Por que o compositor da música faz essa comparação todo camburão tem um pouco de navio negreiro

Todo camburão tem um pouco de navio negreiro

Tudo começou quando a gente conversava Naquela esquina alí De frente àquela praça Veio os homens E nos pararam Documento por favor Então a gente apresentou Mas eles não paravam Qual é negão? qual é negão? O que que tá pegando?

Qual é negão? qual é negão?

É mole de ver Que em qualquer dura O tempo passa mais lento pro negão Quem segurava com força a chibata Agora usa farda Engatilha a macaca Escolhe sempre o primeiro Negro pra passar na revista

Pra passar na revista

Todo camburão tem um pouco de navio negreiro
Todo camburão tem um pouco de navio negreiro

É mole de ver Que para o negro Mesmo a aids possui hierarquia Na áfrica a doença corre solta E a imprensa mundial Dispensa poucas linhas Comparado, comparado Ao que faz com qualquer Figurinha do cinema Comparado, comparado Ao que faz com qualquer Figurinha do cinema

Ou das colunas sociais

Todo camburão tem um pouco de navio negreiro
Todo camburão tem um pouco de navio negreiro

ATIVIDADES

1) Explique o que você entendeu do seguinte trecho da letra da música:

"(...)é mole de ver que em qualquer dura o tempo passa mais lento pro negão quem segurava com força a chibata agora usa farda engatilha a macaca escolhe sempre o primeiro negro pra passar na revista

pra passar na revista (...)"

2) Identifique, após a leitura e audição da música, situações que demonstrem preconceito.

3) Após assistir o trecho sobre como os negros eram transportados nos navios negreiros – trecho do filme: Amistad. Responda, por que o compositor faz essa comparação; “Todo camburão tem um pouco de navio negreiro”?

Por que o compositor da música faz essa comparação todo camburão tem um pouco de navio negreiro
Resenha do filme: Amistad

Cenas: http://www.youtube.com/watch?v=XrN12KkrplM

4) Utilizando a letra, monte uma charge, componha uma letra de música, um texto jornalístico ou poema para exemplificar a denunciar esta situação.

Atividades de aprofundamento

A mão da limpeza

Compositor e intérprete: Gilberto Gil - LP Raça Humana, 1984.
Participação especial: Chico Buarque de Hollanda

O branco inventou que o negro Quando não suja na entrada Vai sujar na saída, ê Imagina só Vai sujar na saída, ê Imagina só

Que mentira danada, ê

Na verdade a mão escrava Passava a vida limpando O que o branco sujava, ê Imagina só O que o branco sujava, ê Imagina só

O que o negro penava, ê

Mesmo depois de abolida a escravidão Negra é a mão De quem faz a limpeza Lavando a roupa encardida, esfregando o chão Negra é a mão

É a mão da pureza

Negra é a vida consumida ao pé do fogão Negra é a mão Nos preparando a mesa Limpando as manchas do mundo com água e sabão Negra é a mão

De imaculada nobreza

Na verdade a mão escrava Passava a vida limpando O que o branco sujava, ê Imagina só O que o branco sujava, ê Imagina só

Eta branco sujão

Gilberto Gil inicia a música mencionando uma expressão infeliz que aparece muitas vezes em situações de preconceito e discriminação aos negros: “O branco inventou que o negro quando não suja na entrada vai sujar na saída”. Identifique na música elementos que permitem explicar porque o compositor refere-se à expressão acima mencionada como mentirosa.

Na música, Gilberto Gil faz uma comparação entre o passado e o presente mostrando que a abolição da escravidão não trouxe grandes alterações nas condições de trabalho dos negros, uma vez que continuaram “limpando a sujeira” dos brancos.
Reflita sobre os trechos da música destacados a seguir e exponha a sua compreensão sobre eles, relacionando-os à afirmação acima:

Mesmo depois de abolida a escravidão Negra é a mão De quem faz a limpeza Lavando a roupa encardida, esfregando o chão Negra é a mão

É a mão da pureza

Negra é a vida consumida ao pé do fogão Negra é a mão Nos preparando a mesa Limpando as manchas do mundo com água e sabão Negra é a mão

De imaculada nobreza

Leia com atenção o que disse Gilberto Gil a respeito da composição da música “A mão da limpeza”:

“Eu fiz A Mão da Limpeza para repor certas coisas no lugar e remendar um preconceito histórico contra os negros; para responder, no mesmo tom, um desaforo - o velho ditado: 'Negro, quando não suja na entrada, suja na saída. Ocorriam-me imagens de lavadeiras lavando roupa nas beiras de rios, inúmeros, por que eu passei no interior da Bahia e outros lugares; de cozinheiras negras, jovens e velhas, espalhadas pelas cozinhas do Brasil; de várias faxineiras limpando as casas. Ocorria-me com muita nitidez o quão acionados e quão importantes são os negros para o trabalho de limpeza em geral que é feito na vida, e também com tamanha nitidez o quão sujadores são exatamente os que têm mais recursos, os mais ricos, os mais beneficiados da sociedade que, em sua grande maioria, correspondem à classe mais clara, a faixa mais branca. Quer dizer, os negros são tão maciçamente empenhados na função da limpeza da comunidade e acabam sendo acusados de ser os sujões. No fundo, o provérbio tem uma conotação nitidamente moral, além de física; o que se tenta considerar como sujo no negro é sua existência, sua pessoa, sua condição humana. Nesse sentido é muito mais terrível, e a música nem alcança a dimensão da crítica disso; ela apenas toca nisso.

Mas jogando a sujeira como algo produzido preferencialmente pelos brancos, ela faz a limpeza da nódoa que quiseram impor aos negros. E deixa implícita também uma condenação moral aos brancos. Ou seja: 'Sujos na verdade são vocês, de corpo e alma; pelo menos, mais sujos que os negros vocês são. Há muito mais sujeira a apurar ao longo do processo da civilização de vocês do que da nossa.' É o que a música diz. E ela diz o que tem a dizer, com contundência e eficácia."

Discuta com os colegas e com o professor as idéias centrais da entrevista de Gilberto Gil, expondo as suas conclusões sobre o assunto e, em seguida, registrando-as no caderno.


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Por que o compositor da música faz essa comparação todo camburão tem um pouco de navio negreiro

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Modalidad / Nivel de Enseñanza Disciplina Tema
Ensino Fundamental Final História Nações, povos, lutas, guerras e revoluções

  • Analisar e discutir criticamente as questões do preconceito no Brasil atual.
  • Refletir sobre o processo histórico que desencadeou os problemas sociais relacionados ao preconceito na sociedade brasileira.
  •  Reconhecer a necessidade de medidas que promovam o respeito e a tolerância entre todas as etnias.   
  • Conhecer e valorizar a história dos africanos promovendo uma educação para a igualdade racial.

Recomenda-se trabalhar as aulas: "A descoberta da África!", “África: muitas memórias, várias histórias”, “Explorando a África antes dos europeus” ,  “ África e Brasil - laços através da religiosidade” e “Raízes Africanas na identidade brasileira: contribuições dos povos angolanos” produzidas pelos mesmos autores da presente aula.

Iniciar a atividade com os alunos a partir da projeção do vídeo da música com “O Rappa”:

Música:

A avaliação deve permear toda a atividade pedagógica do professor. Desta forma, ao longo das propostas apresentadas, o professor poderá avaliar o aluno segundo sua participação nas atividades realizadas: debates, dissertação, charges, criação de manchetes, campanha a favor do respeito e da tolerância entre todas as etnias e também por atividades escritas a respeito do tema trabalhado nas aulas.

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