Como comparar a agropecuária dos estados unidos e o brasil

Esta parte do estudo procura mensurar a brecha existente entre a economia agrícola brasileira e a america- na. Procurou-se verificar se há convergência ou não da produtividade total dos fatores nas duas maiores eco- nomias agrícolas do mundo. De acordo com as análises, é possível adiantar que se nota uma convergência da produtividade alcançada no Brasil com aquela praticada nos Estados Unidos, que se mostra como referencial e padrão desenvolvimento.

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Os Estados Unidos são referência na produção agropecuária, principalmente pela extensa adoção de tecnologia que obtém os maiores índices de produtividade no mundo. Segundo o United States Depart- ment of Agriculture – USDA (2007), nos Estados Unidos entre as décadas de 1950 e 1970, a intensidade do uso de trabalho foi reduzida na agricultura de forma rápida, com o aumento de insumos modernos e máquinas agrícolas.

O aumento do custo do trabalho encorajou os agricultores a adotarem tecnologias que poupassem o fator escasso. Assim, a produtividade na agricultura americana cresceu fundamentalmente com a adoção de no- vos métodos de produção que substituíram grande parte do trabalho agrícola, ou seja, tecnologias poupa- doras de mão de obra. A transformação ocorreu pela melhoria tecnológica dos insumos, tais como máquinas mais ajustadas à produção e produtos químicos mais eficazes, inclusive com a redução da carga química por área cultivada que não sacrificasse a produtividade.

O gráfico 9 faz uma comparação da PTF entre o Brasil e os Estados Unidos, mostrando que a PTF no Brasil, após 1975, teve maior crescimento do que a evolução da produtividade nos Estados Unidos, tendo assim uma diminuição do gap entre os dois países. Ludena (2010) descreve que, em geral, a América Latina e o Caribe, o que inclui o Brasil, tiveram um bom desempenho econômico entre as regiões em desenvolvimento, tendo uma recuperação de eficiência tecnológica no setor agropecuário.

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39 Gráfico 9: Comparativo da produtividade total dos fatores do Brasil com os Estados Unidos (de 1975 a 2009) 1975 1977 1979 1981 1983 1985 1987 1989 1991 1993 1995 1997 1999 2001 2003 2005 2007 2009 - 4,0 3,5 3,0 2,5 2,0 0,5 1,0 1,5 PTF (Brasil) PTF (Estados Unidos) 3,7 1,8

Fonte: United States Department of Agriculture – USDA (2008) e Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – Mapa/ Assessoria de Gestão Estratégica – AGE (2011).

Verifica-se que, a partir de meados da década de 1990, o crescimento da PTF do Brasil passa a se distanciar do crescimento da PTF dos Estados Unidos, e, na década seguinte, a taxa de crescimento do Brasil passa a superar muito a dos Estados Unidos. Como relata o USDA (2007), as mudanças na agricultura americana com forte incremento de produtividade já se mostraram entre os anos de 1950 a 1970.

Analisando a produtividade na agricultura dos Estados Unidos com dados desde a década de 1950, Evenson e Huffman (1997) verificam que os preços de insumos, serviços públicos e privados de pesquisa, extensão rural e programas governamentais de commodities têm provocado mudanças na estrutura produtiva agro- pecuária e na PTF americana.

Para o Brasil, desde a década de 1950, o processo de modernização da agricultura foi iniciado com a im- portação de máquinas agrícolas. Como descrito por Silva (1996), há períodos de maior ou menor avanço de acordo com os estímulos do mercado ou dos investimentos no setor produtivo. Por exemplo, analisando a agricultura paulista, Coura, Figueiredo e Santos (2006) verificaram que a eficiência técnica de alguns cul- tivos, como algodão, arroz, feijão, milho e soja, apresentava variação positiva para o período posterior à abertura da economia brasileira, principalmente a partir da implementação do Real em 1994.

Conforme Gasques, Bastos e Bacchi (2008), a PTF é uma relação entre o agregado de todos os produtos e o agregado de todos os insumos. Essa relação tem crescido a taxas elevadas e crescentes na agricultura

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brasileira. Segundos os autores, a média de crescimento anual nos últimos 30 anos no Brasil foi de 2,51%, taxa superior à observada por Ball (2006) para os Estados Unidos. De acordo com o gráfico 10, além da com- paração da PTF do Brasil com a dos Estados Unidos, tem-se a comparação dos índices de insumo e de pro- duto, o que permite verificar se o crescimento da produção se deve por causa da intensificação dos insumos ou por incorporações tecnológicas que melhorem a eficiência produtiva.

Gráfico 10: Comparativo dos Índices da Produtividade Total dos Fatores, do Insumo e do Produto do Brasil e dos Estados Unidos (de 1975 a 2009) Estados Unidos 0,9 1,0 1,1 1,2 1,3 1,4 1,5 1,6 1,7 1,8 1975 1977 1979 1981 1983 1985 1987 1989 1991 1993 1995 1997 1999 2001 2003 2005 2007 1,8 1,6 0,9 Brasil 0,9 1,4 1,9 2,4 2,9 3,4 3,9 1975 1977 1979 1981 1983 1985 1987 1989 1991 1993 1995 1997 1999 2001 2003 2005 2007 2009 Produto Insumo PTF 3,7 1,0 3,8

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Em ambos os países, verifica-se que a evolução da produção se deve ao aumento da eficiência no uso dos insumos (ou seja, tecnologia – produz-se mais com menos recursos ou fatores produtivos) do que ao incre- mento de insumos (o simples fato de aumentar os fatores produtivos proporciona aumento da produção, o que não necessariamente se relaciona às mudanças tecnológicas). As pesquisas empíricas têm mostrado que a PTF cresce a taxa mais elevada que a taxa de crescimento dos insumos.

O gráfico 11 faz um comparativo da utilização de trabalho, terra e capital na produção dos Estados Unidos e do Brasil. Conforme Hayami e Ruttan (1970), a combinação de fatores produtivos pode variar com o tempo e com a sua disponibilidade. Verifica-se que, nos Estados Unidos, de 1975 a 1981, há um crescimento do uso de capital, entretanto, ao analisar todo o período de 1975 a 2009, nota-se uma redução do uso de trabalho, terra e capital. No Brasil, têm-se forte expansão do fator capital, em todo o período, incorporação de novas fronteiras agrícolas até finais da década de 1980 com relativa estabilização do uso de terras na década de 1990 em diante e queda expressiva do fator trabalho a partir de 1990. O crescimento do capital com queda do trabalho se verifica fundamentalmente a partir da década de 1990, época que coincide com a abertura comercial e maiores investimentos na agricultura.

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Unidos 42 Gráfico 11: Comparativo dos índices dos fatores produtivos (trabalho, terra e capital) do Brasil e dos Estados Unidos (de 1975 a 2009) Estados Unidos 1975 1977 1979 1981 1983 1985 1987 1989 1991 1993 1995 1997 1999 2001 2003 2005 2007 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1,0 1,1 1,2 0,9 0,7 0,5 Brasil 1975 1977 1979 1981 1983 1985 1987 1989 1991 1993 1995 1997 1999 2001 2003 2005 2007 2009 0,9 1,0 1,0 1,1 1,1 1,2 Terra Trabalho Capital 1,1 1,0 0,9

Fonte: USDA (2008) e Mapa-AGE (2011).

Para o caso brasileiro, como apontam Gasques et al. (2010), o aumento da produtividade da terra se deve ao aumento dos gastos em pesquisa, especialmente da Embrapa, e também à incorporação de áreas novas com maior produtividade, que ocorreram há mais de 30 anos. O aumento da produtividade da terra se deve pelas inovações introduzidas com a pesquisa no aperfeiçoamento da qualidade e da produtividade. Outras

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inovações ocorreram nos processos de produção, tais como: o sistema de plantio direto, a inoculação com bactérias, o manejo integrado de pragas e a criação de variedades e espécies com plasticidade suficiente para se adaptarem às diferentes condições ambientais. Alves (2010) mostra que a expectativa é que a área culti- vada evolua a uma taxa bem menor que a da produtividade, havendo substancial economia do recurso terra. Em relação à produtividade do trabalho, segundo Alves (2010), o produto por trabalhador depende tanto da tecnologia bioquímica quanto da mecânica que se adota na agropecuária. Gasques et al. (2010) relatam que o aumento da eficiência das máquinas e dos equipamentos ocorrido nos últimos anos foi decisivo para o au- mento da produtividade do trabalho na agricultura, assim como a qualificação da mão de obra e a melhoria da gestão dos estabelecimentos rurais, embora estejam longe dos padrões americanos.

No que se refere à convergência da produtividade agropecuária do Brasil com a dos Estados Unidos, verifica- -se que a lacuna (gap) entre os dois países diminui. A agricultura brasileira cresce de forma bastante intensa, tornando-se mais produtiva, menos intensiva em trabalho e com quantidade estável de terra utilizada. Embora os resultados da PTF apresentem convergência, dado o grau de heterogeneidade e complexidade regional no Brasil, como visto na seção anterior, pode-se afirmar que não é todo o setor agropecuário bra- sileiro que realiza o catching up tecnológico. É apenas uma parcela do setor produtivo que se apropria dos efeitos da modernização. Como relata Poudel, Paudel e Zilberman (2011), mesmo dentro de um país pode existir convergência entre regiões, mas não como um todo. Dessa forma, a convergência pode se dar no comparativo entre algumas regiões, mas, mesmo dentro do país, os índices de crescimento variam muito, persistindo heterogeneidades regionais.

A maior expansão do capital no Brasil se mostra pelo processo de modernização da agricultura, pela aber- tura comercial e pela maior demanda por commodities. Wilkinson (2010) relata que a maior demanda por commodities, como grãos, oleaginosas e proteína animal, abre a possibilidade de maiores investimentos em alguns ramos do setor agropecuário brasileiro, o que se pode refletir em atividades mais capitalizadas com técnicas de produção e gestão dos recursos de forma mais moderna, constituindo setores com característi- cas de produção semelhantes às regiões mais desenvolvidas do mundo.

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Conclusão

A agropecuária brasileira passou por muitas transformações nas últimas décadas com o avanço de um setor moderno, que possui forte incremento tecnológico e que responde por altas produtividades, porém ainda prevalecem produtores que utilizam pouca tecnologia e obtém baixa produtividade. A divisão não é sim- plesmente entre os que adotam tecnologia com maior produtividade e os que incorporam menos tecnologia com reduzida produtividade. Há problemas estruturais dados pela ineficiência na gestão dos recursos tecno- lógicos ou dos fatores produtivos, o que resulta em menor produtividade.

Procurou-se identificar neste estudo a heterogeneidade no setor agropecuário brasileiro. Em consonância com os resultados analisados, embora haja uma convergência produtiva do Brasil em relação aos Estados Unidos, constatou-se que a heterogeneidade regional interna por grupos tecnológicos e entre os estados brasileiros é bastante significativa. Como possíveis recomendações de políticas públicas que minimizem a heterogeneidade estrutural, pode-se discriminar alguns pontos, listados a seguir:

1. É dispensável a classificação entre agricultura comercial e familiar do ponto de vista da ela- boração de políticas produtivas. De fato, o estudo atesta a existência de agricultores inefi- cientes nos dois segmentos, o que requer ações mais específicas de promoção produtiva e de realocação dos recursos. Alguns cultivos se viabilizam em larga escala e outros em pequena produção. Ademais, é pressuposto que as especificidades regionais são enormes, o que exige mais atenção ao planejamento e ao desenvolvimento regional.

2. No grupo de média intensidade tecnológica e PTF menor do que 1, é preciso pensar, mesmo a curto prazo, em políticas que possam reverter a situação de renda líquida negativa, aumen- tando a eficiência produtiva. Pode-se atribuir parte deste resultado a flutuações sazonais, porém outra parte deve ser decorrente de ineficiência tecnológica.

3. No grupo de baixa intensidade tecnológica, supõe-se a existência de dois grupos: um impro- dutivo e outro especulativo. Nos estabelecimentos improdutivos, são necessárias políticas de aumento da capacidade de desenvolvimento e de absorção tecnológica, extensão rural e educação. Nos estabelecimentos especulativos, o governo deve adotar políticas que de- sestimulem a especulação e promovam a redistribuição de terras aos produtores com com- petência de inserção produtiva de mercado (alíquota de Imposto Territorial Rural – ITR mais

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elevada, por exemplo). A desapropriação de terras deve ser o último recurso para estimular o mercado.

4. No grupo de alta intensidade tecnológica, embora haja maior produtividade da terra – em parte explicada pelos gastos em tecnologias poupa-terra –, a PTF não alcançou o seu maior valor, ou seja, estes estabelecimentos, exceto pelos problemas sazonais, podem melhorar a eficiência no uso de seus recursos via aumento da capacidade de absorção de conhecimento externo, que pode ser estimulada por políticas específicas de capacitação gerencial, depen- dendo dos cultivos em questão e da região.

5. Um estudo mais abrangente que contemple análises regionais e por cultivos auxiliará a defi- nição de políticas públicas, levando em conta as especificidades regionais e produtivas, en- tretanto é fato que o País deve ter uma política clara de aumento da capacidade de absorção tecnológica, o que exige avanços na extensão e na educação rural.

6. Por fim, o aprofundamento dos problemas de produção e desafios no plano microrregional irá indicar alternativas para formulação de políticas públicas com conteúdo local. Encontrar meios de ligar as políticas da União, dos estados e dos municípios, de modo que cheguem até o produtor é o desafio central do planejamento e da política agrícola no Brasil.

Nesse sentido, os resultados identificaram que a heterogeneidade, no âmbito nacional, é bastante significa- tiva entre os grupos tecnológicos, apontando para a constatação da hipótese inicial, segundo a qual as ino- vações tecnológicas guiadas por mudanças institucionais contribuem para ampliar o grau de heterogeneida- de do sistema, beneficiando os agentes mais inovadores. Ademais, quando se compara o setor agropecuário brasileiro com o americano, verifica-se uma convergência da produtividade total dos fatores, reduzindo-se as distâncias produtivas entre os dois países, entretanto essa convergência não se dá no conjunto da produ- ção brasileira, devido ao elevado grau de heterogeneidade estrutural existente, que se mostra em termos regionais e de cultivos.

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Anexo

Tabela A: Perguntas dicotômicas sobre o uso de tecnologias diversas acerca do grau de organização institucional dos agentes, conforme o Censo Agropecuário de 2006

Descrição da variável Categoria (código IBGE)Variável

1 Utiliza-se agrotóxico para controle de praga e doença? 11 V031100 2 Faz-se aplicação de calcário e/ou corretivos de PH do solo no estabelecimento? 11 V030900 3 Faz-se adubação no estabelecimento? 12 V031001 4 Obteve financiamento em 2006? 1 V390201 5 O estabelecimento recebe orientação técnica? 10 V030600 6 O produtor é associado à cooperativa? 1 V020203 7 Faz-se o controle de doenças ou parasitas nos animais? 1 V130500 8 Contratou algum serviço de terceiros? 1 V070101 9 O estabelecimento possui tratores? 1 V060001 10 O estabelecimento possui máquinas e implementos? 1 V060002 11 Existe produção de vegetais integrada à indústria? 1 V300201 12 Existe atividade integrada de criação de animais à indústria? 1 V130200 13 O estabelecimento possui CNPJ? 1 V030101 14 O estabelecimento utiliza energia elétrica? 1 V030201 15 Fez-se irrigação no estabelecimento? 1 V043700 16 O estabelecimento possui unidades armazenadoras (silos, depósitos, refrigeradores, não refrigeradores, tanques de resfriamentos)? 1 V050000 17 Utilizou-se ordenha mecânica? 64 V140200 18 Teve rastreamento de animais? 64 V140300 19 Fez-se confinamento dos animais? 64 V140501 20 Houve despesa ou receita com sementes e/ou embriões? 1 V140811 21 Adotou-se suplementação alimentar? 64 V140600 22 Fez-se inseminação artificial? 64 V140831 23 Quantidade de aviões ou aeronaves na atividade agrícola? Sem categoria V061600