Por que bitcoin esta caindo

O Bitcoin (BTC) está flertando com os ganhos, depois de recuperar algumas perdas e subir quase 5% nos últimos sete dias. Muitas pessoas estão se perguntando para onde o Bitcoin está indo agora que está 43% abaixo de sua alta histórica?

O analista Mike Ermolaev, head de PR da ChangeNOW, que acertou a alta histórica das criptomoedas em novembro, apontando que o mês seria o moonvember, aponta que a queda do BTC foi causada por uma combinação de fatores, incluindo a incerteza em relação às regulamentações de criptomoedas e o aperto da política monetária do Federal Reserve.

O analsita também observou que com a adoção institucional das criptomoedas houve uma mudança e os criptoativos se tornaram uma classe de ativos e isso causou uma estreita relação com as ações tradicionais.

Além disso o especialista disse que um cenário de mercado de baixa é improvável e que se desenrolaria se a linha de suporte de US$ 30-31 mil fosse violada e mantida. Portanto, segundo ele, um 'bear market' só pode ter inicio se o BTC quebrar este suporte e ficar abaixo de US$ 29 mil.

"Parece que minha suposição inicial de que estávamos testemunhando a forma mais pura de correção provou ser verdadeira", aponta.

Ermolev aponta que nos últimos 21 meses, a impressão de dinheiro pelo Fed resultou em um ambiente de taxas de juros relativamente baixas, o que tornou os empréstimos relativamente fáceis e baratos.

Segundo ele, em parte por causa disso, o capital se concentrou em ativos mais arriscados, como criptomoedas e ações. Isso também explica por que essas classes de ativos tiveram retornos tão extremos antes de cair no vermelho.

"Vamos dar uma olhada em como o preço do Bitcoin se relaciona com a taxa real ajustada pela inflação da dívida de referência de 10 anos. A taxa real é calculada subtraindo a taxa de equilíbrio da inflação de 10 anos, que mede as expectativas de inflação futura com base no mercado, do rendimento da nota do Tesouro de 10 anos", disse.

O analista desta que essa correlação é importante pois a taxa real é uma medida das expectativas de poder de compra futuro e, portanto, pode determinar se ativos seguros como títulos são economicamente mais atraentes do que investimentos de risco. Um aumento nos retornos reais dos títulos dos EUA geralmente pressiona as ações e outros ativos de risco

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Source: Casebitcoin.com

"Os primeiros sinais de recuperação do BTC são encorajadores, mas alguns analistas estão céticos de que se sustentará, já que o governo Biden deve revelar sua estratégia de regulamentação de criptomoedas este mês. Os mercados de criptomoedas permanecem altamente voláteis, pois é difícil prever os efeitos das novas regulamentações.

Top 5 moedas DeFi escolhidas por Mike

Com o Bitcoin negociando lateralmente, mas pronto para uma recupera, o analisa destaca suas escolhas no universo de finanças descentralizadas (DeFi) e que ele preve devem continuar fortes ao longo de fevereiro.

Telos (TLOS)

A Telos registrou ganho de 117,3% nos últimos sete dias, conquistando o primeiro lugar. Seu recorde de US$ 1,22 foi atingido em 2 de fevereiro de 2022. O valor de mercado atual do TLOS é de US$ 310,6 milhões.

Tokens baseados em Telos, NFTs e contratos inteligentes são amplamente usados ​​em DeFi, jogos e mídias sociais. Atualmente, mais de 100 aplicativos descentralizados (dApps) aproveitam a velocidade e escalabilidade das redes Telos que oferecem serviços on-chain atraentes (votação, sentimento, armazenamento descentralizado, localização e mais), bem como a velocidade de rede mais rápida (0,5s de tempo de bloqueio ).

A próxima Ethereum Virtual Machine da Telos será a EVM mais eficiente e menos dispendiosa, tornando a Telos a única blockchain a suportar EVM e EOSIO. Essas duas tecnologias juntas representam a maioria dos principais aplicativos descentralizados em sites populares de rastreamento de dApp.

IDEX

A Idex é a segunda moeda DeFi com melhor desempenho, atualmente sendo negociada a US$ 0,161 com uma capitalização de mercado de US$ 102,62 milhões. Ele ganhou 37,1% nos últimos sete dias.

Uma bolsa de liquidez híbrida, a IDEX combina negociação fora da cadeia com liquidação de negociação na cadeia. Combinando os recursos tradicionais da carteira de pedidos com a segurança e a liquidez de um AMM, ele alcança o melhor dos dois mundos.

Usando contratos inteligentes, a plataforma descentraliza a custódia e a liquidação, limitando a movimentação de fundos até que uma transação seja concluída.

Augur (REP)

Augur (REP) é um protocolo de mercado de previsão de propriedade e operado por detentores de tokens de reputação baseados em Ethereum. Ao investir em ações que confirmam ou refutam os resultados propostos dos eventos, os investidores podem especular sobre o resultado de eventos como desempenho corporativo, resultados eleitorais e fenômenos naturais.

Na última verificação, a REP estava sendo negociada a US$ 17,53, com uma capitalização de mercado de US$ 191,33 milhões, representando um aumento de 36,5% na semana.

Finanças Beefy (BIFI)

O Beefy Finance é um otimizador de rendimento descentralizado e multi-cadeia que permite que os usuários ganhem juros compostos em suas participações em criptomoedas.

A DeFi desenvolveu um conjunto de estratégias de investimento garantidas por contratos inteligentes que aumentam as recompensas dos usuários para vários pools de liquidez, projetos automatizados de criação de mercado e oportunidades agrícolas de rendimento disponíveis no ecossistema da DeFi.

Com um valor de mercado de US$ 162,02 milhões, o BIFI subiu 30,9% nos últimos sete dias, para US$ 2.250,57.

Tezos (XTZ)

Tezos é uma rede baseada em blockchain usando contratos inteligentes, semelhante ao Ethereum. A Tezos, no entanto, visa oferecer uma infraestrutura que possa crescer e melhorar ao longo do tempo sem nunca encontrar um hard fork. Isso sempre foi um problema com Bitcoin e Ethereum. Ao segurar o XTZ, os usuários podem votar nas propostas da Tezos para atualizações de protocolo.

O preço do Tezos está atualmente em US$ 3,79, tornando-o um dos maiores ganhos semanais (+26,5% de ganho) com uma capitalização de mercado de US$ 3,2 bilhões

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O bitcoin já perdeu quase metade do seu valor desde o recorde atingido em novembro, e a criptomoeda continua em tendência de queda à medida que as principais economias procuram conter sua crescente popularidade.

E o movimento de queda não é exclusivo do bitcoin, já que as criptomoedas em geral estão tendo um início de ano sombrio. O bitcoin caía 2,78% nas últimas 24 horas, e estava sendo negociado a US$ 35.665 às 8h45, no horário de Brasília. A criptomoeda mais valiosa do mundo caiu mais de 20% desde o início do ano. Em novembro, foi negociada em um valor histórico de US$ 68.990.

Seus pares estão se saindo ainda pior. O ethereum, a segunda criptomoeda mais valiosa do mundo, recuava mais de 4,25% nas últimas 24 horas, e estava sendo negociado a US$ 2.498 no mesmo horário. Isso representa uma queda de quase 30% desde o início do ano.

Os investidores estão ficando nervosos com as moedas digitais e outros ativos mais arriscados desde que o Federal Reserve dos Estados Unidos sinalizou que poderia desfazer o estímulo econômico de forma mais agressiva do que o esperado.

Os governos também estão reprimindo as criptomoedas. Na quinta-feira (20), o banco central da Rússia propôs a proibição da mineração e uso de criptomoedas. A Rússia é uma das maiores nações mineradoras desses ativos do mundo, mas a autarquia disse que as moedas digitais podem representar uma ameaça à estabilidade financeira do país.

A proposta russa vem apenas alguns meses depois que a China lançou uma repressão em larga escala às criptomoedas, proibindo tanto o comércio quanto a mineração.

Outros países também estão flertando com a proibição de criptomoedas. Em novembro, a Índia disse que estava se preparando para apresentar um projeto de lei que regularia os ativos, embora muito sobre essa proposta ainda seja desconhecido.

No início desta semana, o primeiro-ministro indiano Narendra Modi disse que a cooperação global é necessária para resolver os problemas levantados pelas criptomoedas.

No entanto, nem todos são pessimistas. O banco Goldman Sachs disse que o preço do bitcoin pode chegar a mais de US$ 100.000 nos próximos cinco anos. Em um relatório divulgado no início deste mês, analistas do banco disseram que viram fortes ganhos à frente, já que a criptomoeda roubaria cada vez mais participação de mercado do ouro.

O bitcoin, a criptomoeda mais negociada no mundo e referência para o setor, iniciou um movimento de desvalorização em dezembro de 2021, que fez ressurgir uma questão: o mercado estaria entrando em um novo “inverno cripto”?

O termo define um período de esfriamento do mercado de criptomoedas, com ativos em queda.

O fenômeno já foi registrado em duas ocasiões, bastante alinhado com o desempenho do próprio bitcoin. Para especialistas consultados pelo CNN Brasil Business, porém, é cedo para dizer se o mercado de criptomoedas mudou de estação.

O que é “inverno cripto”?

Edemilson Paraná, professor da UFC, compara o “inverno cripto” ao tradicional bear market, uma expressão do mercado financeiro que define um período de queda do preço dos papéis e aversão a riscos.

Segundo ele, os investidores de moedas digitais buscam cunhar expressões e cultura próprias, daí o surgimento do termo.

A definição em si é de um período de seis meses a um ano em que o mercado fica em baixa, com baixo volume de transações. Um desaquecimento

Edemilson Paraná, professor da UFC

Ele diz que é comum que os investidores associem os “invernos cripto” ao chamado halving, um processo em que a quantidade de bitcoin emitida pela mineração é reduzida pela metade, e ocorre a cada quatro anos, aproximadamente.

O halving ajuda a sustentar a lógica de que a quantidade limitada da criptomoeda só será minerada inteiramente em 2140. O último foi em 2020, com o próximo previsto para 2024.

“A ideia é de que há um ciclo de alta logo após o halving, porque abre uma sensação de escassez relativa, que faz com que os agentes sintam-se instigados a comprar. Depois disso, em até 1 ano, tem uma grande queda relativa com a estabilização do ritmo de emissão, e a atividade cai”, diz.

Para Caio Villa, diretor de investimentos da plataforma de negociação de criptoativos Uniera, outra característica do “inverno cripto” é que os investidores “são tomados pelo medo”.

“É um período longo, de mais de um ano, em que o preço dos ativos não valoriza. Quando ocorre no ‘inverno cripto’, os novos lançamentos de moedas caem porque não têm grande sucesso também”, diz.

Alex Buelau, diretor de tecnologia da fintech Parfin, também relaciona o “inverno cripto’ ao halving, como um evento que encerra esses períodos. A taxa de emissão do bitcoin começou em 50 unidades, e hoje já é de 6,25, o que ajuda a criar choques de oferta.

A ideia é que ele [o halving] encerra o ‘inverno cripto’. Em seguida, tem um choque de oferta e, aí, como a demanda continua igual, força os preços para cima. É um ciclo vicioso ou virtuoso, porque a alta vira notícia, as pessoas entram, compram e coloca mais lenha no setor”, diz.

Apesar disso, Paraná afirma que, muitas vezes, a análise sobre o “inverno cripto” é excessivamente focada no halving. “É uma visão muito fechada no que governa o comportamento econômico, não chega à macroeconomia”.

“É um espaço naturalmente especulativo, e essas altas e baixas têm a ver com isso, aos humores ligados aos da própria economia mundial”.

Invernos anteriores

Segundo Villa, o “inverno cripto” mais famoso foi o que começou entre dezembro de 2017 e janeiro de 2018. O próprio mês de janeiro, afirma ele, é ruim para o setor —tendência reforçada naquele período.

À época, o mercado de criptomoedas começava a deslanchar, com o bitcoin atingindo o marco histórico de US$ 20 mil. Pouco depois, porém, ele iniciou um movimento de queda, que só seria revertida na segunda metade de 2019, antes do grande impulso com a pandemia.

Villa diz que, naquele período, o tamanho do mercado já permitia o lançamento de diversos projetos e moedas, nas chamadas ofertas inicias de criptomoedas (ICO, em inglês), mas a maioria acabou fracassando ou registrando perdas de até 95% neste inverno.

Já Buelau afirma que o primeiro “inverno cripto” do bitcoin aconteceu antes. Em dezembro de 2013, a moeda digital atingiu a marca histórica de US$ 1 mil e, então, o preço começou a cair e não conseguiu recuperar o patamar até 2017, depois de um halving em 2016.

O inverno chegou?

Edemilson Paraná avalia que qualquer análise sobre o “inverno cripto” precisa considerar o contexto macroeconômico que afeta não apenas as criptomoedas, mas todos os ativos no mercado.

Em 2020 e 2021, o cenário da pandemia acabou se mostrando favorável às criptomoedas. Primeiro, as políticas monetárias expansionistas ao redor do mundo para reduzir o impacto da pandemia aumentaram a circulação de dinheiro, e uma parte pôde ser usada em investimentos de ativos mais arriscados, como ações de tecnologia e criptomoedas.

Ao mesmo tempo, o bitcoin passou a ser visto como uma potencial reserva de valor, ou seja, um investimento de proteção de valor investido em um cenário de inflação alta em diversos países com a retomada da economia e o desequilíbrio entre oferta e demanda.

Nesse contexto, as criptomoedas, e o bitcoin em específicamente, decolaram. O maior criptoativo do mundo chegou a bater a marca de US$ 69 mil em novembro do ano passado. Mas o cenário mudou a partir do fim de 2021.

Alguns países já iniciaram processos de aperto monetário, retirando estímulos do mercado e subindo juros. A maior economia do mundo, os Estados Unidos, já começou a reduzir a quantidade de dinheiro que injeta no mercado, e cogita subir os juros em março.

Com um ambiente mais desfavorável para ativos de risco, o bitcoin, e as criptomoedas como um todo, iniciaram trajetória de queda. O ativo passou semanas na casa dos US$ 35 mil, com pequenas variações para cima e para baixo, e apenas na sexta-feira (4) conseguiu tocar os US$ 40 mil novamente.

“O bitcoin é um ativo especulativo e, portanto, tem uma lógica própria de comportamento. Quando muita gente entra, mais gente entra depois, uma lógica cíclica, de manada, que se reforça. E quando muita gente sai, mais gente sai depois”, diz o professor.

Apesar da tendência de desvalorização, Caio Villa diz que, hoje, os dados não apontam para um cenário de inverno como o de 2017 ou o de 2014. Os números de carteiras na blockchain indicam que o período é de “acumulação”.

“Os detentores de curto prazo estão se desfazendo do ativo, e detentores de longo prazo, comprando. Vemos cada vez menos ativos disponíveis nas exchanges, e se não estão lá é porque não querem vender. Então, indica otimismo com o preço do ativo”, diz.

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