Como é causa ou comparação

  • Se o professor explicar o conteúdo, os alunos poderão resolver os exercícios.
    Se: conjunção subordinativa - liga orações dependentes

    As conjunções coordenativas são classificadas em aditivas, adversativas, alternativas, conclusivas e explicativas, de acordo com o sentido das relações que estabelecem. Veja alguns exemplos:

    ClassificaçãoSentidoPrincipais conjunções
    Aditivasadição, somae, nem, mas também
    Adversativasoposição, contrastemas, porém, contudo, todavia, entretanto
    Alternativasalternância, exclusãoou, ou...ou, ora...ora, já...já, quer...
    Conclusivasconclusão explicaçãoquer logo, pois (posposto ao verbo), portanto
    Explicativasjustificativapois (anteposto ao verbo), porque, que


    As conjunções subordinativas são classificadas em integrantes e adverbiais. As integrantes introduzem orações subordinadas substantivas. As adverbiais introduzem orações que indicam uma circunstância adverbial relacionada à oração principal, são subdivididas em: causais, condicionais, consecutivas, comparativas, conformativas, concessivas, temporais, finais, proporcionais. Veja o quadro abaixo:

    ClassificaçãoSentidoPrincipais conjunções
    Integrantessem valor semântico específico, apenas ligam oraçõesque, se
    Causaiscausa, motivoporque, como, já que, visto que
    Condicionaiscondiçãose, caso, desde que, contanto que
    Consecutivasconsequênciaque (precedido de tão, tal, tanto), de modo que
    Comparativascomparaçãocomo, que (precedido de mais ou menos), assim como
    Conformativasconformidadecomo, conforme, segundo
    Concessivasconcessãoembora, se bem que, mesmo que, ainda que
    Temporaistempoquando, assim que, antes que, depois que
    Finaisfinalidadepara que, a fim de que, que
    Proporcionaisproporçãoà medida que, à proporção que


    Veja alguns exemplos de usos das conjunções:
  • "Educação melhora, mas nível continua baixo no Brasil, mostra IDEB." (Folha Online)

    As conjunções, assim como as preposições, não exercem função sintática na oração, apenas ligam termos de mesma função sintática ou orações, por isso, são consideradas conectivos. No entanto, estabelecem relações lógicas essenciais para a construção de textos coerentes e coesos.

  • Ouça este artigo:

    A oração subordinativa, como o próprio nome já indica, estabelece uma relação de subordinação (dependência) entre palavras ou frases. Geralmente aparecem ligando uma oração de nível sintático inferior, chamada oração subordinada, a uma outra oração, de nível sintático superior.

    A oração subordinada está dentro da oração principal, isso quer dizer que ela assume uma função na oração principal que pode ser de: sujeito, objeto direto, objeto indireto, complemento nominal, etc. Esta oração é ligada à oração principal através de uma conjunção subordinativa.

    Ex:

    Seria mais poeta, se fosse menos político.

    Tudo foi planejado para que não houvesse falhas.

    As conjunções subordinativas classificam-se em CAUSAIS, CONCESSIVAS, CONDICIONAIS, CONFORMATIVAS, COMPARATIVAS, CONSECUTIVAS, FINAIS, PROPORCIONAIS, TEMPORAIS, e INTEGRANTES.

    1. Conjunções subordinativas integrantes

    que, se

    Introduzem as orações substantivas, que podem funcionar como sujeito, objeto direto, predicativo, aposto, agente da passiva, objeto indireto, complemento nominal

    Não sei se existe ou se dói.

    Espero que você não demore.

    2. Conjunções subordinativas causais

    porque, pois, porquanto, como, por isso que, já que, uma vez que, visto que, visto como

    Iniciam uma oração que indica causa.

    Dona Luísa fora para lá porque estava só.

    Como o frio era grande, aproximou-se da lareira.

    3. Conjunções subordinativas comparativas

    (mais/menos/maior/menor/melhor/pior) do que, (tal) qual, (tanto) quanto, como, assim como, bem como, como se.

    Iniciam uma oração que indica comparação.

    Nesse instante, Pedro se levantou como se tivesse levado uma chicotada.

    O menino está tão confuso quanto o irmão.

    4. Conjunções subordinativas concessivas

    embora, muito embora, conquanto, ainda que, mesmo que, posto que, bem que, se bem que, apesar de que, nem que.

    Inicia uma oração que indica contrariedade.

    Pouco demorei, conquanto muitos fossem os agrados.

    É todo graça, embora as pernas não ajudem..

    5. Conjunções subordinativas condicionais

    se, caso, contanto que, salvo se, desde que, a menos que, a não ser que.

    Iniciam uma oração em que se indica uma condição

    Seria mais poeta, se fosse menos político.

    Caso eu esteja melhor, irei com você no Sábado.

    6. Conjunções subordinativas conformativas

    conforme, como, segundo, consoante etc.

    Inicia uma oração subordinada em que se exprime conformidade.

    Conforme o que eu havia dito, não viajarei.

    Tal foi a conclusão de Aires, segundo se lê no Memorial. (Machado de Assis)

    7. Conjunções subordinativas consecutivas

    tanto que, tal que,  de forma que, de maneira que, de modo que, de sorte que

    Iniciam uma oração na qual se indica a consequência.

    Soube que tivera uma emoção tão grande que Deus quase a levou.

    Falou tanto na reunião que ficou rouco

    8. Conjunções subordinativas finais

    para que, a fim de que, porque [para que], que

    Iniciam uma oração subordinada que indica a finalidade, objetivo.

    Aqui vai o livro para que o leia.

    Fiz-lhe sinal que se calasse.

    9. Conjunções subordinativas proporcionais

    à medida que, ao passo que, à proporção que, enquanto, quanto mais … (mais), quanto mais (tanto mais), quanto mais … (menos), quanto mais … (tanto menos), quanto menos … (menos), quanto menos … (tanto menos), quanto menos … (mais), quanto menos … (tanto mais)

    Iniciam uma oração que indica proporção.

    Ao passo que nos elevávamos, elevava-se igualmente o dia nos ares.

    O preço do leite aumenta à proporção que esse alimento falta no mercado.

    10. Conjunções subordinativas temporais

    quando, antes que, depois que, até que, logo que, sempre que, assim que, desde que, enquanto, todas as vezes que, cada vez que, apenas, mal, que [= desde que], etc.

    Iniciam uma oração subordinada indicadora de circunstância de tempo

    Custas a vir e, quando vens, não demora.
    Implicou comigo assim que me viu;

    O leitor Marco Aurélio Mello envia à coluna Gramatigalhas a seguinte mensagem:

    "Prezado Dr. José Maria: Gostaria de esclarecer qual a função sintático-semântica exercida pelo conetivo 'como' na frase abaixo. Minha dúvida consiste em reconhecer se se trata de conectivo que introduz causa ou conectivo que introduz explicação. Veja, assim, o seguinte exemplo: 'Como a estimativa é de que aconteça uma complicação para cada quatro ou cinco casos, o cálculo é de que tenham ocorrido de 685 mil a 856 mil abortos clandestinos no país. ' Desde já, agradeço a ajuda. Cordialmente.

    1) Um leitor envia mensagem, indagando, em síntese, se, no exemplo a seguir, a conjunção como é causal ou explicativa: "Como a estimativa é de que aconteça uma complicação para cada quatro ou cinco casos, o cálculo é de que tenham ocorrido de 685 mil a 856 mil abortos clandestinos no país".

    2) Ora, na condição de expressão que liga orações, a conjunção "como", num primeiro plano, pode ter o sentido de uma vez que e, nesse caso, inicia uma oração subordinada adverbial causal. Ex.: "Como ia de olhos fechados, não via o caminho" (Machado de Assis). Nesse caso, a oração iniciada pela referida conjunção (que é uma oração subordinada adverbial causal) significa a própria causa do que se diz na outra oração (que é a oração principal).

    3) Também pode iniciar uma oração subordinada adverbial comparativa, quando exprime o outro termo de uma comparação, caso em que tem o significado de qual ou assim como. Ex.: "O medo é a arma dos fracos, como a bravura (é) a dos fortes" (Marquês de Maricá).

    4) Ainda pode iniciar uma oração subordinada adverbial conformativa, quando inicia uma oração que exprime um fato em conformidade com outro expresso na oração principal, caso em que tem o sentido de conforme, segundo, consoante. Ex.: "Fez os exercícios como o professor determinou".

    5) No caso trazido pelo leitor, tendo o significado de uma vez que, o conetivo, sem dúvida, traz a conotação de uma conjunção subordinativa causal, e a oração iniciada pela conjunção apontada constitui verdadeira e efetiva causa do fato da outra oração.

    6) Para completar as premissas para as conclusões que daqui se precisa extrair, finaliza-se, dizendo que a conjunção como também pode dar início a uma oração coordenada explicativa, e isso quando tal conetivo começa uma oração que explica a razão de ser do que se diz na oração a que se ligam (mas não chega a constituir real causa do que se diz na outra oração). Ex.: "Como a chuva está chegando, vá logo para casa".

    7) Com essas considerações, extraem-se daqui as seguintes conclusões: (i) não deixa de haver profundo sentido na dúvida do leitor; (ii) isso porque referir a causa de um fato não deixa de ser conferir-lhe uma explicação; (iii) deve-se observar, todavia, que toda causa é uma explicação, mas nem toda explicação é uma causa; (iv) por conta dessa possível confusão, observa-se que nem sempre é tão fácil distinguir tais modalidades de orações e, consequentemente, dos conetivos (ou conjunções) que as iniciam; (iv) uma acurada análise da extensão da explicação que sempre existe nesses casos permite ver se ela constitui causa ou não do fato que se expressa na outra oração; (v) e esse é o ponto crucial para solucionar a dúvida.

    8) Para concordar com o leitor quanto às dificuldades que surgem nesse caso, transcreve-se o registro de Evanildo Bechara, que é textual a esse respeito: "As explicativas não passam de causais coordenativas, que nem sempre se separam claramente das causais subordinativas"1.

    9) Said Ali, em mesmo raciocínio, assim se expressa com palavras diversas: "Em certas línguas, distingue-se a causal subordinativa da causal coordenativa pela diversidade de partícula (em francês parce que, car; em inglês because, for; em alemão weil, denn); em português, empregando-se porque ou que para um e outro caso, conhece-se a diferença pela pausa. A causal subordinativa separa-se da oração principal por uma pausa muito fraca (que se representa, quando muito, por uma vírgula). A causal subordinativa separa-se da proposição anterior por uma pausa mais forte (que se figura por vírgula, ponto e vírgula e até por ponto final"2.

    10) Além das explicações acima dadas pelos estudiosos, importa, com caráter mais do que definitivo, peremptório e prático, insistir em que toda causa não deixa de ser uma explicação, mas nem toda explicação há de tipificar uma causa.

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    1 BECHARA, Evanildo. Moderna Gramática Portuguesa. 19. ed., segunda reimpressão. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1974, p. 161.

    2 SAID ALI IDA, Manuel. Gramática Secundária da Língua Portuguesa. São Paulo: Melhoramentos, 1971, p. 203.