Quando, em uma espécie, um gene inibe a ação de um outro que não é o seu alelo, denominamos de:

Lana Magalhães

Professora de Biologia

A epistasia ocorre quando um gene inibe a ação de outro, que pode estar ou não no mesmo cromossomo. Portanto, ocorre quando um gene mascara a ação de outro.

É um caso de interação gênica, quando dois ou mais genes, localizados ou não no mesmo cromossomo, interagem e controlam uma característica.

O termo epistasia deriva das palavras gregas epi (sobre) e stasia (inibição), ou seja, inibição sobre algo.

Para que isso ocorra, existem dois tipos de genes:

  • Gene epistático: Aquele que exerce a ação inibitória.
  • Gene hipostático: Aquele que sofre a inibição.

Na natureza existem vários exemplos de epistasia tanto em animais como vegetais.

Epistasia dominante

A epistasia dominante ocorre quando o gene epistático ocorre em forma simples. Desse modo, apenas um alelo é capaz de causar a inibição.

Um exemplo ocorre na determinação da coloração da pelagem de galinhas. Enquanto o alelo C condiciona pelagem colorida, o alelo c condiciona a pelagem branca. Por sua vez, o alelo I impede a pigmentação, sendo o gene epistático e comporta-se como dominante.

Assim, para apresentar a pelagem colorida, as galinhas não podem apresentar o alelo I.

Quando, em uma espécie, um gene inibe a ação de um outro que não é o seu alelo, denominamos de:
A coloração das galinhas é um caso de epistasia dominante

Epistasia recessiva

O alelo que atua na epistasia só se manifesta em forma dupla. Um exemplo é a determinação da coloração da pelagem de camundongos.

O alelo P condiciona pelagem aguti. O alelo A permite a expressão de P e p. Enquanto, o alelo a é epistático e sua presença em dose dupla determina a ausência de pigmentos, caráter albino.

Assim, vemos que somente em dose dupla do alelo a é possível inibir a ação dos outros alelos.

Outro exemplo é a coloração dos cães labradores, os quais podem apresentar três tipos: preta, marrom ou dourada. Essas condições são determinadas pelos genes “A” e “B”, da seguinte forma: o alelo A condiciona cor preta, o alelo B condiciona a cor marrom e os alelos bb condicionam a cor dourada.

Os alelos bb são epistáticos e condicionam a coloração dourada mesmo na presença dos alelos A ou a.

Quando, em uma espécie, um gene inibe a ação de um outro que não é o seu alelo, denominamos de:
Epistasia recessiva em cães labradores

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Hoje em dia é bem clara a ideia de que as características de cada ser vivo são determinadas pelos genes, uma sequência de nucleotídeos localizada no DNA. São eles que controlarão as atividades celulares e, consequentemente, determinarão as características de cada indivíduo.

Denominamos de genótipo o conjunto de todos os genes de um indivíduo, ou seja, sua composição genética. A maneira como esses genes se expressam, ou seja, as características que observamos em cada ser vivo, é chamada de fenótipo. É muito importante ressaltar que apesar de indivíduos apresentarem o mesmo genótipo, pode ocorrer de os fenótipos serem diferentes. Isso se deve ao fato de que o ambiente afeta essas características. O principal exemplo é a coloração da pele, que pode variar de acordo com a exposição ao sol, isso significa que o fenótipo variou, e não o genótipo.

Os genes estão localizados em cromossomos, sendo a sua posição chamada de lócus gênico. Na espécie humana, os cromossomos são encontrados em pares, um herdado da mãe e outro do pai, possuindo mesmo tamanho e forma. Esses cromossomos são chamados de homólogos.

Em cromossomos homólogos, os genes para determinada característica ocupam o mesmo lócus, ou seja, eles possuem os genes distribuídos da mesma maneira. Esses genes, entretanto, podem se apresentar de maneiras distintas, que são chamadas de alelos. Porém, mesmo contendo informações diferentes, eles estão relacionados com determinada característica e são o mesmo gene.

Os alelos podem ser dominantes ou recessivos. Denominamos de alelo dominante aquele que sozinho consegue expressar uma determinada característica. Já o alelo recessivo só consegue se expressar aos pares.

Representamos didaticamente os genes através de letras, sendo a letra maiúscula utilizada para a representação de alelos dominantes e as minúsculas utilizadas para os alelos recessivos. Por convenção, usamos sempre a letra da característica recessiva e a letra maiúscula antes da minúscula. Quando um indivíduo possui os dois alelos iguais, dizemos que ele é homozigoto (ex.: BB e bb); já quando ele apresenta alelos diferentes (ex.: Bb), dizemos que ele é heterozigoto.

Para ilustrar melhor o que é recessividade e dominância, vamos tomar como exemplo o albinismo, uma condição que impossibilita a produção de melanina. Representaremos o alelo dominante por A e o recessivo por a. Essa característica é determinada por um par de alelos recessivos, ou seja, uma pessoa só é considerada albina se ela possuir um alelo recessivo herdado da mãe e outro do pai. Chamamos o albinismo de herança recessiva.

Como o albinismo só ocorre quando o indivíduo é aa, uma pessoa AA ou Aa possui fenótipo normal. Isso demonstra que a presença de apenas um alelo dominante já é responsável pela produção de melanina. Vale destacar que uma pessoa AA não possui a pele mais escura que uma pessoa Aa, podemos concluir apenas que elas são capazes de produzir pigmentação.

Entre as heranças dominantes, podemos citar a capacidade de enrolar a língua e a polidactilia (presença de mais de cinco dedos nas mãos ou pés).

Quando, em uma espécie, um gene inibe a ação de um outro que não é o seu alelo, denominamos de:

se segregam independentemente. O gene C determina a formação de pelagem preta, enquanto o seu alelo c condiciona ausência de pigmentação, isto é, o albinismo (pelagem branca homogênea). O gene A, por sua vez, determina a formação de pelagem amarela, enquanto o seu alelo, o gene a, não condiciona a formação de pigmentos. O par cc é epistático em relação ao gene A. Assim, não existem ratos amarelos (ccA_). Todos os ratos que tiverem no genótipo o par cc serão albinos. Ratos de genótipos C_aa terão pelagem preta; ratos de genótipos C_A_ produzem pigmentos pretos e amarelos, tendo, por isso, uma coloração pardo-acinzentada (ratos agutis). Assim, o cruzamento de dois ratos duplo-heterozigotos fornece o resultado mostrado no quadro a seguir: Aguti x Aguti (CcAa) (CcAa) Gametas CA Ca cA ca CA Aguti CCAA Aguti CCAa Aguti CcAA Aguti CcAa Ca Aguti CCAa Preto CCaa Aguti CcAa Preto Ccaa cA Aguti CcAA Aguti CcAa Albino ccAA Albino ccAa ca Aguti CcAa Preto Ccaa Albino ccAa Albino ccaa A proporção fenotípica é de 9 agut:3 pretos:4 albinos. EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO 01. (Cesgranrio) Certas raças de galinhas apresentam, quanto à forma de crista, quatro fenótipos diferentes: crista tipo “ervilha”, tipo “rosa”, tipo “noz” e tipo “simples”. Esses tipos são determinados por dois pares de alelos com dominância: E para o tipo “ervilha” e R para o tipo “rosa”. A presença no mesmo indivíduo de um alelo dominante de cada par produz o tipo “noz”. A forma duplo-recessiva origina a crista “simples”. Uma ave de crista “noz” foi cruzada com uma de crista “rosa”, originando em F1: 3/8 dos descendentes com crista “noz”, 3/8 com crista “rosa”, 1/8 com crista “ervilha” e 1/8 com crista “simples”. Quais os genótipos paternos, com relação ao tipo de crista? A) RrEE x Rree B) RrEe x Rree C) RREe x Rree D) Rree x Rree E) RREE x RRee 02. (UFMG) No homem, a surdez congênita é devido à homozigose de pelo menos um dos dois genes recessivos d ou e. São necessários os dois genes dominantes D e E para a audição normal. Fernando, que é surdo, casou-se com Lúcia, que também é surda. Tiveram 6 filhos, todos de audição normal. Portanto, você pode concluir que o genótipo dos filhos é A) Ddee. D) DDEE. B) ddEE. E) DDEe. C) DdEe. 03. (FCMSC-SP) Cavalos sem genes dominantes percorrem 1 000 metros em 80 segundos. Cada gene dominante no genótipo reduz 5 segundos do tempo para o cavalo percorrer 1 000 metros. Na genealogia a seguir, Trovão, Faísca e Prata são igualmente velozes, mas apresentam genótipos diferentes, enquanto Darkita e Alvo apresentam o mesmo genótipo. Rebolo aaBB Silver aaBB Pérola AAbb Nata AAbb Alvo Trovão Darkita Faísca Primitiva Pingo Encantada Prata Genética: interação gênica 95Editora Bernoulli B IO LO G IA Qual dos seguintes cruzamentos poderá apresentar, na descendência, o cavalo mais veloz? A) Trovão x Darkita B) Prata x Silver C) Alvo x Nata D) Prata x Alvo E) Faísca x Darkita 04. (UFU-MG) Na interação gênica complementar, a manifestação de um fenótipo vai depender da presença de dois ou mais pares de genes que se complementam. Um exemplo desse tipo de interação ocorre com a flor ervilha-de-cheiro (Lathyrus), que pode ser colorida ou branca. Para haver cor, é preciso que estejam presentes dois genes dominantes P e C. Na ausência de pelo menos um desses genes dominantes, a flor será branca. No cruzamento entre duas plantas de flores coloridas e duplo-heterozigotas (PpCc), a proporção de plantas com flores coloridas para plantas com flores brancas será de A) 9:7. B) 1:15. C) 1:3. D) 12:4. 05. (CESCEM–SP) Em cebola, a cor do bulbo é resultado da ação de dois pares de genes que interagem. O gene C, dominante, determina bulbo colorido, e seu recessivo c determina bulbo incolor (branco). O gene B, dominante, determina bulbo vermelho, e seu recessivo b, bulbo amarelo. Cruzando-se indivíduos heterozigotos para os dois genes, obteremos descendentes na seguinte proporção: A) 12 vermelhos:3 brancos:4 amarelos B) 12 brancos:3 vermelhos:4 amarelos C) 9 brancos:3 amarelos:4 vermelhos D) 9 vermelhos:3 brancos:4 amarelos E) 9 vermelhos:3 amarelos:4 brancos EXERCÍCIOS PROPOSTOS 01. (Unifor-CE) Na moranga, a cor dos frutos deve-se às seguintes combinações de genes: B_aa = amarelo bbaa = verde bbA_ = branco B_A_ = branco Essas informações permitem concluir que o gene A) A é epistático sobre seu alelo. B) B é epistático sobre A e sobre a. C) a é hipostático em relação a A. D) b é hipostático em relação a B. E) A é epistático sobre B e sobre b. 02. (Unip-SP) O cruzamento AaBbCc x AaBbCc produziu uma geração cuja proporção fenotípica aparece no gráfico a seguir: 1 6 15 20 Tal distribuição fenotípica ilustra um caso de A) polialelia. B) codominância. C) herança quantitativa. D) epistasia. E) pleiotropia. 03. (UFU-MG) A cor da pelagem em cavalos depende, entre outros fatores, da ação de dois pares de genes Bb e Ww. O gene B determina pelos pretos, e o seu alelo b determina pelos marrons. O gene dominante W inibe a manifestação da cor, fazendo com que o pelo fique branco, enquanto o alelo recessivo w permite a manifestação da cor. Cruzando-se indivíduos heterozigotos para os dois pares de genes, obtém-se A) 3 brancos:1 preto. B) 9 brancos:3 pretos:3 mesclados de marrom e preto: 1 branco. C) 1 preto:2 brancos:1 marrom. D) 12 brancos:3 pretos:1 marrom. E) 3 pretos:1 branco. 96 Coleção Estudo Frente D Módulo 05 04. (PUC-SP) A variação da cor da pele humana pode ser explicada através da interação de dois pares de genes aditivos. Os indivíduos homozigotos, para os genes A e B, seriam pretos e, para os genes a e b, seriam brancos. Do casamento de indivíduos com esses dois genótipos, resultariam mulatos de cor intermediária entre as dos pais. O genótipo dos mulatos mencionados anteriormente seria A) AABB. B) aabb. C) AaBb. D) AAbb. E) Aabb. 05. (UFMG) A cor da pele humana é condicionada por dois pares de genes com ausência de dominância, sendo que o genótipo do indivíduo negro é SSTT, e do indivíduos brancos, sstt. Os vários tons para mulato (escuro, médio e claro) dependem das combinações de genes para negro e branco. A habilidade para a mão direita (destro) é condicionada por um gene dominante E, e a habilidade para a mão esquerda (canhoto), pelo gene recessivo e. Do casamento de um mulato médio e destro (heterozigoto) com uma mulher mulata clara e canhota, qual a probabilidade de o casal ter duas meninas brancas e canhotas, sendo que já possuem um filho branco e destro? A) 1/16 B) 1/6 C) 1/32 D) 1/576 E) 1/1 024 06. (Cesesp-PE) Quando, em uma espécie, um gene inibe a ação de um outro que não é o seu alelo, denominamos de A) ausência de dominância. B) codominância. C) dominância incompleta. D) herança quantitativa. E) epistasia. 07. (PUC-SP) Em galinhas, os genótipos R_ee, rrE_, R_E_ e rree determinam, respectivamente, os seguintes tipos de cristas: rosa, ervilha, noz e simples. Em 80 descendentes provenientes do cruzamento Rree x rrEe, o resultado esperado é o seguinte: A) 20 noz, 20 rosa, 20 ervilha, 20 simples B) 30 noz, 30 rosa, 10 ervilha, 10 simples C) 45 noz, 15 rosa, 15 ervilha, 5 simples D) 45 noz, 30 rosa, 5 ervilha E) 60 noz, 20 simples 08. (FCMSC-SP) Suponhamos que o genótipo aabb condicione uma altura de 150 cm nos cafeeiros e que qualquer alelo de “letra maiúscula” some 5 cm à altura inicial. De acordo com esses dados, excluindo-se as possibilidades de mutação, imaginemos um lavrador que possua duas plantas: uma com 165 cm e outra com 155 cm. Cruzando uma planta com a outra, qual das conclusões a seguir é VERDADEIRA? A) O lavrador poderá obter cafeeiros com 175 cm de altura. B) O lavrador não poderá obter cafeeiros com 170 cm de altura. C) O lavrador obterá uma descendência de cafeeiros,

Quando, em uma espécie, um gene inibe a ação de um outro que não é o seu alelo, denominamos de:
Quando, em uma espécie, um gene inibe a ação de um outro que não é o seu alelo, denominamos de:
Quando, em uma espécie, um gene inibe a ação de um outro que não é o seu alelo, denominamos de: