O que os países cujos gastos militares são avaliados

Dialetos na região da Alsácia-Lorena no século XIX

FONTE: Fonte: ATLAS Wenker Digital (DiWA). Disponível em: www.diwa.info. Acesso em: 29 abr. 2016.

FONTE: Banco de imagens/Arquivo da editora

7. No romance As aventuras do bom soldado Švejk, publicado originalmente no início da década de 1920, o escritor tcheco Jaroslav Hašek (1883-1923) escreve a seguinte passagem:

- Então eles mataram nosso Ferdinand - disse a empregada ao senhor Švejk, que abandonara havia alguns anos o serviço militar por ter sido declarado definitivamente idiota por uma junta médica do exército e vivia da venda de cães, monstruosos vira-latas para os quais inventava falsas genealogias.

Afora esta ocupação, sofria de reumatismo e, naquele exato momento, estava massageando os joelhos com uma pedra de cânfora.

- De qual Ferdinand está falando, senhora Müllerová? - perguntou Švejk, sem parar de massagear os joelhos [...]

- Meu caro senhor, estou me referindo ao arquiduque Ferdinand, o de Konopiště, aquele homem gordo e piedoso.

- Virgem santa! - exclamou Švejk. - Que história! E onde o arquiduque foi morto?

- Levou um tiro de revólver em Sarajevo quando passeava de automóvel com a arquiduquesa, senhor.

- Então vejamos, senhora Müllerová... No automóvel... Bem, um senhor como ele pode se permitir tal luxo, mas não seria capaz de imaginar que um passeio desses acabaria mal. E ainda por cima em Sarajevo, que fica na Bósnia, senhora Müllerová! Deve ter sido coisa dos turcos. Não deveríamos ter lhes tomado, em hipótese alguma, a Bósnia-Herzegovina. Ora, ora. [...]

HAŠEK, Jaroslav. As aventuras do bom soldado Švejk. Rio de Janeiro: Alfaguara, 2014. p. 15.

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a) O diálogo entre o personagem Švejk e sua empregada na abertura do romance de Hašek refere-se a um importante acontecimento que marcou a história do século XX. Identifique o acontecimento e explique seus desdobramentos políticos.

b) O acontecimento narrado foi provocado pelos turcos, como sugere o protagonista? Explique.

c) A hipótese do envolvimento turco no conflito é coerente com o cenário político vivido pela Europa no início do século XX? Justifique.

8. Analise a tabela abaixo e faça o que se pede adiante.


Gastos militares da Alemanha, Áustria-Hungria, Grã-Bretanha, Rússia, Itália e França
Ano Valor (milhões de libras)
1880 132
1890 158
1900 205
1910 288
1914 397

Apud HOBSBAWM, Eric. A era dos impérios (1875-1914). 7.ed. São Paulo: Paz e Terra, 2002. p. 479.

a) O que a tabela mostra?

b) O que os países cujos gastos militares são avaliados pela tabela no período de 1880-1914 têm em comum?

c) Em que período da tabela o investimento no setor militar foi maior?

d) O gráfico abaixo mostra os níveis relativos de industrialização dos países europeus entre 1750 e 1900. que relação é possível estabelecer entre ele e a tabela anterior?




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O que os países cujos gastos militares são avaliados
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O que os países cujos gastos militares são avaliados


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1ª edição

São Paulo - 2016

História - Ensino Médio

2

Diretoria editorial

Lidiane Vivaldini Olo

Gerência editorial

Luiz Tonolli

Editoria de Ciências Humanas

Heloisa Pimentel

Edição


Guilherme Reghin Gaspar, Thamirys Gênova da Silva e Mariana Renó Faria (estagiárias)

Gerência de produção editorial

Ricardo de Gan Braga

Arte


Andréa Dellamagna (coord. de criação), Erik TS (progr. visual de capa e miolo), Claudio Faustino (coord.), Eber Souza (edição), Luiza Massucato (assist.) e Typegraphic (diagram.)

Revisão


Hélia de Jesus Gonsaga (ger.), Rosângela Muricy (coord.), Célia da Silva Carvalho, Paula Teixeira de Jesus, Patrícia Travanca e Vanessa de Paula Santos; Brenda Morais e Gabriela Miragaia (estagiárias)

Iconografia

Sílvio Kligin (superv.), Denise Durand Kremer (coord.), Monica de Souza (pesquisa), Cesar Wolf e Fernanda Crevin (tratamento de imagem)

Ilustrações

Cassiano Röda

Cartografia

Eric Fuzii, Loide Edelweiss Iizuka, Márcio Souza e Portal de Mapas

Foto da capa: Nascimento de Vênus, Sandro Botticelli, 1484, obra de 1984, de Andy Warhol. Justin Tallis/Agência France-Presse

Protótipos

Magali Prado

Direitos desta edição cedidos à Editora Scipione S.A.

Avenida das Nações Unidas, 7221, 1º andar, Setor D

Pinheiros - São Paulo - SP - CEP 05425-902

Tel.: 4003-3061

www.scipione.com.br /

2016

ISBN 978852629911 5 (AL)

ISBN 978852629912 2 (PR)

Cód. da obra CL 713369

CAE 566785 (AL) / 566786 (PR)

1ª edição

1ª impressão

Impressão e acabamento



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Page 3

2. Tensões e conflitos na América Latina, p. 221

México, p. 222

Chile, p. 223

A América Central, p. 225

América Latina e os casos emblemáticos da Argentina e da Colômbia, p. 226

Atividades, p. 230

9

CAPÍTULO 12: O fim da Guerra Fria e a Nova Ordem Mundial em construção, p. 232

1. Os desafios da globalização, p. 233

O fim da Guerra Fria, p. 233

Os Estados Unidos dos anos 1960 ao século XXI, p. 234

A União Soviética de 1964 ao século XXI, p. 241

Os ex-países socialistas na globalização capitalista, p. 245

Dialogando com a Química, p. 248

2. A Nova Ordem Internacional, p. 250

O neoliberalismo e o "Estado mínimo", p. 251

Norte e Sul: desigualdades e meio ambiente, p. 254

Norte da África e Oriente Médio em ebulição, p. 257



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14

CAPÍTULO 1: Um mundo em guerra (1914-1918)

LEGENDA: Bandeiras nacionais são os símbolos mais significativos para expressar o sentimento nacionalista baseado na territorialidade. Na foto, bandeiras dos países europeus membros da União Europeia, hasteadas na sede da organização, em Luxemburgo. Foto de 2015.

FONTE: Alita Bobrov/Alamy/Latinstock

O nacionalismo é um importante fator presente na Primeira Guerra Mundial, tanto em suas origens como nos acordos assinados para que o conflito chegasse ao fim. Esse sentimento é expresso por pessoas que se identificam com o território onde nasceram ou com tradições, hábitos e idiomas herdados de seus antepassados. Será que esse sentimento tem alimentado, até hoje, a rivalidade entre diferentes países?




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600 TIROS

Durante a Primeira Guerra, a metralhadora foi usada em larga escala, mudando drasticamente a forma de lutar. Disparando até 600 tiros por minuto, vitimava batalhões inteiros até que todos se dessem conta de como elas eram letais.

ATAQUE FULMINANTE

Os primeiros ataques, chamados de "fogo de barragem", consistiam em enormes descargas de artilharia de grosso calibre. O resultado era sempre desolador: o solo atingido tornava-se uma mistura de terra revolvida, cadáveres e lama.

CERCADOS PELA MORTE

Além dos gritos e gemidos dos feridos, o medo de serem atacados por ratos também impedia que os soldados dormissem.

TOCAIA

Munidos de fuzis com miras telescópicas, os atiradores de elite ficavam horas de tocaia, à espera de algum soldado incauto que colocasse a cabeça para fora da trincheira inimiga. Quase sempre, a vítima era abatida com apenas um tiro.

PLANTAÇÕES DE BOMBAS

As tropas cavavam longos túneis em direção às trincheiras adversárias. Uma vez embaixo do inimigo, forravam o túnel com explosivos, matando milhares de inimigos de uma vez e abrindo caminho para um ataque.

22

LEGENDA: Apesar da proibição do uso de armas químicas, estabelecida pela Convenção Internacional de Haia, assinada em 1899, os alemães tomaram a iniciativa de usá-las em 1915, seguidos pelos seus inimigos, que também as adotaram até o final do conflito em 1918. Foram mais de 35 mil toneladas de gases letais (asfixiantes ou tóxicos) utilizados nessa guerra, metade deles pelos alemães. Em 1925, foram novamente proibidos (produção e estocagem) pelo Protocolo de Genebra. Na foto, soldados e cães alemães com máscaras antigases. Data incerta, entre 1916 e 1918.

FONTE: Bettman/Corbis/Latinstock




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Dialetos na região da Alsácia-Lorena no século XIX

FONTE: Fonte: ATLAS Wenker Digital (DiWA). Disponível em: www.diwa.info. Acesso em: 29 abr. 2016.

FONTE: Banco de imagens/Arquivo da editora

7. No romance As aventuras do bom soldado Švejk, publicado originalmente no início da década de 1920, o escritor tcheco Jaroslav Hašek (1883-1923) escreve a seguinte passagem:

- Então eles mataram nosso Ferdinand - disse a empregada ao senhor Švejk, que abandonara havia alguns anos o serviço militar por ter sido declarado definitivamente idiota por uma junta médica do exército e vivia da venda de cães, monstruosos vira-latas para os quais inventava falsas genealogias.

Afora esta ocupação, sofria de reumatismo e, naquele exato momento, estava massageando os joelhos com uma pedra de cânfora.

- De qual Ferdinand está falando, senhora Müllerová? - perguntou Švejk, sem parar de massagear os joelhos [...]

- Meu caro senhor, estou me referindo ao arquiduque Ferdinand, o de Konopiště, aquele homem gordo e piedoso.

- Virgem santa! - exclamou Švejk. - Que história! E onde o arquiduque foi morto?

- Levou um tiro de revólver em Sarajevo quando passeava de automóvel com a arquiduquesa, senhor.

- Então vejamos, senhora Müllerová... No automóvel... Bem, um senhor como ele pode se permitir tal luxo, mas não seria capaz de imaginar que um passeio desses acabaria mal. E ainda por cima em Sarajevo, que fica na Bósnia, senhora Müllerová! Deve ter sido coisa dos turcos. Não deveríamos ter lhes tomado, em hipótese alguma, a Bósnia-Herzegovina. Ora, ora. [...]

HAŠEK, Jaroslav. As aventuras do bom soldado Švejk. Rio de Janeiro: Alfaguara, 2014. p. 15.

30

a) O diálogo entre o personagem Švejk e sua empregada na abertura do romance de Hašek refere-se a um importante acontecimento que marcou a história do século XX. Identifique o acontecimento e explique seus desdobramentos políticos.

b) O acontecimento narrado foi provocado pelos turcos, como sugere o protagonista? Explique.

c) A hipótese do envolvimento turco no conflito é coerente com o cenário político vivido pela Europa no início do século XX? Justifique.

8. Analise a tabela abaixo e faça o que se pede adiante.


Gastos militares da Alemanha, Áustria-Hungria, Grã-Bretanha, Rússia, Itália e França
Ano Valor (milhões de libras)
1880 132
1890 158
1900 205
1910 288
1914 397

Apud HOBSBAWM, Eric. A era dos impérios (1875-1914). 7.ed. São Paulo: Paz e Terra, 2002. p. 479.

a) O que a tabela mostra?

b) O que os países cujos gastos militares são avaliados pela tabela no período de 1880-1914 têm em comum?

c) Em que período da tabela o investimento no setor militar foi maior?

d) O gráfico abaixo mostra os níveis relativos de industrialização dos países europeus entre 1750 e 1900. que relação é possível estabelecer entre ele e a tabela anterior?




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A Duma de Estado

Em 1906, Nicolau II cumpriu a promessa de instaurar uma Duma, um parlamento destinado a redigir uma Constituição. Controlada por representantes das elites, a Duma ficou submetida à autoridade do czar, que aumentou os próprios poderes por meio de decretos. No entanto, as críticas dos parlamentares levaram-no a dissolver o órgão no ano seguinte.

Entre os opositores do czarismo, destacaram-se várias agremiações político-ideológicas, como os narodnikis (populistas), os anarquistas (partidários das ideias de Mikhail Bakunin) e, principalmente, os social-democratas (marxistas). Além desses grupos, havia também o Partido Constitucional Democrata (KD, em russo), formado por liberais que reivindicavam reformas em nome de setores da burguesia e das classes médias.

Os social-democratas dividiram-se, a partir de 1903, em duas facções. Liderados por Gheorghi Plekhanov (1856-1918) e Julius Martov (1873-1923), os mencheviques (menshe, do russo, significa menos, indicando o caráter minoritário do grupo) argumentavam que a Rússia ainda não estava madura para a revolução socialista e que era preciso promover o desenvolvimento do capitalismo sob a liderança da burguesia para, só então, lutar pelo socialismo.

Do outro lado, liderados por Vladimir Ilitch Ulianov, o Lenin (1870-1924), a outra facção era a dos bolcheviques (bolshe, do russo, mais, que indicava a maioria do Congresso). Eles propunham a formação de uma "ditadura democrática de operários e camponeses" como primeiro passo para a revolução socialista.




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Pontos de vista

Balanço do século XX

Um dos acontecimentos históricos mais relevantes e extraordinários do século XX foi a Revolução Russa, a qual suscitou uma infinidade de debates acalorados entre intelectuais, estudantes universitários e até nos meios operários. Até fins da década de 1980, a referência ao mundo soviético ou ao comunismo provocava discussões intensas sobre as vantagens e desvantagens de um regime político distinto do capitalismo.

Com a historiografia não foi diferente. Inúmeros historiadores que se dedicaram ao estudo do século XX produziram reflexões sobre o papel, a importância e o legado da Revolução Russa. Eric Hobsbawm, um dos mais notáveis historiadores do Ocidente, construiu um balanço do século atravessado pela experiência da Revolução Russa e de seus desdobramentos.

No livro A Era dos Extremos: o breve século XX, 1914-1991, lançado em 1994, Hobsbawm defende que o desejo de uma sociedade mais justa e sem desigualdades sociais pareceu transformar-se em realidade quando eclodiu a Revolução de Outubro. Para ele, as contradições, os erros políticos e as tragédias humanas vividas durante as décadas em que o regime soviético se manteve expressaram as tentativas de construção de uma nova sociedade, uma utopia que marcou gerações ao longo do século XX.

Além disso, Hobsbawm afirma em sua obra que a Revolução Russa impôs desafios ao mundo capitalista e, contraditoriamente, foi responsável por suas transformações, graças aos eventos que resultaram no fim da Segunda Guerra Mundial. Em primeiro lugar, quando o nazismo se tornou uma força militar com poder para controlar o planeta, foram os soviéticos que barraram o avanço de Hitler e impuseram as primeiras grandes derrotas ao exército alemão, no front oriental. Estima-se que mais de 20 milhões de soviéticos, civis e militares, foram mortos durante o conflito. A Batalha de Stalingrado, entre 1942 e 1943, foi a mais sangrenta da Segunda Guerra; naquela cidade, mais de 1 milhão de soviéticos morreram.

Em segundo lugar, quando o Ocidente se reergueu dos escombros da Segunda Guerra Mundial, era preciso conter a expansão do comunismo, diante de democracias liberais frágeis e mergulhadas na crise econômica. Assim, os países capitalistas reagiram à crise oferecendo alternativas reais de participação com a ampliação dos direitos políticos, como o sufrágio universal, e criando condições de crescimento econômico com investimentos em políticas sociais que reduzissem a miséria e as tensões sociais.

O Estado de bem-estar social, surgido na Europa e nos Estados Unidos, nos anos 1950, era uma resposta às aspirações de igualdade e prosperidade econômica que vinham dos regimes comunistas.

Sobre a importância da Revolução Russa para a história recente, Hobsbawm afirmou:

A Revolução de Outubro produziu de longe o mais formidável movimento revolucionário organizado na história moderna. Sua expansão global não tem paralelo desde as conquistas do islã em seu primeiro século. Apenas trinta ou quarenta anos após a chegada de Lenin à Estação Finlândia em Petrogrado, um terço da humanidade se achava vivendo sob regimes diretamente derivados dos Dez dias que abalaram o mundo (Reed, 1919) e do modelo organizacional de Lenin, o Partido Comunista.

HOBSBAWM, Eric. A Era dos Extremos: o breve século XX, 1914-1991. São Paulo: Companhia das Letras, 1995. p. 62.



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CAPÍTULO 3: Brasil: a implantação da república

LEGENDA: Parque da Luz, na cidade de São Paulo. Foto de 2011. No parque, aberto ao público em 1825, encontram-se esculturas de artistas conhecidos, como Victor Brecheret, Leon Ferrari e Amílcar de Castro, entre outros.

FONTE: Alf Ribeiro/Futura Press

Em 2005, a Prefeitura de São Paulo lançou o Projeto Nova Luz, com a proposta de reurbanizar parte do centro da maior metrópole do país, transformando-a num polo comercial e de serviços em meio a uma área residencial. O projeto foi suspenso por uma ordem judicial, que o considerou inconstitucional por não consultar a população afetada. Observe a imagem, leia a legenda e responda: será que o projeto da prefeitura levou em conta os interesses da população que vivia na região? Você conhece outros exemplos de reformas urbanas desse tipo feitas pelo poder público?




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sociedade anônima: empresa cuja propriedade é dividida em cotas (ações), cada uma delas representando uma fração do capital. Ao serem negociadas na Bolsa de Valores, as cotas são adquiridas por pessoas, denominadas acionistas, que passam a ser proprietárias de uma parte da empresa. Esses acionistas, por sua vez, têm direito a ganhos periódicos proporcionais à lucratividade da empresa e à quantidade de ações que dela possuem.

Fim do glossário.

O sucesso inicial das providências econômicas de Rui Barbosa foi logo revertido. Seis meses após a adoção das primeiras medidas, a economia mergulhou em uma profunda crise - que ficou conhecida como encilhamento. Essa crise estava relacionada, principalmente, com o descontrole da quantidade de dinheiro emitido, o que levou a uma forte desvalorização da moeda, causando um aumento no custo de vida e inúmeros casos de falência. A suspensão de créditos internacionais e a crise monetária em um dos principais bancos financiadores ingleses também contribuíram para o agravamento da situação.

Ao longo do primeiro ano de governo provisório, foram muitas as críticas de adversários e mesmo de membros do governo às dificuldades econômicas e ao autoritarismo do presidente marechal Deodoro. As nomeações de militares para chefiar governos estaduais, bem como as frequentes práticas de nepotismo e favoritismo por parte do Governo Provisório, eram sempre reprovadas pela oposição. Outro alvo de desaprovação era a política de concessão de direitos para emissão de dinheiro, fato que contribuiu para o afastamento de Rui Barbosa do Ministério.

LEGENDA: Charge de Angelo Agostini, datada de 1890, que representa uma crítica ao programa monetário brasileiro empreendido por Rui Barbosa no início da República.

FONTE: Reprodução/Biblioteca Municipal Mário de Andrade, São Paulo, SP.



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Do outro lado, posicionaram-se os republicanos positivistas - também conhecidos como pica-paus - liderados por Júlio de Castilhos (1860-1903), ex-presidente do Rio Grande do Sul. Castilhos foi fundador do Partido Republicano Rio-grandense e participou ativamente na elaboração da Constituição estadual e na implantação da república no estado. Essa Constituição estadual se caracterizava por uma forte tendência positivista e autoritária, centrada na figura do presidente.

Castilhos manifestou apoio a Deodoro da Fonseca no episódio do fechamento do Congresso. Depois disso, sob pressão, teve que renunciar ao governo do Rio Grande do Sul. A princípio, aquele apoio o afastara do marechal Floriano Peixoto. Porém, a presença de Gaspar Silveira Martins (1835-1901), um antigo monarquista na luta política, fez com que Floriano apoiasse militarmente Castilhos no decorrer do conflito. Ao lado de Júlio de Castilhos também se destacaram o senador republicanista Pinheiro Machado (1851-1915), e vários grupos populares que se organizaram em todo o estado.

A Revolta Federalista foi extremamente violenta, com um grande número de pessoas fuziladas e degoladas - por isso o confronto também é conhecido como Revolução da degola. A violência praticada por ambos os lados atingia tanto chefes políticos como partidários anônimos.

Outro aspecto que merece ser destacado no confronto é a grande mobilização de homens armados que atuaram até o início de 1895, além de tropas oficiais do Exército e da Armada. A formação de exércitos privados para resolver questões políticas era uma prática comum dos grandes proprietários rurais. Também chamados de coronéis, estes se apoiavam sobre uma extensa clientela, constituída de homens sem posses, que se colocavam à disposição em troca de contribuição financeira e material.

Glossário:

coronel: a mais alta patente da Guarda Nacional, milícia civil criada em 1831 e extinta em 1918.

Fim do glossário.

No segundo semestre de 1893, com a luta em andamento, o grupo dos federalistas contou com o apoio de parte das tropas da Armada brasileira, que novamente se rebelava contra o governo federal, chefiado por um membro do Exército.

Para alguns estudiosos, o confronto entre membros da Marinha e do Exército nestes anos iniciais da república revela um conflito de classes. Na época, a Marinha brasileira, com seus membros oriundos de famílias da aristocracia, era mais conservadora. Muitos de seus almirantes e membros de patentes mais altas eram monarquistas. O Exército, por sua vez, era composto de membros de diferentes camadas sociais, com pessoas vindas de extratos mais baixos da sociedade. Desde a década de 1880, abrigava membros com posicionamentos de caráter transformador.

A demissão do almirante Custódio de Melo (1840-1902), então ministro da Marinha, e a prisão do almirante Eduardo Wandenkolk, críticos e contrários a Floriano, provocaram uma reação da Armada. Em setembro, navios de guerra sob o comando de Custódio de Melo e do almirante Saldanha da Gama (1846-1895), foram posicionados na baía de Guanabara, com seus canhões apontados para a cidade do Rio de Janeiro, repetindo a estratégia de 1891 e dando origem à segunda Revolta da Armada. Dessa vez, os revoltosos defendiam novas eleições, com Custódio de Melo sendo considerado um candidato declarado à Presidência.

Leituras

Boxe complementar:

Leia abaixo um texto do historiador Renato Mocellin explicando os termos utilizados para designar os participantes da Revolta Federalista.




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A economia na República oligárquica

Ao assumir a Presidência da República e ter o poder civil consolidado com a política dos governadores, as oligarquias do país passaram a dominar a maioria dos canais de exercício de poder, envolvendo as esferas federal, estadual e municipal. Porém, grupos oligárquicos, cujas bases estavam nos estados, eram maioria. E a importância entre eles variava de acordo com o tamanho da atividade econômica com a qual estavam envolvidos.

Na última década do século XIX e no início do século XX, ao mesmo tempo que havia uma forte e dinâmica atividade cafeeira, que se estendia entre São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, também despontava a exportação da borracha, extraída dos seringais da Floresta Amazônica, fortalecendo a burguesia comercial estabelecida no Amazonas e Pará. Havia, ainda, produções voltadas para o consumo interno do país, como a de gado, no estado do Rio Grande do Sul; mate, no Paraná; e algodão e açúcar em estados como Bahia, Pernambuco e Paraíba.

Todos esses interesses estavam representados no Congresso Nacional, onde havia também alguns defensores da atividade industrial.

Apesar disso, o peso da atividade cafeeira na economia dava mais poder de decisão às bancadas dos estados produtores de café, que eram as maiores. O setor que não estava presente no Congresso Nacional era o das classes trabalhadoras.

Nesse período, predominou na América Latina, e particularmente no Brasil, o investimento de capital inglês e, em menor quantidade, capital francês, alemão, belga e estadunidense. Esses recursos entraram com finalidades distintas, como empréstimos ao governo republicano, investimentos para a implantação da rede ferroviária, para a modernização dos portos e para melhoria de grandes centros urbanos, e em forma de equipamentos para indústrias surgidas desde o final do século XIX.

Para saber mais

Boxe complementar:



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Nº de operários
1907 3 258 149 018
1920 13 336 275 512

Fonte: SILVA, Sérgio. Expansão cafeeira e origens da indústria no Brasil. 8. ed. São Paulo: Alfa-Ômega, 1995. p. 72.

Em geral, eram indústrias de dois tipos: as que transformavam alguns produtos naturais para serem exportados, como as de refinação de açúcar ou de beneficiamento do algodão, e aquelas que produziam mercadorias para consumo do dia a dia das populações de baixa renda, como tecidos baratos, chapéus, bebidas, etc. Capital também era investido na construção de pequenas hidrelétricas e linhas de transmissão de energia para alimentar as fábricas.

Como não havia uma rede de transporte que cobrisse todo o território nacional, a produção industrial se concentrou em regiões de maior povoamento e onde o sistema ferroviário estava presente, como Rio de Janeiro, São Paulo, Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Pernambuco e Ceará.

Apesar do crescimento industrial no Brasil, até a década de 1930 as oligarquias agrárias, principalmente a cafeeira, tinham grande poder de decisão no âmbito federal e estadual. Portanto, não houve incentivos para a industrialização no país. Os poucos congressistas entusiastas da industrialização frequentemente reclamavam dos altos impostos sobre a importação de maquinário, numa época em que elas não eram produzidas no país, e da falta de restrições à importação de mercadorias que concorriam com as nacionais ou que poderiam ser fabricadas aqui.

A falta de produção de máquinas transformou-se num grande impasse para a indústria nacional entre 1914 e 1919. Com a eclosão da Primeira Guerra Mundial, a importação de mercadorias e máquinas diminuiu. O conflito também criou a possibilidade de as indústrias brasileiras ampliarem a produção para substituir a importação em queda, mas os empresários esbarravam nas dificuldades para importar as máquinas necessárias para isso.

Mesmo assim, a atividade industrial se expandiu ao longo da Primeira República. As fábricas ajudavam a transformar o cenário físico e social dos locais onde se instalavam. Nos arredores das fábricas, a população aumentava e, consequentemente, novas demandas surgiram: moradias, escolas, vias de circulação, redes de abastecimento, espaços de passeio e diversão, atendimento médico e instituições capazes de garantir o convívio e a segurança das pessoas. O aumento do número de operários nas fábricas trouxe, ainda, uma ampliação do número de associações sindicais que se mobilizaram na luta por melhores condições de salário e de trabalho, assunto que trataremos no Capítulo 7.

LEGENDA: Operárias em fábrica de tecidos na cidade de Uruguaiana, Rio Grande do Sul. Foto de 1916.

FONTE: Autoria desconhecida/Arquivo da editora



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Para saber mais

Boxe complementar:

Financistas e comerciantes controlam os lucros da cafeicultura

A participação de empresas ou bancos estrangeiros no comércio de exportação do café brasileiro remonta aos anos 1870. Nessa época, o telégrafo permitia aos comerciantes estrangeiros instalados no Brasil acompanhar as oscilações do mercado europeu e estadunidense antes de negociar o preço do café no mercado nacional.

Cabia às empresas estrangeiras adquirir o café dos fazendeiros e colocá-lo no mercado internacional, adiantando, às vezes, recursos para que a fazenda e seu proprietário mantivessem suas atividades. Até o início do século XX, essa etapa contava com a participação de agentes intermediários chamados comissários. Esses agentes repassavam empréstimos de bancos nacionais aos fazendeiros, que empregavam o dinheiro nas atividades de cultivo. Em troca, recebiam a produção, que era preparada para a exportação (os melhores grãos eram selecionados e ensacados, um trabalho realizado por terceiros) e repassada a um comerciante exportador, mediante uma comissão sobre o valor da venda.

No entanto, com a crise econômica dos primeiros anos da República, grande parte dos bancos nacionais e comissários faliram. No auge da crise do preço do café, no início dos anos 1900, muitos fazendeiros procuraram as casas exportadoras para negociar diretamente a entrega da produção.

Fim do complemento.

66

A proposta não recebeu o apoio do presidente Rodrigues Alves, que considerava a política de desvalorização monetária inadequada. Porém, obteve a aceitação do novo presidente eleito, Afonso Pena, empossado ainda em 1906 e que governou até 1909.

As medidas desejadas pelo convênio foram adotadas e o principal objetivo foi alcançado: entre 1906 e 1913, o preço do café ficou em patamares rentáveis, garantindo grandes lucros, que foram distribuídos de forma desigual entre fazendeiros e agentes estrangeiros.

Quando o programa de valorização do café foi instituído, em 1906, os grupos estrangeiros estavam em melhores condições para comprar a produção e retê-la por longos períodos, adiantando aos produtores os ganhos que poderiam obter quando liberassem os estoques. Como controlavam a liberação para conseguir o melhor preço, eram eles que acumulavam a maior porcentagem dos lucros obtidos com a cafeicultura.

O sucesso da valorização do café manteve o setor em expansão, apesar de os termos acordados em Taubaté e aprovados no Congresso instituírem mecanismos de redução da produção que não foram cumpridos. Em outras fases de superprodução de café, governos dos estados produtores aproveitaram-se do alinhamento político com presidentes e com bancadas no Congresso e implantaram dois outros programas de valorização, em 1917-1918 e entre 1921-1923. A fim de manter elevada a renda do cafeicultor, a partir de 1924 foi instituído um programa permanente de valorização. Isso durou até a quebra da Bolsa de Valores de Nova York, em 1929.




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72

Boxe complementar:

Vivendo naquele tempo

Mulheres imigrantes: construir a vida na América

O papel das mulheres imigrantes foi fundamental para a estabilidade de novas relações sociais que se constituíam em território estrangeiro, especialmente em áreas urbanas como São Paulo.

Cabia às mulheres as atividades domésticas tradicionais, como lavar roupas, cozinhar, limpar a casa, cuidar dos filhos e de todo o funcionamento do cotidiano da família. Mesmo as mulheres que arrumavam emprego no setor fabril não podiam abandonar suas responsabilidades domésticas, ainda que pudessem contar com a ajuda do marido e dos filhos.

Como muitas famílias eram de origem rural, elas reproduziam parte dos seus conhecimentos e práticas no espaço urbano, cultivando hortas e criando pequenos animais, como galinhas e porcos. Assim, muitas mulheres ainda produziam hortaliças, cuidavam da criação de animais e vendiam o excedente para ampliar a renda da família. Era bastante comum que mulheres conduzissem carrinhos de mão pelas ruas da cidade, oferecendo seus produtos de porta em porta.

As mulheres também eram as principais responsáveis pela construção de elos sociais e redes de solidariedade entre vizinhos e, particularmente, entre "patrícios", isto é, imigrantes de mesma origem. Desde o momento em que a família se estabelecia em determinado bairro, cabia às mulheres encontrar os melhores lugares para fazer compras, estabelecer contatos amistosos, encontrar apoio e ajuda na criação dos filhos, enfim, descobrir como "se virar" numa cidade diferente e nem sempre hospitaleira.

Além disso, elas também mantinham vivas as tradições familiares e as práticas culturais de origem. Essas tradições e práticas podiam ser observadas tanto na vida cotidiana, como no preparo dos alimentos e na manutenção dos pequenos gestos religiosos, quanto na vida em comunidade, na organização de festas na vizinhança, em casamentos ou em comemorações religiosas. Também participaram ativamente da vida política através de organizações sindicais de tradição anarquista, como mostra o boxe Mulheres anarquistas em São Paulo (p. 93).

Mesmo em uma sociedade de forte tradição patriarcal, onde os espaços de poder e participação feminina eram controlados e restritos, as mulheres ocuparam funções essenciais ao estabelecimento de milhões de imigrantes que atravessaram o Atlântico em busca de uma vida melhor.

LEGENDA: Homens, mulheres e crianças imigrantes em São Paulo, cerca de 1890.

FONTE: Gaensly & Lindemann/Fundação Patrimônio Histórico da Energia e Saneamento, São Paulo, SP.

Fim do complemento.



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A borracha também teve seu valor

Os anos iniciais da República também foram marcados pela valorização da borracha no mercado internacional, o que favoreceu de forma excepcional a produção de látex que já existia na Amazônia. Nessa época, aquela era a única região no mundo onde se encontrava a seringueira Hevea brasiliensis, da qual se extraía uma matéria-prima de melhor qualidade.

A partir dos anos 1830, as aplicações da borracha foram ampliadas com a descoberta da vulcanização, nome dado ao processo químico que aumentava sua resistência e durabilidade. Quando o processo foi aprimorado, no início dos anos 1900, a borracha passou a ser amplamente utilizada na fabricação de pneus para a indústria de automóveis, que estava em crescimento. O Brasil foi o principal fornecedor do produto para a indústria europeia por aproximadamente seis décadas. No entanto, a extração de látex no interior da floresta Amazônica era feita de maneira rudimentar. Mesmo no período de maior exportação e lucros, entre 1880 e 1910, época em que o país chegou a atender, aproximadamente, 75% da demanda internacional, as técnicas empregadas eram as mesmas utilizadas pelos indígenas de tempos anteriores.

Como a mão de obra local era insuficiente para atender a grande demanda pelo produto, os governos dos estados produtores de borracha investiram em propaganda e subsídios para estimular a vinda de brasileiros de outros estados para aumentar a capacidade de produção. A região recebeu muitos trabalhadores, principalmente do nordeste, onde a estiagem e as dificuldades da economia exportadora em crise estimulavam a migração. Milhares de nordestinos adentraram a floresta, geralmente trabalhando para os seringalistas, os proprietários dos seringais. O trabalho nos seringais garantia aos proprietários a posse de extensos lotes de terras em plena floresta, obtidos graças ao apoio financeiro de casas exportadoras e aos privilégios obtidos junto às autoridades do Estado.

Boxe complementar:




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Riqueza para ostentar e modernizar

Durante o período em que vigorou a política de valorização do café, as importações brasileiras aumentaram consideravelmente, favorecidas pela entrada de capitais provenientes da cafeicultura e da exportação da borracha.

Desde os últimos anos da década de 1890, parte significativa das divisas foi usada não somente para pagar juros e compromissos internacionais e para importar bens de consumo, como alimentos, utensílios, tecidos, mas também para ampliar os investimentos em ferrovias, portos e em melhorias nas grandes cidades. Outro setor amplamente beneficiado pela entrada de capitais foi o industrial, que analisaremos mais à frente.

Com os lucros obtidos, no início do século XX, alguns fazendeiros construíram palacetes destinados à moradia em áreas urbanizadas, onde era possível levar uma vida social distinta dos hábitos rurais e ostentar seu poder financeiro e seu status social. Assim, a má distribuição de riqueza tornava-se visível.

Nesta mesma época, cidades como Campinas e Ribeirão Preto, próximas da próspera zona cafeeira paulista, receberam melhorias urbanísticas: grandes edifícios, teatros e mansões foram construídos, seguindo tendências arquitetônicas europeias.

Na cidade de São Paulo, por exemplo, a área mais antiga e central manteve-se como espaço destinado a serviços, bancos e comércio. Os fazendeiros se instalaram em mansões localizadas em novos bairros cortados por ruas e avenidas largas e iluminadas, longe de onde a população mais pobre vivia.

LEGENDA: Interior do Palácio da Liberdade, que já foi residência oficial e sede do governo estadual de Minas Gerais, Belo Horizonte. Destaque para a ornamentação art nouveau. Foto de 2011.

FONTE: IEPHA/MG

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Em Minas Gerais, para demarcar a era de prosperidade econômica e modernidade, a elite local determinou, em 1893, que o antigo arraial denominado Curral del Rei passaria a sediar a capital do estado. Em 1897, após quatro anos de obras, o arraial ganhou a feição de uma cidade moderna, Belo Horizonte, a primeira totalmente planejada em nosso país. A nova capital contava com edifícios públicos para sediar as repartições e ruas iluminadas com lâmpadas elétricas, sem nenhum vestígio das antigas construções. A população que habitava o arraial antes das obras ficou sem lugar nesse projeto modernizador. Acabou sendo deslocada para além dos limites que demarcavam o perímetro da nova capital, em locais sem as benfeitorias que caracterizavam os bairros recém -construídos.

A cidade do Rio de Janeiro também passou por grande transformação, principalmente na região portuária, local de entrada das mercadorias e dos visitantes. O local era ocupado por velhos casarões degradados, onde a numerosa população pobre vivia em condições sanitárias precárias. Para as autoridades, a região era uma ameaça permanente à saúde e à segurança.

O presidente Rodrigues Alves promoveu uma grande reforma, englobando o porto e seu entorno, ampliando a sua capacidade de embarque e desembarque, e transformando a região em local de passeio para as classes mais abastadas. Investiu, ainda, em uma ampla ação sanitarista a fim de livrar a cidade de focos de difteria, varíola e febre amarela.

Como resultado, os antigos casarões foram demolidos - processo conhecido como "bota-abaixo" - e a população pobre foi deslocada, sob muito protesto e resistência, pois não era indenizada nem recebia um local alternativo de moradia. Essa população acabou se instalando nas encostas dos morros no entorno da região, de forma mais precária ainda. O autoritarismo do poder público, apoiado pelas elites e intelectuais, resultou na imposição de um novo padrão urbanístico que passou a conviver com as favelas que então se formaram (você estudará sobre isso nos próximos capítulos).

LEGENDA: Início das obras para a construção da avenida Central, na cidade do Rio de Janeiro, início de 1904.

FONTE: Autoria desconhecida/Coleção particular

LEGENDA: Avenida Central em fins de 1905, na cidade do Rio de Janeiro.

FONTE: Torres/Fundação Biblioteca Nacional, Rio de Janeiro, RJ.




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Atividades

Retome

1. Pesquise num dicionário os diversos significados das palavras "província" e "estado". Identifique, em seguida, aqueles que se relacionam com o tema deste capítulo. Qual é a relação entre a transformação de províncias em estados e o estabelecimento de uma república federativa no Brasil?

2. Em outubro de 1894, Desterro, capital do estado de Santa Catarina, assistiu ao desfecho sanguinário de um conflito armado.

a) Identifique os dois lados em confronto e explique por que eles se encontravam naquele estado.

b) Por que cada um desses grupos lutava?

c) Qual é a relação entre o desfecho dos confrontos e a mudança do nome da cidade para Florianópolis?

3. Nos últimos anos do século XIX, o Brasil assistiu à formação dos batalhões patrióticos.

a) O que eram esses grupos?

b) Quando e por quem foram formados?

c) Quando e por que os batalhões passaram a ser perseguidos e desestruturados?

4. Durante a República oligárquica, as elites agrárias manipulavam as eleições para se manter no poder.

a) Cite dois instrumentos utilizados nessa manipulação e explique seu funcionamento.

b) De que modo presidentes, governadores e chefes políticos locais (coronéis) se auxiliavam mutuamente nesse processo?




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Tratado de Petrópolis

A penetração de nordestinos em larga escala pela Amazônia os levou a ocupar regiões pertencentes à Bolívia, gerando uma crise diplomática. Para resolver a questão, o Barão do Rio Branco e autoridades bolivianas firmaram um acordo que foi assinado em Petrópolis, em 1903. Na negociação, acertou-se a posse brasileira do território do atual Acre e a cessão de um território brasileiro que facilitasse aos bolivianos o acesso a afluentes do rio Amazonas para, assim, alcançarem o Atlântico.

Fim do complemento.

Os seringueiros trabalhavam em jornadas de até 16 horas, concentradas principalmente entre maio e novembro, época de poucas chuvas. Eles coletavam o látex das árvores e, no final do dia, o defumavam, para coagulá-lo e torná-lo vendável. Esse produto final era entregue ao dono do seringal que, por sua vez, o levava a estabelecimentos comerciais localizados em Manaus e em Belém, responsáveis pela exportação. A Inglaterra era o principal destino da borracha. De lá, era distribuída para outras praças da Europa e para os Estados Unidos.

LEGENDA: Seringueiro extraindo látex em foto de 1910, aproximadamente.

FONTE: Acervo Iconographia/Reminiscências

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No auge da lucratividade, grupos estrangeiros interessaram-se pela atividade e logo se fizeram presentes no processo de extração. Como ocorria com a cafeicultura, os comerciantes adiantavam recursos aos donos dos seringais, que se comprometiam a entregar-lhes toda a produção. Os seringalistas, por sua vez, exigiam dos seringueiros elevada quantidade de látex coagulado, forçando-os a jornadas extenuantes e a relações de trabalho violentas que, muitas vezes, assemelhavam-se à escravidão.

Os donos dos seringais e empresários do comércio ficavam com a maior parte dos lucros. Viviam luxuosamente em Manaus ou Belém e atuavam como se a atividade seringalista fosse algo inextinguível, em razão, especialmente, da grandeza da floresta. Poucos esforços foram feitos nesse período para proteger a atividade da concorrência internacional. No entanto, por volta de 1913, as experiências do governo inglês de adaptar a seringueira brasileira em colônias do continente asiático começaram a se mostrar economicamente viáveis. Logo, os primeiros carregamentos de borracha provenientes de seringais asiáticos chegaram ao mercado europeu.

Aos poucos, os investidores ingleses foram abandonando as atividades no Amazonas para participar da produção no Ceilão e em Cingapura. Os holandeses logo começaram a produzir borracha nas colônias da Malásia, de Bornéu e de Java. Nestes locais, as empresas que até então se dedicavam a financiar a atividade passaram a participar também da produção, desde o cultivo até a coagulação, além de cuidarem do transporte e da comercialização na Europa e nos Estados Unidos. A produção nessas regiões logo se tornou bem mais lucrativa do que a produção no Brasil, onde predominavam técnicas primitivas e condições que impediam uma produção maior.

No começo da década de 1910, o governo federal tentou valorizar e racionalizar a produção de borracha. A iniciativa contou com o apoio de produtores e governantes dos estados do Norte. No entanto, os poucos projetos que surgiram não mobilizaram esforços financeiros suficientes para atender às necessidades de uma atividade que entrava em rápida decadência.

A importância da borracha no volume total de exportações brasileiras ajuda a entender essa situação. Entre 1890 e 1910, a borracha nunca representou mais de 28% do total de produtos exportados pelo país. No mesmo período, o café representava, em média, mais de 60%. À medida que a borracha perdia posição no mercado internacional, o café, por sua vez, atingia elevados preços graças às medidas de valorização do produto que estavam sendo adotadas. Neste cenário, as elites agrárias do Sudeste se fizeram refratárias a qualquer atividade que afetasse os ganhos e os interesses da principal economia do país.



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Leituras

Boxe complementar:

Os significados da avenida Central

O escritor Lima Barreto registrou suas impressões sobre a região da avenida Central em seus cadernos pessoais, quase um ano antes de sua inauguração. Sua visão é crítica e nada entusiasmada. Leia o trecho a seguir.

Ontem, ao sair da secretaria, passei pela rua do Ouvidor e não vi a Palhares. Acho-a curiosa por causa do mestiçamento que nela há, disfarçado pelos cuidados meticulosos da toilette: perfumes, pomadas, pós, etc. Isso aborreceu-me mais do que estava aborrecido e na botica tive sono. Saí e tomei um bonde e fui à Prainha. A rua está outra, não a conheci bem. Se os prédios fossem mais altos, eu me acreditaria em outra cidade. Estive na esquina dela com a avenida, a famosa avenida das indenizações, subi-a a pé, tomei pelo que resta de beco da rua da Prainha, agora em alargamento, e segui pela rua Larga de São Joaquim, prolongada e alargada até o Largo de Santa Rita. A rua quebra um pouco do primitivo alinhamento, mas mesmo assim ficará bela. Entretanto, como vêm já de boa administração essas modificações, acredito que o Rio, o meu tolerante Rio, bom e relaxado, belo e sujo, esquisito e harmônico, o meu Rio vai perder, se não lhe vier em troca um grande surto industrial e comercial; com ruas largas e sem ele, será uma aldeia pretensiosa de galante e distinta, como é o tal de São Paulo.

BARRETO, Lima. Diário íntimo. Disponível em: www.dominiopublico.gov.br/download/texto/bn000066.pdf. Acesso em: 23 mar. 2016.

A partir de artigos da imprensa da época, o historiador Nicolau Sevcenko constatou que, desde a sua inauguração em 1905, a nova avenida Central, na cidade do Rio de Janeiro, foi palco para o desfile de novos hábitos, trajes e comportamentos que reproduziam padrões europeus. A larga avenida foi aberta para facilitar o acesso ao porto e tornou-se um local de passeio para as classes mais ricas do período.

[...] As revistas mundanas e os colunistas sociais da grande imprensa incitavam a população afluente para o desfile de modas na grande passarela da avenida, os rapazes no rigor smart dos trajes ingleses, as damas exibindo as últimas extravagâncias dos tecidos, cortes e chapéus franceses. A atmosfera cosmopolita que desceu sobre a cidade renovada era tal que, às vésperas da Primeira Guerra Mundial, as pessoas ao se cruzarem no grande bulevar não se cumprimentavam mais à brasileira, mas se repetiam uns aos outros: "Vive la France!". Como corolário, as pessoas que não pudessem se trajar decentemente, o que implicava, para os homens, calçados, meias, calças, camisa, colarinho, casaco e chapéu, tinham seu acesso proibido ao centro da cidade. Mais que isso, nas imediações, as tradicionais festas e hábitos populares, congregando gentes dos arrabaldes, foram reprimidos e mesmo o Carnaval tolerado não seria mais o do entrudo, dos blocos, das máscaras e dos sambas populares, mas os dos corsos de carros abertos, das batalhas de flores e dos pierrôs e colombinas bem-comportados, típicos do Carnaval de Veneza, tal como era imitado em Paris.

Glossário:

smart: elegante, em inglês.

Fim do glossário.

[...]

SEVCENKO, Nicolau. O prelúdio republicano, astúcia da ordem e ilusões do progresso. In: ______ (Org.). História da vida privada no Brasil. Volume 3: República: da Belle Époque à Era do Rádio. São Paulo: Companhia das Letras, 2012. p. 26-27.

Fim do complemento.


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recessão: redução da atividade econômica com queda da produção e elevação do desemprego.

Fim do glossário.

Por mais que a elevação de impostos e a queda da atividade econômica tenham atingido quase todas as classes sociais do país, os mais humildes eram os mais afetados, tanto nos centros urbanos como na zona rural.

65

Entre 1898 e 1904, o pagamento pela saca do café caiu de 90 mil-réis para 60 mil-réis e, pela colheita, de 680 mil-réis para 450 mil-réis. Os salários urbanos eram mais baixos: em 1900 uma lavadeira recebia por volta de mil-réis diários e os subalternos da Diretoria Geral da Saúde Pública, aproximadamente 75 mil-réis mensais. A situação dos marinheiros era extremamente crítica: em 1910 uma primeira classe (a mais alta hierarquia da categoria), com todas as gratificações, recebia aproximadamente 15 mil-réis mensais. [...] [No] Rio de Janeiro e São Paulo, a crise habitacional era crônica e os aluguéis, exorbitantes.

ARIAS NETO, José Miguel. Primeira República: economia cafeeira, urbanização e industrialização. In: FERREIRA, Jorge; DELGADO, Lucilia de Almeida Neves (Org.). O Brasil republicano. Volume 1: O tempo do liberalismo excludente: da proclamação da república à revolução de 1930. 6. ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2013. p. 215.

Durante o governo do presidente Rodrigues Alves, entre 1902 e 1906, os preços do café no mercado internacional continuavam a cair, consequência da crescente produção não acompanhada do aumento do consumo. Os produtores e governadores dos três estados produtores (SP, MG, RJ) se mobilizaram, então, para criar mecanismos que valorizassem o café. Reunidos em 1906 na cidade paulista de Taubaté, assinaram um acordo que ficou conhecido como Convênio de Taubaté.

O acordo definia um plano de ação com os seguintes termos:

- compra e estocagem do café excedente pelo Estado. A medida visava regular a oferta do produto para elevar o preço da saca do café a níveis desejáveis;

- negociação de empréstimos externos para custear a compra e a estocagem;

- arrecadação de porcentagem sobre cada saca exportada para o pagamento do empréstimo;

- criação, por parte do governo federal, de mecanismos que pudessem manter o câmbio desvalorizado;

- imposição de taxas sobre novas plantações;

- investimento em propaganda no exterior para aumentar o consumo de café.

LEGENDA: Interior de oficina de seleção e ensacamento de grãos de café, em Santos, São Paulo. Foto do início do século XX. Inicialmente, esta atividade era realizada por prestadores de serviços autônomos, em oficinas com equipamentos movidos a energia elétrica. No início do século XX, ela passou a ser executada pelas próprias casas exportadoras, o que aumentou o seu poder de controle sobre a comercialização.

FONTE: The Granger Collection/Glow Images




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Para saber mais

Boxe complementar:

A urbanização às margens da floresta

Da mesma forma que a elite cafeeira, os fabricantes e comerciantes da borracha também ostentaram sua riqueza e seu status social. No início do século XX, especialmente em Belém e em Manaus, donos de seringais se instalavam em palacetes luxuosos, frequentavam teatros, circulavam por grandes avenidas iluminadas com energia elétrica e servidas por bondes.

Como a atividade gerava elevadas somas de dividendos para a receita dos estados, as elites políticas também apoiaram as mudanças urbanas e o embelezamento dessas cidades. As reformas trouxeram para as margens da floresta tropical um pouco do estilo urbanístico e estético europeu.

Em Manaus, por exemplo, bondes elétricos, distribuição de água encanada para as casas da população mais rica e serviço de telefonia foram implantados no final do século XIX, época em que foi inaugurado o Teatro Amazonas. O porto, por onde escoava parte considerável da produção de borracha, foi construído entre 1902 e 1907. A construção contava com um cais flutuante que acompanha o nível de água do rio Negro, permitindo receber embarcações nos períodos de seca e de cheia. As estruturas de ferro utilizadas no prédio da Alfândega, no Mercado Municipal e no reservatório de água que abastecia a cidade, construções da primeira década do século XX, também eram inglesas.

Em Belém, além do Teatro da Paz, de 1878, destacam-se vários palacetes que pertenceram a ricos comerciantes e à elite política local, como o Palacete Bolonha, de 1905, e o Palacete Augusto Montenegro, que serviu de residência e sede do governo do estado entre 1903 e 1909."

Fim do complemento.



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A industrialização se acelera com os lucros da cafeicultura

A boa fase da economia cafeeira acabou favorecendo também o desenvolvimento da atividade industrial no país.

A estabilidade dos lucros permitiu ao setor cafeeiro a manutenção do incentivo à imigração europeia nos estados produtores e a ampliação das estradas de ferro. Isso favoreceu o aumento populacional, o desenvolvimento de novos núcleos urbanos ao redor das estações ferroviárias e a interligação de áreas que antes ficavam afastadas e isoladas.

Muitos dos milhares de imigrantes vindos para o Brasil a partir dos anos 1880 se estabeleceram em cidades, principalmente do Sul e do Sudeste, e não em fazendas.

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Isso provocou um aumento na mão de obra disponível para outras atividades produtivas e um crescimento do mercado de gêneros de primeira necessidade.

Entre 1889 e 1896 já havia ocorrido um surto de crescimento industrial, decorrente das medidas de Rui Barbosa que favoreceram este setor. Nessa época, grandes fábricas de tecidos de algodão foram implantadas na Bahia, em Pernambuco e no Maranhão. Em outras regiões do Nordeste e do Sudeste, surgiram também indústrias de sacaria, tecidos de lã e fósforos.

A partir de 1906, num período de altos lucros do setor cafeeiro, fazendeiros, empresários do comércio exportador e alguns bancos buscaram diversificar os investimentos. Desse modo, eles passaram a investir no setor industrial, importando equipamentos para geração de energia e maquinário. A tabela a seguir mostra o crescimento do número de indústrias no Brasil entre 1907 e 1920:



Número de indústrias no Brasil




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Fontes de pesquisa sugeridas

ALVES, H. Sua Exa. o samba. 2. ed. São Paulo: Símbolo, 1976.

BORJA, W. C. Linguagem e canção: uma proposta para o ensino de História. In: Cultura & linguagens. Revista brasileira de História. São Paulo, v. 7, n. 13, 1986-1987. p. 177.

CASTRO, R. Chega de saudade. São Paulo: Companhia das Letras, 1990.

HOMEM DE MELLO, Z.; SEVERIANO, J. A canção no tempo: 85 anos de música brasileira. São Paulo: Editora 34, v. 1, 1997/ v. 2, 1998.

PAIANO, E. Tropicalismo: bananas ao vento no coração do Brasil. São Paulo: Scipione, 1996. (Ponto de apoio).

STEFANI, G. Para entender a música. Rio de Janeiro: Globo, 1987.

TINHORÃO, J. R. História social da música popular brasileira. São Paulo: Editora 34, 1998.

TROPICÁLIA 20 anos. São Paulo: Sesc, s.d.

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Bibliografia para o professor

CASTELLS, Manuel. A sociedade em rede: a era da informação: economia, sociedade e cultura. 8. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1999. v. 1.

HOBSBAWM, Eric. O novo século: entrevista a Antonio Polito. São Paulo: Companhia das Letras, 2000.

SANTOS, Mílton. Por uma outra globalização: do pensamento único à consciência universal. Rio de Janeiro: Record, 2000.

SANTOS, Mílton. A natureza do espaço. Técnica e tempo. Razão e emoção. São Paulo: Edusp, 1997.

Indicações de fontes para o aluno

DOSSIÊ TERRA. O estado do planeta 2010. São Paulo: National Geographic Brasil/Abril, 2009.

DURAND, Marie-Françoise et al. Atlas da mundialização: compreender o espaço mundial contemporâneo. São Paulo: Saraiva, 2009.

IBGE. Atlas geográfico escolar. Rio de Janeiro, 2004. Disponível em: http://teen.ibge.gov.br/. Acesso em: 26 maio 2016.

SIQUEIRA, Ethevaldo. Para compreender o mundo digital. São Paulo: Globo, 2008.

SIMIELLI, Maria Elena. Geoatlas. São Paulo: Ática, 2014.

SMITH, Dan. Atlas da situação mundial. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2007.

TORRES, Carlos Alberto. A escola precisa debater as influências da globalização. Entrevista a Karina Yamamoto. Disponível em Planeta Sustentável: http://planetasustentavel.abril.com.br/noticia/educacao/conteudo_283631.shtml?-func=2. Acesso em: 26 maio 2016.



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Tempo estimado

Equivalente a 3 aulas. A atividade poderá ser realizada como tarefa extraclasse.

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Desenvolvimento das atividades

- Proponha aos estudantes que, em pequenos grupos, façam levantamentos de textos, imagens e mapas referentes à formação e fragmentação de Estados nacionais nos Bálcãs ao longo do século XX.

- Em seguida, peça que selecionem imagens para leitura e interpretação e preparem textos de apoio para cada uma delas. Esses materiais deverão compor um painel sobre as questões políticas e étnico-culturais e os sucessivos conflitos na região.

- Peça que escrevam textos avaliando as mudanças na divisão política, com uma cronologia abreviada dos acontecimentos. Do mesmo modo, proponha que recolham dados e imagens sobre a situação política nos Estados independentes emancipados da antiga Iugoslávia (Eslovênia, Croácia, Bósnia-Herzegovina, Sérvia, Macedônia e a província de Kosovo).

- Após a organização do painel, com distribuição de textos e imagens, peça aos grupos que apresentem os resultados e suas conclusões. Com base nas discussões, proponha a elaboração de um texto de síntese, com considerações finais dos estudantes, tomando por base princípios de direitos humanos e das relações entre as comunidades nacionais.

- Avaliação: Observe a correção das representações cartográficas, examinando títulos, legendas, escalas, orientação e outros. Do mesmo modo, avalie a correção das informações a respeito dos processos históricos e geográficos envolvidos.



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