Comente a importância dos financiamentos para o agricultor brasileiro

As propriedades rurais brasileiras de pequeno e médio porte são compostas por grande parte dos agricultores do país, geralmente são trabalhadores rurais que produzem diversas culturas com pouca tecnologia e mão de obra familiar.

Ocasionalmente essas propriedades são desprovidas de aplicação de técnicas, tecnologias e conhecimentos, diante disso, sua produção agropecuária e agrícola é de baixa produtividade. Essa configuração rural encontra-se nessas condições em virtude da falta de incentivo por parte do governo, que não oferece linhas de crédito com facilidades para pagar, amparo técnico e subsídio.

Mesmo com as adversidades, esses produtores respondem por grande parte dos alimentos dispostos no mercado interno, boa parte dos alimentos da mesa dos brasileiros é oriunda dos pequenos agricultores.

Os alimentos que vão para a mesa de milhares de brasileiros são oriundos, boa parte, de pequenos agricultores.

Apesar da extrema relevância exercida por esses produtores rurais, quem consegue incentivo e facilidades na obtenção de créditos nas instituições financeiras para a compra de equipamentos, tecnologias, máquinas são os grandes produtores (latifundiários). Esses têm elevados índices de produtividade e, portanto, uma alta lucratividade. A produção desses grandes produtores são geralmente monoculturas destinadas à exportação e não ao mercado interno. 

Essa questão é preocupante, pois os pequenos e médios produtores convivem com dificuldades produtivas, como baixa produtividade, baixo preço, altos custos etc. Tais problemas forçam a venda das propriedades que geralmente são adquiridas por grandes latifundiários ou mesmo empresas desse ramo que desenvolvem agropecuária de precisão.

O processo em destaque merece uma reflexão, uma vez que a extinção da agricultura familiar agrava os problemas sociais, como o desemprego, diminui a oferta de alimentos, gerando, consequentemente, aumento dos seus preços. Diante dos fatos, a FAO (Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação) tem exercido pressão junto ao governo para que disponha subsídios e recursos para tais agricultores.

Por Eduardo de Freitas
Graduado em Geografia

O crédito agrícola abrange recursos relacionados a custeios e financiamentos para transações de empreendimentos rurais tais como empréstimos, letras de câmbio, notas e aceitações de bancos.

Este recurso tem características específicas que atendem às necessidades dos agricultores guiadas pelas etapas de produção, como plantio, colheita e comercialização.

Ele pode ser útil para o produtor rural financiar suas despesas operacionais, investir em maquinário ou expandir os negócios por meio da compra de imóveis e lotes de terra.

Porque o crédito rural é importante

Este tipo de financiamento ajuda associações, cooperativas e produtores rurais a aumentar suas operações, financiar e reduzir os custos na agricultura e na pecuária, realizar investimentos e otimizar os processos de comercialização de produtos agropecuários.

O setor do agronegócio tem uma relevância muito grande para o Brasil, sendo reconhecido como crucial para o crescimento econômico brasileiro.

Só em 2019 a soma de bens e serviços gerados chegou a R$ 1,55 trilhão que corresponde a 21,4% do PIB brasileiro.

Desses, o segmento agrícola teve a maior parcela R$ 1,06 trilhão correspondendo a 68% enquanto a pecuária correspondeu a R$ 494,4 bilhões ou 32%.

Com isso a concessão de crédito para esse setor se torna uma prioridade, assim como ações para simplificar e reduzir a burocracia nas normas que guiam a obtenção de crédito por parte do produtor.

Visto que o país acaba ganhando com mais empregos e maior crescimento da economia, também existem medidas governamentais buscando garantir crédito com juros menores para o produtor.

Por esses motivos, o Governo Federal direciona mais recursos a cada ano para o crédito rural, sendo a maior parte dele para cobrir despesas operacionais nas atividades agrícolas e pecuárias.

De 1996 até 2016 foram aumentados R$ 180 bilhões em investimento no crédito rural.

Em 2018 o montante cresceu 48% em relação a 2017. Mesmo com a pandemia do Coronavírus a contratação de crédito rural para safra de 19/20 cresceu 11% em relação à safra anterior atingindo R$ 191.83 bilhões.

Os recursos provenientes da emissão de Letras de Créditos do Agronegócio (LCAs), que foram referentes às aquisições de Cédulas do Produto Rural (CPRs) e às operações com agroindústrias somadas ao montante do Crédito Rural atingiram R$ 225,04 bilhões. 

As vantagens para o produtor rural

Dependendo da modalidade de crédito escolhida pelo empreendedor as taxas de juros podem ser bem menores que as praticadas no mercado ficando entre 0,2% e 10,5% ao ano.

Além de que é possível conseguir isenção ou redução nos valores dos serviços da financeira.

Normalmente os prazos para o pagamento do financiamento, dependendo do tipo de custeio varia entre um e dois anos, porém no caso do financiamento do BNDES esse prazo pode chegar a dez anos, prazos suficientes para alcançar o retorno do investimento e arcar com o financiamento.

Comente a importância dos financiamentos para o agricultor brasileiro

Uma outra vantagem é o fato de existirem opções de financiamento para vários tipos de finalidades, garantindo que as condições de liberação dos recursos serão adequadas às atividades a que eles se propõem.

Por exemplo, o crédito agrícola é provável ser liberado para o custeio de despesas operacionais ou investimentos rurais.

Já para o segmento específico do café existe o Funcafé que foi desenvolvido para os cafeicultores terem fundos necessários para suas atividades da produção, plantio e comercialização do produto.

O recurso liberado se baseia no potencial de produção do empreendedor, na capacidade de pagamento e na viabilidade econômica do produto comercializado, atendendo às necessidades da maioria dos produtores, principalmente aqueles de pequeno e médio portes.

Embora existam algumas limitações nas solicitações de valores ele é muito apropriado para novos empreendedores ou aos que desejam expandir o negócio.

Com todas essas vantagens vistas anteriormente podemos ver que o crédito rural permite que o produtor aumente sua capacidade produtiva, aprimore a qualidade dos seus processos, mecanize as operações e desta forma melhore sua renda e sua qualidade de vida, dos seus funcionários e da sua família. 

Quando pedir crédito rural?

É de extrema importância analisar alguns aspectos antes de tomar a melhor decisão e descobrir a hora certa de solicitar os recursos, visto que o crédito rural funcionará sempre como um empréstimo e tomar cuidado pode evitar sofrimentos futuros com endividamentos.

Alguns investimentos como infraestrutura, insumos, equipamentos, maquinário etc. são aplicações que demoram para dar retorno, de meses até anos até o fim do ciclo reprodutivo.

Dessa maneira, se o produtor preferir um financiamento com uma carência menor talvez seja preciso ter recursos para iniciar a restituição do valor antes de obter o retorno do investimento.

É preferido que os recursos sejam bem alocados de modo que promovam o aumento da produção e o aprimoramento das operações, assim sendo fundamental selecionar o tipo de financiamento mais adequado às suas necessidades reais e ao potencial produtivo da sua lavoura.

Para ter esse controle total de sua empresa, o produtor pode aplicar o Fluxo de caixa.

Com todo o panorama de sua empresa, analisando o propósito do investimento, o produtor poderá definir o tipo de financiamento mais apropriado.

Por exemplo, aplicações na safra costumam ter o retorno mais imediato já aplicações como comprar máquinas agrícolas e investir em infraestrutura só terão seu retorno em longo prazo.

Dito tudo isso, no intuito de não errar o cálculo do investimento que será feito é importante ter o custo por safra bem claro para o produtor. 

E por último mas não menos importante é de extrema importância conhecer os Principais tipos de créditos rurais e suas taxas de juros como podemos ver neste artigo.

Por: Mariana Gomes Pacheco de Sá

Fonte: Dia Rural