A diabetes gestacional caracteriza-se pelo aumento dos níveis de glicose no sangue durante a gravidez. Nesse sentido, os riscos da doença são altos, podendo trazer complicações à saúde da mãe e do bebê. Show
Contudo, com cuidados, a diabetes gestacional pode ser controlada. Confira a seguir tudo sobre o assunto: o que é, suas causas, quais são os sintomas, os riscos e como a doença pode ser evitada ou tratada. O que é diabetes gestacional?Durante a gravidez, o açúcar que está no sangue da mãe aumenta para satisfazer as demandas nutricionais do bebê. Nesse sentido, a gestante sofre várias alterações hormonais e o corpo passa a produzir uma maior quantidade de insulina. Esse hormônio ajuda a transformar o açúcar em energias que o corpo precisa. Em algumas gestações a produção de insulina adicional não ocorre. Sendo assim, o açúcar não se transforma em energia e fica concentrado em grande quantidade no sangue da mãe. Esta condição recebe o nome de diabetes gestacional. Desta forma, a doença é caracterizada por hiperglicemia, ou seja, o aumento dos níveis de glicose no sangue. De acordo com a Sociedade Brasileira de Diabetes, o distúrbio tem prevalência entre 3% e 25% das gestações, dependendo do grupo étnico, da população e do critério diagnóstico utilizado. O que causa diabetes gestacional?Não se tem conhecimento preciso porque a diabetes gestacional se desenvolve. No entanto, sabe-se que durante a gravidez ocorrem adaptações na produção hormonal materna para permitir o desenvolvimento do bebê. Nesse sentido, a placenta é uma fonte importante destes hormônios, porém, quase todos eles prejudicam a ação da insulina nas células, aumentando o nível de açúcar no sangue. Desta forma, o pâncreas materno tende a aumentar a produção de insulina para compensar este quadro. Contudo, como já vimos anteriormente, em algumas mulheres este processo não ocorre, e por esta razão se desenvolve a diabetes gestacional. Sendo assim, qualquer gestante pode ter a doença, mas algumas têm maiores chances de desenvolvê-la. Veja abaixo os fatores de risco para a diabetes gestacional: Como evitar a diabetes gestacional?A diabetes gestacional nem sempre pode ser prevenida porque está relacionada às alterações hormonais típicas da gestação. No entanto, pode-se diminuir o risco de desenvolvimento da doença tomando algumas atitudes. Confira abaixo quais são:
Quais são os sintomas de diabetes gestacional?A diabetes gestacional, na maioria das vezes, é assintomática. Nesse sentido, é de vital importância fazer exames periódicos durante toda a gravidez, principalmente na segunda metade da gestação. Isto porque é entre a 24ª e 28ª semana de desenvolvimento do bebê que, geralmente, a doença aparece. Entretanto, a futura mamãe sempre deve estar atenta, pois em alguns casos, a diabetes gestacional pode causar sintomas. Veja quais são os sinais de alerta:
Como é o diagnóstico de diabetes gestacional?Durante a gravidez, o médico deve estar sempre vigilante à paciente. Desta forma, ele levanta o histórico familiar e se informa sobre a rotina e o peso da mulher. Além disso, solicita testes no pré-natal que checam as taxas de colesterol, triglicérideos e glicose. Sendo assim, qualquer alteração nos resultados acende o sinal de alerta para a diabetes gestacional. Nesse sentido, exames de ultrassom também são importantes. Aqui, sinais como feto maior que o esperado e mudanças no volume do líquido amniótico são indicativos de problemas. Entretanto, a diabetes gestacional é geralmente diagnosticada entre a 24ª e 28ª semanas de gravidez, quando a resistência à insulina geralmente começa. Se a mulher já teve diabetes gestacional antes ou apresenta alto risco para desenvolver o problema, pode fazer os exames antes da 13ª semana de gravidez. Confira abaixo os testes que podem diagnosticar a diabetes gestacional: Curva glicêmicaO exame de curva glicêmica é o principal exame para verificar a diabetes gestacional. Nesse sentido, ele mede a velocidade com que o corpo absorve a glicose após a ingestão de 75g de uma solução açucarada. Assim, é feita a medida das quantidades da substância no sangue em três momentos: em jejum (antes de tomar a glicose), uma hora e duas horas após a ingestão. Os valores de referência, ou seja, considerados normais deste exame são:
Glicemia de jejumA glicemia de jejum é um exame que mede o nível de açúcar no sangue da gestante, servindo para monitorar o aparecimento da diabetes. Veja quando o exame dá normal ou anormal:
Valores acima de 100 mg/dL já são bastante suspeitos de diabetes, mas também devem ser repetidos. Vale esclarecer que a glicemia de jejum é um exame feito para confirmar os resultados da curva glicêmica e para acompanhar os níveis de glicose durante toda a gravidez. Quais são os riscos da diabetes gestacional?A maioria das mulheres que têm diabetes gestacional passará pela gravidez sem maiores problemas, desde que controle a doença e monitore seus níveis glicêmicos regularmente. No entanto, se a diabetes estiver descontrolada pode gerar riscos à gestante e ao bebê. Além disso, a probabilidade de precisar de uma cesárea será maior. Confira as complicações que podem ocorrer nas gestantes:
O que a diabetes gestacional pode causar no bebê?Como já vimos, além de trazer riscos para a mãe, a diabetes gestacional também pode trazer riscos para o bebê. Isto acontece pois o feto passa a receber muita glicose por meio da placenta e o pâncreas do nenê acaba sobrecarregado, sem conseguir transformar o açúcar em energia para as suas células. Desta forma, as sobras de açúcar viram gordura, e a criança ganha peso de forma anormal. Sendo assim, se a mãe tem diabetes gestacional, o bebê pode ter um risco aumentado de: Porém, todos estes problemas podem ser diminuídos, ou até evitados, se a mulher seguir o tratamento corretamente, com um acompanhamento redobrado no pré-natal. Diabetes gestacional é fator de risco para Covid-19?Os diabéticos têm o mesmo risco de contrair a Covid-19 do que os não-diabéticos. Contudo, o risco de apresentar a forma grave é maior em quem tem a doença. Isso ocorre porque o sistema imunológico do diabético sofre alterações causadas pelo excesso de açúcar no sangue, levando a:
Sendo assim, a Sociedade Brasileira de Diabetes divulgou nota técnica indicando a vacinação contra Covid-19 também entre as gestantes com diabetes. Desta forma, a diabetes gestacional é um fator de risco para casos graves da doença e está listada no grupo prioritário de vacinação. Assim, junta-se a diabéticos em geral, hipertensos, obesos, pessoas com problemas respiratórios crônicos, cardiovasculares, entre outros. Diabetes gestacional: o que comer?A alimentação na diabetes gestacional deve ser orientada por um especialista para que não haja deficiências nutricionais para a mãe ou para o bebê. Nesse sentido, é recomendado que a gestante evite o açúcar, e prefira alimentos pobres em carboidratos ou com carboidratos complexos (integrais). Com elevada quantidade de fibras, esses alimentos apresentam baixo índice glicêmico, o que é mais saudável especialmente para quem tem diabetes. Mesmo assim, é importante que a glicemia seja medida em jejum e após as refeições principais pois assim é possível que tanto a gestante quanto o médico consigam ter um controle dos níveis de glicose no sangue. Desta forma, de acordo com as medições , o plano alimentar pode ser ajustado. Veja abaixo os alimentos permitidos e os que devem ser evitados durante a diabetes gestacional: Indicados
Não Indicados
Diabetes gestacional tem cura?A diabetes gestacional quase sempre passa após o parto. No entanto, é importante seguir corretamente o tratamento, já que existe um risco elevado de desenvolver diabetes mellitus tipo 2 depois do nascimento do bebê. Nesse sentido, aproximadamente seis semanas após o parto, a mulher deve realizar um novo teste de tolerância à glicose, sem usar medicamentos antidiabéticos. Além disso, é indicada a amamentação, pois o aleitamento materno pode reduzir o risco de diabetes permanente. Contudo, é muito importante que a paciente continue mantendo uma alimentação balanceada e a realização de exercícios físicos regulares. Qual o tratamento para diabetes gestacional?O tratamento para a diabetes gestacional deve ser feito por meio de mudança dos hábitos alimentares e pela prática de atividade física moderada. Desta maneira, é possível que os níveis de glicose no sangue fiquem controlados. No entanto, quando os níveis de açúcar não regularizam com estas medidas, é indicado medicamentos para este controle. Assim, o médico pode receitar o uso de hipoglicemiantes orais ou de insulina. Além disso, é importante que a mulher faça a medição da glicemia diariamente para que seja verificado se o tratamento está sendo eficaz. Vale destacar ainda que somente 20% das gestantes precisam fazer a aplicação da insulina para regular os níveis de glicose no sangue. E nestes casos, não há riscos nem para a mãe, nem para o bebê. Desta forma, quando a diabetes gestacional é tratada de maneira adequada, a chance da gestação ocorrer de forma normal é grande, e o bebê nascerá saudável. Diabetes gestacional no final da gravidez: cuidados específicosO controle da diabetes é essencialmente importante ao final da gestação, quando os níveis de glicose no sangue tendem a aumentar e uma alta dosagem de insulina é geralmente necessária. Nesse sentido, aconselha-se à mulher a ficar mais atenta e contar o número de vezes que sente o feto se mover por dia. Se tudo estiver bem, a gestante deve sentir no mínimo dez movimentos (chutes, vibrações ou giros) no prazo de duas horas. Porém, se estes diminuírem repentinamente, a paciente deve avisar o médico o mais breve possível. Além disso, no final da gestação, o obstetra faz exames mais frequentes, como a avaliação da frequência cardíaca, cardiotocografias ou perfis biofísicos fetais, utilizando a ultrassonografia. Assim, o monitoramento muitas vezes inicia-se na 32ª semana de gravidez ou antes, caso o feto não esteja crescendo adequadamente ou se a mulher apresentar hipertensão arterial. Nesse sentido, para reduzir o risco de haver problemas no final da gravidez, o médico geralmente:
Diabetes gestacional e parto normal: é possível?Normalmente o parto normal é possível para quem tem diabetes gestacional. No entanto, os bebês nascidos de mães com a doença tendem a ser maiores. Nesse sentido, se a diabetes for mal controlada, os bebês podem ser particularmente grandes. Sendo assim, um feto maior é menos propenso a passar facilmente através da vagina e é possível que seja necessário um parto por cesariana. É importante ainda esclarecer que se o trabalho de parto não acontecer naturalmente até a 39ª semana, o médico pode iniciá-lo utilizando um medicamento para indução deste momento. No entanto, se a glicemia não estiver bem controlada, é possível que o trabalho seja induzido já na 37ª semana. Além disso, durante o trabalho de parto, muitas mulheres com diabetes precisam receber ainda uma infusão contínua de insulina por meio de um cateter inserido em uma veia. Porém, na maioria das vezes, a necessidade de repor a insulina cai drasticamente logo após o nascimento do bebê, normalizando para os níveis de antes da gravidez em poucas semanas. Você sabia que a diabetes pode afetar a fertilidade masculina? Entenda tudo sobre o assunto baixando o nosso e-book gratuito! |