Sobre a importância dos exercícios físicos para manter uma boa saúde assinale o que for correto

Embora tenham conceitos distintos, ambos são importantes para nossa saúde

Manter o corpo em movimento é, sem dúvida, um dos principais pilares de uma vida saudável. A prática por si só é super benéfica, mas quando aliada a outros hábitos, como a alimentação adequada e saudável, tende a ser ainda melhor para a saúde. E os resultados disso podem ser percebidos em qualquer fase da vida! 

Quando se fala em uma vida fisicamente ativa logo alguns termos vêm em mente, começando por atividade física e exercício físico. Embora exista uma diferença conceitual entre os dois, uma coisa é unânime: ambos fazem bem. Já outra palavra muito disseminada nesse universo é o sedentarismo, mas para esse caso a dica é uma só: ligar o sinal vermelho!

Para ajudar a entender um pouco mais desses termos e embarcar de vez nessa jornada saudável, convidamos a Paula Sandreschi, da Coordenação-Geral de Promoção da Atividade Física e de Ações Intersetoriais do Ministério da Saúde, que explicou a real diferença entre cada um deles e quais pontos merecem a nossa atenção.

Nem um, nem outro

Para começar, ela conta que, apesar do termo sedentarismo ser muito falado, o correto é comportamento sedentário, que representa o tempo que passamos gastando pouca energia e que acontece geralmente quando passamos longas horas sentados ou deitados. Por conta da nossa rotina, principalmente de trabalho e estudo e especialmente em tempos de pandemia, essa é uma conduta muito comum entre as pessoas.

O problema é que até mesmo no período de lazer temos a tendência de optar por atividades de pouco gasto calórico. Estamos falando do período prolongado em frente às telas, sejam elas de celulares, computadores, tablets ou televisores. A situação é mais preocupante em relação às crianças, que estão abrindo mão das brincadeiras infantis, lúdicas e estimulantes para o seu desenvolvimento, para passar mais tempo no celular, por exemplo.

Segundo Paula, as evidências científicas mostram que longos períodos em comportamentos sedentários podem gerar um maior risco de mortalidade, surgimento de diabetes, doenças cardiovasculares e câncer, independentemente da quantidade de atividade física feita.

Ela alerta ainda que pessoas portadoras de doenças crônicas, sobrepeso e obesidade, precisam ter uma atenção ainda maior para a redução do comportamento sedentário, pois essas consequências podem ser agravadas para elas. Por esse motivo, para todo mundo que tende a passar longas horas parado, como durante o horário de trabalho, é super importante realizar algumas pausas, nem que seja para levantar e buscar água.  

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Atividade Física ou Exercício Físico?

Agora que já entendemos o que representa o comportamento sedentário e quais são os seus riscos, chegou a hora de falar sobre como passar longe dele, seja por meio da atividade física ou do exercício físico. Como você deve imaginar, ambos são semelhantes de alguma forma, mas escondem algumas diferenças como explica Paula Sandreschi a seguir:

Atividade Física:

É um comportamento que envolve os movimentos do corpo, que são feitos de maneira intencional. Desse modo, os movimentos involuntários, como respirar e fazer o coração bater, não contam.

Além disso, a atividade física também envolve uma relação com a sociedade e com o ambiente no qual a pessoa está inserida. Isso quer dizer que: a sua atividade pode estar presente no lazer, nas tarefas domésticas ou no deslocamento para a escola ou o trabalho. Por estar presente de uma forma mais ampla no cotidiano, ela pode ser indicada por qualquer profissional da saúde.

Exercício Físico:

Quando a atividade física é planejada e estruturada com o objetivo de melhorar ou manter os componentes físicos, como a estrutura muscular, a flexibilidade e o equilíbrio, estamos falando do exercício físico. Nesse caso, ele geralmente é orientado por um profissional de educação física. Ou seja, todo exercício físico é uma atividade física, mas nem toda atividade física é um exercício físico.

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Qual o melhor?

Segundo Paula, existem evidências científicas que apontam benefícios tanto de um quanto de outro. Em relação à atividade física, ela pode reduzir os riscos de mortalidade e de desenvolver doenças como o câncer, diabetes, diabetes gestacional, hipertensão, acidente vascular cerebral (derrame) e doenças do coração.

Já o exercício físico, além de trazer todos os benefícios que a atividade física também traz, é eficaz para manter o controle do peso, a redução dos sintomas depressivos e para melhorar a qualidade do sono e a preservação da cognição, além de também ajudar no tratamento e controle de diversas doenças crônicas.

Além de um benefício geral, Paula explica que a prática regular de ambas modalidades também proporciona vantagens específicas para cada faixa etária como, por exemplo, reduzir o índice de quedas de idosos e melhorar o desempenho escolar de crianças e jovens.

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Para cada fase da vida, uma orientação!

Levando em consideração as recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS), o Ministério da Saúde orienta que as pessoas devem praticar 150 minutos semanais de atividade física moderada ou pelo menos 75 minutos de atividade física de maior intensidade por semana.

Mas entrando um pouco mais na realidade de cada faixa etária e suas respectivas necessidades, Paula Sandreschi sugere algumas orientações para cada fase da vida. Olha só:

Crianças e jovens de 5 a 17 anos:

Pelo menos 60 minutos de atividade física por dia, incluindo as que fortalecem músculos e ossos, pelo menos 3x na semana.

Adultos:

Pelo menos 150 minutos de atividade física por semana, sendo que atividades que trabalham os músculos devem ser incluídas pelo menos 2x na semana.

Idosos:

As recomendações são as mesmas que a dos adultos, mas os idosos devem adicionar exercícios de equilíbrio para auxiliar na prevenção de quedas e na manutenção das capacidades para realização das atividades diárias.

Dica Extra:

As quantidades recomendadas acima representam os tempos mínimos recomendados pela OMS. Sendo assim, se for possível praticar a atividade física por mais tempo, os ganhos para a saúde podem ser ainda maiores.

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É bom saber!

Além dos benefícios físicos, você já deve ter ouvido falar das vantagens da atividade física para o emocional e para a imunidade, sendo esses dois benefícios espacialmente valiosos durante a pandemia.

Segundo Paula, manter uma vida fisicamente ativa e reduzir o comportamento sedentário ajuda a melhorar a imunidade e garantir o bem-estar psicológico, pois nos distrai dos pensamentos negativos e de preocupações e ainda ajuda a nos sentirmos mais capazes.

A especialista conclui: a atividade física é tão recomendada quanto o distanciamento social. Mas lembre-se: é importante manter os cuidados para prevenção do novo Coronavírus. Sempre lave as mãos e use máscaras, caso a prática de atividade física seja realizada fora de casa.

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Uma vida ativa oferece benefícios expressivos para a saúde, e não é só a do corpo!

Não é novidade que a atividade física é uma grande aliada da nossa saúde física e mental. E, sem dúvida alguma, esse é um fato que vale para qualquer faixa etária. Mas quando falamos do aspecto psicológico, no período da adolescência as emoções estão ainda mais à flor da pele.

Levando em consideração as vantagens psicossociais de uma vida ativa para a diminuição do estresse, dos sintomas da ansiedade, da depressão, da Tensão Pré-Menstrual (TPM), a melhora do humor, o aumento da autoestima e da sensação de bem-estar, os jovens têm ainda mais motivos para acreditar que manter o corpo em movimento contribui para a melhoria da saúde.

Para falar um pouco sobre a importância da atividade física e entender todos os benefícios dela para essa faixa etária, conversamos com o Professor Doutor Rodrigo Antunes Lima, que também é pesquisador na área de atividade física e saúde de crianças e adolescentes, e elegemos 5 fatos que você não pode deixar de saber! Olha só:

1 – Um impulso no desenvolvimento

O nosso corpo foi feito para ficar em movimento, e isso não foi definido pela natureza à toa! Segundo Rodrigo Antunes, é importante destacar que ser ativo fisicamente durante a adolescência melhora o desenvolvimento cognitivo e o desempenho escolar. Além disso, contribui para um melhor desenvolvimento ósseo, muscular e para o controle do peso corporal, diminuindo os riscos de desenvolver obesidade e outras doenças crônicas. 

2 – Plantando agora para colher depois

Durante as fases iniciais da nossa vida, estamos em um período de constante mudança rumo à idade adulta. E na adolescência não é diferente. Segundo o pesquisador, essa é uma fase de consolidação tanto pessoal quanto de hábitos. Ou seja, comportamentos adquiridos pelo adolescente têm grandes chances de serem mantidos na fase adulta. Por que não optar por aqueles que vão construir um futuro mais saudável?

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Veja também - 6 hábitos que provam: você pode fazer atividade física no dia a dia

3 – Descobrindo a identidade por meio da atividade física

As transformações não param e é justamente na adolescência que começamos a entender melhor quem somos. Diante dessas múltiplas sensações e dessa busca pelo entendimento da própria identidade, Rodrigo lembra que praticar atividade física pode ajudar bastante o adolescente a se conhecer e a lidar com todas as mudanças que ocorrem com o corpo nesse período. 

4 – Uma oportunidade excelente para fazer amigos

Parte dessa busca pela identidade passa pelo aspecto social. É muito comum, inclusive, que adolescentes adotem comportamentos específicos para serem aceitos em um círculo de amigos. Nesse contexto, a atividade física é uma oportunidade excelente para socializar de um jeito positivo e saudável.

Segundo Rodrigo, a socialização é um aspecto central para a saúde mental dos adolescentes, e a atividade física pode ser um fator importante nesse processo, além de ter um impacto positivo nas emoções. “A aula de educação física é um momento de conexão entre os adolescentes, e que perdura para além das aulas e do período escolar”, afirma o professor.

Por isso, Rodrigo explica que as modalidades coletivas, devido ao aspecto social, às conexões e às interações que estão intrinsecamente ligadas à cada modalidade, podem oferecer mais benefícios para a saúde mental. No entanto, as variações individuais também são benéficas. Além do mais, alguns adolescentes podem ter preferência por elas.

Por esse motivo, para dar certo, é importante que o jovem esteja engajado e pratique atividades físicas das quais goste e com as quais se identifique. Essa identificação faz com que a prática perdure por mais tempo.

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Leia também: Hábitos que podem ajudar a sua saúde mental em tempos de Coronavírus 

5 – O exemplo é a melhor maneira de ensinar

Uma das principais características da geração jovem atual é, sem dúvida, o tempo excessivo diante das telas. É comum, inclusive, achar pais e responsáveis com dificuldades para lidar com a situação. O fato é que passar longas horas no celular, no computador, em tablets e afins aumenta o comportamento sedentário, que é fonte de diversos problemas para a saúde física e mental.

Segundo Rodrigo, pessoas com maior tempo nesse estado praticam menos atividade física, podem desenvolver transtornos alimentares e problemas relacionados ao sono, sendo esses fatores que também têm impacto na saúde mental. Mas para lidar com o problema, ele lembra que antes é preciso interromper um ciclo que atinge toda a família. Afinal, hoje em dia boa parte dos familiares ou das pessoas que convivem nas mesmas residências está presa às telas, até mesmo na hora das refeições.

Sendo assim, de acordo com o especialista, é importante que os pais ou os responsáveis reconheçam que a melhor forma de afastar os adolescentes dos aparelhos eletrônicos é por meio do diálogo, e principalmente do exemplo. “Mudança de hábito é algo complexo e difícil, então não é viável bloquear completamente a tela desse adolescente, mas diminuir aos poucos e conversar sobre esse uso. Fazer uma reconexão familiar de sentar junto, conversar sobre o dia, conversar entre família”, orienta.

Seguindo esse fluxo, a atividade física em conjunto também pode ser realizada em algum momento. O suporte social, seja de familiares ou de colegas e amigos, é de grande importância para diminuir o comportamento sedentário e melhorar a saúde mental. “Uma das estratégias mais promissoras para diminuir o tempo de tela nessa faixa etária é interagindo com o adolescente e preenchendo esse tempo com outras coisas”, finaliza Rodrigo.