Como podemos conhecer e valorizar os povos originários do Brasil

Este vídeo trata do tema: "Povos Indígenas - Conhecer para Valorizar". Nele é abordada a Lei n.º 11.645/08, que estabelece a obrigatoriedade do ensino da História e Cultura Afro-brasileira e Indígena na educação básica. São apresentados os depoimentos dos professores de História, Roberto Lemos e Maria das Graças, e do professor de Geografia, Fabio Pinho, que falam de suas experiências em relação à inclusão dos conteúdos que envolvam o indígena no currículo escolar. O antropólogo, Luís Donisete Grupioni, e o historiador, José Ribamar Bessa discorrem sobre o impacto do desconhecimento da cultura indígena na Educação. No vídeo, também, é apresentada as quatro ideias equivocadas sobre a população indígena identificadas nos livros didáticos - "Índio é tudo igual", "Índio é atrasado e primitivo", "Índio parou no tempo" e "Índio é passado". Para falar sobre esses equivocos ideológicos, foram convidados a participar do vídeo o indígena Huni Kuin,  Joaquim Mana; o indigenista e documentarista, Vincent Carelli; a antropóloga, Ingrid Weber; o antropólogo, Wallace de Deus Barbosa; a linguísta e antropóloga, Bruna Franchetto; o diretor do Museu do Índio, José Carlos Levinho; o indígena Guarani Mbya, Alberto Alvarez; o antropólogo Milton Guran; a antropóloga, Lux Vidal; e a etnomusicóloga, Rosangela Pereira de Tugny. Há, ainda, a participação do indígena Kaingang Micael de Oliveira, da historiadora Marcia Malheiros, do antropólogo Carlos Augusto da Rocha Freire e da professora Ana Maria Santoli. Produção: Secretaria de Estado de Educação do Rio de Janeiro e Museu do Índio Idioma: Português Palavras-chave: Cultura indígena. Lei n.º 11.645/08. Língua indígena. Organização social indígena. Relação étnico-racial. Duração: 24min50s

Fonte: Youtube

* Todas as informações contidas nesse vídeo referem-se ao período de sua edição.

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A Plataforma 2018: Brasil do Amanhã debateu o tema Florestas na noite de 17 de setembro de 2018, no auditório do Museu do Amanhã, no Rio de Janeiro.

Na ocasião, André Baniwa, presidente da Organização Indígena da Bacia do Içana (OIBI), líder de um grupo de povos indígenas do Alto Rio Negro, perto da fronteira do Brasil com a Colômbia e a Venezuela, deixou claro sua ligação à tradição de seu povo e, ao mesmo tempo, à nacionalidade brasileira. E mostrou que as comunidades estão se organizando para compartilhar com a sociedade as riquezas de seus territórios sem abrir mão de sua terra e sua cultura.

Em sua fala, Baniwa deixou clara a importância de valorizar a cultura indígena, assim como se faz com os recursos naturais encontrados em seus territórios. Segundo ele, devemos reconhecer os povos indígenas como parceiros, para aproveitar a biodiversidade da floresta para desenvolver tecnologia. "A produção do conhecimento no país deve considerar também a contribuição indígena, que é passada de geração em geração, e não se restringir ao que está nos livros, na maioria das vezes baseados em conceitos estrangeiros", afirmou.

No dia 9 de agosto é comemorado o Dia Internacional dos Povos Indígenas. Antes de qualquer comemoração, a data - assim do Dia dos Povos Indígenas, de 19 de abril -, é um momento de reflexão. Por isso elencamos nove atitudes que um brasileiro não indígena pode fazer neste dia que podem ajudar a preservar a cultura do povo nativo do nosso país. 

Cobrar investimentos responsáveis dos bancos, consumir de forma sustentável e até o simples ato de buscar referências sobre a história indígena são ações que estão ao alcance de qualquer pessoa e podem fazer a diferença. Veja como você também pode ajudar: 

1. Dê adeus aos estereótipos

“Índio gosta de mandioca, usa cocar, e anda pelado. Mas hoje tem um monte de gente que se diz índio e não é mais: tem TV, carrão, usa roupa de marca.” Aposto que você já ouviu algo assim sempre que a questão indígena fica em evidência. Esse estereótipo é um dos mais arraigados na cultura brasileira e coloca os indígenas como coisa (sim, coisa) do passado e que, portanto, devem “evoluir” e se integrar a um padrão de civilidade europeu e cristão. Negar-lhes acesso à educação e às benesses que outros grupos da população têm é uma visão míope do que é ser indígena. Alguns indígenas optam por ficar em suas comunidades, alguns querem ir pra universidade, outros querem entrar na política... Assim como na sociedade não indígena, há uma diversidade de pontos de vista, sonhos e vivências que deve ser respeitada. Não tente fazer um povo indígena parecer menos indígena porque ele não se encaixa em estereótipos ultrapassados.

2. Saiba que os povos indígenas não estão só na Amazônia

Um dos maiores equívocos das generalizações do dia-a-dia é achar que só existe indígena vivendo no meio da mata, especialmente na Floresta Amazônica. O que quem reproduz esse estereótipo não sabe é que cerca de 36,2% da população indígena está nas cidades. Este dado do último censo do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística),  de 2010, também mostra que apenas três dos 10 estados com maior número de indígenas se localizam fora da região Norte. Além disso, a capital de São Paulo é a 4ª cidade com o maior número de habitantes indígenas. 

3. Conheça os direitos indígenas

A Constituição Federal de 1988 selou muitos dos direitos indígenas, graças à mobilização dessa população, conhecida principalmente pelo histórico discurso de Ailton Krenak na Constituinte. A Carta Magna sela os direitos originários dos povos indígenas às suas terras, pois esses povos a ocupavam desde muito antes da chegada do colonizador português. Diferentemente de leis anteriores que prezavam o fim das culturas indígenas, por meio de uma “assimilação”, desde 1988 lhes foi garantido direito à diferença, de expressarem sua cultura como bem entenderem. A partir da Constituição, diversos outros direitos foram reconhecidos, como à educação e à saúde,  que devem ser diferenciados para reforçar a autodeterminação desses povos.

4. Entenda, de uma vez por todas, que não tem muita terra para pouco índio

As pessoas que buscam deslegitimar o direito constitucional dos povos originários às suas terras costumam dizer que as Terras Indígenas demarcadas são “terra demais para pouca gente”. O primeiro grande erro desse argumento é entender a terra apenas como fonte de renda e valor, mentalidade distinta daquela praticada pelos povos indígenas, que possuem modos diferentes de viver e de enxergar os seres vivos. Além disso, como bem pontua um estudo da APIB (Articulação dos Povos Indígenas do Brasil), os Povos Indígenas compõem 5% da população mundial, mas suas terras detêm 80% de sua biodiversidade. Ou seja, as Terras Indígenas e o trabalho ativo dos povos que vivem nelas são a última barreira contra o desmatamento e a degradação ambiental, fenômenos que afetam negativamente a vida de todo o planeta.

5. Conheça os povos indígenas do Brasil

São mais de 300 etnias indígenas, e cada uma tem uma cultura muito diferente da outra. Por exemplo, os Ashaninka têm vestimentas muito parecidas com os tecidos tradicionais peruanos, enquanto o alimento mais importante dos Guarani é o milho, e não a mandioca. O Instituto Socioambiental criou o portal Povos Indígenas do Brasil, onde é possível encontrar os nomes e detalhes de mais de 256 etnias indígenas. Esse é um bom começo para entender mais a diversidade que há dentro da categoria.

6. Ouça o que eles dizem

Felizmente hoje é possível encontrar diversos indígenas em maior evidência no debate público nacional, como Ailton Krenak, Davi Kopenawa, Raoni Metuktire (o cacique Raoni) e Sônia Guajajara. Entretanto, essa é uma voz ainda muito marginalizada e sub representada, por isso é preciso que busquemos cada vez mais ouví-la. Em uma busca rápida você vai achar inúmeros resultados úteis. Para conhecer a cultura de alguns povos de forma lúdica, o projeto Vídeo nas Aldeias pode ser um caminho. Acompanhar as redes sociais da Mídia Índia também é uma ótima forma de ficar sempre em contato com a pauta.

7. Consuma com consciência

Atualmente, a produção agropecuária irresponsável, a mineração, a geração de energia e a especulação imobiliária estão entre as maiores ameaças para os povos indígenas de todo o Brasil. Confira como as marcas que você costuma comprar tratam os direitos indígenas e em caso de dúvida, pergunte. O direito à informação é garantido aos consumidores e por isso você pode sempre questionar seu supermercado, açougue e loja de materiais de construção de onde vem o produto que você está consumindo. Se você não ficar satisfeito com a conduta da marca, busque alternativas.

8. Pressione seu banco

Um elo muito importante da economia que contribui com a violação de direitos dos povos indígenas é o setor financeiro.  Por exemplo, a já chamada "nova corrida do ouro" em curso na Amazônia passa pela (ir)responsabilidade de instituições financeiras. O Guia dos Bancos Responsáveis mostrou que nenhum dos maiores bancos brasileiros menciona a consulta livre, prévia e informada dos povos indígenas em suas políticas de financiamento e investimento. Essa é uma exigência mínima para que empreendimentos econômicos respeitem as terras e vivências indígenas. Dessa forma, mesmo sem querer, seu dinheiro pode acabar fomentando as violações contra a população indígena. Por isso, é possível enviar um ultimato ao seu banco, exigindo dele políticas de respeito e inclusão dos povos indígenas. Não deixe que eles se isentem da responsabilidade, pressione! 

9. Apoie os povos indígenas

Os povos indígenas foram sistematicamente silenciados, assassinados e marginalizados ao longo da história brasileira. Seguir essas dicas que listamos ajuda na mudança desse cenário, para que essas populações possam continuar reproduzindo suas culturas e tendo as oportunidades, espaço e voz que merecem. Considere apoiar o trabalho de organizações que atuam na defesa dos povos indígenas e na disseminação de informações contra os estereótipos. Muitas etnias têm suas próprias associações, enquanto diversas outras agregam várias etnias e não-indígenas comprometidos com a pauta. O protagonismo da luta por direitos deve ser dos próprios povos indígenas, mas a suas atitudes e o seu engajamento também são essenciais para garantir avanços.