Em meio ao contexto apresentado, analise as afirmativas a seguir. i. pode-se identificar, na figura, a fala de um nordestino, exemplo de variedade linguística regional. ii. é apresentada uma visão estereotipada de uma fala que suprime, quase sempre, as síl

MATERIAL EXTRA PARA OS ALUNOS DA U.E. ESTADO DO ACRE/POLO MIGUEL

ATIVIDADE EXTRA LÍNGUA PORTUGUESA / 1ª, 2ª E 3ª SÉRIE NOITE (PROF. FERNANDO) VARIEDADES LINGUÍSTICAS 11 QUESTÕES COM QUADRINHOS (UFTM) Leia os quadrinhos abaixo para as questões 01 e 02. 01. Sobre a tira, analise as afirmativas. I - Pode-se identificar, no último quadrinho, a fala de um nordestino, exemplo de variedade linguística regional. II - É apresentada uma visão estereotipada de uma fala que suprime, quase sempre, as sílabas finais das palavras. III - A fala no último quadrinho retoma o exemplo dado no terceiro quadrinho, tornando-se mais inteligível. IV - O produtor da tira usou seu conhecimento das variedades lingüísticas existentes entre as regiões do país para produzir efeitos de humor. Estão corretas as afirmativas A) I, II e III, apenas. B) II, III e IV, apenas. C) I, III e IV, apenas. D) II e IV, apenas. E) I, II, III e IV. 02. A tira exemplifica o uso de variedades linguísticas. Sobre variedades e registros de linguagem, assinale a afirmativa INCORRETA. A) Preconceito linguístico é o julgamento negativo dos falantes em função da variedade linguística que utilizam. B) A maior ou menor proximidade entre os falantes faz com que usem variedades mais ou menos formais, denominadas registros de linguagem. C) Diferenças significativas nos aspectos fonológicos e morfossintáticos da língua marcam as variedades sociais, seja devido à escolaridade, à faixa etária, ao sexo. D) Norma culta ou padrão é a denominação dada à variedade linguística dos membros da classe social de maior prestígio, que deve ser utilizada por todos da mesma comunidade. E) Gíria ou jargão é uma forma de linguagem baseada em vocabulário criado por um grupo social e serve de emblema para os membros do grupo, distinguindo-os dos demais falantes da língua. 03. Analise a tirinha a seguir.

Assinale o trecho do diálogo que apresenta um registro informal, ou coloquial, da linguagem. A) Tá legal, espertinho! Onde é que você esteve?! B) E lembre-se: se você disser uma mentira, os seus chifres cairão! C) Estou atrasado porque ajudei uma velhinha a atravessar a rua... D)...e ela me deu um anel mágico que me levou a um tesouro E) mas bandidos o roubaram e os persegui até a Etiópia, onde um dragão... 04. (INSPER-2008) Analise a tirinha abaixo. Na tira, a presença do termo Vossa Mercê na fala do Vovô revela A) Variedade de língua arcaica, para deixar claro à interlocutora a importância da diferença de idade. B) Respeito excessivo dele ao dirigir-se à interlocutora, para contestar a ideia de que é antiquado. C) Diferença de usos linguísticos entre as gerações, corroborando a avaliação da interlocutora sobre ele. D) Intolerância da interlocutora com ele, cuja linguagem se mostra tão informal quanto a dela. E) Opção por uma linguagem mais à vontade para agradar a interlocutora, que mostra ter princípios. 05. Leia a tirinha.

Levando-se em consideração a tira de Maurício de Sousa apresentada, que elementos linguísticos constituem uma tentativa de aproximação com a língua oral? A) A onomatopeia hum e os pontos de exclamação, que demonstram a entonação. B) Os pronomes demonstrativos isto, este e esta. C) Os recursos visuais: balões, expressões faciais e gestuais. D) O verbo dizer e o uso do substantivo no diminutivo. E) As escolhas lexicais, em geral, realizadas por Maurício de Sousa. Analise a tira e, a seguir, faça o que se pede nas questões 06 e 07. 06. O efeito humorístico do texto: A) Concentra-se nas especificidades de pronúncia das personagens. B) Constrói-se a partir da exploração de dois dos significados do verbo tocar. C) Compõe-se a partir do significado que se atribui ao verbo entender, nas áreas rurais do Brasil. D) Deriva do fato de Rosinha dominar, melhor do que Chico Bento, a língua portuguesa. E) Constrói-se a partir da ridicularização do falar e da cultura do homem do campo. 07. É possível, além da pronúncia ocê, encontrar, entre os diferentes grupos de falantes do português do Brasil, as formas cê e você. Considere os enunciados abaixo, assinale a alternativa correta a respeito deles. I) Você vem conosco? II) Trouxe este presente para você. A) Na fala popular e informal, ocê e cê poderiam substituir você tanto em I quanto em II. B) Em usos informais da língua, cê poderia ser encontrado apenas em I. C) Em ambientes rurais, como o de Chico Bento, a forma ocê jamais ocorre em I. D) Em usos coloquiais da língua, especialmente no meio rural, ocê aparece apenas em II. E) A gramática normativa aceita as três variantes ( cê, ocê e você ), na escrita e na fala.

08. (FGV-2001) Nos três primeiros quadrinhos, a linguagem utilizada é mais formal e, no último, mais informal. Assinale a alternativa que traga, primeiro, uma marca da formalidade e, depois, uma marca da informalidade presentes nos quadrinhos. A) Vilania; vosso. B) Vós; você. C) Estou; você. D) Tenhais; segui. E) Notícias; falem. 9. (UFES-2002) Em meio a opiniões favoráveis ou contrárias aos estrangeirismos, o uso de palavras de outras línguas, como se observa na tirinha abaixo, é corrente no português do Brasil. Assinale a alternativa que NÃO contém estrangeirismo: A) [...] Era impressionante o seu mister de busca incessante de recursos para construir o novo prédio e depois para continuar de pé aquela importante obra. (Alencar Garcia de Freitas, A Gazeta - 6/8/2001) B) [...] Em dezembro de 1998 o quadro mundial era mais tenso [...] e o Brasil conseguiu US$ 41 bilhões do fundo e de um pool de bancos. (Ângelo Passos, A Gazeta - 6/8/2001) C) [...] A crise ganha status de vírus letal, contra o qual não há remédio e cura. (Milton Mira Assumpção, A Gazeta - 22/8/2001)

D) [...] O momento da eleição, longe de ser motivo de reflexão, de troca de idéias entre os eleitores [...] transforma-se num grande show. (Sérgio Fonseca, A Gazeta - 2/9/2001) E) [...] No mesmo período, o sistema portuário do Estado ocupou segundo lugar no rankingnacional em valor de produtos embarcados. (A Gazeta - 4/9/2001) 10. Analise os quadrinhos abaixo. As variações linguísticas permitem a evocação de certos aspectos de determinada parte do país, produzindo efeitos diferentes conforme o ouvinte ou leitor seja ou não dessa região. Nos quadrinhos acima, a variação linguística é de natureza: A) fonética. B) lexical. C) morfológica. D) semântica. E) sintática. 11. (Enem 2ª aplicação-2010) Calvin apresenta a Haroldo (seu tigre de estimação) sua escultura na neve, fazendo uso de uma linguagem especializada. Os quadrinhos rompem com a expectativa do leitor, porque

A) Calvin, na sua última fala, emprega um registro formal e adequado para a expressão de uma criança. B) Haroldo, no último quadrinho, apropria-se do registro linguístico usado por Calvin na apresentação de sua obra de arte. C) Calvin emprega um registro de linguagem incompatível com a linguagem de quadrinhos. D) Calvin, no último quadrinho, utiliza um registro linguístico informal. E) Haroldo não compreende o que Calvin lhe explica, em razão do registro formal utilizado por este último. GABARITO VARIEDADES LINGUÍSTICAS 1 D 2 D 3 A 4 C 5 E 6 B 7 B 8 B 9 A 10 A 11 D ATIVIDADES SOBRE LINGUAGEM FORMAL E INFORMAL Leia o texto abaixo para responder a questão 1. E.C.T. Tava com um cara que carimba postais Que por descuido abriu uma carta que voltou Levou um susto que lhe abriu a boca Esse recado veio pra mim, não pro senhor. Recebo crack, colante, dinheiro parco embrulhado Em papel carbono e barbante, até cabelo cortado Retrato de 3 x 4 pra batizado distante Mas isso aqui meu senhor, é uma carta de amor Levo o mundo e não vou lá Mas esse cara tem a língua solta A minha carta ele musicou Tava em casa, a vitamina pronta Ouvi no rádio a minha carta de amor Dizendo eu caso contente, papel passado, presente Desembrulhado, vestido, eu volto logo me espera Não brigue nunca comigo, eu quero ver nossos filhos O professor me ensinou a fazer uma carta de amor Leve o mundo que eu vou já Cássia Eller Questão 1 No verso Tava com um cara que carimba postais o termo destacado apresenta linguagem:

A) coloquial. B) formal. C) jornalística. D) literária. Faça a leitura e escuta da canção para responder as questões de 2 a 6. Vaca Estrela e Boi Fubá Fagner e Luiz Gonzaga. Seu doutor me dê licença pra minha história contar. Hoje eu tô na terra estranha, é bem triste o meu penar Mas já fui muito feliz vivendo no meu lugar. Eu tinha cavalo bom e gostava de campear. E todo dia aboiava na porteira do curral. Ê ê ê ê la a a a a ê ê ê ê Vaca Estrela, ô ô ô ô Boi Fubá. Eu sou filho do Nordeste, não nego meu natura Mas uma seca medonha me tangeu de lá pra cá Lá eu tinha o meu gadinho, num é bom nem imaginar, Minha linda Vaca Estrela e o meu belo Boi Fubá Quando era de tardezinha eu começava a aboiar Ê ê ê ê la a a a a ê ê ê ê Vaca Estrela, ô ô ô ô Boi Fubá. Aquela seca medonha fez tudo se atrapalhar, Não nasceu capim no campo para o gado sustentar O sertão esturricou, fez os açude secar Morreu minha Vaca Estrela, já acabou meu Boi Fubá Perdi tudo quanto tinha, nunca mais pude aboiar Ê ê ê ê la a a a a ê ê ê ê Vaca Estrela, ô ô ô ô Boi Fubá. Hoje nas terra do sul, longe do torrão natá Quando eu vejo em minha frente uma boiada passar, As água corre dos olho, começo logo a chorá Lembro a minha Vaca Estrela e o meu lindo Boi Fubá Com saudade do Nordeste, dá vontade de aboiar Ê ê ê ê la a a a a ê ê ê ê Vaca Estrela, ô ô ô ô Boi Fubá. www.letra.mus.com Questão 2 Leia o verso: Seu doutor me dê licença pra minha história contar Quem conta uma história para Seu doutor? Questão 3 Observe os seguintes versos: Hoje eu tô na terra estranha, é bem triste o meu penar/mas já fui muito feliz vivendo no meu lugar Qual é essa terra estranha que o eu lírico diz estar vivendo? E qual provavelmente é esse lugar em que ele foi feliz? Faça a descrição analisando elementos contidos na letra da música? Questão 4 O que aconteceu com a Vaca Estrela, com o Boi Fubá e com o nordestino após a seca medonha? Questão 5 Esse poema do Patativa do Assaré foi musicalizado em 1965 por Luiz Gonzaga e o mesmo retrata a vida sofrida dos retirantes do nordeste brasileiro que saem do seu local de origem devido a seca

e migram para as cidades grandes em busca de melhoria de vida. Essa realidade mudou nos dias atuais? Comente. GABARITO 1. Coloquial 2. Um nordestino. 3. A terra estranha é a cidade grande. Ele foi feliz no nordeste, mas veio a seca e tudo secou: a vegetação e o açude. A vaca e o boi que o ajudavam, no sustento morreram e ele acabou perdendo tudo que tinha. 4. O gado morreu e o nordestino teve que migrar para a cidade grande. 5.Infelizmente, apesar de tantos anos após essa música ser escrita, a realidade desse povo não mudou, eles continuam sofrendo com a seca e migram para as cidades grandes em busca de melhoria de vida. EXERCÍCIOS SOBRE FUNÇÕES DA LINGUAGEM As funções da linguagem são classificadas em seis tipos: função referencial, função emotiva, função poética, função fática, função conativa e função metalinguística. Relacionadas com os usos da linguagem, cada uma possui uma função de acordo com os elementos da comunicação. Lembre-se que esse tema está muito presente nos vestibulares, Enem e concursos. Por isso, teste já seus conhecimentos sobre as funções da linguagem com exercícios de vestibular e confira o gabarito das questões. 01. (UEMG -2006) Assinale a alternativa em que o(s) termo(s) em negrito do fragmento citado NÃO contém (êm) traço(s) da função emotiva da linguagem. A) Os poemas ( infelizmente!) não estão nos rótulos de embalagens nem junto aos frascos de remédio. B) A leitura ganha contornos de cobaia de laboratório quando sai de sua significação e cai no ambiente artificial e na situação inventada. C) Outras leituras significativas são o rótulo de um produto que se vai comprar, os preços do bem de consumo, o tíquete do cinema, as placas do ponto de ônibus (...) D) Ler e escrever são condutas da vida em sociedade. Não são ratinhos mortos (...) prontinhos para ser desmontados e montados, picadinhos (...) Na função emotiva, o escritor (emissor) tem como principal objetivo transmitir emoções, sentimentos e subjetividades por meio da própria opinião. Portanto, ao ler os fragmentos acima, notamos que certas expressões em negrito possuem essas características: infelizmente; cobaia de laboratório; ratinhos mortos, prontinhos e picadinhos. Alternativa correta: c) Outras leituras significativas são o rótulo de um produto que se vai comprar, os preços do bem de consumo, o tíquete do cinema, as placas do ponto de ônibus (...)

02. (UFV-2005) Leia as passagens abaixo, extraídas de São Bernardo, de Graciliano Ramos: I. Resolvi estabelecer-me aqui na minha terra, município de Viçosa, Alagoas, e logo planeei adquirir a propriedade S. Bernardo, onde trabalhei, no eito, com salário de cinco tostões. II. Uma semana depois, à tardinha, eu, que ali estava aboletado desde meio-dia, tomava café e conversava, bastante satisfeito. III. João Nogueira queria o romance em língua de Camões, com períodos formados de trás para diante. IV. Já viram como perdemos tempo em padecimentos inúteis? Não era melhor que fôssemos como os bois? Bois com inteligência. Haverá estupidez maior que atormentar-se um vivente por gosto? Será? Não será? Para que isso? Procurar dissabores! Será? Não será? V. Foi assim que sempre se fez. [respondeu Azevedo Gondim] A literatura é a literatura, seu Paulo. A gente discute, briga, trata de negócios naturalmente, mas arranjar palavras com tinta é outra coisa. Se eu fosse escrever como falo, ninguém me lia. Assinale a alternativa em que ambas as passagens demonstram o exercício de metalinguagem em São Bernardo: A) III e V. B) I e II. C) I e IV. D) III e IV. E) II e V. A função metalinguística utiliza o código para explicar o próprio código. Ou seja, trata-se de uma linguagem que fala dela mesma, por exemplo, um filme que aborda sobre o cinema. Nos trechos acima, podemos notar que em duas passagens da obra temos a função metalinguística presente: "João Nogueira queria o romance em língua de Camões, com períodos formados de trás para diante." "Foi assim que sempre se fez. [respondeu Azevedo Gondim] A literatura é a literatura, seu Paulo. A gente discute, briga, trata de negócios naturalmente, mas arranjar palavras com tinta é outra coisa. Se eu fosse escrever como falo, ninguém me lia." Alternativa correta: a) III e V. 03. (PUC/SP-2001) A Questão é Começar Coçar e comer é só começar. Conversar e escrever também. Na fala, antes de iniciar, mesmo numa livre conversação, é necessário quebrar o gelo. Em nossa civilização apressada, o bom dia, o boa tarde, como vai? já não funcionam para engatar conversa. Qualquer assunto servindo, fala-se do tempo ou de futebol. No escrever também poderia ser assim, e deveria haver para a escrita algo como conversa vadia, com que se divaga até encontrar assunto para um discurso encadeado. Mas, à diferença da conversa falada, nos ensinaram a escrever e na lamentável forma mecânica que supunha texto prévio, mensagem já elaborada. Escrevia-se o que antes se pensara. Agora entendo o contrário: escrever para pensar, uma outra forma de conversar. Assim fomos alfabetizados, em obediência a certos rituais. Fomos induzidos a, desde o início, escrever bonito e certo. Era preciso ter um começo, um desenvolvimento e um fim predeterminados. Isso estragava, porque bitolava, o começo e todo o resto. Tentaremos agora (quem? eu e você, leitor) conversando entender como necessitamos nos reeducar para fazer do escrever um ato inaugural; não apenas transcrição do que tínhamos em mente, do que já foi pensado ou dito, mas inauguração do próprio pensar. Pare aí, me diz você. O escrevente escreve antes, o leitor lê depois. Não!, lhe

respondo, Não consigo escrever sem pensar em você por perto, espiando o que escrevo. Não me deixe falando sozinho. Pois é; escrever é isso aí: iniciar uma conversa com interlocutores invisíveis, imprevisíveis, virtuais apenas, sequer imaginados de carne e ossos, mas sempre ativamente presentes. Depois é espichar conversas e novos interlocutores surgem, entram na roda, puxam assuntos. Termina-se sabe Deus onde. (MARQUES, M.O. Escrever é Preciso, Ijuí, Ed. UNIJUÍ, 1997, p. 13). Observe a seguinte afirmação feita pelo autor: Em nossa civilização apressada, o bom dia, o boa tarde já não funcionam para engatar conversa. Qualquer assunto servindo, fala-se do tempo ou de futebol. Ela faz referência à função da linguagem cuja meta é quebrar o gelo. Indique a alternativa que explicita essa função. A) Função emotiva B) Função referencial C) Função fática D) Função conativa E) Função poética Para responder essa questão, é necessário compreender cada uma das funções da linguagem citadas acima: Função emotiva: caracteriza-se pela subjetividade, tendo como principal objetivo emocionar o leitor. Função referencial: caracterizada pela função de informar, notificar, referenciar, anunciar e indicar por meio da linguagem denotativa. Função fática: estabelece uma relação de interação entre o emissor e o receptor do discurso, sendo usada no início, meio e final das conversas. Função conativa: o intuito principal dessa função é de convencer, persuadir e cativar o interlocutor. Função poética: focada na mensagem que será transmitida, essa função é característica dos textos poéticos. Alternativa correta: c) Função fática 04. (Enem-2007) O canto do guerreiro Aqui na floresta Dos ventos batida, Façanhas de bravos Não geram escravos, Que estimem a vida Sem guerra e lidar. Ouvi-me, Guerreiros, Ouvi meu cantar. Valente na guerra, Quem há, como eu sou? Quem vibra o tacape Com mais valentia? Quem golpes daria Fatais, como eu dou? Guerreiros, ouvi-me; Quem há, como eu sou? (Gonçalves Dias.) Macunaíma (Epílogo)

Acabou-se a história e morreu a vitória. Não havia mais ninguém lá. Dera tangolomângolo na tribo Tapanhumas e os filhos dela se acabaram de um em um. Não havia mais ninguém lá. Aqueles lugares, aqueles campos, furos puxadouros arrastadouros meios-barrancos, aqueles matos misteriosos, tudo era solidão do deserto... Um silêncio imenso dormia à beira do rio Uraricoera. Nenhum conhecido sobre a terra não sabia nem falar da tribo nem contar aqueles casos tão pançudos. Quem podia saber do Herói? (Mário de Andrade.) Considerando-se a linguagem desses dois textos, verifica-se que A) a função da linguagem centrada no receptor está ausente tanto no primeiro quanto no segundo texto. B) a linguagem utilizada no primeiro texto é coloquial, enquanto, no segundo, predomina a linguagem formal. C) há, em cada um dos textos, a utilização de pelo menos uma palavra de origem indígena. D) a função da linguagem, no primeiro texto, centra-se na forma de organização da linguagem e, no segundo, no relato de informações reais. E) a função da linguagem centrada na primeira pessoa, predominante no segundo texto, está ausente no primeiro. A partir da leitura dos textos, podemos constatar que existe uma relação no conteúdo, uma vez que ambos tem como foco a figura do indígena brasileiro. No entanto, a realidade indígena do primeiro texto é positiva e idealizada; enquanto no segundo, ela é negativa e crítica. Outra diferença a se destacar é que o texto de Gonçalves Dias está em forma de poesia, com a presença de versos, e o de Mario de Andrade, em prosa. Embora ambos utilizem palavras indígenas (tacape, Uraricoera), a linguagem utilizada não é considerada informal, coloquial. Alternativa correta c) há, em cada um dos textos, a utilização de pelo menos uma palavra de origem indígena. 05. (Enem-2012) Desabafo Desculpem-me, mas não dá pra fazer uma cronicazinha divertida hoje. Simplesmente não dá. Não tem como disfarçar: esta é uma típica manhã de segunda-feira. A começar pela luz acesa da sala que esqueci ontem à noite. Seis recados para serem respondidos na secretária eletrônica. Recados chatos. Contas para pagar que venceram ontem. Estou nervoso. Estou zangado. CARNEIRO, J. E. Veja, 11 set. 2002 (fragmento). Nos textos em geral, é comum a manifestação simultânea de várias funções da linguagem, com o predomínio, entretanto, de uma sobre as outras. No fragmento da crônica Desabafo, a função da linguagem predominante é a emotiva ou expressiva, pois A) o discurso do enunciador tem como foco o próprio código. B) a atitude do enunciador se sobrepõe àquilo que está sendo dito. C) o interlocutor é o foco do enunciador na construção da mensagem. D) o referente é o elemento que se sobressai em detrimento dos demais. E) o enunciador tem como objetivo principal a manutenção da comunicação.

A função emotiva da linguagem prioriza o discurso subjetivo, onde o emissor transmite suas emoções e sentimentos. Portanto, esse tipo de texto é focado no emissor e escrito em primeira pessoa. De acordo com as opções e o foco de cada uma das funções da linguagem, temos: a) função metalinguística b) função emotiva c) função conativa d) função referencial e) função fática Alternativa correta: b) a atitude do enunciador se sobrepõe àquilo que está sendo dito. 06. (Ibmec-2006) Me devolva o Neruda (que você nem leu) Quando o Chico Buarque escreveu o verso acima, ainda não tinha o que você nem leu. A palavra Neruda - prêmio Nobel, chileno, de esquerda - era proibida no Brasil. Na sala da Censura Federal o nosso poeta negociou a proibição. E a música foi liberada quando ele acrescentou o que você nem leu, pois ficava parecendo que ninguém dava bola para o Neruda no Brasil. Como eram burros os censores da ditadura militar! E coloca burro nisso!!! Mas a frase me veio à cabeça agora, porque eu gosto demais dela. Imagine a cena. No meio de uma separação, um dos cônjuges (me desculpe a palavra) me solta esta: me devolva o Neruda que você nem leu! Pense nisso. Pois eu pensei exatamente nisso quando comecei a escrever esta crônica, que não tem nada a ver com o Chico, nem com o Neruda e, muito menos, com os militares. É que eu estou aqui para dizer um tchau. Um tchau breve porque, se me aceitarem - você e o diretor da revista -, eu volto daqui a dois anos. Vou até ali escrever uma novela na Globo (o patrão vai continuar o mesmo) e depois eu volto. Esperando que você já tenha lido o Neruda. Mas aí você vai dizer assim: pó, escrever duas crônicas por mês, fora a novela, o cara não consegue? O que é uma crônica? Uma página e meia. Portanto, três páginas por mês e o cara me vem com esse papo de Neruda? Preguiçoso, no mínimo. Quando faço umas palestras por aí, sempre me perguntam o que é necessário para se tornar um escritor. E eu sempre respondo: talento e sorte. Entre os 10 e 20 anos, recebia na minha casa O Cruzeiro, Manchete e o jornal Última Hora. E lá dentro eu lia (me invejem): Paulo Mendes Campos, Rubem Braga, Fernando Sabino, Millôr Fernandes, Nelson Rodrigues, Stanislaw Ponte Preta, Carlos Heitor Cony. E pensava, adolescentemente: quando eu crescer, vou ser cronista. Bem ou mal, consegui meu espaço. E agora, ao pedir de volta o livro chileno, fico pensando em como eu me sentiria se, um dia, um desses aí acima escrevesse que iria dar um tempo. Eu matava o cara! Isso não se faz com o leitor (desculpe, minha amiga, não estou me colocando no mesmo nível deles, não!) E deixo aqui uns versinhos do Neruda para as minhas leitoras de 30 e 40 anos (e para todas): Escuchas otras voces en mi voz dolorida Llanto de viejas bocas, sangre de viejas súplicas, Amame, compañera. No me abandones. Sigueme, Sigueme, compañera, en esa ola de angústia. Pero se van tiñendo con tu amor mis palabras Todo lo ocupas tú, todo lo ocupas Voy haciendo de todas un collar infinito Para tus blancas manos, suaves como las uvas. Desculpe o mau jeito: tchau! (Prata, Mario. Revista Época. São Paulo. Editora Globo, Nº - 324, 02 de agosto de 2004, p. 99)

Relacione os fragmentos abaixo às funções da linguagem predominantes e assinale a alternativa correta. I - Imagine a cena. II - Sou um homem de sorte. III - O que é uma crônica? Uma página e meia. Portanto, três páginas por mês e o cara me vem com esse papo de Neruda?. A) Emotiva, poética e metalinguística, respectivamente. B) Fática, emotiva e metalinguística, respectivamente. C) Metalinguística, fática e apelativa, respectivamente. D) Apelativa, emotiva e metalinguística, respectivamente. E) Poética, fática e apelativa, respectivamente. Para responder essa questão, precisamos entender as principais características das seis funções da linguagem: Função emotiva: caracteriza-se pela subjetividade, tendo como principal objetivo emocionar o leitor. Função referencial: caracterizada pela função de informar, notificar, referenciar, anunciar e indicar por meio da linguagem denotativa. Função fática: estabelece uma relação de interação entre o emissor e o receptor do discurso, sendo usada no início, meio e final das conversas. Função conativa: o intuito principal dessa função é de convencer, persuadir e cativar o interlocutor. Função poética: focada na mensagem que será transmitida, essa função é característica dos textos poéticos. Função metalinguística: com foco no código da mensagem, nessa função temos uma linguagem que refere-se à ela mesma. Logo, podemos constatar que a alternativa correta é a letra d) Apelativa, emotiva e metalingüística, respectivamente. 07. (Fuvest - 2004)

Observe, ao lado, esta gravura de Escher: Na linguagem verbal, exemplos de aproveitamento de recursos equivalentes aos da gravura de Escher encontram-se, com frequência, A) nos jornais, quando o repórter registra uma ocorrência que lhe parece extremamente intrigante. B) nos textos publicitários, quando se comparam dois produtos que têm a mesma utilidade. C) na prosa científica, quando o autor descreve com isenção e distanciamento a experiência de que trata. D) na literatura, quando o escritor se vale das palavras para expor procedimentos construtivos do discurso. E) nos manuais de instrução, quando se organiza com clareza uma determinada sequência de operações. Segundo a imagem acima, nota-se a presença da função metalinguística, com foco no código da mensagem. Nessa função, a principal característica é o uso da metalinguagem, uma linguagem que refere-se à ela mesma. Assim, o emissor explica um código utilizando o próprio código. No caso da figura acima, temos a função metalinguística na pintura, onde vemos as mãos do pintor desenhando. Esse recurso é muito utilizado na literatura, por exemplo, um poema que fala da construção da poesia. Alternativa correta: d) na literatura, quando o escritor se vale das palavras para expor procedimentos construtivos do discurso. 08. (Unifesp-2002) Texto I: Perante a Morte empalidece e treme, Treme perante a Morte, empalidece. Coroa-te de lágrimas, esquece O Mal cruel que nos abismos geme. (Cruz e Souza, Perante a morte.) Texto II: Tu choraste em presença da morte? Na presença de estranhos choraste? Não descende o cobarde do forte; Pois choraste, meu filho não és! (Gonçalves Dias, I Juca Pirama.) Texto III: Corrente, que do peito destilada, Sois por dous belos olhos despedida; E por carmim correndo dividida, Deixais o ser, levais a cor mudada. (Gregório de Matos, Aos mesmos sentimentos.) Texto IV: Chora, irmão pequeno, chora, Porque chegou o momento da dor. A própria dor é uma felicidade... (Mário de Andrade, Rito do irmão pequeno.)

Texto V: Meu Deus! Meu Deus! Mas que bandeira é esta, Que impudente na gávea tripudia?!... Silêncio!... Musa! Chora, chora tanto Que o pavilhão se lave no teu pranto... (Castro Alves, O navio negreiro.) Dois dos cinco textos transcritos expressam sentimentos de incontida revolta diante de situações inaceitáveis. Esse transbordamento sentimental se faz por meio de frases e recursos linguísticos que dão ênfase à função emotiva e à função conativa da linguagem. Esses dois textos são: A) I e IV. B) II e III. C) II e V. D) III e V. E) IV e V. Após a leitura dos textos acima, podemos constatar que o tom de revolta está presente nos textos II e V. Embora nos outros nota-se a presença de sentimentos como a angústia, a dor e o fracasso, eles não transmitem indignação, e sim um certa constatação e conformidade. O texto II, de Gonçalves Dias, expõe a indignação e revolta do pai que se preocupa com as ações covardes do filho diante dos inimigos. Já o texto V, de Castro Alves, apresenta a revolta do poeta com a situação dos escravos trazidos para o Brasil. Alternativa correta: c) II e V