A importancia da arte popular

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UTILIZANDO OBRAS DE ARTE POPULAR EM AULAS DE ARTE: APRENDENDO

A PARTIR DAS NOSSAS RAÍZES

UTILIZING POPULAR ARTWORKS IN ART CLASSES: LEARNING FROM OUR

ROOTS

RODRIGUES, Walace

UFT Universidade Federal do Tocantins

RESUMO Este artigo tem como objetivo mostrar a importância de se trabalhar com

as mais variadas formas de arte popular na escola, mais especificamente nas aulas

de artes. Notamos que é necessário estimular educadores e estudantes dos cursos

de licenciatura a compreenderem um pouco mais sobre o mundo das linguagens

artísticas visuais e sua importância no universo pedagógico. A pesquisa para este

artigo se deu a partir de uma pesquisa de cunho bibliográfico e toma três

xilogravuras dos artistas populares Severino Borges, José Miguel da Silva e Marcelo

Soares como exemplos de como podemos levantar questões sobre o que vemos,

como vemos, o que conhecemos e para o que podemos nos utilizar destas imagens

artísticas. O resultado demonstra a necessidade de se trabalhar com imagens

populares para facilitar uma alfabetização visual dos estudantes.

Palavras-chave: Arte-Educação. Arte popular. Artes visuais. Ensino.

ABSTRACT This article aims to raise the importance of working with the most varied

forms of folk art in the school environment, specifically in arts classes. We noted that

is necessary to explore and discuss ways to encourage educators and students of

degree courses to understand a little more about the world of visual artistic

languages and their importance in the educational universe. The research for this

was bibliographical and took three woodcuts of the popular artists Severino Borges,

Jose Miguel da Silva and Marcelo Soares as examples of how we can raise

questions about what we see, we see, what we know and what we can use in these

artistic images. The result shows the need to work with popular images to facilitate

the visual alphabetization of the students.

Keywords: Art-Education. Popular Arts. Teaching. Visual Arts.

1 INTRODUÇÃO

Desde os primórdios da história o ser humano busca representar, através das

artes, suas formas de pensar e sentir. Vale lembrar que, antes de haver qualquer

forma de escrita, o ser humano já desenhava cenas de caça nas paredes das

cavernas e rochedos, gravava imagens em rochas e deixava as marcas de sua

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existência registradas em vários suportes, dando-nos a perceber a importância da

representação imagética em nossas vidas.

Ainda, a relevância de trabalhar com imagens de obras de arte, de exercitar o

fazer artístico e a leitura imagética é algo fundamental nas aulas de arte-educação.

As crianças devem ter a oportunidade de ter contato, no ambiente escolar, com as

mais variadas formas de arte. Não somente por causa da sensibilização emocional

que a arte pode nos trazer, mas também pelo poder cognitivo das linguagens

artísticas enquanto “outras” formas de conhecer e explorar o mundo, como noz diz a

arte-educadora Ana Mae Barbosa:

Apreciação artística e história da arte não têm lugar na escola. As únicas

imagens na sala de aula são as imagens ruins dos livros didáticos, as

imagens das folhas de colorir, e no melhor dos casos, as imagens

produzidas pelas próprias crianças. Mesmo os livros didáticos são

raramente oferecidos às crianças porque elas não têm dinheiro para

comprar livros (BARBOSA, 1989, p. 172).

E o que mais instigaria as crianças em idade escolar do que poderem, elas

mesmas, interpretar uma imagem que fizesse sentido para elas e que tivesse

elementos que enriquecessem seu repertório cultural? É neste sentido que este

artigo busca levantar o trabalho com imagens de arte popular nas aulas de arte.

Assim, a pesquisa para este artigo nasceu de nossa vontade em

instrumentalizar educadores sobre como trabalhar com imagens das artes populares

em sala de aula, objetivando levantar a importância de se trabalhar com as mais

variadas formas de arte popular no ambiente escolar. Também, as teorias fundantes

deste artigo são: a arte visual enquanto forma de linguagem, a alfabetização visual

na escola e que as artes visuais populares são fortemente culturais.

A metodologia empregada foi um levantamento bibliográfico que funciona com

o respaldo de três imagens de artistas populares: Severino Borges, José Miguel da

Silva e Marcelo Soares. A técnica utilizada por eles é a xilogravura e os motivos das

obras estão relacionados às bandas de pífano. O próprio tema das obras nos faz

refletir sobremaneira acerca da música popular e suas performances pelos interiores

do Brasil, além de levantar reflexões sobre a riqueza artística de nosso povo.

Os autores que fundamentam este trabalho são Ana Mae Barbosa, Décio

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Pignatari, José Carlos Libâneo, Waldenyr Caldas, Els Lagrou, Paulo Freire e mais

alguns outros.

Os resultados finais nos deixam ver que a arte popular pode ser utilizada no

âmbito escolar, principalmente nas aulas de artes, como objetos de conhecimento

cognitivo e sensorial, inspirando-nos a formas criativas de pensar e sentir. Vemos,

ainda, que toda imagem deve ser bem contextualizada dentro da escola e deve ser

utilizada de maneira a proporcionar novas descobertas aos estudantes.

2 ARTE POPULAR EM ARTE-EDUCAÇÃO

Tentar compreender a importância da arte na educação requer compreender,

inicialmente, que as linguagens artísticas (visuais) se diferem da linguagem verbal.

Um exemplo: várias vezes, quando aplicando atividades de colagem a nossos

alunos, não importando o grau de escolarização do estudante, havia sempre uma

tendência a usar palavras nas colagens para “dar sentido” ao trabalho, como se as

imagens por si só não conseguissem dar o sentido completo ao trabalho. Essa

dependência do mundo verbal está em nós de maneira tão sutil e muitas vezes não

a percebemos.

Nesse sentido, este artigo caminha, metodologicamente, encarando as artes

visuais como uma forma de linguagem artística. Se há linguagem, um processo

de aprendizado desta linguagem, o que nos habilita a falar em alfabetização (visual,

neste caso específico). Tal alfabetização visual (que habilita a leitura de imagens)

ajuda-nos a ler o mundo que nos cerca. Assim, partimos de três imagens de artes

populares para mostrar (de forma resumida) como podemos trabalhar com artes

visuais na escola. E por que as artes populares? Porque elas estão mais próximas

do repertório dos alunos do que as artes eruditas, o que viabilizará o trabalho com

imagens. Ainda, acreditamos que as obras de arte agem nas pessoas, despertando

novos pensamentos, olhares, sensações, emoções, etc.

Assim sendo, pensar o uso das artes visuais nos processos educacionais

requer pensar tal como Décio Pignatari nos comenta sobre a lógica linear em relação

a uma lógica não linear na atualidade: “[…] o que está em causa e em crise é a

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primazia do sistema verbal e de sua lógica linear-discursiva, nos processos de

informação e comunicação” (PIGNATARI, 1997, p. 72).

Ou seja, trazendo este ponto para a atualidade, a criança, a partir do período

de alfabetização (que hoje já começa bem cedo) é apresentada ao mundo do

“sistema verbal linear” de escrever, ler e contar. Em oposição a este mundo linear

está o mundo não linear e caótico dos games, dos programas de televisão, da

internet, dos efeitos especiais da indústria cinematográfica, das artes digitais e

visuais, etc. Esses meios de experienciar o mundo, muito populares hoje em dia e

que oferecem um universo tridimensional e cheio de estímulos visuais e sonoros,

estão mais próximos do domínio das imagens do que do âmbito da leitura e da

escrita. Paulo Freire (s/d) expressa bem este nosso pensamento:

Enquanto ato de conhecimento, a alfabetização, que leva a sério o

problema da linguagem, deve ter como objeto também a ser desvelado as

relações dos seres humanos com seu mundo. A análise destas relações

começa a aclarar o movimento dialético que entre os produtos que os

seres humanos criam ao transformarem o mundo e o condicionamento que

estes produtos exercem sobre eles. Começa a aclarar, igualmente, o papel

da prática na constituição do conhecimento e, consequentemente, o rol da

reflexão critica sobre a prática. A unidade entre prática e teoria, ação e

reflexão, subjetividade e objetividade, vai sendo compreendida, em termos

corretos, na análise daquelas relações antes mencionadas. (FREIRE, s/d).

Parece-nos que a escola, primordialmente representada pelo mundo da

escrita e da leitura, esqueceu-se da importância que as linguagens artísticas têm na

formação integral dos educandos, relegando as aulas de artes a um “momento de

ócio”, não compreendendo as competências e habilidades que os estudantes podem

desenvolver através de tais aulas.

Também, de forma nenhuma desejamos dar mais importância à maneira

artística de pensar (criativa e inovadora) do que à forma de pensar linear verbal, pois

todas as linguagens são importantes na atualidade e devem inter-relacionar-se. As

crianças, e também os adultos, no Brasil, precisam ser alfabetizados em todos os

níveis e maneiras possíveis. Como nos comenta a arte-educadora Ana Mae

Barbosa, aprender todas as formas de leitura (a visual também) é algo

extremamente necessário em um país com um baixo nível educacional como o

nosso:

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Nosso problema fundamental é alfabetização: alfabetização letral,

alfabetização emocional, alfabetização política, alfabetização cívica,

alfabetização visual. Daí, a ênfase na leitura: leitura de palavras, gestos,

ações, imagens, necessidades, desejos, expectativas, enfim, leitura de nós

mesmos e do mundo em que vivemos. (BARBOSA, 1995, p. 63).

Ainda, o despreparo de vários educadores para ensinar através das artes e a

importância superior dada ao mundo verbal-linear em nossa sociedade faz com que

os estudantes de escolas em áreas com menos recursos tenham uma educação

artística de baixa qualidade e fraca em sentido estético-sensível-cognitivo, tirando da

escola sua função de ajudar a formar um ser humano instruído, criativo, inovador e

crítico, como também nos comenta a professora Ana Mae Barbosa:

Sonegação de informação das elites para as classes populares é uma

constante no Brasil, onde a maioria dos poderosos e até alguns educadores

acham que esta história de criatividade é para criança rica. Segundo eles,

os pobres precisam somente aprender a ler, escrever e contar. O que eles

não dizem, mas nós sabemos é que, assim, estes pobres serão mais

facilmente manipulados. (BARBOSA, 1995, p. 64).

Nesse sentido, a professora Márcia Teixeira Sebastiani (2009) nos deixa ver a

ineficiência da escola em ajudar a formar seres humanos completos e artisticamente

mais sensíveis. Isso se deve, na visão da professora, à supervalorização da

inteligência em detrimento de outros aspectos do ser humano. Esse processo de

divisão e supervalorização de algumas habilidades humanas começa na

educação infantil e se estende ao longo período de alfabetização. É durante o

período de alfabetização que começamos a escutar o famoso “Eu não sei

desenhar!”, como se as crianças desaprendessem a desenhar. Colocamos aqui uma

passagem da professora Sebastiani:

A sociedade ocidental costuma valorizar fortemente um só ângulo, deixando

outros de lado. Normalmente, predomina a valorização intelectual das

pessoas em detrimento de outras qualidades. Os colégios e cursinhos

disputam clientes ostentando os alunos classificados em primeiro lugar nos

diferentes vestibulares. Tornou-se óbvio que merece salários mais elevados

um engenheiro que um operário. E a razão aventada é porque o engenheiro

estudou mais. Nem sempre se pergunta se o professor tem reais qualidades

humanas, afetivas, de equilíbrio psíquico, de empatia, de acolhida dos

alunos. Quanto à própria inteligência, supervaloriza-se um dos aspectos. Os

critérios de promoção se fazem por meio de exames que exigem certo tipo

de inteligência lógica, de memória, de capacidade dedutiva. O lado estético,

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artístico, imaginativo é menos valorizado, a não ser para a carreira de Artes.

É essa a concepção unilateral da inteligência. O ser humano é reduzido a

uma de suas dimensões (SEBASTIANI, 2009, p. 205).

Ademais, é relevante entender que para ensinar artes é preciso compreender

as várias linguagens artísticas (a arte nos traz variadas formas de linguagens e estas

são bastante distintas da linguagem falada ou escrita). Fazer, apreciar e ler trabalhos

com valor artístico deve tornar-se uma prática reflexiva e enriquecedora de

conhecimentos. A arte, em seu caráter humanizador, faz-nos refletir sobre nós e o

mundo, enriquecendo nosso conhecimento e nossa vida sensível. Compreender que

as diferentes linguagens artísticas são, também, pessoais e relacionais é o ponto

principal para expandir os horizontes dos educadores e dos estudantes em relação

ao ensino-aprendizagem de artes.

As linguagens artísticas têm uma forma única de nos deixar perceber o

mundo. Uma instalação, uma fotografia ou uma performance, por exemplo, não

conseguem ser traduzidas em palavras, pois elas “dizem” algo de maneiras muito

específicas. Além disso, não podemos relacionar a eficácia de mensagem dada

através de uma linguagem ou de outra, pois nossa recepção da mensagem é

extremamente pessoal. Nossa recepção da mensagem artística é sempre nossa,

sempre única, pessoal, subjetiva, como nos diz o professor Edilson Santana (2007,

p. 107) citando Kant:

Kant argumentou que a estrutura sensível e a imaginação eram condições

que, por si só, tornavam possível a percepção estética. Compreendia que o

juízo estético não é guiado pela razão, mas pela imaginação, ou seja, belo é

o que causa prazer, o que, evidentemente, não é lógico nem racional, mas

algo subjetivo.

Nesse sentido, vale frisar que para ensinar arte é preciso entender que a

avaliação dos trabalhos de artes não se baseia em certo e errado ou em bonito ou

feio, mas em um processo de desenvolvimento do ver e do analisar arte. O professor

deveria esquecer que tem de atribuir uma nota ao aluno e focar no processo de

desenvolvimento pessoal de cada um. Deve haver uma tentativa de compreender o

“progresso” pessoal de cada pessoa envolvida em direção à formação de um ser

cognitivamente crítico, inovador e verdadeiramente sensível.

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O que queremos dizer aqui é que somente refletindo sobre uma obra de arte

é que o estudante falará sobre suas experiências a partir de sua imaginação e de

sua vida. Portanto, é somente através da fruição (do contato direto com uma obra de

arte) que se compreenderá o porquê de se rejeitar ou “gostar” do que vemos, de

querer estar próximo ou distante.

Ainda, podemos compreender que para ensinar arte é preciso “ter jogo de

cintura” e saber usar a criatividade, pois esta requer imaginação fértil e deixar-se

viajar por mundos nunca antes conhecidos. Fala-se muito em criatividade, mas o

que é criatividade efetivamente? Criatividade está ligada à capacidade de criar, de

inventar algo novo com o que se tem, de ter ideias originais, enfim, de “sair da

caixinha”, de sair do fechamento e do isolamento do saber burocrático. De acordo

com a arte-educadora Ana Mae Barbosa, os 2.500 professores entrevistados por ela

definiram criatividade como espontaneidade, conforme a passagem que segue:

Todos eles mencionaram o desenvolvimento da criatividade como o primeiro

objetivo de seu ensino. Para aqueles que enfatizaram as artes visuais, o

conceito de criatividade era espontaneidade, autolibertação e originalidade,

e eles praticavam o desenho no seu ensino; para aqueles que lecionavam

principalmente canto-coral, criatividade era definida como autolibertação e

organização. A identificação da criatividade como espontaneidade não é

surpreendente porque é uma compreensão de senso comum da

criatividade. Os professores de arte não têm tido a oportunidade de estudar

as teorias da criatividade ou disciplinas similares nas universidades porque

estas não são disciplinas determinadas pelo currículo mínimo. (BARBOSA,

1989, p. 171).

Neste caminho, conhecer as várias linguagens artísticas é essencial para

alcançar objetivos em artes. Os professores não necessitam serem artistas para

ensinar arte, mas têm de conhecer técnicas, por exemplo, de pintura a óleo, de

escultura em argila, de aguadas de guache, de colagem de imagens de revistas, de

impressão, entre outras tantas linguagens. que conhecer mais, que buscar

fazer e experimentar para poder ensinar. O educador José Carlos Libâneo acredita,

como nós, que o professor deve experimentar, conhecer e dominar saberes e

fazeres para poder ensiná-los:

O professor introduz os alunos no mundo da ciência, da linguagem, para

ajudar o aluno a desenvolver seu pensamento, suas habilidades, suas

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atitudes. Sem professor competente no domínio das matérias que ensina,

nos métodos, nos procedimentos de ensino, não é possível a existência de

aprendizagens duradouras. Se é preciso que o aluno domine solidamente

os conteúdos, o professor precisa ter, ele próprio, esse domínio. Se os

alunos precisam desenvolver o hábito do raciocínio científico, que tenham

autonomia de pensamento, o mesmo se requer do professor. Se queremos

alunos capazes de fazer uma leitura crítica da realidade, o mesmo se exige

do professor. Se quisermos lutar pela qualidade da oferta dos serviços

escolares e pela qualidade dos resultados do ensino, é preciso investir mais

na pesquisa sobre formação de professores (LIBÂNEO, 2001, p. 22).

Nesse sentido, o conhecimento do fazer artístico vem através da

experimentação de técnicas e materiais. Essas experimentações darão resultados

positivos ou negativos e nos farão repetir, ou não, certos trabalhos. A formação do

conhecimento artístico parte da experimentação física dos elementos e da

racionalização sobre seus resultados. Daí a formação de um gosto pessoal e crítico

ao gosto socialmente imposto.

Há, também, a necessidade de desenvolver habilidades e competências

ligadas à experimentação de várias linguagens artísticas e de como as recebemos,

conforme nos informa Selbach et al. (2010):

As competências e habilidades que se requer para ler e apreciar uma obra

artística, seja qual for a linguagem, não são as mesmas necessárias para se

fazer um cálculo, mas não importa se essa apreciação é de uma carta

geográfica ou um texto de Literatura, Ciências ou História (SELBACH et al.,

2010, p. 54).

Acreditamos ainda que para ensinar artes é preciso entender que os

professores devem ter uma boa bagagem cultural e artística (que deve crescer a

cada dia) para poderem ajudar as crianças em seus despertares criativos, cognitivos

e sensoriais. Esse repertório individual do professor deve ser rico e capaz de se

expandir a cada dia, através de novas experiências estéticas de fruição. Portanto, o

professor deve colocar-se em contato com as mais distintas linguagens artísticas

para poder experimentar as mais amplas possibilidades de conhecimento que as

artes podem nos fornecer.

Assim sendo, o professor deve buscar valorizar a criação de objetos

artísticos, a leitura estética destes objetos e de obras ou reproduções de obras

importantes da história da arte e a contextualização filosófico-político-social-cultural

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de tais obras de arte. Para dar um exemplo da aplicação desta metodologia,

utilizamo-nos aqui das Diretrizes Curriculares da Educação Básica - Artes” do

estado do Paraná, nas quais se pode ver que os dois pontos a focar na educação

em artes são o conhecimento estético e da produção artística:

o conhecimento estético está relacionado à apreensão do objeto artístico

como criação de cunho sensível e cognitivo. Historicamente originado na

Filosofia, o conhecimento estético constitui um processo de reflexão a

respeito do fenômeno artístico e da sensibilidade humana, em consonância

com os diferentes momentos históricos e formações sociais em que se

manifestam. Pode-se buscar contribuições nos campos da Sociologia e da

Psicologia para que o conhecimento estético seja melhor compreendido em

relação às representações artísticas;

o conhecimento da produção artística está relacionado aos processos do

fazer e da criação, toma em consideração o artista no processo da criação

das obras desde suas raízes históricas e sociais, as condições concretas

que subsidiam a produção, o saber científico e o nível técnico alcançado na

experiência com materiais; bem como o modo de disponibilizar a obra ao

público, incluindo as características desse público e as formas de contato

com ele, próprias da época da criação e divulgação das obras, nas diversas

áreas como artes visuais, dança, música e teatro. (PARANÁ, 2008, p. 53).

Ademais, o professor deve entender a história da arte para dialogar com as

produções artísticas importantes para a humanidade e essenciais para o

conhecimento das crianças. Assim sendo, é necessário que os professores

conheçam figuras de destaque na história da arte e seus trabalhos.

O uso da leitura das imagens e obras produzidas durante a história do ser

humano no mundo nos instrui sobremaneira. Utilizamos aqui uma passagem da arte-

educadora Ana Mae Barbosa sobre a importância, até política, de aprender a ler

imagens: “Num país onde os políticos ganham eleições através da televisão, a

alfabetização para a leitura da imagem é fundamental e a leitura da imagem artística,

humanizadora” (BARBOSA, 1995, p. 63).

Nesse caminho, o entendimento de como se cria arte visual durante todo o

período da história do ser humano e o aprendizado da leitura de obras de arte faz

com que dialoguemos mais facilmente com as distintas produções das humanidades

(filosofia, história, política, educação, psicanálise, etc.) e compreendamos as razões

do mundo ao nosso redor. A arte amplia nossos horizontes intelectuais e de ação a

partir do entendimento de que todo o conhecimento humano é fruto de

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experimentação e análise.

Além disso, é imprescindível que os professores conheçam as manifestações

artísticas populares de sua região. Assim, o entendimento do que é arte, do que ela

representa para a humanidade, pode partir das manifestações das artes populares,

tão mais próximas das crianças das classes atendidas nas escolas públicas

brasileiras. Conforme nos diz Simone Selbach et al. (2010, p. 38):

Uma das observações mais autênticas e verdadeiras sobre a gente

brasileira é a que se refere à sensibilidade artística e à alegria, destacando

o país entre muitos outros desse nosso mundo. Realmente, não há como

não se encantar com nossa brava gente que, apesar dos problemas e das

dificuldades, “segue em frente” fazendo do riso sua defesa e fazendo da

música seu jeito especial de ser. Ensinar Artes, portanto, representa a

vontade de dar estilo, estética, corpo e forma a essa maneira brasileira de

se expressar pela dança, pela música, pelo teatro e pela imensa diversidade

com que “fala” por meio de sua multicolorida arte visual.

Para este artigo vale dizer que a arte popular é uma arte fruto da cultura

popular e que tem como consumidores principais as pessoas das camadas

populares (o “povo”). Ou seja, de uma forma simples, a arte popular é uma arte feita

pelo povo e para o povo. Usamos aqui uma definição do sociólogo Waldenyr Caldas

sobre cultura popular, espaço em que é produzida, consumida e onde age a arte

popular:

Antes de mais nada, devemos registrar que ela [a cultura popular] se realiza

fora do universo acadêmico e das instituições científicas. É provável que

esta seja a maior diferença entre ela e a cultura erudita. Sua principal

característica talvez seja exatamente o fato de ser produzida

espontaneamente e em qualquer lugar. Nas ruas, no trabalho, no lazer, nos

bares, dentro de casa, no clube, no campo de futebol, na praça pública, na

igreja, enfim, não há lugar específico para surgir a cultura popular. Outra

característica importante é que nessa modalidade cultural, quase sempre a

produção anônima, isto é, de domínio público. E muitas vezes é uma

criação coletiva. na cultura erudita, dificilmente não aparece o nome do

autor na obra (CALDAS, 1986, p. 69).

Devemos mencionar, também, que as obras de arte popular, produzidas

através das mais variadas linguagens artísticas, incorporam o ethos da cultura

popular. As obras de arte popular agem sobre as pessoas que as compreendem,

como nos diz a pesquisadora Els Lagrou (2010, p.2): A obra de arte, portanto, não

serve somente para ser contemplada na pura beleza e harmonia das suas formas,

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ela age sobre as pessoas, produzindo reações cognitivas diversas”. várias

manifestações artísticas populares em nossa sociedade brasileira que detêm esta

força agenciadora e uma delas é a arte da xilogravura.

Assim, utilizamos aqui a xilogravura como exemplo de técnica artística que

detêm uma linguagem visual muito forte e bastante peculiar no Brasil. A xilogravura é

uma técnica de gravura na qual o artista se utiliza da madeira como suporte para

produzir relevos cuidadosamente desenhados através do entalhe. Essa madeira é,

então, entintada e impressa em papel, tecido, azulejo, ou outro material. No Brasil, a

forma mais corriqueira de se encontrar as xilogravuras populares é nos folhetos de

cordel nordestinos. Além disto, a escolha por imagens de gravuras populares para

este artigo se deu pela facilidade de serem encontradas e de serem reproduzidas,

daí, também, a viabilidade de serem utilizadas nas escolas.

Ainda, não é necessário que a xilogravura popular seja uma produção

anônima, pois o artista tem a possibilidade de gravar na madeira o seu nome e

informar a autoria do trabalho. Isto é o que acontece com as três imagens que

selecionamos para este artigo.

As três xilogravuras apresentadas aqui têm suportes diferentes: a “Banda de

pífano”, de J. Miguel (José Miguel da Silva, de Bezerros, em Pernambuco), é

executada sobre azulejo; a “Bandinha de pífano”, de Severino Borges (de Bezerros,

em Pernambuco), e a “Banda de pífano”, de Marcelo Soares (de Olinda, em

Pernambuco), são executadas sobre papel. Podemos notar uma diferença de brilho

nos suportes. Além disso, as três xilos foram selecionadas porque têm como tema

central as bandas de pífano, muito populares no interior do Brasil.

O pífano é um instrumento musical de sopro, uma pequena flauta transversal,

que pode ser confeccionado com vários materiais: taboca, taquara, bambu, osso ou,

até mesmo, tubo de PVC. Vale dizer que o som varia de acordo com o cumprimento

do tubo sonador. As bandas de pífano são conjuntos de música instrumental muito

populares no nordeste brasileiro. Notamos, nas imagens, a representação de

tambores (membranofones), pratos (ou címbalos; idiofones) e triângulos (idiofones)

enquanto instrumentos de percussão, e dos pífanos (aerofones), enquanto

instrumentos de sopro.

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Figura 1: Xilogravura intitulada “A banda de pífano”, de José Miguel da Silva. Suporte: azulejo.

Fonte: https://www.flickr.com/photos/gabinetedecuriosidades/4036572451

A representação das bandas de pífano nas imagens de xilogravuras

apresentadas neste trabalho refere-se às bandas nordestinas, retratando uma

atividade musical típica da cultura popular do nordeste brasileiro. Os componentes

das bandas de pífano são pessoas simples e os repertórios musicais são

vastamente conhecidos pelo povo, como nos informa Lúcia Gaspar (2009):

Os componentes das bandas são, na sua maioria, trabalhadores rurais que

se ocupam da agricultura de subsistência, trabalhando no "alugado", ou

cultivando sua pequena roça. Reúnem-se antes de cada apresentação e

repassam o repertório. Não têm formação musical e tudo o que tocam é de

ouvido. Entre as músicas mais executadas estão Asa Branca, Valsa, Mulher

Rendeira, A Briga do Cachorro com a Onça, Sabiá, Guriatã de Coqueiro, A

Ema Gemeu no Pé do Juremá, entre outras. várias bandas de pífanos

pelo Nordeste, mas uma das mais conhecidas é a de Caruaru, fundada

pelos irmãos Biano, Sebastião e Benedito, em 1924, que já tocou até para

Lampião em Tacaratu, quando o cangaceiro foi pagar uma promessa

(GASPAR, 2009, s/p).

Figura 2: Xilogravura intitulada “Bandinha de pífano”, de Severino Borges. Suporte: papel.

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Blumenau, v. 12, n.3, p.624-640, set./dez. 2017

DOI: http://dx.doi.org/10.7867/1809-0354.2017v12n3p624-640 636

Fonte: http://blogdotataritaritata.blogspot.com.br/2016/06/quadrilha-das-paixoes-mais-intensas.html

Figura 3: Xilogravura intitulada “Banda de pífanos”, de Marcelo Soares. Suporte: papel.

Fonte: https://tokdehistoria.com.br/2016/02/27/o-encontro-de-lampiao-e-a-banda-de-pifano-de-caruaru

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Notamos ainda que a imagem de Marcelo Soares é a única que apresenta

mulheres: uma tocando um instrumento membranofone; e outra tocando um

triângulo. Essa aceitação ou não de mulheres nas bandas de pífanos se em

determinadas regiões do nordeste e por determinados grupos musicais.

Para este trabalho vale-nos levantar a força comunicativa das imagens

apresentadas. Essas imagens representando bandas de pífano podem ser

utilizadas, em várias atividades, nas salas de aula. Elas podem ser fonte para as

aulas de artes, em que se fale de música, de gravura, da cultura local, etc. Elas

podem, também, ser fonte de investigação para as aulas de português, de história,

de ciências, entre outras disciplinas.

Ainda, a escola, enquanto espaço de síntese, deve promover um

entendimento expandido das várias formas de linguagens científico-artístico-

culturais. O educador José Carlos Libâneo nos deixa ver esta escola de síntese

como lugar de análises críticas da cultura em mosaico, conforme passagem abaixo:

Que significa essa ideia de escola como “espaço de síntese”? É considerá-

la como lugar onde os alunos aprendem a razão crítica para poderem

atribuir significado às mensagens e informações recebidas das mídias,

multimídias e formas de intervenção educativa urbana. Várias pesquisas

têm mostrado a fragmentação dos programas de TV, vídeos, da

propaganda, que propiciam uma cultura em mosaico. À escola cabe prover

as condições cognitivas e afetivas para o aluno poder reordenar e

reestruturar essa cultura. (LIBÂNEO, 2011, p. 65).

Além disso, várias outras formas de linguagens artísticas populares podem

ser utilizadas para que as crianças conheçam a genialidade dos artistas populares,

que não são a-históricos e que sabem produzir arte com inventividade e poucos

recursos. Utilizamos aqui uma passagem do guia do Museu do Folclore Edson

Carneiro, localizado no Rio de Janeiro:

O indivíduo criador que produz o que se denomina arte do povo não é a-

histórico. Muito pelo contrário, sem abandonar o legado tradicional recebido

do seu grupo cultural, ele participa e exprime contemporaneamente em seu

trabalho, da mesma forma que o artista erudito, as mudanças que ocorrem

em seu meio, enriquecendo com elas a sua auto-expressão. (MUSEU DO

FOLCLORE, 1993, p. 73).

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Neste sentido, as obras de artistas populares podem ter grande efeito sobre

os estudantes, que trazem em si uma mescla de repertórios (eruditos

reinterpretados, populares, contemporâneos reinterpretados, entre outros), o que

torna a obra acessível a todos os públicos e idades, passível de síntese, de

interpretações pessoais e possíveis reinterpretações.

Como nos dizem as Diretrizes Curriculares da Educação Básica - Artes” do

estado do Paraná, os sentidos devem ser a porta de entrada para uma visão

coerente e crítica do mundo que nos cerca:

A Arte é fonte de humanização e por meio dela o ser humano se torna

consciente da sua existência individual e social; percebe-se e se interroga, é

levado a interpretar o mundo e a si mesmo. A Arte ensina a desaprender os

princípios das obviedades atribuídas aos objetos e às coisas, é desafiadora,

expõe contradições, emoções e os sentidos de suas construções. Por isso,

o ensino da Arte deve interferir e expandir os sentidos, a visão de mundo,

aguçar o espírito crítico, para que o aluno possa situar-se como sujeito de

sua realidade histórica. (PARANÁ, 2008, p. 56).

Assim sendo, podemos verificar que as artes populares podem ser objetos de

estudo nas salas de aula, instigando pensamentos, aguçando curiosidades,

expandindo sentidos, entre outras atividades cognitivas e sensíveis.

3 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Pudemos verificar que não formação total e completa do ser humano no

ambiente escolar e familiar sem um conhecimento do que a arte representa para ele

e para a humanidade. Por isso todos nós, em nossa sociedade atual, temos um

filme, uma canção, um quadro ou um livro favorito. E, muitas vezes, essas obras de

arte não são lembradas como tal.

Os objetos artísticos aguçam nossa sensibilidade, despertam relações e se

incorporam ao nosso repertório pessoal, que nossos sentidos nos dão as

sensações de tudo que nos cerca e emociona. Portanto, ensinar arte não é uma

missão para artistas, mas para pessoas críticas, com um espírito curioso e com

ânsia de conhecimento. Ademais, não há homem completo sem que a vertente

artística deste homem seja explorada, vertente esta que lida com as sensações

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externas e as respostas internas (emocionais e cognitivas) a essas sensações.

Nesse sentido, compreendemos que os vários tipos de leituras (visual, verbal,

sonora, etc.) devem inter-relacionar-se e ter a mesma importância no ambiente

escolar. No entanto, defendemos que os educadores devam estar preparados para

poder trabalhar com diferentes linguagens. Defendemos que os educadores devam

ter formação continuada para compreender como avaliar, para entender conceitos

artísticos (como criatividade), para aprender a trabalhar com diferentes técnicas,

para poder criar com sensibilidade, entre outros pontos.

E é por esse caminho de aprendizagens que as obras de arte popular nos

ajudam a compreender não somente o âmbito sensível dos objetos artísticos, mas

também o mundo cultural no qual eles se inserem. Muitas vezes, ainda, o universo

cultural das obras de arte popular nos ajuda a compreender nossa própria identidade

cultural, ensinando-nos a perceber como agimos, pensamos e criamos em

sociedade.

A arte popular se coloca, portanto, no âmbito escolar, como uma verdadeira

impulsionadora de pensamentos críticos, de percepções, de conhecimentos e como

elemento de inspiração esteticamente criadora. Assim, não basta incluir obras de

arte popular no ensino de artes, mas que contextualizá-las, lê-las, utilizá-las de

forma inovadora e inventiva, proporcionando espaços para novos conhecimentos e

instigando uma curiosidade criadora.

Finalmente, acreditamos que as obras de arte popular devam fazer parte do

ensino escolar, pois elas são mais próximas aos estudantes do que obras eruditas,

além de nos ajudar a ler o universo artístico de tais trabalhos sempre tecendo

relações com nossa vida diária. Além disso, alfabetizar visualmente através das

artes visuais populares pode ser um exercício prazeroso e cheio de significações

cognitivas e sensíveis.

WALACE RODRIGUES

Doutor em Humanidades, mestre em Estudos Latino-Americanos e Ameríndios e

mestre em História da Arte Moderna e Contemporânea. Professor da Universidade

Federal do Tocantins (UFT).

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