A organela bem desenvolvida apenas em células de certos órgãos, como o fígado e as gônadas, é:

Sistema de membranas duplas, lipoproteicas, presentes em células eucarióticas, que se comunica entre si, formando uma complexa rede espalhada por toda a célula e que têm as funções de armazenar, transportar e sintetizar substâncias. A organização dessas membranas varia bastante no interior de uma mesma célula, podendo formar vesículas, cisternas (sáculos achatados), vacúolos e túbulos membranosos, que comunicam as diversas cisternas entre si. Cerca de 50% a 60% do total das membranas celulares fazem parte do retículo endoplasmático. De um modo geral, o retículo é pouco desenvolvido em células com pequena atividade metabólica, como as adiposas e muito desenvolvido nas células dotadas de grande atividade metabólica, como os fibroblastos e os osteoblastos. Analisando-se a estrutura do retículo endoplasmático, percebe-se uma comunicação de suas membranas com a plasmalema (membrana plasmática) e com a carioteca (membrana nuclear). O retículo endoplasmático foi descoberto em 1945 pelo citologista belga Albert Claude.

São conhecidos dois “tipos” de retículo endoplasmático (figura abaixo): o liso (REL), também denominado retículo endoplasmático não granuloso ou agranular e o rugoso (RER), também conhecido como retículo endoplasmático granuloso ou retículo endoplasmático granular (REG) ou ergastoplasma. O liso tem como principal característica estrutural ser desprovido de ribossomos, sendo bem-desenvolvido em células de certos órgãos nos quais ocorre síntese de hormônios esteroides, como as gônadas e o córtex adrenal. Ele é muito desenvolvido, também, nas células do fígado, órgão que possui, entre outras, a função de armazenar glicose sob a forma de glicogênio. No fígado, o não granuloso participa da remoção do grupo fosfato presente nas glicoses, resultantes da degradação do glicogênio, tornando possível a passagem desses monossacarídeos para a corrente sanguínea. O retículo granular, que possui ribossomos, “aderido” ao lado externo da sua membrana, é bem desenvolvido em células secretoras, como as células dos ácinos pancreáticos, que secretam as enzimas digestivas contidas no suco pancreático e nas células caliciformes da parede do intestino, que secretam um muco lubrificante e protetor da parede interna desse órgão. Devido à espessura de suas membranas, que está abaixo do poder de resolução do microscópio óptico, o retículo endoplasmático só é visível, via de regra, com o microscópio eletrônico. No caso do rugoso, em particular, é possível, evidenciar sua presença ao microscópio óptico, desde que as células sejam coradas com corantes básicos. Essas porções coradas, chamadas, inicialmente, regiões basófilas do citoplasma e, posteriormente, ergastoplasma, são, nos neurônios, denominadas corpúsculo de Nissl.

A organela bem desenvolvida apenas em células de certos órgãos, como o fígado e as gônadas, é:

I. RETÍCULO ENDOPLASMÁTICO LISO: relacionamos a seguir as principais funções do retículo endoplasmático liso.

Ia. Transporte de substâncias: graças à movimentação de suas membranas e a sua comunicação com a carioteca e a plasmalema, o retículo liso promove não apenas o transporte de substâncias dentro da célula, mas também desta para o meio externo. Essa função também é exercida pelo retículo endoplasmático rugoso.

Ib. Armazenamento de substâncias/regulação da pressão osmótica: o retículo liso, a exemplo do rugoso, armazena substâncias diversas no interior de suas cavidades. Uma vez que as substâncias armazenadas podem determinar alteração na concentração do suco celular, o retículo endoplasmático está, de certa forma, associado com a regulação da pressão osmótica.

Ic. Síntese de lipídios: o retículo liso é responsável pela síntese de praticamente todos os lipídios que compõem as membranas celulares, incluindo os fosfolipídios e o “colesterol”. Em alguns casos, os lipídios das membranas são inicialmente produzidos no retículo liso, sendo em seguida completados no complexo golgiense. Esse é o caso, por exemplo, da esfingomielina e dos glicolipídios, cujas partes glicídicas são produzidas com o auxílio do complexo de Golgi. As enzimas que sintetizam os fosfolipídios são intrínsecas à membrana do retículo liso, com suas partes ativas fazendo saliência na face citoplasmática da membrana. No retículo liso, também são produzidos esteroides. Em função disso, as células dos testículos e dos ovários, produtoras de hormônios sexuais lipídicos, da categoria dos esteroides, apresentam retículo endoplasmático agranular bastante desenvolvido. As moléculas de fosfolipídios, citadas acima, são distribuídas, por meio de vesículas transportadoras, do retículo liso para as membranas do complexo de Golgi, para as membranas dos lisossomos e para a plasmalema. No caso dos fosfolipídios que constituirão as membranas das mitocôndrias, dos plastos e dos peroxissomos, o transporte é feito através de proteínas presentes no citossol (proteínas citossólicas).

Id. Desintoxicação do organismo: o organismo possui a capacidade de converter substâncias tóxicas (álcool, herbicidas, conservantes, corantes alimentares, medicamentos, etc.) em substâncias inócuas ou de fácil eliminação. Essa atividade neutralizadora ocorre principalmente no fígado, graças a enzimas do retículo agranular. Para se ter uma ideia, a ingestão de barbitúricos, que tem efeito hipnótico e depressor do sistema nervoso central, promove acentuado aumento na quantidade de retículo endoplasmático liso nas células hepáticas. Embora muitas células possuam pouco retículo liso, esse organoide é abundante nos hepatócitos.

Ie. Metabolização do glicogênio: esta atividade do retículo liso consiste na obtenção de glicose a partir do glicogênio, processo denominado glicogenólise. Em determinadas células, como as do fígado e as dos músculos estriados, podem ocorrer grandes depósitos de glicogênio. No fígado, a glicogenólise tem papel importante na manutenção do nível de glicose no sangue (glicemia), fornecendo esse monossacarídeo para outras células do organismo. A glicose resultante da glicogenólise muscular, por outro lado, é quase toda utilizada como fonte de energia para a contração muscular, não contribuindo, de modo significativo, para modificar a glicemia.

If. Controle da atividade muscular: sendo o principal reservatório de Ca++ do citoplasma, o retículo endoplasmático liso exerce importante papel na contração muscular. Quando as células musculares estriadas são estimuladas pelos neurotransmissores liberados nas placas motoras, o Ca++ sai do retículo liso pelos canais de cálcio e promove a contração das miofibrilas, levando à contração muscular. Cessado o estímulo, os íons Ca++ são trazidos de volta às cisternas do retículo liso, por processo ativo. O Ca++ provoca grandes forças de atração entre a actina e a miosina, fundamental para a contração muscular.

II. RETÍCULO ENDOPLASMÁTICO RUGOSO

Além de funções como transporte, armazenamento, controle da pressão osmótica, suporte mecânico (juntamente com os microtúbulos e os microfilamentos hialoplasmáticos) e aumento da superfície celular em relação ao volume, também desempenhadas pelo retículo liso, o rugoso atua na síntese proteica (ver “SÍNTESE PROTEICA”, matéria publicada neste blog em 16/07/2014).  Essa função específica do retículo granular se deve à presença de ribossomos “aderidos” a sua membrana. As proteínas são transferidas para o interior das cisternas, onde são processadas e acumuladas, sendo em seguida transportadas, no interior de vesículas, para seus locais de destino. A maioria das proteínas sintetizadas nesse retículo é “exportada”, indo exercer suas funções fora da célula. O retículo endoplasmático não pode ser isolado intacto das células. Os fragmentos obtidos a partir do retículo endoplasmático rugoso são denominados microssomos. Os microssomos possuem ribossomos nas suas paredes externas e são dotados da capacidade de produzir proteínas.

O retículo endoplasmático é uma organela citoplasmática presente em células eucariontes. É um complexo sistema de membranas formado por túbulos e cisternas interligadas. O retículo endoplasmático pode ser rugoso ou liso, sendo essa classificação relacionada com a presença ou ausência de ribossomos aderidos à membrana da organela. Vale salientar, no entanto, que ambas as regiões estão conectadas, sendo suas membranas contínuas. Dentre as funções exercidas por essa organela, podemos citar a síntese e o transporte de macromoléculas.

Leia também: Diferenças entre células procariontes e eucariontes

O retículo endoplasmático é um sistema de membranas que percorre o citoplasma das células eucariontes e está em continuidade com o envoltório nuclear. Essa organela membranosa é constituída por túbulos e cisternas (sacos achatados) interligados. A membrana do retículo endoplasmático, em alguns locais, apresenta uma série de ribossomos aderidos, e, em outros, essas estruturas estão ausentes. Devido a essa característica, é possível distinguir duas regiões: o retículo endoplasmático rugoso e o liso.

A organela bem desenvolvida apenas em células de certos órgãos, como o fígado e as gônadas, é:
O retículo endoplasmático apresenta duas regiões: o retículo endoplasmático liso e o rugoso.

Caracteriza-se por apresentar ribossomos (na forma de polirribossomos) aderidos à superfície externa da sua membrana. Normalmente, apresenta-se como uma série de sacos achatados, também chamados de cisternas. A membrana do retículo endoplasmático rugoso é contínua com a membrana externa do envoltório nuclear.

Os ribossomos presentes na membrana do retículo endoplasmático rugoso sintetizam proteínas que são lançadas no interior da organela, a qual tem o papel de garantir que elas fiquem separadas das proteínas produzidas no citoplasma e sejam posteriormente enviadas para outras partes das células ou ainda para fora delas.

Grande parte dessas proteínas é transportada para o complexo golgiense, no qual sofrem algumas modificações e são empacotadas em vesículas que são levadas para locais específicos. Células especializadas na secreção de proteínas, como as células do pâncreas e plasmócitos, apresentam um retículo endoplasmático rugoso bem desenvolvido.

Além da segregação de proteínas, o retículo endoplasmático rugoso participa de processos como produção de fosfolipídios, síntese de proteínas de membrana, glicosilação (adição de açúcares às proteínas) inicial das glicoproteínas e montagem de moléculas proteicas formadas por várias cadeias polipeptídicas.

Leia também: Secreção celular e complexo golgiense

Apresenta membrana sem ribossomos aderidos e, geralmente, membrana disposta em um formato tubular. O retículo endoplasmático liso está em continuidade com o retículo endoplasmático rugoso.

O retículo endoplasmático liso está relacionado com diferentes processos, a depender da célula na qual se encontra. Em células produtoras de hormônios esteroides, como as células das glândulas suprarrenais, o retículo endoplasmático liso apresenta papel essencial na síntese desses hormônios. Além de esteroides, o retículo endoplasmático liso relaciona-se com a síntese de outros tipos de lipídios, como os fosfolipídios, utilizados em todas as membranas celulares.

O retículo endoplasmático liso é bem desenvolvido também em células do fígado, uma vez que apresentam importante papel na inativação (desintoxicação) de substâncias nocivas e tóxicas ao organismo. Algumas substâncias, como o álcool, promovem a proliferação do retículo endoplasmático liso nesse órgão, garantindo, desse modo, maior desintoxicação. Isso explica, por exemplo, por que, com o tempo, as pessoas que fazem uso dessa substância necessitam de doses cada vez mais altas para conseguir determinado efeito.

O retículo endoplasmático liso participa também do metabolismo de carboidratos, sendo fundamental na formação de glicose por meio da hidrólise do glicogênio. Além disso, outra função atribuída a essa organela é a capacidade de armazenar íons de cálcio, sendo esse papel importante no processo de regulação da contração muscular. Vale destacar que, nos músculos, o retículo endoplasmático recebe a denominação de retículo sarcoplasmático.

A organela bem desenvolvida apenas em células de certos órgãos, como o fígado e as gônadas, é:
Substâncias produzidas no retículo endoplasmático podem ser modificadas e enviadas para outros destinos com o auxílio do complexo golgiense.

Funções do retículo endoplasmático

O quadro a seguir apresenta as diferentes funções realizadas pelo retículo endoplasmático, separando-as de acordo com a porção do retículo que as desempenha:

Funções do retículo endoplasmático

Retículo endoplasmático rugoso

Retículo endoplasmático liso

  • Síntese de proteínas

  • Glicosilação de proteínas

  • Montagem de moléculas proteicas

  • Síntese de fosfolipídios

  • Síntese de lipídios

  • Metabolismo de carboidratos

  • Armazenamento de íons de cálcio

  • Inativação de substâncias tóxicas

Por Vanessa Sardinha dos Santos
Professora de Vanessa