado


dei um pulo da rede, pressenti a fome, a sede, eu pensei: “vão me acabar”. Me levanteide borduna já na mão. Ai, senti no coração,

o Brasil vai começar.

NÓBREGA, Antônio; FREIRE, Wilson. Chegança. Intérprete: Antônio Nóbrega. In: NÓBREGA, Antônio. Madeira que cupim não rói. São Paulo: Eldorado, 1997. 1 CD. Faixa 3.

Observe a fala de Calvin no último quadrinho e responda a quem se refere o pronome você

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Terceira geração: a poesia social

Em um contexto tão complexo como o dos anos 1800, em que a campanha abolicionista corria nos meios intelectuais, associações e jornais, e grupos radicais auxiliavam na fuga de escravos, começava a perder sentido uma poesia voltada para o “eu” atormentado dos poetas. Eram outros tempos, que exigiam outras literaturas.

Os poetas da terceira geração romântica — Castro Alves (que estudaremos a seguir), Tobias Barreto, Pedro Luís e Pedro Calasãs, entre outros — filiaram-se a uma corrente denominada condoreira ou hugoana. A expressão “condoreira” está associada à imagem do condor dos Andes, pássaro que representa a liberdade da América. Já a palavra “hugoana” é referência ao escritor francês Victor Hugo, autor de obras de cunho social, como o romance Os miseráveis.


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5 Explique a característica cultural revelada no seguinte parágrafo:

“De primeiro ímpeto, a mão lesta caiu sobre a cruz da espada, mas logo sorriu. O moço guerreiro aprendeu na religião de sua mãe, onde a mulher é símbolo de ternura e amor. Sofreu mais d’alma que da ferida.”

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PARREIRAS, Antônio. Iracema. 1909. Óleo sobre tela, 61 × 92 cm.

MUSEU DE ARTE DE SÃO PAULO ASSIS CHATEAUBRIAND, SÃO PAULO

O romance regionalista: Visconde de Taunay

Embora a literatura regionalista brasileira só tenha alcançado um alto grau de sofisticação formal e temática com os escritores modernistas de 1930, foi no Romantismo que essa tendência surgiu. Nela se destacam Bernardo Guimarães (Sudeste e Centro-Oeste), Visconde de Taunay (Centro-Oeste), José de Alencar (Sul) e Franklin Távora (Nordeste).

O regionalista de maior destaque, Taunay, foi observador atento de um Brasil distante do Rio de Janeiro em que nasceu. Inocência (1872), o romance mais importante do regionalismo romântico, revelou ao leitor da corte os costumes, a língua, a cultura, a rusticidade e o rigoroso código moral dos habitantes da província de Mato Grosso.

A história trata do amor impossível entre Cirino, prático de farmácia que se apresenta como médico, e Inocência, a bela e delicada filha de Pereira, homem que a prometeu em casamento a Manecão Doca, bruto e rude fazendeiro local. Estabelece-se, portanto, um triângulo amoroso que durará até o final do romance.

A paixão entre Inocência e Cirino é impossibilitada pelo rígido código de ética do sertão oitocentista, em que a mulher, sem poder de escolha, submete-se à autoridade paterna. Só o amor daria força à jovem para romper com esse código, mas o sentimento acabará derrotado. Não resta outra saída senão a da tragédia: Inocência morre.

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BAPTISTÃO

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Comece sua leitura por:

O Guarani (1857), de José de Alencar


Por que ler: Uma das obras referenciais da literatura e da cultura brasileiras, esse romance de Alencar idealiza a formação do nosso povo por meio de um herói encarnado na figura do índio Peri. Embora ainda marcado por uma visão europeia estereotipada, trata-se de um dos primeiros olhares literários feitos por um autor nacional sobre nossas origens.

Memórias de um sargento de milícias (1854), de Manuel Antônio de Almeida


Por que ler: Longe do idealismo de Alencar, essa obra se destaca por representar traços típicos do brasileiro por meio de Leonardo, uma espécie de herói torto ou anti-herói.

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Realismo: a “verdade verdadeira”

Segundo o pintor francês Gustave Courbet (1819-1877), o objetivo de um artista deveria ser atingir “a verdade verdadeira”. Observe a seguir um dos quadros desse artista.

Leitura

Observe a fala de Calvin no último quadrinho e responda a quem se refere o pronome você

MUSEU D’ORSAY, PARIS

COURBET, Gustave. Enterro em Ornans. 1850. Óleo sobre tela, 315 × 668 cm.

Pensando sobre o texto

Sugerimos que as questões sejam respondidas oralmente.

1 O que está representado na tela de Courbet?

2 Em que lugar se passa a cena?

3 Que tipo de pessoas está retratado na tela?

4 Observe que o quadro, apesar da triste cena representada, mostra vivacidade e movimento. De que modo o pintor conseguiu esse efeito?

5 Essa pintura é de grandes dimensões (315 × 668 cm), e o retrato dos modelos é feito em escala natural. Que efeito tem essa opção para a representação da cena?

Fala aí


Estabelecendo um paralelo com a pintura realista, você diria que o grafite exerce, nos dias atuais, o papel de crítica social? Discuta com os colegas e o professor.

Courbet defendia que o artista deveria retratar as pessoas como elas são “de verdade”. Na tela analisada, o pintor apresenta, de maneira objetiva, sem exageros, um acontecimento do cotidiano em sua aldeia natal. As figuras aparecem na tela em tamanho natural, e as diferentes expressões de seus rostos garantem certa individualidade a elas. Esse quadro inovador escandalizou os meios acadêmicos conservadores europeus da época ao propor que as pessoas comuns eram dignas de serem representadas, do mesmo modo que os heróis históricos, mitológicos, bíblicos ou literários, tão presentes na pintura de todos os tempos.

Investigue em
• Arte

Que objetivos tinham os pintores realistas?

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Protesto e engajamento nas canções

A exemplo da literatura, também na música muitos artistas usaram suas produções como meio de protesto, denúncia e instrumento de transformação.

Na década de 1960, por exemplo, bandas britânicas como os Beatles e os Rolling Stones valeram-se do rock para, em muitas de suas canções, criticar a realidade. Em 1964, no Brasil, a repressão instaurada pelo golpe militar contribuiu para o surgimento de movimentos musicais que viam nas canções uma forma contundente de protesto. Caetano Veloso, Gilberto Gil, Geraldo Vandré, Chico Buarque, Tom Zé, entre outros, usaram suas composições para criticar tempos sombrios.

Nos anos de 1970, o punk rock dos Ramones, Sex Pistols e The Clash criticou a Guerra Fria. Na mesma época, surgia outro gênero musical de protesto, o reggae, na Jamaica.

Nas décadas de 1980 e 1990, foi a vez de a banda irlandesa U2 protestar contra a intolerância religiosa.

Entre nós, bandas como Legião Urbana, Titãs, Plebe Rude, Paralamas do Sucesso e Capital Inicial deram sua opinião crítica sobre o Brasil. Igualmente, Nação Zumbi, O Rappa, Skank, Sepultura, Ratos de Porão, entre outros nomes da cena musical brasileira, vêm fazendo de sua música um instrumento de protesto.

Observe a fala de Calvin no último quadrinho e responda a quem se refere o pronome você

Capa do álbum Abbey Road, do grupo inglês The Beatles, gravado em 1969.

REPRODUÇÃO

Biblioteca cultural

Acesse a página do “Memorial Chico Science” e conheça mais sobre o compositor pernambucano: .

Fala aí

Que canções de protesto você conhece? Você acredita que uma canção deve ter esse papel?

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A busca da análise objetiva do real

Diferentemente dos artistas românticos, que viam no “eu” a principal motivação para suas obras, os realistas deslocaram seu olhar para a realidade objetiva, para as massas famintas, em crescimento acelerado e desordenado, e para os vícios da burguesia. Dessa forma, o passado histórico que inspirou o Romantismo foi substituído pelo tempo contemporâneo, o “agora” dos autores, e pelo cotidiano das pessoas comuns (como vimos na pintura de Courbet). O cristianismo, incorporado à arte pelos românticos, cedeu espaço para um sentimento anticlerical e cientificista.

Conheça algumas características da arte realista.


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4 Na sua opinião, quais os efeitos expressivos dessas opções na narrativa?

Em A morte de Olivier Bécaille, o autor, em lugar de focalizar as ricas e elegantes famílias francesas, tão presentes nos romances românticos, prefere as menos privilegiadas economicamente. Os personagens, submetidos a condições extremas, comportam-se como animais irracionais. Essas são algumas das características que marcaram a literatura naturalista.


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Atividade - Produção de história em quadrinhos

A novela de Zola é rica em descrições e detalhes. Aproveite essa característica para colocar sua criatividade em ação. Se você tiver habilidade com desenhos, será uma excelente oportunidade para exercitá-la; caso contrário, use colagens, desenhos mais simples ou baseie-se em trabalhos de artistas de sua predileção. Uma boa opção é realizar essa proposta em grupo, com cada componente se responsabilizando por uma tarefa: divisão do texto, criação e adaptação de falas, seleção de eventos significativos e possíveis de se tranformarem em desenhos, pintura, escrita das falas nos balões, etc.

Antes de pensar na adaptação, lembre-se de que, diferentemente de um texto literário, na HQ uma seleção de eventos está disposta em quadrinhos, sendo função do leitor “preencher” as lacunas relacionadas às ações que não foram desenhadas, mas que são facilmente pressupostas. Por exemplo, você não precisa desenhar inúmeros quadrinhos para expressar a agonia de Olivier quando ele se percebe vivo e preso em um caixão. Bastam algumas sequências bem escolhidas para indicar esse sentimento, pois o leitor imagina o que poderia ter acontecido entre um quadrinho e outro.

Em relação à novela de Zola:

• faça uma lista contendo os eventos mais importantes — e possíveis de se transformarem em HQ — da novela (o sonho, por exemplo);

• liste os cenários e os personagens ligados a esses eventos;

• você pode construir sua releitura de A morte de Olivier Bécaille em quadrinhos sem falas. Se optar por incluir falas, escreva quais serão essenciais (as do narrador e/ou dos personagens) para contar a história de Olivier. Lembre-se: um balão é um espaço limitado, diferentemente do que ocorre com um conto.

Depois de pronta sua HQ, exponha-a na sala de aula para que seus colegas possam ter acesso a ela.

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ENÁGIO COELHO

Retome com os alunos alguns aspectos típicos da linguagem da HQ, gênero estudado no volume 1.

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Naturalismo: um tipo de Realismo

Até quase o último quarto do século XIX, o nome que se dava à literatura produzida na Europa era Realismo. Em 1867, com a publicação de Thérèse Raquin, de Émile Zola, surgiu a denominação Naturalismo, relacionada a um tipo de obra específico.

Influenciado pela obra Introdução ao estudo da medicina experimental (1865), de Claude Bernard (1813-1878), o francês Zola defendeu um tratamento científico para a narrativa de ficção. Ele pretendia que a literatura naturalista comprovasse, por meio de uma narrativa verossímil, determinados pressupostos científicos de sua época.
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Você lerá, a seguir, um fragmento da novela A morte de Olivier Bécaille, que esse autor publicou na segunda metade do século XIX, no contexto do movimento realista-naturalista.

Na história, o frágil narrador-personagem, Olivier Bécaille, conta que morreu “num sábado, às seis horas da manhã”, em Paris, num hotel barato onde vivia pobremente com a mulher, Marguerite. Estranhamente, ele consegue ouvir tudo o que se passa próximo a seu corpo. Ouve sua amada esposa chorando inconsolável; ouve a vizinha de quarto, senhora Gabin, e sua filha Dédé tentando ajudar Marguerite.

Aos poucos, Olivier vai percebendo que, na verdade, não havia morrido, mas entrado em estado de catalepsia — um distúrbio que impede os movimentos, tornando a pessoa rígida e com aparência de morta. No capítulo 4 dessa novela, o personagem narra sua aflição ao descobrir-se enterrado vivo.

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BAPTISTÃO

O francês Émile Zola (1840-1902) é considerado o fundador do Naturalismo. A partir de 1871, dedicou-se a produzir uma série de romances, Os Rougon-Macquart, buscando fazer um extenso e crítico painel social.

Leitura

[...] Aos poucos, confusamente, voltou-me a consciência de ser. Continuava dormindo, mas comecei a sonhar. Um pesadelo destacou-se do fundo negro que barrava meu horizonte. E esse meu sonho era uma imaginação estranha que em outros tempos muitas vezes me atormentara de olhos abertos quando, com minha predisposição natural para invenções terríveis, saboreava o prazer atroz de criar catástrofes para mim.

Imaginei portanto que minha mulher estava me esperando em algum lugar em Guérande, acho, e que eu tomara o trem para ir juntar-me a ela. Quando o trem passou sob um túnel, de repente, um barulho pavoroso ribombou como um estrondo de trovão. Um desabamento duplo acabara de acontecer. Nosso trem não recebera uma única pedra, os vagões permaneciam intactos; só que nas duas extremidades do túnel, à nossa frente e atrás de nós, a abóboda desabara e encontrávamo-nos desse modo no centro de uma montanha, murados por blocos de rocha. Iniciava-se então uma agonia longa e pavorosa. Nenhuma esperança de socorro; seria preciso um mês para desobstruir o túnel; e ainda esse trabalho exigia infinitas precauções, máquinas poderosas. Éramos prisioneiros em uma espécie de adega sem saída. A morte de todos nós era apenas uma questão de horas.

Muitas vezes, repito, minha imaginação trabalhara com esse dado terrível. Eu variava o drama até o infinito. Meus atores eram homens, mulheres, crianças, mais de cem pessoas, toda uma multidão que me fornecia novos episódios incessantemente. Bem que havia algumas provisões no trem; mas logo a comida vinha a faltar e, sem chegar a se comer uns aos outros, os miseráveis famintos lutavam, ferozes, pelo último pedaço de pão. Empurravam um velho a socos, e ele agonizava; uma mãe combatia como uma loba para defender os três ou quatro bocados reservados a seu filho. Em meu vagão, dois recém-casados grunhiam nos braços um de outro, sem esperança, deixavam de se mexer. A via estava desobstruída, as pessoas desciam, rondavam em torno do trem como feras soltas em busca de uma presa. Todas as classes misturavam-se, um homem muito rico, um alto funcionário, diziam, chorava no ombro de um operário, tratando-o com familiaridade. Desde as primeiras horas, o combustível das lâmpadas esgotara-se, as luzes da locomotiva acabaram por se apagar. Quando se passava de um vagão para outro, tateava-se as rodas com a mão para não haver trombadas e assim chegava-se à locomotiva que se reconhecia pela sua biela fria, pelos seus enormes flancos adormecidos, força inútil, muda e imóvel na sombra. Nada era mais assustador do que esse trem, murado daquela forma por inteiro sob a terra, como um enterrado vivo, com seus viajantes que morriam um a um.

[...]

[...] Onde estava? Decerto ainda no túnel. Eu estava completamente deitado e sentia à direita e à esquerda as paredes duras que me apertavam os flancos.


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Page 17

1. Racionalismo e Universalismo

Interessados no “objeto” externo, no “não eu”, os realistas buscaram representar um homem que fosse universal, e não particular, reagindo contra tudo o que fosse considerado romântico, subjetivo, sentimental e egocêntrico. Assim, evitaram ideias como a “cor local”, defendida pelos românticos.

2. O homem submetido às leis da natureza

Diferentemente dos românticos, que viam o “eu” como centro do universo, para os realistas o homem estava submetido às leis que regem a natureza. Dessa forma, o ser humano não seria diferente dos animais irracionais, dos vegetais ou dos minerais, pois todos representariam peças de uma grande engrenagem.

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Page 18

Realismo em Portugal: jovens ao ataque

Você acredita que os movimentos estudantis tenham força para promover mudanças efetivas? No caso do Realismo português, o papel dos estudantes foi decisivo.

A segunda metade do século XIX trouxe o declínio do Romantismo, movimento que não correspondia mais aos anseios de uma geração em sintonia com os novos pensamentos que circulavam pela Europa.

A força dos poemas realistas e das novas ideias divulgadas nos meios universitários entrou em choque com as vozes românticas conservadoras, e, como resultado desse conflito, o Realismo marcou posição e se firmou como movimento. Os expoentes da polêmica foram Antero de Quental (representante da nova corrente) e o ultrarromântico Feliciano de Castilho.


Página 72

Biblioteca cultural

Leia na íntegra o texto Bom-senso e bom gosto, em: .

Tudo começou quando este último, em posição conservadora, provocou os jovens estudantes de Coimbra ao dizer que eles estariam condenados “às trevas próximas do limbo”. Considerando que Castilho criticava a liberdade e os novos tempos, Quental publicou um texto denominado Bom senso e bom gosto (1865), atacando duramente o romântico. Essa polêmica, que entre os anos de 1865 e 1866 envolveu os românticos, liderados por Castilho, e os jovens realistas, capitaneados por Quental, ficou conhecida como Questão Coimbrã.

Já formados, os estudantes de Coimbra dispersaram-se, mas voltaram, em 1868, a se reunir sob o nome de Cenáculo, grupo realista composto de figuras como Antero de Quental, Eça de Queirós, Ramalho Ortigão e José Eduardo Lobo da Costa, entre outros. Mais tarde, em 1871, esses escritores organizaram um ciclo de conferências públicas no bar Cassino Lisbonense, localizado no efervescente e boêmio bairro do Chiado, em Lisboa. As chamadas Conferências do Cassino Lisbonense procuraram inserir Portugal nas novas correntes do pensamento europeu. Mesmo proibidas, por serem consideradas ofensivas à religião e ao Estado português, elas espalharam o novo espírito revolucionário e deram voz à chamada Geração de 70 (ou Geração Coimbrã), consolidando o Realismo lusitano.

Naquele tempo...

Em Portugal, a literatura realista refletia um mundo em transformação. Em 1890, o país recebeu um ultimato da Inglaterra, que exigia que os portugueses retirassem suas tropas dos territórios entre Moçambique e Angola, na África. Portugal cedeu, o que revoltou os republicanos e levou à derrubada do governo do país.

O final do século XIX representou um momento de tentativa de restabelecimento da cultura nacional. Os jovens lisboetas se deram conta de que a literatura romântica europeia estava sendo superada por novas correntes de pensamento. Era necessário tratar diretamente dos desafios propostos pela realidade e acompanhar o ritmo do restante da Europa; ou seja, abrir o país para a incorporação definitiva do liberalismo, que tinha como principais valores o individualismo, a liberdade e a propriedade privada e que fez do século XIX a época de ouro da burguesia.

Investigue em
• Filosofia

Abandonando o tom revolucionário de sua produção inicial, Antero de Quental passou a escrever poemas em que tentava conciliar racionalismo e fé em Deus. Por que essa poesia pode ser caracterizada como “metafísica”? Leia sonetos do autor em .

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Page 19

Guérande: cidade medieval no oeste da França.
Abóboda: teto curvilíneo; abóbada.
Provisões: reservas de alimentos.
Flancos: lados.
Página 70

Quis erguer-me, mas batia o crânio com violência. A rocha envolvia-me por todos os lados. [...] Continuava a sufocar, batia os dentes, presa de um arrepio.

De repente, lembrei-me. O horror eriçou meus cabelos e senti a pavorosa verdade fluir dentro de mim, dos pés à cabeça, como um gelo. Saíra finalmente daquela síncope que me atingira por longas horas com a rigidez de um cadáver? Sim, eu estava me mexendo, minhas mãos tocavam as tábuas do caixão. Restava-me fazer um último teste: abri a boca, falei, chamando Marguerite, instintivamente. Eu urrava, e minha voz naquela caixa de pinho adquirira um som rouco tão apavorante que eu mesmo me assustei. Meu Deus! Então era verdade? Podia andar, gritar que estava vivo, e minha voz não seria ouvida, eu estava encerrado, esmagado sob a terra!

[...]


Minhas mãos, tateando, continuavam maquinalmente a passear pela madeira. De repente piquei meu polegar esquerdo, e a dor leve arrancou-me do torpor. O que seria? Procurei de novo, reconheci um prego, um prego que os papa-defuntos haviam enfiado obliquamente e que não alcançara a borda do caixão. Era muito longo, muito pontudo. A sua cabeça estava presa na tampa, mas senti que se mexia. A partir daquele instante, fui tomado por uma única ideia: pegar aquele prego. Passei a mão direita sobre minha barriga, comecei a abalá-lo. Ele não cedia, daria um enorme trabalho. Muitas vezes mudava de mão, pois a mão esquerda, mal colocada, se cansava depressa. Enquanto eu insistia daquela forma, todo um plano desenvolvera-se na minha cabeça. Aquele prego tornara-se a salvação. Eu precisava dela de qualquer jeito. Mas será que ainda daria tempo? A fome me torturava, tive de parar, presa de uma vertigem que deixava minhas mãos moles, a mente vacilante. Sugara as gotas que escorriam da picada em meu polegar. Então mordi meu braço, bebi meu sangue, esporeado pela dor, reanimado por aquele vinho morno e acre que me molhava a boca. E, voltando ao prego com as duas mãos, consegui arrancá-lo. [...]

[...]


ZOLA, Émile. A morte de Olivier Bécaille. Trad. Marina Appenzeller. Porto Alegre: L&PM, 2011. p. 22-38. (L&PM Pocket; v. 73). (Fragmento).

Síncope: perda dos sentidos; desmaio.

Pensando sobre o texto

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Page 20

3. Natureza indiferente

Os realistas não relacionavam a natureza à alma humana. As grandes paisagens, que extasiavam os românticos, foram, em geral, substituídas pelos ambientes urbanos nos romances realistas.

4. A literatura a serviço da sociedade

Para os realistas, a literatura deveria funcionar como instrumento de reforma da sociedade, ou seja, os autores teriam de engajar-se numa luta social e utilizar seus livros como “arma de combate” e de exemplo para seus leitores. A linguagem, portanto, deveria ser acessível a qualquer público leitor.

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Page 21

4. Darwinismo: a teoria da seleção natural

Em 1859, o naturalista inglês Charles Darwin (1809-1882) publicou sua polêmica obra A origem das espécies. Para ele, todos os seres vivos seriam o resultado de um processo evolutivo em que a natureza selecionaria os mais aptos a sobreviver em determinado ambiente, o que tornaria aquela espécie mais forte e com maiores chances de deixar descendentes. Essa teoria darwiniana da seleção natural inovou (e chocou a sociedade) ao propor que o homem não seria uma criação divina.

Observe a fala de Calvin no último quadrinho e responda a quem se refere o pronome você

BIBLIOTECA DA UNIVERSITY COLLEGE LONDON, LONDRES

Caricatura de Charles Darwin como um macaco, litografia de autor desconhecido publicada na revista inglesa The Hornet (1871).

Explique aos alunos que Darwin nunca afirmou que o homem descende do macaco, e sim que o ser humano e os chimpanzés têm um ancestral comum.

Página 67


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Page 22

1 No início do capítulo 4 da novela de Émile Zola, o personagem Olivier narra um sonho (ou pesadelo).

a) Descreva esse sonho, recorrente na vida do personagem.

b) Relacione os acontecimentos do sonho ao drama real vivido pelo narrador.

2 Na narração feita por Olivier, em mais de uma passagem, as ações humanas são comparadas às de animais selvagens.

a) Explique essa afirmação com base no fragmento.

b) Em que situações representadas na novela as pessoas perdem a racionalidade e se igualam a animais selvagens?

3 Metáforas, comparações biológicas (associando personagens a animais irracionais) e o descritivismo em linguagem crua estão presentes nos textos naturalistas. Em que passagem de “A morte de Olivier Bécaille” você identifica esses procedimentos?

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Page 23

5. Ataque à família burguesa e à Igreja

Para atacar a sociedade burguesa, os realistas partiram de sua principal célula, a família. Nos romances são constantes esposas adúlteras, amantes, etc. Como posição anticlerical, os autores mostraram em suas obras padres desonestos, corruptos e hipócritas.

Observe a fala de Calvin no último quadrinho e responda a quem se refere o pronome você

REPRODUÇÃO

No filme O crime do padre Amaro (2002), de Carlos Carrera, baseado no romance homônimo de Eça de Queirós, um sacerdote seduz a ingênua Amélia e destrói a vida da jovem.

6. Romance como espelho

A literatura deveria ter como função evidenciar os defeitos da burguesia. Isso explica por que os escritores realistas privilegiaram em suas obras o retrato de personagens patológicos, compondo uma sociedade doente. No entanto, esses autores acabaram por contradizer seus próprios princípios, uma vez que, selecionando determinados tipos, pareciam focalizar mais as exceções do que a média da população.

Biblioteca cultural

Algumas obras de Auguste Rodin (1840-1917), principal nome da escultura realista, estão disponíveis no site: .

Fala aí

O filósofo francês Jean-Paul Sartre (1905-1980) defendeu o engajamento da literatura na luta social pela igualdade e contra as injustiças. Você concorda que a literatura tem a obrigação de transformar o mundo? Já leu obras que, mesmo sem intenção, transformaram seu mundo particular?

Página 68

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Page 24

O primo Basílio: romance de combate

No contexto do lançamento de O primo Basílio, em 28 de fevereiro de 1878, Eça de Queirós escreveu uma carta para Teófilo Braga a fim de explicar que seu novo romance tinha como dever atacar a burguesia lisboeta, uma sociedade estruturada em “falsas bases”, segundo ele. Com essa obra, o autor português deu continuidade a seu projeto iniciado com O crime do padre Amaro, segundo o qual o romance deveria constituir uma “arma de combate”.

Baseando-se no princípio naturalista da defesa de uma tese social — no caso, de que a traição é inevitável quando motivada pela falta de ocupação de uma mulher “arrasada de romance”, “lírica” e “nervosa pela falta de exercício e disciplina moral” —, Eça criou um romance que não trata de uma mulher específica, mas de qualquer mulher que vivesse nos moldes da protagonista do romance, Luísa.

O primo Basílio desenrola-se em um lar burguês de Lisboa, aparentemente feliz e estável. No romance, Luísa é uma moça superficial, que vive rodeada de ilusões românticas, reforçadas pelos livros açucarados que lê, distantes de sua vida monótona.

Quando o marido, Jorge, com quem está casada há três anos, precisa afastar-se de casa para uma viagem de negócios ao Alentejo, Luísa encanta-se com o sedutor Basílio, seu primo, que chegara de uma longa viagem pela Europa buscando apenas “amor grátis”. A futilidade de Luísa, a ausência do marido e a chegada de Basílio são os ingredientes que praticamente determinam o adultério.

A amarga e sofrida criada Juliana verá na situação da traição uma oportunidade para vingar-se de sua patroa, chantageando-a depois de roubar algumas cartas de amor comprometedoras, trocadas entre Luísa e Basílio. Para completar o quadro social burguês lisboeta, gravitam em torno do lar hipócrita de Luísa e Jorge figuras que beiram o grotesco.

Na seção “Atividade”, a seguir, você poderá ler um fragmento do romance.

Biblioteca cultural

Leia mais sobre Eça de Queirós em: .


Página 74

Atividade - Leitura de texto

O texto a seguir foi retirado de uma das partes que compõem o capítulo 3 do romance O primo Basílio. Essa passagem sucede o momento do reencontro entre Basílio e sua prima Luísa, que se encanta com a presença do antigo namorado de infância.

Observe a fala de Calvin no último quadrinho e responda a quem se refere o pronome você

Cartaz do filme Primo Basílio, baseado no romance de Eça de Queirós, com direção de Daniel Filho (2007).

REPRODUÇÃO

Luísa, quando o sentiu embaixo fechar a porta da rua, entrou no quarto, atirou o chapéu para a causeuse, e foi-se logo ver ao espelho. Que felicidade estar vestida! Se ele a tivesse apanhado em roupão, ou mal penteada!... Achou-se muito afogueada, cobriu-se de pó de arroz. Foi à janela, olhou um momento a rua, o sol que batia ainda nas casas fronteiras. Sentia-se cansada. Àquelas horas Leopoldina estava a jantar já, decerto... Pensou em escrever a Jorge “para matar o tempo”, mas veio-lhe uma preguiça; estava tanto calor! Depois não tinha que lhe dizer! Começou então a despir-se devagar diante do espelho, olhando-se muito, gostando de se ver branca, acariciando a finura da pele, com bocejos lânguidos de um cansaço feliz. - Havia sete anos que não via o primo Basílio! Estava mais trigueiro, mais queimado; mas ia-lhe bem!

E depois de jantar ficou junto à janela, estendida na voltaire, com um livro esquecido no regaço. [...]

- Que vida interessante a do primo Basílio! - pensava. - O que ele tinha visto! Se ela pudesse também fazer as suas malas, partir, admirar aspectos novos e desconhecidos, a neve nos montes, cascatas reluzentes! Como desejaria visitar os países que conhecia dos romances - a Escócia e os seus lagos taciturnos, Veneza e os seus palácios trágicos; aportar às baías, onde um mar luminoso e faiscante morre na areia fulva; e das cabanas dos pescadores de teto chato, onde vivem as Grazielas, ver azularem-se ao longe as ilhas de nomes sonoros! E ir a Paris! Paris sobretudo! Mas, qual! Nunca viajaria decerto; eram pobres; Jorge era caseiro, tão lisboeta!

Como seria o patriarca de Jerusalém? Imaginava-o de longas barbas brancas, recamado de ouro, entre instrumentações solenes e rolos de incenso! E a Princesa de La Tour d’Auvergne? Devia ser bela, de uma estatura real, vivia cercada de pajens, namorara-se de Basílio. - A noite escurecia, outras estrelas luziam. - Mas de que servia viajar, enjoar nos paquetes, bocejar nos vagões, e, numa diligência muito sacudida, cabecear de sono pela serra nas madrugadas frias? Não era melhor viver num bom conforto, com um marido terno, uma casinha abrigada, colchões macios, uma noite de teatro às vezes, e um bom almoço nas manhãs claras quando os canários chalram? Era o que ela tinha. Era bem feliz. Então veio-lhe uma saudade de Jorge; desejaria abraçá-lo, tê-lo ali, ou quando descesse ir encontrá-lo fumando o seu cachimbo no escritório, com o seu jaquetão de veludo. Tinha tudo, ele, para fazer uma mulher feliz


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Marcos literários

A Questão Coimbrã (1865) marca o início do Realismo português, cujo término se dá por volta de 1890, quando Eugênio de Castro publica Oaristos, obra que inaugura o Simbolismo.

Observe a fala de Calvin no último quadrinho e responda a quem se refere o pronome você

BIBLIOTECA NACIONAL DE PORTUGAL, LISBOA

O Cassino Lisbonense foi um importante espaço de discussão dos autores realistas portugueses (postal ilustrado, s.d.). Página 73

Eça de Queirós: o crítico

O autor realista Eça de Queirós (1845-1900) é considerado um dos mais importantes prosadores da literatura portuguesa. Escreveu romances, contos, literatura de viagens, textos jornalísticos, etc. Analisando sua obra, podemos dividi-la em três fases:

Primeira fase: momento de clara influência romântica. Eça dedicou-se a produções de mistério e fantasia. O romance policial O mistério da estrada de Sintra (1871) reúne ingredientes típicos do Romantismo, como a paixão enlouquecida, o terror, o suspense e o desfecho improvável.

Segunda fase: momento realista, iniciado com a publicação do romance O crime do padre Amaro (1875). Atacou a monarquia, a hipocrisia da família burguesa lusitana e a Igreja. Influenciado pela literatura de Flaubert e Balzac, compôs com ironia e sutileza um painel da sociedade portuguesa de sua época. Fazem parte dessa fase obras como O primo Basílio (1878), A relíquia (1887) e Os Maias (1888).

Romancista francês do Realismo, autor de A comédia humana, série de histórias divididas em romances, novelas e contos, cujos protagonistas se distribuem por todas as classes sociais.

Terceira fase: momento idealista, em que Eça abandona a ironia e o cientificismo e transforma-se em um memorialista que investiga o sentido da vida humana numa linguagem mais poética e menos objetiva. Pertencem a esse momento os romances O mandarim (1879), A ilustre casa de Ramires (1900), A cidade e as serras (1901), os contos “Singularidades de uma rapariga loura”, “Perfeição” e “Suave milagre”, entre outras obras.

Observe a fala de Calvin no último quadrinho e responda a quem se refere o pronome você

BAPTISTÃO

Eça de Queirós, o principal romancista do Realismo português.

Biblioteca cultural

Leia “Singularidades de uma rapariga loura” em: .

A carta que Eça de Queirós escreveu a Teófilo Braga data de 12 de março de 1878 e foi escrita em Newcastle, no Reino Unido. Utilizamos como base para citação a seguinte edição: QUEIRÓS, Eça de. O primo Basílio. Introdução de Augusto Pissarra. Rio de Janeiro: Ediouro; São Paulo: Publifolha, 1997. p. 412-415. (Biblioteca Folha; 2).


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Causeuse: espécie de sofá de dois lugares.
Trigueiro: moreno, da cor do trigo maduro.
Voltaire: tipo de poltrona.
Taciturnos: tristes, melancólicos.
Patriarca: arcebispo.
Instrumentações: músicas.
La Tour d’Auvergne: cidade francesa.
Paquetes: navios de passageiros.
Diligência: carruagem.
Chalram: cantam.
Página 75

e orgulhosa: era belo, com uns olhos magníficos, terno, fiel. Não gostaria de um marido com uma vida sedentária e caturra; mas a profissão de Jorge era interessante; descia aos tenebrosos das minas; um dia apertara as pistolas contra uma malta revoltada; era valente; tinha talento! Involuntariamente, porém, o primo Basílio fazendo flutuar o seu bornous branco pelas planícies da Terra Santa, ou em Paris, direito na almofada, governando tranquilamente os seus cavalos inquietos - davam-lhe a ideia de uma outra existência mais poética, mais própria para os episódios do sentimento.

Do céu estrelado caía uma luz difusa; janelas alumiadas sobressaíam ao longe, abertas à noite abafada; voos de morcegos passavam diante da vidraça.

- A senhora não quer luz? - perguntou à porta a voz fatigada de Juliana.

- Ponha-a no quarto.

Desceu. Bocejava muito; sentia-se quebrada.

- É trovoada - pensou.

Foi à sala, sentou-se ao piano, tocou ao acaso bocados da Lucia, daSonâmbula, o Fado; e parando, os dedos pousados de leve sobre o teclado, pôs-se a pensar que Basílio devia vir no dia seguinte; vestiria o roupão novo de foulard cor de castanho! Recomeçou o Fado, mas os olhos cerravam-se-lhe.

Foi para o quarto.

Juliana trouxe o rol e a lamparina. Vinha arrastando as chinelas, com um casabeque pelos ombros, encolhida e lúgubre. Aquela figura com um ar de enfermaria irritou Luísa:

— Credo, mulher! Você parece a imagem da morte!

Juliana não respondeu. Pousou a lamparina; apanhou, placa a placa, sobre a cômoda, o dinheiro das compras; e com os olhos baixos:

— A senhora não precisa mais nada, não?

— Vá-se, mulher, vá!

QUEIRÓS, Eça de. O primo Basílio. Rio de Janeiro: Ediouro; São Paulo: Publifolha, 1997. p. 63-65. (Biblioteca Folha; 2). (Fragmento).


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