A encenação do popular néstor garcía canclini

CANCLINI, N. G. Culturas Híbridas: estratégias para entrar e sair da modernidade. Trad. Heloísa P. Cintrão e Ana Regina Lessa. 2.ed. São Paulo: Edusp, 1998. 392p

O autor faz parte de uma corrente de estudos culturais latino-americano. O autor evidencia os papéis dos agentes sociais envolvidos na construção dos produtos culturais ditos cultos, populares ou advindos da cultura de massa; a mídia e as classes políticas, na abordagem do que é tradicional e do que é moderno, para então reforçar a ideia de que, na América Latina, há uma longa história de construção de uma cultura híbrida, em que a modernidade é sinônimo de pluralidade, mesclando relações entre hegemônicos e subalternos, tradicional e moderno, culto, popular e massivo.

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As “tradições” são ritualizadas para servir à legitimação daqueles que as construíram ou se apropriaram delas: uma teatralização do patrimônio cultural que tem a escola como palco fundamental por meio dos conteúdos conceituais do ensino, assim como as celebrações, festividades, exposições e visitas a lugares míticos. E a cultura tradicional busca “naturalizar” essa barreira entre incluídos e excluídos, usa a encenação cultural para proclamar que a organização social arbitrária é assim e a não poderia de outra forma. Na cultura popular nem tudo é tradicional, autêntico e autogerado. [A ENCENAÇÃO DO POPULAR] Alguns agentes na criação de uma “imagem” distorcida do que vem a ser a cultura popular. “Interessam mais os bens culturais – objetos, lendas, músicas – que os agentes que os geram e consomem. Essa fascinação pelos produtos, o descaso pelos processos e agentes sociais que os geram, pelos usos que os modificam, leva a valorizar nos objetos mais a sua repetição que sua transformação”.

Popular: o excluído, aqueles que não têm patrimônio ou não conseguem que ele seja reconhecido e conservado; os artesãos que não chegam a ser artistas, a individualizar-se, nem a participar do mercado de bens simbólicos “legítimos”; os espectadores dos meios massivos que ficam de fora das universidades


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