Para comparar a composição florística entre as áreas foi utilizado

Acta bot. bras. 18(4): 701-709. 2004 707

florística dessas florestas, além do tipo de solo e

clima.

Valores intermediários de similaridade foram

registrados para os estudos realizados no Estado de

São Paulo: rio Jacaré-Pepira em Brotas (16,66%) e

rio Mogi-Guaçu em Porto Ferreira, SP (16,12%).

Provavelmente, esse fato seja devido às maiores

diferenças topográficas e geográficas existentes entre

as áreas comparadas.

De maneira geral, os baixos índices de

similaridade encontrados refletem as diferenças

fitogeográficas abrangidas nos estudos, solos e clima

distintos. Soma-se, ainda, o fato das florestas de

galeria, geralmente, apresentarem altos índices de

diversidade, o que muitas vezes é influenciado pela

vegetação adjacente (Oliveira-Filho et al. 1994b).

Deve-se ressaltar que essas comparações têm

várias restrições em virtude dos diferentes métodos

amostrais utilizados, do tamanho da área, do critério

de inclusão adotado, bem como dos objetivos

propostos nos diversos estudos.

Algumas espécies destacam-se por serem comuns

aos levantamentos comparados, podendo-se citar

Amaioua guianensis, Cabralea canjerana, Casearia

sylvestris, Copaifera langsdorffii e Cupania vernalis.

Provavelmente, essas espécies sejam caracterizadas por

possuírem grande amplitude adaptativa (Schiavini

1996), sendo inclusive citadas para outras

fitofisionomias.

A composição florística da APE do Barreiro

indicou a contribuição que várias formações vegetais

exercem sobre ela. Assim, elementos arbóreos de

ampla distribuição nos domínios do cerrado, citados

por Leitão-Filho (1992b), ocorreram no presente

estudo: Alibertia concolor, Amaioua guianensis,

Anadenanthera peregrina var. falcata, Aspidosperma

subincanum, Casearia obliqua, Casearia sylvestris,

Copaifera langsdorffii, Guettarda viburnoides,

Lamanonia ternata, Matayba elaeagnoides, Ocotea

corymbosa, Prunus sellowii, Psychotria sessilis,

Symplocos pubescens e Tapirira marchandii.

Da floresta semidecídua montana estudada por

Oliveira-Filho e Machado (1993), apareceram em

comum com a floresta da APE do Barreiro: Alchornea

triplinervea, Alibertia concolor, Amaioua guianensis,

Annona cacans, Cabralea canjerana, Casearia

sylvestris, Cassia ferruginea, Cecropia glaziovii,

Cedrela fissilis, Celtis iguanea, Colubrina

glandulosa, Copaifera langsdorffii, Coutarea

hexandra, Croton floribundus, Croton urucurana,

Cupania vernalis, Dalbergia villosa, Galipea

multiflora, Guazuma ulmifolia, Guettarda

viburnoides, Lamanonia ternata, Luehea divaricata,

Machaerium stipitatum, Matayba elaeagnoides,

Mollinedia uleana, Ocotea corymbosa, Pimenta

pseudocaryophyllus, Piptadenia gonoacantha,

Platycyamus regnelli, Prunus sellowii, Psychotria

carthagenensis, Psychotria sessilis, Rollinia

silvatica, Roupala brasiliensis, Styrax pohlii,

Symplocos pubescens, Tabebuia serratifolia e Vitex

polygama.

Em comum com as espécies amostradas por

Meira-Neto et al. (1989), também em floresta

semidecídua de altitude, citam-se: Amaioua

guianensis, Cabralea canjerana, Casearia obliqua,

Casearia sylvestris, Cedrela fissilis, Chrysophyllum

gonocarpum, Cinnamomum galziovii, Colubrina

glandulosa, Copaifera langsdorffii, Coutarea

hexandra, Croton floribundus, Cupania vernalis,

Endlicheria paniculata, Eriotheca candolleana,

Guapira opposita, Guettarda viburnoides, Ixora

gardneriana, Lamanonia ternata, Luehea divaricata,

Machaerium stipitatum, Maytenus evonymoides,

Maytenus salicifolia, Piptadenia gonoacantha,

Piptocarpha macropoda, Prunus sellowii, Rollinia

silvatica e Tapirira marchandii.

Pagano et al. (1987) citaram várias espécies que

habitam preferencialmente as matas mesófilas ou

ciliares, sendo comuns à APE do Barreiro: Croton

floribundus, Guapira opposita, Guazuma ulmifolia,

Luehea divaricata, Machaerium stipitatum, Rollinia

silvatica e Tapirira marchandii.

Ainda com relação às espécies que ocorrem nas

florestas de galeria citadas por Vilela et al. (1995),

Oliveira-Filho et al. (1994a), Felfili (1994) foram

comuns ao presente estudo: Cariniana estrellensis,

Celtis iguaneae, Cheiloclinum cognatum, Colubrina

glandulosa, Croton urucurana, Eriotheca

candolleana, Galipea multiflora, Inga marginata,

Mollinedia uleana, Platycyamus regnelli, Prunus

sellowii, Psidium catleianum, Senna multijuga,

Tabebuia serratifolia, Trichilia pallida e Vitex

polygama, dentre outras.

Relacionando-se a distância do córrego com a

riqueza florística, observou-se que a floresta de galeria

da APE do Barreiro apresentou diferenças, conforme

demonstrou a estimativa Jaccknife (Fig. 2).

Observou-se que a faixa de parcelas mais próxima

do córrego apresentou o menor valor de riqueza e, a

partir da faixa dos 28m, houve um incremento no

número de espécies. As parcelas situadas aos 28, 64 e

82m foram as responsáveis pelos maiores valores e