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Rezar pedindo a proteção da pessoa com quem escolhemos viver prova o quanto estamos entregues ao amor e à fé que Deus tanto nos ensina. O amor é um dos sentimentos mais bonitos e poderosos do Universo. Não existe nada tão maravilhoso quanto conhecer uma pessoa disposta a fazer tudo o que estiver ao seu alcance para nos fazer bem. Não há recompensa maior do que ouvir um “eu te amo” de quem você escolheu para viver ao seu lado pelo resto de sua vida. É revigorante saber que alguém está feliz por estar conosco.
O amor é constituído por aquela série de pequenos esforços, sacrifícios que fazemos em nome da proteção e da felicidade de outra pessoa. Afinal, queremos vê-la bem e sempre com um sorriso largo.Mas nem sempre podemos proteger essa pessoa tão especial de todos os perigos e desafios da vida. Há um tipo de proteção que só Deus pode lhe dar! No fundo, é só Ele que realmente pode garantir que nada de ruim nos aconteça, por isso é fundamental mantermos esse relacionamento com o Santíssimo. Não apenas pela nossa proteção, mas também pelo bem-estar de quem amamos! Tão poderoso quanto o sentimento de amor é a oração. Por ela, demonstramos nossa fé e nos conectamos com o poder divino. Se oramos com devoção e sinceridade, Jesus atende às preces que fazemos em nosso favor e àquelas feitas em nome da pessoa que tanto amamos. Abaixo, confira a oração de proteção para a pessoa amada, ela é o caminho que nos guia até Deus, quando queremos pedir felicidade para quem amamos. Ao orarmos por quem faz o nosso coração bater mais forte, também estamos pedindo pelo sucesso da nossa relação.
Ocupar-se do bem-estar da pessoa amada e orar por ela também são grandes demonstrações de fé em Deus. Acredite, Ele está sempre pronto para atender aos seus pedidos. Peça a proteção divina para você e para quem você ama através da Oração dos Casais:
Queremos que Vós, Senhor, participeis da nossa união e moreis em nossa casa, conservando-nos no amor puro e verdadeiro e fazendo com que todas as bênçãos referentes ao matrimônio estejam sobre nós. Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. Amém! Texto escrito com exclusividade para o site O Amor. É proibida a divulgação deste material em páginas comerciais, seja em forma de texto, vídeo ou imagem, mesmo com os devidos créditos. Direitos autorais da imagem de capa licenciada para o site O Amor: olegdudko/123RF Imagens.
“Melhor é serem dois do que um, (…) porque se caírem, um levanta o companheiro; ai, porém, do que estiver só; pois, caindo, não haverá quem o levante (…) Se alguém quiser prevalecer contra um, os dois lhe resistirão; o cordão de três dobras não se rebenta com facilidade” (Ec. 4:9,10,12). Houve uma época na minha vida em que eu orava. E orava demais. Orava em qualquer lugar, por quase qualquer um, e geralmente por qualquer coisa. E, sem dúvida nenhuma, haviam dois motivos pelos quais eu mais gostava de orar: um era por missões, e o outro, pelo meu futuro marido. Podia passar horas orando por isso e nem via o tempo passar. Eu pensava o tempo todo no meu futuro casamento, na minha futura família, no ministério que teríamos. E, a curto prazo, no futuro namoro.
Sete Pretendentes e a Promessa de um Príncipe de um reino distanteAqui vou começar uma longa jornada compartilhando com vocês como eu agi e reagi às ações dos principais rapazes de quem gostei até o presente momento. Caso você não tenha interesse em ler isso, sugiro que pule a leitura para a partir do subtítulo “Como eu orei por estes rapazes?”. O Primeiro: só pode ser ele!Quando eu tinha 14 anos, quase 15, eu gostava de um rapaz que, para mim, seria perfeito e facilitaria o cumprimento de tudo o que eu sonhava em ser e fazer para a glória de Deus enquanto vivesse. Este rapaz era da minha igreja e muitas meninas além de mim gostavam dele. Eu mesma conheci três amigas, muito queridas, que gostaram dele na mesma época que eu gostei. Nenhuma de nós – e nem ele – era calvinista. Todas pensávamos que quanto mais a gente orasse, mais chances teríamos de ser a “agraciada”. E comentávamos, orgulhosas, umas com as outras, o que tínhamos de mais exuberante para deixarmos as outras para trás. O meu trunfo era que ele era de uma família cujo povo é o mesmo com o qual eu estava disposta a servir como missionária – e ainda estou. As moças me olhavam tristes depois que eu dizia isso (risos). Mas eu era muito, muito, muito mais tímida do que sou hoje, e nem sequer cumprimentava ele, por vergonha mesmo. Certamente as amigas dele teriam mais chances do que eu – pensava com meus botões. Comecei a gostar dele mais ou menos uma semana antes de fazer 14 anos. E o sentimento durou por mais ou menos uns 9, quase 10 meses. E eu orando. E metade e mais um quarto das adolescentes da igreja também… por ele. Dos outros três quartos, dois já tinha um namorado. O outro um quarto da metade das adolescentes da igreja? Bem, essas gostavam de outros rapazes. Sabe, de repente, todo mundo começou a amar aquele povo!!! Do nada, todas as moças achavam um preconceito terrível o modo como eles eram vistos como sendo tão cruéis e bárbaros… De repente, eles se tornaram tão cool naquela igreja, que eu achava até chato falar que queria ser missionária entre eles. Parecia que era coisa mais apropriada para as “gurias Barbie” da igreja, sabe? De repente, as meninas começaram a preferir ouro do que prata. De repente, as pessoas começaram a preferir ir ao Habib’s em vez de ir ao McDonald’s no final do culto. De repente nós estávamos nos cumprimentando com “Assalamo Aleikoom” e “Aleikoom Assalamo”. De repente se alguém falasse sobre judeus, a pessoa teria que ouvir um duro discurso sobre a preferência pelos árabes. De repente tudo aquilo que em mim era paixão, desafio e cruz, havia virado coisa rotineira, comum, entre os adolescentes da igreja. De repente o meu amor por aquele rapaz era chocolate com pimenta. Eu gostava, mas não muito. Ele representava só a face feliz do ministério com árabes muçulmanos. Isso me deixava revoltada, porque Deus me preparou desde cedo para a realidade da perseguição e eu nunca ignorei o preço que deveria pagar por anunciar-lhes o Evangelho.
Não é ele, mas eu tenho um Príncipe Encantado.E, a dois meses de completar 15 anos, Deus me levou a romper com este sentimento. Sentir-me mais injustiçada e mesquinha por essa ação soberana da parte de Deus nos meus sentimentos e nos meus planos para o futuro, penso que, naquela época, seria impossível!! Isso acabou comigo. Mas eu aceitei, mesmo que aos prantos. Depois disso, ele começou a conversar comigo, mas já era tarde. Não chegamos a nos tornar amigos, mas conversávamos de vez em quando, depois desta negativa que Deus me deu, sempre acompanhados por alguém. Quando, em oração, levei a Deus o meu pesar por não ter esperanças naquele relacionamento, Ele me consolou ao compartilhar comigo algumas características do meu futuro marido. Sem “visões”, sem nem se quer ser autorizada a pensar nisso. Foram outras características, atitudinais e pessoais. E eu fiquei como quem sonha (Sl 126:1)… sorrindo de orelha a orelha, com passarinhos a voar nos meus lábios e a cabeça e o coração nas nuvens. Comecei a orar por ele. E orei muito, por 4 anos. E o amava muito também. Escrevia cartinhas para ele em papel perfumado e guardava um bombom, paçoquinha ou um pedaço de cada barrinha de chocolate que eu ganhava, comprava e comia. Me dedicava com todo o coração a ser a esposa mais doce e apropriada de quem jamais se ouviu falar em toda a Terra. E esperava entregar a ele todos estes presentes no dia do nosso casamento. Contava para as minhas amigas – nas nossas noites do pijama – a minha esperança na nossa história, e no quanto orava por ele, pela nossa família e no quanto sentia a sua falta. E todas elas achavam tão fofo eu ser tão fiel ao meu Príncipe.
A mais forte dor de amor: “Não oferecerei ao SENHOR, meu Deus, holocaustos que não me custem nada” (2Sm 24:24) – o segundo rapaz e o Príncipe.Em 2009 passei no vestibular e ingressei na faculdade. Numa universidade pública renomada que eu não queria cursar. Eu queria, de verdade, ir para um seminário. Mas Deus tinha outros planos, e eu me submeti a eles – pois Seus planos sempre prevalecerão. A minha vida estava tranquila. Até que todo mundo – como quando eu tinha 14 anos – começou a namorar. Eu gostava de um outro rapaz, desde os 16, mas a gente teve um desentendimento perto do meu aniversário de 18 anos e paramos de nos falar por um tempo. O primeiro semestre do primeiro ano, meu primeiro período na Universidade, foi perfeito. Vi que eu não era tão despreparada quanto pensava, estudava com prazer e minhas notas eram altíssimas (8,5 pra mim era nota baixa). Era muito elogiada por todos os professores, me tornei mais autoconfiante, requisitada para fazer parte de projetos de iniciação científica, pois escrevia com primor. Era a cobiça enredando a mocinha que passou o seu ano de “terceirão” sozinha nos intervalos da escola, lendo os livros de literatura do vestibular que não queria fazer, mas deveria; em algum canto do colégio, sem ninguém. E a cobiça me alcançou. Mas ainda não havia me alcançado totalmente no final de junho. Eu ainda tinha meus pés no chão. Ela só havia me dado uma picadinha e causado um certo desconforto. No início de julho, fui a um retiro de jovens daquela mesma igreja, e, em meio às pregações que tivemos, Deus me pediu que Lhe entregasse o sentimento por aquele rapaz, com quem havia discutido seis meses antes. Chorei, mas obedeci. Ainda naquele mesmo acampamento, Deus me pediu que lhe rendesse também a esperança de casamento que eu tinha, mediante tudo o que Ele havia compartilhado comigo naquela ocasião em que eu tinha 14 anos. E como foi difícil! Eu Lhe pedi que não fizesse isso, tentei negociar, perguntando se Ele aceitaria que eu trocasse este sacrifício pela minha formação acadêmica, que ainda estava no início. Ele me respondeu que, a seu tempo, isso também aconteceria, mas naquele momento, Ele me pedia o que eu mais amava: o meu marido e a minha família. Foi muito mais pesado para mim obedecer a esta vontade. E eu fui obedecendo. Precisei me desapegar pouco a pouco a cada dia, e só consegui me desapegar a ponto de sacrificar este ministério de esposa e mãe um ano depois, em 2010. Numa noite que nunca vou esquecer. Mas ainda em 2009, durante o terrível mês de junho e durante aquele retiro, eu comecei a estranhar o comportamento de muitas pessoas para comigo. Elas estavam muito melosas, dizendo que eu deveria confiar que Deus tinha o melhor pra mim, que Ele era fiel, que Ele “cuidaria do meu coração”, que Ele “estava preparando um homem ‘de Deus’ para mim”, e todas estas coisas que as pessoas pensam que têm a obrigação de contar para alguém que levou um fora ou ficou na friendzone de alguém que congrega a mesma Igreja. Eu não liguei muito, pois estava me acostumando com a idéia de me desapegar do meu Príncipe, em nenhum momento relacionei estas palavras àquele rapaz com o qual havia discutido seis meses antes. Acreditava que já tivesse rompido com isso.
Preciso ser justa e informar que este rapaz, em janeiro de 2009, me emprestou um livro em que a personagem principal vivia uma história análoga à do Peregrino, de John Bunyan, mas o final registrava o momento em que ela sacrificava seu desejo de ter o amor conjugal correspondido e se contentando em viver solteira, desfrutando da companhia com o Senhor. Covardia da parte dele, não? Eu chorei demais, demais… Duas semanas depois de ter devolvido o livro, ele perguntou se eu queria ler um outro livro, que era a continuação da história. E eu não aceitei. Ele ficou um pouco espantado, mas respeitou a minha decisão. E depois disso foi que realmente não voltamos a conversar, pelo menos não com a mesma naturalidade que conversávamos antes. No final de 2009 eu comprei estes dois livros e li a continuação da primeira parte da história. Aquela moça se casaria no final do segundo livro, e depois do casamento seguiria com o seu marido cumprindo a missão que Deus havia dado aos dois. Foi quando pensei que talvez o fato de não ter aceitado ler o segundo livro, quando ele me ofereceu, tivesse simbolizado para ele uma resposta negativa em relação a continuar me “varoando” – como dizemos hoje. Pois bem, na segunda semana depois que voltei daquele retiro, descobri que aquele rapaz estava namorando. E que havia começado a namorar na mesma semana em que aconteceria o retiro. Foi a gota d’água para mim! Apesar de todos os esforços dos irmãos na Igreja, e apesar de eu mesma pensar que já tivesse superado isso, eu nunca sofri tanto por causa de uma desilusão amorosa em toda a minha vida. Passei o mês de julho inteiro e o mês de agosto chorando praias, baías, braços, cabos, mares, golfos e penínsulas e oceanos… (o mês de agosto de 2009 foi marcado pelo surto de Influenza A aqui no Brasil, e as universidades federais, que costumam ter um mês de férias de julho, ficaram também três semanas no mês de agosto sem a liberação para o retorno às aulas. Pelo menos na Universidade que eu cursava, e no meu curso, foi este o procedimento). E no meio disso tudo, eu resolvi colocar alguns parâmetros no meu futuro relacionamento com o meu marido, caso Deus ainda se apiedasse de mim e me concedesse um marido algum dia. Estes dois meses foram, creio eu, os melhores da minha vida até aqui, apesar de todos os sofrimentos. Estava com poucos compromissos relacionados à faculdade, e muito tempo para sofrer toda esta dor até ela morrer. Resolvi pensar na possibilidade de que a renúncia ao meu Príncipe seria algo temporário e pedagógico e comecei a pensar no outro lado: em como eu agiria para com as moças que estariam apaixonadas por ele quando ele me pedisse em namoro. E pensei em como eu gostaria que ele agisse para com elas. E comecei a orar por isso. Então, eu pedi a Deus que, caso ainda lhe aprouvesse me ver casada, me concedesse a permissão de alguns “luxos”, que, inclusive me serviriam de sinal para reconhecer a “pessoa certa”. Um deles foi quanto a forma de relacionamento; outro foi sobre como o Príncipe trataria as outras moças na hora de lhes dar um fora; outro seria em como eu trataria estas moças antes de nós começarmos o relacionamento e, finalmente, a última foi sobre como nós trataríamos a Ex. Também combinei com Deus alguns parâmetros com relação à família dele. Por último, conheci o belo casal Eric e Leslie Ludy, e resolvi seguir o exemplo deles quando chegasse a minha hora de viver este relacionamento – foi quando optei pela corte.
“Quem tem rosas, dá rosas… – o terceiro rapazE assim, eu sobrevivi àquela dor terrível, e nunca mais sofri tanto por amor. Embora tenha passado a sofrer muito pelo modo indigno com o qual certo rapaz também “cristão” mais tarde tratou meus sentimentos – e não somente meus sentimentos, mas também esta época da minha vida, que eu acabei de compartilhar com vocês. Mas antes de conhecer este rapaz, eu terminei 2009 me resignando a permanecer solteira. Contudo, por influência dos valores mundanos aos quais me submeti na faculdade, além de resignada a não casar, eu me tornei uma “femrad” – uma feminista radical misândrica (feminista “ao extremo”, que odeia homem). O tempo passou, e em 2010 eu conheci melhor o socialismo, fiz minha opção pelo anarquismo e me assumi “anarquista de esquerda”. Conheci um rapaz de Antropologia, que cursava a mesma universidade que eu e, após um tempo tentando evitar, acabei gostando dele. Ele era meu vizinho da frente e seu avô era meu vizinho do lado esquerdo (ou direito, de quem observa pela rua) e dono da casa onde morávamos de aluguel. Ele era socialista, comunista, um ano e quase sete meses mais velho que eu, barbudo, com “pinta de John Lennon”, lindo de morrer, era do Centro Acadêmico do curso dele, do DCE, era conhecido de todo mundo, cobiçado por todo mundo… mas fumava, bebia, vivia rodeado de mulheres e era ímpio. Mas, quando eu comecei a gostar dele, foi meio que por um “amor de presente”. Eu não esperava que o meu amor fosse correspondido e, na verdade, não desejava que fosse, a menos que ele se convertesse. Eu orava sempre pela conversão dele. Mas ela não aconteceu enquanto tivemos contato um com o outro. Ainda espero encontrar – se o meu Príncipe ainda estiver vivo – um homem que trate uma mulher com tanta dignidade como ele me tratou, pelo menos em minha presença. Eu, que estava tão arredia e machucada pelos homens, fui tratada com tanta gentileza, bondade, cortesia e humildade, que pensava que acabaria desmaiando de fofura enquanto conversávamos. “Por que tão lindo?”; “Por que tão cavalheiro?”; “Por que tão querido?”; “Por que tão perfeito?”; “Por que não convertido?”; “Por que não com o mesmo ministério?”; “Por que não pra mim?” – eu me perguntava. E amava, com aquele restinho de amor que havia me sobrado. E orava, pela salvação dele. Até que, certo dia, o avô dele pediu para que desocupássemos a casa em que morávamos, e nos deu um prazo de três meses. Eu fiquei super arrasada e chorei um pouco: não seria daquela vez…
Eu escrevia cartinhas e enviava para ele por correio, com um codinome e sem endereço. Enviei durante os meses que se seguiram, desde quando o conheci até aquela ocasião trágica, umas cinco ou sete cartas, acho. Mas resolvi me despedir dele pra valer daquela vez. E, ao invés de enviar cartinhas, resolvi comprar um presente e entregar pessoalmente. Comprei alguns cd’s de duas bandas que eu gostava e um cd de um cantor que eu não gostava, mas imaginava que ele gostasse. Também dei um filme, cujo personagem principal me fazia lembrar muito ele, além de uma cartinha de despedida. Organizei estes presentes numa caixa de presente – vermelha, diga-se de passagem – e finalizei com um laço feito com uma fita de cetim e um outro tecido para ornamentação. Já estava no fim do ano e eu não sabia se conseguiria vê-lo, uma vez que os calendários acadêmicos dos nossos cursos eram diferentes e eu não esperava tocar a campainha da casa dele para lhe dar o tal presente, oras! Porém consegui encontrá-lo e lhe dei o presente. Me fez muito bem fazer isso, tenho essa mania de precisar enterrar os sentimentos e foi assim que eu pude enterrar os meus sentimentos por ele. Pedi para ele não abrir o pacote até que eu me mudasse. Mas, poucos dias depois, pude ouvir da minha casa ele ouvindo uma das minhas músicas favoritas, de dentro da casa dele… Típico dos homens fazer isso, não? Por que? Humildemente me pergunto. Depois disso eu mudei de casa, mas continuei morando naquela mesma região. Certa vez nos encontramos num ponto de ônibus, na esquina daquela antiga casa, que hoje não existe mais. Ele veio falar comigo, me informou seu nome – porque eu escrevia nas cartas um nome que, certa vez, entendi que foi o nome que o seu pai pronunciou ao chamá-lo, mas me confundi. E escrevia nas cartas aquele nome com o qual ele fazia confusão. Eu, porém, agi de modo grosseiro e frio. Ele engoliu a grosseria, educadamente me disse “tudo bem” e voltou para onde estava. Naquele momento, percebi que Deus desaprovou minha atitude e me encorajou a ir falar com ele. Foi quando, em oração silenciosa, Lhe disse que o rapaz era ímpio e que eu não deveria me sentir encorajada a nutrir a expectativa deste relacionamento. Então, Deus me disse: “você não deve. Mas você precisa tratar este rapaz com dignidade, com respeito. Ele só veio conversar com você, e olhe como você o tratou! Eu não teria agido assim em seu lugar. Não estou dizendo para você ter esperança neste relacionamento. Estou dizendo para você tratá-lo com respeito. Volte lá, peça desculpas por ter sido rude e converse com ele”. Me enrolei por um tempo, mas, enfim, fiz isso. Quando cheguei lá, nós começamos a conversar sobre o que cada um estava fazendo da vida. Passou um ônibus, eu perguntei se era o que ele estava esperando. Ele olhou pra mim com um olhar de dúvida e me disse que não. Então perguntou se eu iria com aquele ônibus. Eu respondi que não iria. Naquele ponto só se passavam dois ônibus, então nós pegaríamos o mesmo ônibus para fazer a viagem. E assim foi feito. Fomos ambos com o mesmo ônibus até o ponto final. Quando ele chegou, eu sentei, como de costume, em um dos bancos logo após o cobrador, onde eu sempre gostava de me sentar. Era um banco com dois assentos, e ambos os assentos estavam livres. Eu me sentei, e após pagar a passagem, ele perguntou se poderia se sentar ali. Eu respondi que sim. E, de fato, assim como eu, ele desceu no ponto final. Passamos a viagem inteira juntos.
Percebam que, em toda a minha história com este rapaz, ele sempre tomou a iniciativa de se aproximar de mim, do jeito que tem que ser. Ele sempre me ouviu até o final e me deixava muito a vontade em nossas conversas. Não falava de si mesmo se eu não perguntasse, e eu sempre me senti uma princesa quando estava perto dele, na verdade, quando estávamos conversando. Ele não fumava enquanto conversava comigo e nem usava o celular por um longo tempo. Ele também não parecia estar “em outro mundo”. Ele estava ali de fato, conversando comigo! Eu nunca fui tratada com tanta honra, cortesia e naturalidade por um rapaz, como fui tratada por aquele Príncipe ímpio. Que coisa, não? Depois que acabou a viagem, nós nos despedimos. Já sozinha, tive a impressão de Deus me dizer: “E aí? Doeu? Arrancou um pedaço?”; ao que Lhe respondi que não. Então ouvi: “Podia ter conversado mais, não é?”; ao que eu respondi que estava com medo de me envolver nos mesmos sentimentos de outrora. Ele então me disse: “Cabe a você aprender a lidar com isso. Você precisa parar de ser desagradável com os ‘rapazes errados’! Como você espera que será sua reação para com o seu marido se você tratar a todos os rapazes que tentam conversar com você de modo ríspido? Você vai tratá-lo assim também. Aprenda a tratar com toda a decência, respeito e amor os plebeus e os príncipes de outras princesas, para poder tratar o seu Príncipe com a mesma honra, que lhe é devida“. Aquilo me marcou profundamente. Eu que esperava tanto ser tratada como uma princesa, esnobei este tratamento quando um rapaz que não compartilhava da minha fé e dos meus valores, reconheceu em mim a princesa que eu sou, e me tratou a altura desta condição. Me senti extremamente envergonhada, e pedi a Deus, que, por Sua graça e se Lhe aprouvesse, me concedesse a oportunidade de valorizar isso pelo menos uma vez, numa outra ocasião. Encontrei sua conta no Facebook. Ele aceitou minha solicitação. Houve um período de greve na Universidade logo após este acontecimento e um ato de manifestação foi marcado. Eu compareci, pois na época, era “de esquerda”. Ele também compareceu. Eu cheguei mais cedo que o horário marcado e aguardei duas colegas de classe. Quando uma delas chegou, fui falar com ela, e ficamos por ali, conversando. Ele chegou, cumprimentou uns amigos, e veio me cumprimentar!!!! Muito educado, esperou eu terminar de conversar com a minha amiga e me cumprimentou, com um longo e aconchegante abraço (era costume dele abraçar suas amigas assim, eu já tinha percebido, não foi somente comigo). Eu descansei naquele abraço. Como há muito tempo precisava descansar. Não me senti violada ou desrespeitada. Me senti segura, como deve ser a mensagem que o abraço de um homem comunica para uma mulher. Suas amigas olharam e não se importaram. Ninguém sofreu. Ninguém ficou com ciúmes ali. Ninguém precisou ser rude e ninguém precisou se impôr. Aquele abraço acalmou as minhas inquietações de dentro e por fora encheu o meu rosto de esperança. Ouso dizer até que aquele abraço batizou o meu corpo com alegria, com saúde. Eu fiquei um pouco balançada com isso, confesso. Não tenho sangue de barata nas veias… mas eu sabia que foi de presente. Eu sabia que não era uma prova de amor. Eu sabia que não era um convite. E, mesmo se fosse tudo isso, eu precisaria negar este relacionamento – pelo menos enquanto ele não se convertesse. Mas ainda assim, fui muito grata por isso. E aprendi a entregar abraços de presente, também. Nos vimos poucas vezes desde então. E depois que acabou a greve e que eu rompi o contato com ele no Facebook, nunca mais nos vimos, nem conversamos. Não sei como ele está hoje. Com este rapaz, Deus me ensinou a perceber que um homem não me tratará de forma digna por merecimento, mas por graça, como um presente. Como aquele que eu dei para este rapaz e como o abraço que ele me deu. Como a redenção que Cristo nos ofereceu na cruz. Graça. É a palavra que é sinônimo para amor, quando não queremos repetir a palavra “amor” e resolvemos substitui-la por outra que explique exatamente a mesma coisa. Não é mesma coisa que paixão. Não é mesma coisa que carências satisfeitas. É uma outra coisa… é uma outra coisa!
… mas quem não as tem, não as pode dar!” – o quarto rapazPois bem, assim que rompi com o sentimento por ele, conheci outro rapaz. “Cristão”. Aquele, que agiu como plebeu e pagão. O rapaz era rude, egocêntrico e nada o deixava mais feliz que a sua imagem sendo exaltada em TODAS, eu disse TODAS as redes sociais possíveis e ainda imagináveis na Internet. Estava sempre tentando ser, de alguma forma, o assunto. Não era bonito. Mas, como eu estava, ainda, tentando conciliar “esquerda e cristianismo”, ele me pareceu uma boa opção, até eu achar uma alternativa melhor. Ele não usava barba. Mas, quando ficou sabendo da minha preferência pelas barbas, passou a usar um “falso cavanhaque”; de fato, um cavanhaque ficava bem para ele, mas eu nunca abri mão de uma barba. O “cavanhaque” que ele passou a usar, era, na verdade, uma “barbicha de bode”, mas o rosto do rapaz realmente não favorecia uma barba. E ele era meio loiro, e eu não gosto de nenhum homem que tenha uma aparência estereotípica. Mas eu resolvi dar uma chance a ele, só porque ele era um “cristão” que se denominava de “esquerda”, também. Como, infelizmente, eu também era. O problema é que ele conseguia ser, simultaneamente, mais liberal que eu em relação à ortopraxia da fé, e menos socialista que eu, em relação ao posicionamento político, que, naquela época, afirmávamos compartilhar. Isso me deixava muito insatisfeita… Ele não era um rapaz verdadeiramente dedicado à fé, nem verdadeiramente dedicado aos estudos, nem verdadeiramente dedicado à “Revolução”. Ele era apenas um rapaz verdadeiramente dedicado à sua própria conveniência, exposição e promoção. Mas, infelizmente, eu demorei muito tempo para perceber isso. Tempo suficiente para ele perceber que eu estava começando a gostar dele. Isso resultou numa grande tragédia! Uma tragédia sem precedentes que me deixou marcada até hoje! Primeiramente, ele passou a acompanhar minhas publicações no Facebook. Depois, começou a me convidar para reuniões que ele organizava, tentando unir “a utopia por uma sociedade mais humana com o Cristianismo”. Neste encontros, ele agia de modo ambíguo, e eu nunca conseguia perceber qual era a real intenção dele. Ao mesmo tempo que ele tentava fazer como eu me sentisse bem, ele não me apresentava para seus amigos e para suas amigas, que me olhavam de um jeito desagradável e me tratavam como “mais uma”. Sempre tentava me deixar com ciúmes de outras moças que ele conhecia, agindo de forma vil, tanto para comigo, quanto para com elas.
Quando nós passamos a ter mais intimidade, e eu passei a confrontá-lo em alguns pontos, ele agia de forma infantil e obstinada, sempre se justificando de suas omissões. Eu sabia que estava andando por terrenos perigosos, mas não sabia como fugir. Até que chegou o meu “último” ano na faculdade. Eu abri com ele aquela oferta que eu havia me proposto a fazer por Deus, neste ano. E ele não respeitou. Mas eu já estava tão envolvida emocionalmente, que não consegui agir de forma dura, como deveria ter agido. E fui sendo violentada, a todo o momento, pelos seus caprichos, que ora me tratavam com desprezo, ora me tratavam de modo a implorar de mim alguma esperança. Eu nunca soube, enquanto estive envolvida com este sentimento por ele, o que ele realmente pensava, ou qual era seu real caráter. Hoje, eu sei. Ele só pensava em si mesmo. E seu caráter era forjado para satisfazer suas paixões do velho homem e inflar cada vez mais seu próprio ego. Finalmente, metade do meu precioso ano de 2013 transcorreu. Chegou o dia da despedida dele – que ele mesmo organizou (uma dentre várias). Ele me convidou e perguntou se eu iria. Eu não dei certeza, mas na última hora, fui. E fui por educação. Fiquei aproximadamente uma hora e meia no local. O cardápio consistia no meu prato favorito, e ele sabia disso na ocasião. Como de costume, as pessoas agiram de forma natural, isto é, sem interagirem muito entre si, para além de seu próprio círculo de relacionamentos. Conversei um pouco com alguns amigos, e com uns amigos de amigos. Depois, disso, ele se juntou à mesa onde eu estava e sentou-se ao meu lado. Não olhamos um para o outro. Eu terminei de comer. Conversei por mais uns 30 minutos e resolvi sair. Durante este tempo de conversa, uma amiga que estava sentada na minha frente, me alertou que ele tinha passado lápis no olho. Eu olhei, e era verdade. Achei estranho e perguntei por que ele podia ter feito isso. Ela disse que não sabia. Quando percebi que já estava na hora de sair, despedi das pessoas que estavam presentes e me levantei para me despedir dele. Eu saí pelo lado direito, ele saiu pelo outro lado. Quando eu o vi, na minha frente, ele estava com lápis preto nos olhos e a boca borrada de batom vermelho!!!!!! Eu tinha o costume, já havia quase dois anos naquela ocasião, de usar batom vermelho nos lábios e delineador preto nos olhos. Eu dizia que fazia isso porque me sentia mais “empoderada” – lembrem-se que eu era uma “cristã esquerdista feminista”. Mas, na verdade, não era por isso que eu usava esta maquiagem. Era por outra razão, que eu não vou contar à vocês aqui, mas também não tem relação nenhuma com a intenção de expressar luxúria. É, realmente, um motivo bem pessoal. Mas naquele dia fui sem maquiagem, porque tinha saído às pressas de casa. Certa vez, mais de um ano antes daquela ocasião, conversamos por chat no Facebook e, trocando muitas zoeiras, comentei que às vezes eu chegava em casa tão cansada depois do trabalho e da faculdade, que nem sequer tirava a maquiagem para dormir e acordava parecendo uma “bruxa”. Ele respondeu que “quando o seu marido acordar ao seu lado e te ver, ele não vai te achar uma bruxa, huahuahuahau”. Ele tinha o costume que todo rapaz que não leva a sério a integridade de uma moça tem no relacionamento: usar pessoalmente e diante de outras pessoas, indiretas baseadas no que foi conversado em privado com aquela moça. Às vezes ele fazia isso para se afirmar e humilhar a minha opinião não tão liberal quanto a dele em determinado assunto, e às vezes ele usava isso para dizer que concordava “com a opinião desta pessoa” – que era eu – tanto em situações em que eu concordei com ele, como em situações em que o confrontei – embora estas situações de confronto fossem menos exploradas por ele nestes momentos, logicamente, de acordo com o “perfil” dele.
Por isso, quando eu o vi com o lápis preto nos olhos e a boca manchada de batom vermelho, aquilo foi uma ofensa muito grande. E me trouxe à memória lembranças de ocasiões que haviam me ferido no passado (vou falar a respeito disso em outro artigo). Mas nada foi pior do que a mensagem que ele passou pra mim com aquela atitude. Não foi apenas uma ação isolada. Foi a consequência da atitude dele para comigo durante aqueles dois anos que tivemos de “amizade”. Na verdade, o que ele comunicou foi: “Eu me lembrei que você disse que acorda com o rosto borrado de maquiagem. E o que eu quero te dizer agora, quando estou saindo para fazer intercâmbio, é que eu quero que você saiba que tenho o interesse de acordar com o meu rosto borrado com a sua maquiagem”. Isso me feriu demais, demais. O que ele me comunicou foi que, em dois anos que eu desperdicei na minha vida, a intenção dele era me devorar como um pedaço de carne num açougue. Eu estou contando a história deste rapaz, porque ele não apenas usou o pior meio possível para me dar um fora, na pior ocasião e no pior lugar imagináveis, lançando mão dos piores artifícios possíveis, mas, principalmente, por causa da sua atração em brincar com fogo. Rapazes piedosos que estão lendo este texto agora, lembrem-se, jamais se esqueçam: não brinquem com fogo! Não brinquem com assuntos relacionados à sexualidade. Não foi a primeira vez que este rapaz havia passado dos limites ao me tratar de forma sexual. Mas, como eu estava afastada do Evangelho, eu não tive consciência de que todas as atitudes que ele tinha para comigo estavam inundadas de luxúria e eram abusos que violentavam o florescimento da minha sexualidade, da forma que ela deve florescer: da forma bíblica. E, ele era tão vil, que dizia que enquanto a moça não manifestasse seu desgosto, era porque estava gostando!!!!!!! Percebam que o pecado foi tão grave, que nem mesmo o rapaz anterior, que era ímpio, fumava, bebia, tinha a oportunidade de ficar com todas as moças que quisesse, e era comunista, me tratou de forma tão vil como este rapaz – seminarista, que estava partindo para um intercâmbio missionário – me tratou. Pelo contrário, o rapaz “do mundo” me tratou com tanta dignidade, que hoje, a atitude que ele teve para comigo em todos os momentos em que estivemos juntos é o parâmetro para eu avaliar os rapazes piedosos que se aproximam de mim.
O meu conselho para as moças é: sejam cautelosas. Nem tudo é o que parece. Há muitos bodes entre as ovelhas. Não é porque um rapaz está cursando um seminário que ele nasceu de novo. Guarde o seu coração! Guarde o seu coração! Sobre tudo o que se deve guardar, guarde o seu coração (Pv 4:23)! Nunca abaixe seus parâmetros e não flexibilize seus valores. Jamais permita que os caprichos de qualquer homem redefinam os parâmetros de relacionamento que você já estabeleceu através do estudo das Escrituras. Jamais diminua o seu precioso valor, que Cristo precisou pagar na cruz do Calvário. Você foi paga por um preço muito alto, para poder ser redimida dos seus pecados. Glorifique a Deus no Seu corpo e na sua alma (1Co 6:20)! Não permita que pessoas que não aparentam ter nascido de novo se aproximem de você para além do cumprimento cordial de um aperto de mão. Não permita que elas cheguem ao Seu coração. Se a dependência de Deus e se Seus parâmetros não servem para este rapaz, se o Sola Scriptura e se o Tota Scriptura não servem na prática para este rapaz, se a mortificação do pecado não é uma marca distintiva neste rapaz; ele não serve para você.
O quinto rapaz: quando é fascinação que nos surpreendeDepois desta situação eu sofri demais, muito mais do que já havia sofrido em toda a minha vida. Mas esta é uma história que, como eu já comentei com vocês, eu vou contar em outro post. Por causa deste sofrimento, eu resolvi deixar de procurar uma igreja para congregar e resolvi me dedicar às minhas paixões políticas, tentando entrar de cabeça nisso, para, futuramente me consolidar ou abandonar a esquerda de vez. Eu tomei esta resolução assim, de modo tão drástico, porque já estava começando a conhecer alguns preceitos do calvinismo, através do site Voltemos ao Evangelho, e não parava de vir à minha mente a certeza de que algumas coisas que eu defendia como fundamentais no Evangelho não podiam ser compartilhadas com determinadas coisas que eu sabia que eram fundamentais no marxismo. Assim, eu sabia que, em algum momento, eu precisaria fazer uma escolha. Mas, escolhi me dedicar à esquerda para poder fechar este ciclo; embora eu ainda tivesse esperança da conciliar o verdadeiro Evangelho com o marxismo, em algum momento. Então, após um sofrido segundo semestre de 2013, eu passei por uma fase de ostracismo por parte dos meus colegas de curso. Me tornei uma estudante desperiodizada e precisei estudar com pessoas que eu ainda não conhecia, além de outros periodizados, que eu conhecia, que também estavam envolvidos com política de esquerda e marxismo, nos mais variados graus. E, finalmente, o ano de 2014 foi o ano em que eu tentei realmente abraçar o feminismo como meu salvador, por causa do que aquele rapaz fez. Foi o ano em que eu mais flexibilizei meus valores, de “anarquista de esquerda” me assumi comunista e passei a tentar conhecer alguns movimentos sociais e alguns partidos de extrema esquerda na minha cidade. Passei a alimentar amizades feministas, comunistas e anarquistas, mas não me via como parte deles, apesar dos meus esforços. Em meados do mês de janeiro de 2015 fiz uma viagem com algumas pessoas da faculdade para conhecer em uma experiência de vivência, saber como era o cotidiano de pessoas que faziam parte da “luta” pela reforma agrária. Lá fiquei por três dias, muito desconfortável. Sofri muito com a realidade que pouco pude perceber do que a esquerda realmente é, e constatei que eu não poderia ser de esquerda, feminista e cristã ao mesmo tempo. Então rompi com a esquerda e com o feminismo e nunca mais retornei a estas ideologias.
Quando voltei para a minha cidade, fui procurar uma igreja e, por causa de determinadas coisas que aconteceram na viagem, procurei uma amiga que frequentava uma igreja adepta do movimento de batalha espiritual. Eu não tinha a intenção de congregar lá, mas para aquele momento, pensei que seria importante. Lá fui assaltada por um ensino muito pesado relacionado à batalha espiritual e à teologia da prosperidade. Mas, cerca de uma semana depois, ela me convidou para frequentar a célula que ela me disse que participava (embora nós nunca tenhamos participado de nenhuma reunião juntas ali, pelo que eu consigo me lembrar). Eu aceitei. Ela me apresentou ao líder da célula, que me disse os horários e assim foi feito. Qual não foi a minha surpresa quando fui às reuniões e o líder ensinava a Bíblia pela ótica reformada!!! O rapaz era calvinista!!! Gostava muito de participar da célula, por causa dos estudos. Mas, havia um problema. Que, para mim, era um grande problema. Aliás, eram dois problemas: o primeiro era o fato de que naquela célula haviam muito mais rapazes participando do que moças, e eu ainda estava muito ferida com relação a rapazes cristãos e ainda manifestava uma aversão feminista aos homens. O segundo, era que o líder desta célula, apesar de reformado, tinha o tom de sua voz quase idêntico ao do rapaz que fez toda aquela “canalhagem” comigo, como contei logo acima. O que me fazia relembrar tudo o que aconteceu naquela ocasião, e todas as consequências que aquela atitude originou, até aquele dia. Contudo, fui algumas vezes à célula, e determinadas coisas que eu ouvi lá me marcaram muito.
Mas o momento do louvor no culto era o meu preferido e não demorou muito para eu começar a gostar de um dos dirigentes – é lógico (Você já viu uma moça que está visitando sua igreja nunca reparar nos rapazes do louvor? Nunca viu????). Então, os rapazes da célula, para mim, eram apenas chatomachos. Eu comecei a gostar mesmo era do carinha do louvor que era filho de um pastor da tal igreja. Pouco tempo depois, fui obrigada a fazer uma outra viagem que teve consequências muito parecidas com a da primeira. Então, eu resolvi parar de ir àquela igreja. Tanto o pastor de jovens – neopentecostal – quanto o líder da minha célula – reformado – ficaram um tempo tentando me fazer voltar a congregar. Mas eu não quis. Porém, no período que se seguiu, e que fiquei sem congregar, passei a seguir aquele líder reformado no Facebook, e tive acesso a páginas que compartilhavam conteúdo reformado. Foi quando realmente comecei a aprender o que era Calvinismo e Teologia Reformada. E, pela graça de Deus e Sua soberania, “reformei”. Uns nove meses depois, já reformada, fui “stalkear” o Facebook do “carinha do louvor” e descobri que ele estava namorando. Durante estes nove meses, comecei a estudar não só a Teologia Reformada, como também o idioma Hebraico.
“É apenas uma brincadeira, ok?” – o sextoO sexto rapaz eu conheci estudando Hebraico pela Internet. Ele era judeu, de ascendência e de conversão. Tudo começou com uma brincadeira. No grupo que, na época, participávamos no Whatsapp, ele mineiro, se denominou Melech (leia-se “mêlerr”, com o rr bem raspado na garganta) de Minas Gerais (a palavra “Melech”, em Hebraico, significa “Rei”). E, como eu gosto muito de Minas Gerais, e tive uns parentes que vieram de lá, eu disse que não concordava que ele fosse o “Melech” de Minas Gerais, que a “Rainha de Minas Gerais” tinha que ser eu (tudo ocorreu em tom de brincadeira). Então, os participantes zoeiros do grupo me nomearam “Malcáh” de Minas Gerais e o denominaram Melech do mesmo “Reino”. Durou um mês e pouco a brincadeira. E foi uma brincadeira mesmo, ninguém levou a sério, nem mesmo eu. Mas me ensinou uma lição importante a respeito desta questão do “gostar” de alguém. É muito fácil nós entrarmos numa situação como esta, não? Nós vamos brincando, vamos brincando e, de repente, o que é para ser uma brincadeira começa a se tornar um sentimento sério. Na verdade, eu acredito que todos os relacionamentos começam assim. Alguns são bem sucedidos, outros fracassam. Mas o pior fracasso acontece se uma das partes não entende que é uma “brincadeira”, ou quando, por pressão da idade ou do grupo, ambas as partes acreditam que a “brincadeira” não é uma simples brincadeira e investem no relacionamento, para depois perceberem as diferenças gritantes entre eles, e constatarem que aquela não foi a solução correta: começar um namoro a partir da “forcinha” que os amigos deram. Estejam atentas, minhas irmãs. Estejam atentos, irmãos. Não comecem um relacionamento para ficarem bem em seus grupos sociais, no Facebook, ou no Instagram… não vale a pena. Lembrem-se: Deus, o primeiro em seus afetos e dedicações, de todo o coração (Dt 6:5). O sétimo: falando em “mistérios”Finalmente, o “calouro”, o mais recente caso frustrado. Eu passei a interagir mesmo com ele entre o carnaval e a Páscoa deste ano. Mas já tinha alguns amigos em comum com ele desde o ano passado – uma amiga até, bem antes, mas eu não sabia da amizade dele com ela até que comecei a conhecê-lo, pelo Facebook. Eu o conheci reformado e o adicionei no Facebook por orientação daquele líder reformado, a respeito de quem eu falei ali em cima, para que pudesse encontrar uma igreja reformada para congregar. Ele também participava daquela célula, mas eu não me lembrava dele. Contudo, ainda assim segui o conselho daquele amigo e o adicionei, e ele realmente me deu uma ótima indicação de igreja reformada. E assim foi. Congreguei por um mês e meio na igreja e tudo foi tranquilo, com exceção do fato de que algumas pessoas me relacionavam à pessoa dele como se fossemos mais chegados do que realmente éramos. Ele havia passado um curto período de tempo congregando lá também. Durante aproximadamente um mês eu comecei a gostar dele. No final deste período, descobri que ele estava namorando. Tentei gostar antes, mas pensava que ele já estivesse namorando, apenas não expunha isto nas redes sociais. Foi um mês antes dele anunciar o namoro que eu realmente soube que ele era solteiro. Fui pega de surpresa, mas não sofri demais, afinal, não o conhecia direito e também nem tive tempo de gostar tanto dele assim. Escrevi um pouco sobre o processo de consolo desta friendzone aqui. Depois que fiquei sabendo do seu namoro eu só chorei por dois dias. Mais porque continuava sozinha do que por causa dele, já que mal o conhecia. Ele parecia ser uma boa pessoa, e de fato, o é. Mas, naturalmente, após ele anunciar o namoro – e até mesmo algum tempo antes – eu comecei a perceber alguns defeitos muito sérios nele que, caso ele não começasse a namorar, seriam motivos para um longo período de tempo a se ponderar se seria apropriado eu investir neste sentimento ou não. Um deles era a nossa dificuldade de entendermos o que o outro queria dizer, quando interagíamos no Facebook, por isso, parecíamos que falávamos em “mistérios”. Às vezes, a gente sofre demais por não analisar os motivos dos nossos sofrimentos de cabeça fria. Isso é muito comum quando se trata de sofrimentos por um relacionamento com alguém do sexo oposto que não deu certo. Começamos a encontrar milhares de defeitos em nós mesmos e supervalorizamos o que e quem perdemos. Existem ocasiões em que se trata, realmente, de uma grande perda, mas não é sempre. Às vezes, é uma pequena e necessária perda; mas tem vezes que é até lucro. De qualquer forma, sabemos que o tempo trata de curar nossas perspectivas quanto às nossas circunstâncias. Além disso, e mais importante, sempre podemos descansar, sabendo que temos um Senhor que é Soberano sobre nós, que conhece o fim desde o começo e que ainda não terminou a obra que tem feito em nós (Fp 1:6). A Ele seja toda a glória, e nEle está refugiada toda a nossa esperança (Sl 39:7).
Como eu orei por estes rapazes?Estes foram os rapazes de quem eu gostei por um tempo considerável, ou os que mais me marcaram, para bem ou para mal. Houveram outros, mas alguns tiveram uma história muito parecida com alguma dentre estas que eu relatei, outros eu gostei por tão pouco tempo que nem ao menos passou da fase do encantamento. Pelo primeiro rapaz, eu orei para que Deus me desse uma resposta à duas perguntas. A primeira pergunta foi: “Ele e eu teremos Sua bênção e aprovação em começar um namoro?” A segunda, foi: “É com ele que eu vou me casar?”. Também orei pedindo a Deus que me confortasse e me preparasse para uma possível resposta negativa a estas perguntas, de modo que eu não sofresse muito. Eu tinha muito medo de sofrer por amor e de ser rejeitada. Pedia, inclusive, para que Deus me respondesse a estas perguntas antes deste rapaz começar a namorar, caso contrário, a dor certamente seria maior do que eu poderia suportar naquela época. Também pedia para Deus confortar as outras moças e as minhas amigas que gostavam do mesmo rapaz, caso eu e ele viéssemos a namorar, ou mesmo que ele começasse a namorar qualquer outra menina. Deus foi muito misericordioso comigo neste sentido, pois eu só vi este rapaz começar a namorar uma menina, cerca de dois ou três anos após eu ter deixado de gostar dele. O Príncipe foi por quem eu mais orei. Eu orava por tudo o que se possa imaginar em relação a ele. Pelas dificuldades, que pudessem ser resolvidas com a sabedoria concedida por Deus; pelas moças que ele estivesse gostando e pelas moças que estariam gostando dele, para que ele as tratasse com o mais puro amor e com toda a dignidade, honra e respeito. Orei pelos seus estudos e pelo seu trabalho, para que Deus o abençoasse. Orei pela sua família, para que fossem unidos e me aceitassem com amor quando me conhecessem. Orava pela sua igreja, pelo seu ministério, pela confirmação do seu compromisso missionário, que, um dia, seria nosso. Orava pela nossa família, que teríamos, pelos nossos filhos e descendentes. Orava por sua integridade, por sua saúde, pela mordomia de seus bens, pela sua independência, pelos seus estudos bíblicos, teológicos e missiológicos. Orava por sua comunhão com Deus, por sua santidade. Eu orava por tudo quando orava por ele. Mas, principalmente, orava para que ele estivesse feliz e satisfeito por ter recebido a mim como sua Princesa.
Pelo segundo rapaz, eu orava da mesma forma que orei pelo primeiro, mas pedia a Deus que me desse menos ânimo em fazer isso, que acalmasse a minha ansiedade. Porque eu vinha criando muitas expectativas, sendo que este rapaz era seis anos mais velho do que eu. Pelo terceiro rapaz, eu orei principalmente por sua conversão. Mais do que qualquer outra coisa, eu orava para que ele se convertesse; e não apenas ele, mas também sua família. Orava também para que eles aprendessem a amar a causa missionária e se tornassem evangelistas. E colocava diante de Deus o meu sentimento por ele, mas priorizando as súplicas pela sua conversão. Pelo quarto rapaz eu orei muito. Orei por ele, por seus amigos, à medida que ia conhecendo, pelas igrejas que ele frequentava e pela igreja em que era membro, pelos seus pastores, pelos seus estudos no seminário, pelos seus amigos, amigas e família, pela sua segurança, integridade, sustento, enfim… eu arranjava muitos motivos para orar por ele; porque havia passado por um período de “sequidão” em relação a oração; então aproveitava para orar muito sob o pretexto da intercessão a favor dele. E, como ele me provocava muitos ciúmes, eu aprendi a lançar estes ciúmes a Deus, em oração. A parte mais proveitosa deste período tão sombrio, foi que, durante o tempo em que eu realmente gostei dele (que foi cerca de 8 a 9 meses), eu lancei a Deus todas as minhas aflições, e consegui viver verdadeiramente sob Sua dependência; inclusive quanto ao que concerne a esta área de relacionamentos com os homens. Infelizmente, o prejuízo que este rapaz me causou mudou drasticamente a minha ótica a respeito de mim mesma, de Deus e dos rapazes com relação aos momentos de oração. As consequências foram caras demais, de modo que eu nunca mais me senti em paz para conseguir voltar a, de fato, “derramar o coração como água perante o SENHOR”. Ainda assim, pelo quinto rapaz, eu orei principalmente, para que ele “reformasse”; e deixasse de querer ser “estrelinha” na hora do louvor; que aprendesse a cantar as Escrituras e a entender o papel bíblico de sujeição que o momento de louvor deve ter ao momento da pregação. Pelo sexto rapaz, assim como pelo terceiro, eu orei pela sua conversão e para que pudesse, também, se tornar um evangelista. Pelo sétimo rapaz, eu passei mais tempo orando para que não florescesse nenhum sentimento de amor – uma vez que pensava que ele estivesse namorando – que, quando comecei a gostar dele, passei aquele mês tão assustada com isso, que nem cheguei a orar por sua pessoa, provações e dificuldades de personalidade, do modo como fiz pelos outros, regularmente; muito menos pelo sentimento que floresceu. Depois, orei por mim, para que Deus me consolasse.
E quando ele gosta de mim, mas eu não gosto dele?Outro grande desafio, é quando tem uma pessoa que parece gostar de nós, mas nós não gostamos desta pessoa. Como devemos agir? Seguimos com a nossa vida em frente, como se nada estivesse acontecendo? Tentamos aproveitar este amor, dando atenção a estas investidas, mesmo quando não há a recíproca da nossa parte? Damos um “gelo”? Damos uma “chama de consolo”? Oferecemos um “copo d’água”? O que podemos fazer? Bem, para mim esta sempre foi uma questão fácil de se resolver – ninguém nunca se interessou por mim. Até que eu cheguei à adolescência e alguns rapazes começaram a reparar em mim. Eu estava acostumada a amar platonicamente e a sofrer as dores e prejuízos deste amor. E, confesso que, quando os rapazes começaram a disputar a minha atenção, eu passei a me sentir muito satisfeita por passar a ser cobiçada. Contudo, não demorou muito para o Espírito Santo me disciplinar por nutrir este comportamento. Mas, ainda assim, eu não sabia o que fazer. Sabia que eu deveria esperar por um rapaz que tivesse a intenção de manter um compromisso comigo, e que eu não deveria seduzir a nenhum homem. Mas, e quando eu não tivesse me portado de forma claramente sedutora e algum rapaz se interessasse por mim, mas eu não o correspondesse? Como eu deveria agir? Por muito tempo esta foi uma grande dificuldade para mim e que, possivelmente me causou mais sofrimento do que a estes rapazes. Esta dificuldade durou até 2013, aproximadamente. Até então, eu apenas orava por estes rapazes e pedia a Deus que os advertisse, de alguma forma, que suas expectativas com relação à minha pessoa não estavam sendo satisfeitas, que eu não nutria por eles um afeto semelhante. Mas, quando passei a analisar os meus parâmetros referentes a estes relacionamentos, percebi que era injusto, da minha parte, solicitar do meu Príncipe uma atitude varonil de zelar pela integridade emocional das moças que gostassem dele, mas que ele não correspondesse; sendo que eu não fazia isso com os rapazes que começavam a gostar de mim, ainda que eu não gostasse deles. Foi quando eu resolvi mudar e “dar uma de Jamie Sullivan”, de Um Amor pra Recordar. Neste filme, esta personagem é uma adolescente cristã, filha de pastor, que se encontra num estado terminal de leucemia, se não me engano. Em seu colégio, por necessidade de um trabalho acadêmico, ela precisa interagir com o rapaz mais popular da escola. Mas, assim que o conhece, ela o adverte a não se apaixonar por ela. Ele pensa que aquela é uma atitude petulante e orgulhosa da parte dela e, na primeira vez que assisti, eu compartilhei da mesma opinião. O filme segue com a história e chega o momento em que ela descobre que este rapaz se apaixonou por ela, e começa a evitá-lo. Quando ele lhe pede uma justificativa, ela lhe revela que não queria que ele se apaixonasse, para que não sofresse caso ocorresse o pior, e lhe segreda o fato de já estar no estágio final de sua doença.
Depois que assisti o filme, aos 15 anos, comecei a refletir sobre a história. Então, aprendi uma lição muito importante: não devo alimentar falsas expectativas em nenhum rapaz, e, se puder, devo zelar por evitá-las enquanto esta possibilidade estiver ao meu alcance. A mesma atitude eu espero dos rapazes, mas, infelizmente, poucos deles cultivam este valor. Foi depois de 2013 – quando eu percebi que haviam rapazes que realmente sofriam com a falta da minha correspondência ao seu amor – que eu decidi agir como Jamie Sullivan e deixar as coisas muito bem claras desde o início, caso eu não gostasse do rapaz. Porém, se eu gostasse, o procedimento continuaria sendo orar até que Deus – e o rapaz – se posicionassem a este respeito. Os rapazes se assustam quando eu tenho esta atitude, de fato. Mas, depois, eles me agradecem por ser transparente e deixar tudo bem claro desde o início. Agindo assim, eu diminuo o sofrimento deles e os educo, indiretamente, a agirem de forma honrada com as moças que gostam deles, ainda que eles não as correspondam. Irmãs, esta é a orientação bíblica. A Bíblia é muito enfática em reprovar as atitudes da mulher imoral: “Tal é o caminho da mulher adúltera: come e limpa a boca, e diz: Não cometi maldade (…) Não dês às mulheres a tua força, nem o teu caminho às que destroem os reis (…) não se desvie o teu coração para os caminhos dela e não ande perdido nas suas veredas; porque a muitos feriu e derribou; e são muitos os que por ela foram mortos” (Pv. 30:20; 31:3; 7:25,26). Quando leio estes versículos sinto um asco tão grande! Especialmente quando leio que a “mulher adúltera come e limpa a boca e diz: ‘Não cometi maldade'”. O conceito que chega até mim, é o de que a mulher imoral não é apenas a prostituta, a mulher casada que comete adultério ou a fornicadora. O conceito que chega até mim é que a mulher adúltera é aquela que provoca o apetite da luxúria em si e em um homem, se satisfaz neste apetite e satisfaz o apetite deste homem, para que ele satisfaça mais ainda seu próprio apetite sexual, mesmo que sem uma aproximação física. Depois disso, ela simplesmente limpa a sua boca e, “naturalmente”, segue o seu caminho, a procura de outra presa. É isto o que este versículo me revela, quando o leio. Você lê algo de diferente nele? Irmãs, quando damos aos rapazes uma esperança que não temos a intenção de tornar concreta, estamos agindo exatamente como esta mulher adúltera. Estamos agindo como uma mulher imoral, estamos destruindo a masculinidade viril, protetora e amante dos nossos irmãos, e alimentamos neles – a longo prazo – uma transformação terrível: contribuindo para afastá-los do propósito divino para a masculinidade e para lançá-los nas garras da mais perversa luxúria; de modo que se tornem viciados por sadomasoquismo, pornografia, e toda sorte de deturpações na sexualidade e no modo como eles devem agir, pensar e se relacionar com uma mulher. Damos lugar às concupiscências da carne e os enredamos nos caminhos do pecado. Tudo isso, porque quisemos nos envaidecer provocando a atenção dos homens a nós, e tratando-os como presas do nosso desejo de satisfação e, até mesmo, poder. Por isso, se você não se sente impulsionada a amar um rapaz, seja sincera com ele, assim que ele começar a tentar se aproximar de você, explique sua real intenção para com ele. Também explique porque você está fazendo isso: em temor ao SENHOR, em honra ao seu marido, em amor fraterno a este rapaz, que é seu irmão em Cristo, e em respeito pela futura esposa dele. E o encoraje a tomar a mesma atitude. Eu demorei para agir assim, por pensar que eu tivesse muito pouco valor para alguém gostar de mim. Ainda assim, aprendi a duras penas que aquele ditado é verdadeiro: “Posso não ser alguém no mundo, mas tenho certeza de que sou o mundo de alguém”. Nós podemos não perceber, mas a realidade é que existem rapazes que nos admiram, mesmo que nós pensemos que não somos admiráveis. Estes rapazes têm um coração, que foi feito por Deus. Estes rapazes foram criados por Deus para glorificarem o Seu Nome com suas vidas. Você não tem a autorização dada por Deus para tratá-los de forma lasciva e perniciosa. E se você age assim, você está pecando. Você precisa se arrepender, pedir perdão a Deus e a estes rapazes, e mudar de atitude. Irmãos, minha advertência vai para vocês também. Dentre os versículos que destaquei, tem um que diz que vocês não devem dar “às mulheres a tua força, nem o teu caminho às que destroem os reis”. Isso não significa que vocês não devam lutar por defender e tomar a primazia em socorrer e suprir as necessidades de suas esposas. Isso quer dizer que vocês não devem se desgastar colocando todo o seu emprenho em serem “conquistadores”. Um “homem conquistador”, que tem interesse em ser “garanhão”, são alvos fáceis das mulheres adúlteras e são sempre cobiçados por elas, pois “quanto maior o tamanho, maior o tombo”. Por isso, não pensem a respeito de vocês além do que devem (Rm 12:3). Que a Palavra de Deus seja permanentemente o espelho que lhes revela a grande corruptibilidade e engano dos seus corações (Jr 17:9,10). Jamais confiem em si mesmos, nem nas lisonjas (Pv 23:7; 29:5). Peçam a Deus que sempre os livre de si mesmos!
O que significa, verdadeiramente, “orar para ver se é da vontade de Deus”?Por fim, sabemos que oramos por alguém do sexo oposto, de quem gostamos, para sabermos se este relacionamento irá glorificar a Deus, para sabermos se Ele estará satisfeito com esta escolha. Mas, na maioria das vezes, a glória de Deus não é o único motivo pelo qual oramos por esta pessoa, nem mesmo o mais importante, ou aquele motivo pelo qual mais nos dedicamos a orar, quando intercedemos a este respeito. A verdade é que, geralmente, oramos para que Deus nos confirme uma decisão que já tomamos em nossos corações. A verdade é que não queremos ser decepcionados, e por isso, fugimos o máximo que podemos da possibilidade de sermos decepcionados e feridos, e resolvemos dar tempo para que “as coisas fiquem mais claras” e para que cheguemos a Deus com certeza do que sentimos, depois de ter analisado todos os pormenores e escolhermos a melhor das opções de um possível namorado/cortejado/cônjuge. E é por isso, também, que sofremos tanto, quando pensamos que a resposta de Deus é um “Não!”. Porém, o que de fato acontece não é isso. Deus sempre responde as nossa orações. E nunca Ele responde com um “Não!”, ou com um “Espere!”. É sempre com um “Sim!”. A Bíblia nos revela que nós não sabemos orar como convém, mas que o Espírito Santo intercede por nós junto ao Pai com gemidos inexprimíveis, e, certamente, de acordo com a Sua sempre Soberana vontade (Rm 8:26,27). A Bíblia nos diz que Jesus intercede junto ao Pai em nosso favor, e é sempre de acordo com a Sua Soberana vontade (Rm 8:34; 1Tm 2:5; 1Jo 2:1). Nossas orações não chegam até o Pai da forma como oramos. Elas passam pela “peneira” da intercessão do nosso Mediador a nosso favor. Jesus não leva ao Pai as nossas petições de modo que a Sua vontade Soberana seja violada, desrespeitada. Ele intercede por nós de modo que o Pai cumpra em nós tudo o que Ele decretou a nosso respeito (Jó 23:14), de modo que a Sua vontade sempre prevalecerá sobre a nossa vontade (Mt 26:39). Um Deus que não fosse Soberano, de fato, não seria Deus. Ele é Soberano, independente das nossas vontades, tudo acontece conforme Ele determinou (Jó 23:13; 42:1-3; Sl 115:3).
Sendo assim, quando Deus não te dá uma orientação clara quanto a um relacionamento e, tempos depois a pessoa aparece engajada com outra pessoa num relacionamento amoroso, a resposta à sua oração foi sim, um “Sim!”. Ele ouviu a sua oração, e agiu conforme a Sua soberana vontade. E Ele recompensará a sua fé. Ele te dará, por causa da sua fé em buscá-Lo nesta situação, algo mais importante que um relacionamento, algo que você realmente necessite naquele momento: um caráter moldado de modo mais fiel, conforme à imagem de Cristo (Rm 8:29; Fp 1:6)! Sempre há recompensa por ir à Deus em oração. Ele é Galardoador dos que O buscam (Hb 11:6)! Assim, é correto afirmar que você deve orar pela pessoa que você gosta para saber se Deus aprova este sentimento. Mas não é correto pensar que Ele te diga “Não!” ou “Espere!”. Se você é um regenerado, se Cristo intercede por você junto ao Pai, se o Espírito Santo intercede por você com gemidos inexprimíveis, a resposta de Deus à você, é sempre um “Sim! Vou cumprir a minha vontade a respeito desta causa. Mas sim, eu vou recompensar a sua fé. E lhe darei algo de maior valor do que você me pede”. É com esta disposição que devemos nos achegar a Deus em oração para orar por quem amamos. É por isso, que devemos depender dEle, e nos refugiar na proteção que Ele nos dá através da oração. Deus sempre glorificará o Seu Nome sobre as nossas vidas. Tudo o que acontece em todo o Universo, não passa de ofertas e sacrifícios em tributo à Sua Glória (Sl 8; 19:1)! Ore por seu sentimento em relação àquele rapaz, moça. Ore por seus sentimentos em relação àquela moça, rapaz. Mas tenha a certeza, de que independente do resultado prático que estas orações darão a esta cena da sua vida, o Nome do SENHOR será glorificado. E a Sua fé será recompensada!
Penso que amar é padecer no paraíso. E que o maior sofrimento que nos advém neste padecimento é a oração. Interceder por alguém é um grande paradoxo: ao mesmo tempo que nos fortalece em nossa comunhão com Deus, com os irmãos, e nos santifica; também nos fere, expõe nossas próprias limitações e nos submete a duras provações. Ainda assim, a maior beleza que pode nos advir por intercedermos por alguma causa, é a nossa mais clara demonstração da nossa confiança e dependência da misericórdia, da fidelidade, do jeito e dos desígnios de Deus, para nossas próprias vidas e para o mundo em que vivemos. Além de nos revelar a beleza que é sermos fortes quando somos fracos (2Co 12:9,10). Experimentar esta beleza se revelando na semente de uma nova família, deveria nos fazer desejar habitar no esconderijo do Altíssimo (Sl 91:1,2) antes de qualquer investida em alguma pessoa com quem acreditamos que poderíamos nos casar. Como agiríamos diferente, e como seria tão mais fácil amar, honrar, ser provedor e ser submissa a outra pessoa, se passássemos momentos diários em constante oração pela pessoa que amamos, sem ainda nos declararmos; ou pela pessoa que está nos cortejando, ou pela pessoa com quem namoramos, estamos noivos, ou casados. Minha oração e o meu desejo, é que Deus nos ensine a dependermos dEle, e a batalharmos com Ele pelo nascimento e crescimento do nosso amor pela pessoa que Ele escolheu para que amássemos. E que nunca esqueçamos que Ele é a fonte de todo o Amor e a Rocha que deve sustentar os nossos casamentos e as nossas famílias. A Ele, Amado das nossas almas e Coração do nosso próprio coração. Soli Deo Gloria; Kathy. |