Por que o nucleo da terra e chamado de nife

04 maio 2015
P�rcio de Moraes Branco


Sabe-se que a Terra, uma esfera ligeiramente achatada, n�o � homog�nea. O furo de sondagem mais profundo que j� se fez na crosta terrestre atingiu 12 km de profundidade, um valor insignificante para um planeta que tem mais de 6.000 km de raio. Mas, dispomos de informa��es obtidas por medi��es indiretas, atrav�s do estudo de ondas s�smicas, medidas na superf�cie. Elas mostram que nosso planeta � formado por tr�s camadas de composi��o e propriedades diferentes, a crosta, o manto e o n�cleo. Essas camadas, por sua vez, possuem algumas varia��es e s�o, por isso, subdivididas em outras, como mostra a figura 1.
Por que o nucleo da terra e chamado de nife

A crosta terrestre

A crosta � por��o externa da Terra, a mais delgada de suas camadas e a que conhecemos melhor. Ela � t�o fina em rela��o ao restante do planeta que pode ser comparada � casca de uma ma�� em rela��o � ma�� inteira.


Embora seja composta de material rochoso, portanto s�lido e aparentemente de grande resist�ncia, �, na verdade, muito fr�gil.


Sua espessura � vari�vel, sendo maior onde h� grandes montanhas e menor nas fossas oce�nicas. Sob os oceanos, a crosta costuma ter cerca de 7 km de espessura; sob os continentes, ela chega a 40 km em m�dia. As espessuras extremas est�o em 5 e 70 quil�metros.


Est� dividida em crosta continental e crosta oce�nica, com composi��es diversas e espessuras diferentes.


A crosta continental � formada essencialmente de silicatos aluminosos (por isso era antigamente chamada de sial) e tem uma composi��o global semelhante � do granito. Mede 25 a 50 km de espessura e as ondas s�smicas prim�rias nela propagam-se a 5,5 km/s.

A crosta oce�nica � composta essencialmente de basalto, formada por silicatos magnesianos (por isso antigamente chamada de sima). Tem 5 a 10 km de espessura e � mais densa que a crosta continental por conter mais ferro. As ondas s�smicas t�m nela velocidade de 7 km/s.


Quase metade (47%) deste envolt�rio da Terra � composta de oxig�nio. A crosta � formada basicamente de �xidos de sil�cio, alum�nio, ferro, c�lcio, magn�sio, pot�ssio e s�dio. A s�lica (�xido de sil�cio) � o principal componente, e o quartzo, o mineral mais comum nela.


A crosta est� dividida em muitos fragmentos, as placas tect�nicas (Fig. 2). H� 250 milh�es de anos, todos os contentes estavam unidos, formando uma s� massa continental, a Pangea. Essa massa come�ou a se fragmentar e ao longo de algumas centenas de milh�es de anos deu origem aos continentes e oceanos atuais. As placas flutuam sobre o manto, mais precisamente sobre a astenosfera, uma camada pl�stica situada abaixo da crosta. Movimentam-se continuamente, alguns cent�metros por ano. Em algumas regi�es do globo, duas placas se afastam uma de outra e em outros, elas se chocam.

Por que o nucleo da terra e chamado de nife

Logo abaixo da crosta, est� o manto, que � a camada mais espessa da Terra. Ele possui uma espessura de 2.950 quil�metros e formou-se h� 3,8 bilh�es de anos.


Na passagem da crosta para o manto, a velocidade das ondas s�smicas prim�rias sofre brusca eleva��o. Essa caracter�stica � usada para marcar o limite entre uma camada e a outra, e a zona onde ocorre a mudan�a � chamada de Descontinuidade de Mohorovicic (ou simplesmente Moho), em homenagem ao cientista que a descobriu, em 1910.


O manto divide-se em manto superior e manto inferior. O superior tem, logo abaixo da crosta, uma temperatura relativamente baixa (100 �C) e uma consist�ncia similar � da camada acima, com velocidade de ondas s�smicas de 8,0 km/s. No manto inferior, por�m, esta velocidade aumenta para 13,5 km/s, com temperatura bem mais alta, chegando a 2.200 �C (3.500 �C segundo outros autores) perto do n�cleo.


Essa diferen�a na velocidade s�smica traduz uma mudan�a na composi��o qu�mica das rochas. De fato, os minerais que comp�em o manto s�o muito ricos em ferro e magn�sio, destacando-se os pirox�nios e as olivinas. As rochas dessa por��o da Terra s�o principalmente peridotitos, dunitos e eclogitos, pobres em sil�cio e alum�nio quando comparadas com as rochas da crosta.


Abaixo de 100 km de profundidade, o manto mostra sens�vel redu��o na velocidade das ondas s�smicas. Como n�o h� grande varia��o na composi��o qu�mica das rochas, essa redu��o da velocidade significa que abaixo de 100 km as rochas est�o parcialmente fundidas, o que diminui bastante sua rigidez.


A crosta, juntamente com a por��o r�gida do manto, � chamada de litosfera (esfera rochosa). J� a parte do manto de baixa velocidade e bem mais quente (at� 870� C) � chamada de astenosfera (esfera sem for�a). � ela quem permite �s placas tect�nicas se movimentarem. Essas placas s�o, portanto, peda�os de litosfera, n�o de crosta apenas.


Ao contr�rio do contato crosta/manto, que � bem definido, o contato litosfera/astenosfera e gradual e n�o tem limites muito exatos.


A astenosfera � a respons�vel pelo equil�brio isost�tico, que leva os blocos da crosta que recebem mais material na superf�cie a afundarem e os que, ao contr�rio, s�o erodidos a subirem. Sua densidade varia de 3, 2 (perto da litosfera) a 3,7 (a 400 km de profundidade).


H�, no manto terrestre, alguns pontos mais quentes que o restante, chamados de hot spots (pontos quentes). Nesses locais, o material do manto tende sempre a subir e atravessar a crosta. Quando ele consegue isso, forma-se na superf�cie da Terra um vulc�o. Como a crosta � formada de placas em movimento, esse vulc�o, com o tempo, sai de cima do ponto quente e, ao ocorrer nova erup��o, forma-se outro vulc�o. Isso pode repetir-se v�rias vezes, e o resultado � uma fileira de vulc�es, dos quais s� o �ltimo (e mais jovem) est� em atividade. Isso se verifica de modo muito claro no Hava�, onde a placa tect�nica do Pac�fico se desloca para Noroeste. H� um alinhamento de vulc�es de dire��o NW-SE, dos quais apenas os do extremo Sudeste, como o Kilauea, est�o em atividade. E um novo vulc�o est� em forma��o no fundo do mar, sem ter ainda atingido sua superf�cie.

O N�cleo

Esta � a mais profunda e menos conhecida das camadas que comp�em o globo terrestre. Assim como o manto e a crosta est�o separados pela Descontinuidade de Mohorovicic, o manto e o n�cleo est�o separados por outra, a Descontinuidade de Gutenberg, que fica a 2.700-2.890 km de profundidade.


Acredita-se que o n�cleo terrestre seja formado de duas por��es, uma externa, de consist�ncia l�quida e outra interna, s�lida e muito densa, composta principalmente de ferro (80%) e n�quel (por isso, era antigamente chamada de nife).


O n�cleo externo tem 2.200 quil�metros de espessura e velocidade s�smica um pouco menor que o n�cleo interno. Deve estar no estado l�quido, porque nele n�o se propagam as ondas S, e as ondas P t�m velocidade bem menor que no manto s�lido.


O n�cleo interno deve ter a mesma composi��o que o externo, mas, devido � alt�ssima press�o, deve ser s�lido, embora com uma temperatura de at� 5.000 �C (um pouco inferior � temperatura da superf�cie do Sol). Tem 1.250 km de espessura.


O n�cleo da Terra gira, como todo o planeta, e os cientistas acreditam que isso gere uma corrente el�trica. Como uma corrente el�trica gera sempre um campo magn�tico, estaria a� a explica��o para o magnetismo terrestre, que faz nosso planeta comportar-se como um gigantesco �m�. Estudos recentes mostram que o n�cleo interno gira um pouco mais depressa que o resto do planeta.

Fontes

ASSUMP��O, Marcelo & DIAS NETO, Coriolano M. Sismicidade e estrutura interna da Terra. In: TEIXEIRA, Wilson et al. org. Decifrando a Terra. S�o Paulo: Oficina de Textos, 2000. 568p. il. p. 47-50.BAUMAN, Ammy. N�cleo e crosta terrestres. Trad. Carolina Ca�res Coelho. Barueri (SP): Girassol, 2008. 29 p. il. (Planeta Terra)DICION�RIO Livre de Geoci�ncias. www.dicionario.pro.br. Acessado em 29.07.2009WIKIP�DIA em portugu�s. Acessada em 29.07.2009.

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Perguntado por: Raúl Simão Brito  |  Última atualização: 11. April 2022
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O núcleo da Terra engloba um núcleo interno sólido e um externo líquido, ambos compostos majoritariamente por ferro. Fora dele existe o manto, e então a crosta, onde vivemos. Os cientistas acreditam que ele seja responsável pelo campo magnético da terra e pelas placas tectônicas.

Qual a importância do núcleo para a manutenção da vida na Terra?

Somam-se a isso os efeitos do magnetismo da Terra. É a partir da movimentação e composição do núcleo interno que os polos magnéticos do nosso planeta existem, atuando na proteção de nossa atmosfera da radiação solar, contribuindo, portanto, para a manutenção da vida.

Como é constituído o núcleo da Terra?

O núcleo corresponde a quase um terço de toda a massa terrestre. É composto, principalmente, pelos metais ferro e níquel. Por isso, o núcleo também pode ser chamado de nife, devido a presença destes dois elementos químicos. Essa camada é dividida em núcleo interno e externo.

Quais são os principais componentes do núcleo?

Os principais componentes do núcleo celular são o envoltório nuclear, a cromatina, o nucléolo, a matriz celular e o nucleoplasma. A divisão celular ocorre por um processo chamado mitose, no qual uma célula mãe se divide continuamente, formando duas células-irmãs idênticas a ela.

O que são os núcleos?

O núcleo é uma estrutura importante encontrada nas células eucarióticas e ausente nas células procarióticas. Desempenha diferentes funções, sendo uma delas o controle das atividades celulares.

Por Que o Núcleo da Terra É Mais Quente Que o Sol

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O núcleo é a camada mais interna do planeta Terra. Ele é basicamente formado por ferro e níquel, sendo dividido em núcleo externo e interno. A parte externa do núcleo possui temperaturas próximas a 3.000 ºC e possui uma composição líquida, em razão das altas temperaturas registradas no interior da Terra.

Determinar a temperatura do núcleo terrestre é crucial para uma série de disciplinas que estudam regiões do interior do planeta que nunca serão acessadas diretamente - guiando nossos entendimento sobre questões como terremotos ou o campo magnético da Terra.

Além disso, o núcleo da Terra mantém-se quente graças a duas fontes de “combustível” distintas. Por um lado, a energia deixada pela formação do planeta. Por outro lado, a energia nuclear que existe devido à decomposição radioativa natural.

A camada mais interna do Sol, o núcleo, é a região mais quente. Possui cerca de 15 milhões de graus Kelvin (unidade de medida para temperaturas termodinâmicas cujo símbolo é K). É essa temperatura que torna possível a produção de energia a partir de reações termonucleares que transformam Hidrogênio em Hélio.

Núcleo do Sol é mais quente e gira 4x mais que superfície.

Vale da Morte, Califórnia: este deserto californiano já atingiu temperaturas de 134° Fahrenheit, o que equivale a 56,7° Celsius. No dia 14 de setembro, a Organização Mundial de Meteorologia reconheceu oficialmente o local como o mais quente do mundo ao registrar 57,8 °C.

Acabariam os movimentos tectônicos, pois o centro da Terra se solidificaria e as massas continentais não teriam por onde deslizar, e com eles terremotos e furacões terminariam. Em compensação, todas as bússolas também parariam, pois ficaríamos sem campo magnético (veja abaixo).

Eles sugerem agora uma temperatura de cerca de 6.000ºC, com uma margem de erro de 500ºC para mais ou para menos - aproximadamente a mesma temperatura estimada para a superfície do Sol.

Medições realizadas em 2013 por cientistas do Laboratório Europeu de Radiação Síncroton (ESRF, na sigla em inglês) indicam que o centro da Terra tem uma temperatura de cerca de 6.000 ºC, semelhante à da superfície do Sol.

O manto terrestre é reconhecidamente a maior camada da Terra, com maior volume, massa e extensão, sendo composto por rochas em estado pastoso ou fluido. O manto terrestre representa a camada intermediária da Terra, posicionando-se acima do núcleo interno e abaixo da crosta terrestre.

A Lua não possui atmosfera, então as temperaturas variam de -184 graus Celsius durante à noite a 214 graus Celsius durante o dia, com exceção dos pólos onde a temperatura é constantemente -96 graus Celsius.

O núcleo do Sol também se diferencia da superfície em outro sentido. A temperatura do núcleo é de cerca de 27 milhões de graus Fahrenheit ou 15 milhões de graus Celsius. Já a superfície da estrela é menos quente, com temperatura de aproximadamente 10 mil graus Fahrenheit ou 5,5 mil graus Celsius.

O núcleo da Terra é chave para a vida. Se um dia ele se apagar, o planeta se converterá numa gigantesca rocha fria e inerte. Agora uma pesquisa recente calculou que esse esfriamento está ocorrendo mais rápido do que se pensava.

"O magma se mantém líquido, simplesmente, porque ocorrem decaimentos radioativos no interior do planeta, principalmente de urânio, tório e, em menor quantidade, de potássio, três elementos existentes no manto da Terra", explica Moura.

Se o planeta parasse de girar, a vida se extinguiria. Com a interrupção do movimento de rotação, o lado da Terra que ficasse virado para o Sol acabaria se transformando em um deserto com temperaturas altíssimas.

Criando a Crosta

Ao longo de milhões de anos, o manto esfriou. A água aprisionada dentro dos minerais entrou em erupção com lava, um processo chamado “eliminação de gases”. À medida que mais água era gaseada, o manto se solidificou.

Em conclusão, o núcleo solar é a camada mais quente. Dentro do núcleo as temperaturas não ficam abaixo de 15 milhões de graus Celsius. A medida que se aproxima da superfície do Sol, as temperaturas caem. Na fotosfera, a temperatura já diminui para cerca de 5.900 graus Celsius.

Termosfera - O topo da termosfera fica a cerca de 450 km acima da Terra. É a camada mais quente, uma vez que as raras moléculas de ar absorvem a radiação do Sol.

O satélite Aqua, da Nasa, identificou qual é o lugar mais quente da Terra. Localizado no sudeste do Irã, o deserto de Lute é dono do recorde de temperatura de superfície já registrada: 70,7°C, em 2005.

Situado no deserto do Mojave, o Vale da Morte ainda ostenta o recorde de temperatura mais elevada jamais registada na Terra: 56,7°C em 10 de julho de 1913 - o reconhecimento destes valores de temperatura variam de entidade para entidade devido à fiabilidade dos dados.