A importância dos elementos químicos no corpo humano

A tabela periódica é composta por 118 elementos químicos, mas isso não significa que todos eles estão presentes no corpo humano e que esta presença seja de forma igualitária. Na verdade, cinco deles correspondem à maior parte da composição de nosso organismo. São eles: oxigênio (O), carbono (C), hidrogênio (H), nitrogênio (N) e cálcio (Ca).

Para sermos mais precisos, 97% do peso do nosso corpo é resultado da presença destes cinco elementos, afirma Steven Townsend, químico e pesquisador da Vanderbilt University, nos Estados Unidos, para o site Live Science.

A importância dos elementos químicos no corpo humano
Cinco elementos químicos são responsáveis por constituir a maior parte do corpo humano (Imagem: Reprodução/Twenty20photos/Envato Elements)

O fato destes elementos serem responsáveis por constituir quase todo o corpo humano pode até parecer estranho, mas isso apenas confirma que a composição elementar do corpo humano é extremamente simples.

Oxigênio é o elemento químico mais comum

O oxigênio ocupa, em disparada, o primeiro lugar entre os elementos químicos que compõem o organismo humano. De acordo com Townsend, ele é responsável por cerca de 65% a 67% do peso do corpo humano.

Por que o oxigênio está tão presente no corpo humano? Para responder isso, basta lembrar que o organismo é composto, em grande parte, pela água. Dessa forma, a maior parte do oxigênio está relacionada com o "O" da fórmula "H2O", mas não só. Além disso, ele é fundamental para que alguns processos químicos ocorram no organismo e na produção de energia (metabolismo).

Em segundo lugar, está o carbono. Este elemento químico é responsável por 18% a 19% do peso do corpo humano. Ele está na composição das células de gordura, carboidratos e proteínas. Para entender o seu papel, basta pensar como um dos elementos comuns nos blocos de construção do corpo e dos alimentos que ingerimos diariamente.

Hidrogênio

A importância dos elementos químicos no corpo humano
Oxigênio, carbono, hidrogênio, nitrogênio e cálcio são os elementos mais comuns no corpo (Imagem: Reprodução/vubp/Pixabay)

O terceiro lugar do ranking é ocupado pelo hidrogênio. Curiosamente, existem mais átomos de hidrogênio no corpo humano que de qualquer outro elemento, mas isso não se traduz na composição do peso de uma pessoa. Em média, ele corresponde a apenas 9% a 10% da massa corporal.

Isso ocorre porque o oxigênio e o carbono têm pesos atômicos que são quase 16 e 12 vezes maiores que o hidrogênio, respectivamente. Em outras palavras, um átomo de oxigênio corresponde a 16 átomos de hidrogênio, ou seja, o elemento é muito mais leve. No corpo, o hidrogênio está conectado também com a água (H2O), mas é parte chave na composição de proteínas, carboidratos e gorduras

Em quarto, está o nitrogênio — conhecido por ser o gás mais abundante da atmosfera terrestre. No entanto, a sua presença corresponde a cerca de 3% do peso humano. Ele está diretamente ligado aos aminoácidos (proteínas de construção), além de ser parte do DNA e RNA. Basicamente, o corpo usa o elemento para armazenar informações genéticas e para se replicar.

Cálcio

Responsável por 1% a 2% da massa do corpo humano, está o cálcio. Apesar da "pequena participação", o elemento é fundamental para a composição dos ossos e dentes. Sendo bem preciso, 99% do cálcio do corpo é encontrado nos ossos.

Mais elementos da tabela periódica

Apesar dos cinco elementos da tabela periódica serem os mais presentes na constituição do corpo, outros são igualmente fundamentais para que o organismo funcione de forma adequada. Este é o caso do sódio, que representa cerca de 0,2% do peso corporal. Por outro lado, “é um mineral super importante e ajuda a equilibrar os fluidos do corpo”, lembra Townsend.

Maria Aragão, Tamyrys Soares, Elton Valetim, Eduarda Alves Eduarda Alves, Larissa Pinheiro, Danielle Costa



Dos quase 100 elementos químicos que existem na natureza, apenas 21 são essenciais para o
bom funcionamento do corpo humano.


ISSN: 2526-5237

© Unicatólica. Todos os direitos reservados.

Este sistema é mantido pelo Núcleo de Publicação.


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A importância dos elementos químicos no corpo humano

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Susan Aldridge, de Londres, com Ivonete D. Lucírio

Pegue 21 elementos da tabela periódica da Química. Carregue nas porções de oxigênio, nitrogênio, hidrogênio e carbono e dê uma pitadinha dos 17 que faltam. Assim é preparado o corpo humano, uma combinação metabólica feita na medida certa. Mas, cuidado: se faltar algum item nesta receita, a mistura pode desandar.

Olhando, ninguém diz, mas 60% do nosso corpo é oxigênio. Se adicionarmos carbono, hidrogênio e nitrogênio, temos 95% da massa total do ser humano, que inclui os 42 litros de água que circulam em um organismo adulto. São os átomos desses quatro elementos combinados que formam as moléculas de proteína, gordura e carboidrato, os tijolos que constróem todos os nossos tecidos. Por isso, os quatro são chamados de elementos de constituição. Mas tudo não passaria de um grande amontoado de moléculas sem os outros 5%. Dos 92 elementos químicos existentes na natureza, apenas dezessete são responsáveis por todas as reações que acontecem dentro de nós, desde a respiração e a produção de energia até a eliminação dos radicais livres, moléculas acusadas de nos levar ao envelhecimento, entre outras coisas.

“Esses dezessete elementos químicos são a chave que regula todo o processo da vida”, diz o químico Henrique Toma, da Universidade de São Paulo, que há quinze anos estuda as reações que comandam o metabolismo humano. Alguns aparecem em pequeníssimas porções. A quantidade de ferro no corpo de uma pessoa que pesa 70 quilos, por exemplo, não passa de 5 miligramas. É pouco, mas fundamental para o bom funcionamento do organismo. “A Medicina descobriu isso durante a Segunda Guerra Mundial”, conta o endocrinologista Domingos Malerbi, do Hospital Albert Einstein, em São Paulo. “Muitos soldados sofreram ferimentos graves na região do abdome, afetando o aparelho digestivo, e não podiam se alimentar por vias normais. Então, era ministrado, pela veia, soro misturado com os elementos químicos que já se sabia serem importantes. Assim foi possível identificar que tipo de sintoma ocorria quando havia deficiência de algum deles”.

Quem tem uma dieta equilibrada entre carnes, vegetais, ovos e leite não precisa se preocupar com a falta desses ingredientes químicos. “Alguns estão presentes em maior quantidade nos vegetais verdes, outros na carne, mas todos são comuns na maioria dos alimentos”, diz Malerbi. Existem ainda os turistas, elementos que aparecem no corpo mas estão apenas de passagem, sem função alguma. O alumínio é um deles. Geralmente, são os alimentos cozidos em panelas comuns que dão carona a ele para dentro do corpo. O metal permanece por algumas horas, ou poucos dias, e depois é eliminado na urina.

1 – Flúor dá boas mordidas

Os dentes, que também são ossos, são compostos por fosfato de cálcio. O flúor se combina com essa substância formando uma outra, chamada fluoropatita, muito mais resistente. Com isso as bactérias da boca não conseguem fazer seu trabalho sujo e os dentes ficam protegidos

2 – Potássio ajuda contração muscular

O potássio é um dos principais responsáveis na contração e no relaxamento dos músculos. Ele fica do lado de dentro da célula e troca de lugar com o sódio, que está na parte de fora, quando um impulso nervoso enviado pelo cérebro chega ao músculo. Isso permite que ele se contraia. O processo ocorre não só nos movimentos voluntários, mas também nos batimentos cardíacos. Se houver falta ou excesso de potássio, o coração pode parar.

3 – Sódio é o controlador das águas

Dos 42 litros de água existentes no corpo, dois terços estão dentro das células e o resto no sangue e outros fluidos. O sódio é quem regula o balanceamento da água, tirando das células, por osmose (quando o fluido passa de um meio menos concentrado para um mais concentrado), e jogando na corrente sangüínea. Assim, se mantém o volume de sangue em circulação. Junto com o potássio, regula também a contração muscular.

4 – Cobre não deixa você derreter

Se o organismo produzisse toda a energia que precisa de uma única vez, o calor gerado seria tanto que o corpo “pegaria fogo”. O cobre localizado na membrana da mitocôndria (estrutura da célula onde é produzida a energia) faz com nosso combustível seja liberado aos poucos.

5 – Cálcio trabalha como porteiro

O cálcio é o mineral mais abundante no corpo humano. Uma pessoa que pese 70 quilos tem entre 1 e 1,5 quilo de cálcio no organismo, sendo que 99% dele participa da formação dos ossos. O restante funciona como leão-de- chácara da célula: ele fica na membrana e decide o que entra e o que sai.

6 – Selênio na cola dos radicais

O papel do selênio no organismo não está totalmente esclarecido, mas é certo que ele faz parte das enzimas destruidoras de radicais livres, moléculas instáveis liberadas durante a produção de energia que estão prontas para se ligarem com quem cruzar na sua frente. Os radicais são acusados de causar o envelhecimento e várias doenças, como problemas no coração.

7 – Manganês auxilia crescimento

O manganês faz parte das enzimas que disparam as reações químicas responsáveis pelo amadurecimento celular. Sem ele, o feto não se desenvolve perfeitamente. Além disso, ele ajuda o selênio a expulsar os radicais livres.

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8 – Molibdênio cria a boa gordura

O molibdênio ajuda em várias reações químicas que acontecem dentro do organismo. Uma delas é fazer com que a gordura ingerida com os alimentos seja transformada em outro tipo, que possa ser aproveitado pelo organismo. Ajuda também na eliminação de radicais livres.

9 – Ferro caça oxigênio

O ferro é um dos principais componentes da hemoglobina, o pigmento das células vermelhas do sangue. É ele quem agarra o oxigênio captado pelos pulmões e o carrega para o restante do corpo.

10 – Com zinco não tem bolha

Quando as células produzem energia, liberam gás carbônico, que segue pela corrente sangüínea. Só que qualquer gás no sangue forma bolhas, e isso seria a morte. Só o zinco pode evitar que o corpo se transforme em uma imensa garrafa de refrigerante. Ele faz com que o gás carbônico fique em estado líquido, não oferecendo risco. Além disso, junto com o cobalto, o zinco ajuda a transformar as proteínas dos alimentos em outras que possam ser aproveitadas pelo organismo.

11 – Iodo é bom de ritmo

Os hormônios produzidos pela glândula tireóide regulam a velocidade de todo o metabolismo do corpo e controlam o fluxo de energia. Para que eles possam exercer essa função têm que estar ligados a três ou quatro átomos de iodo

12 – Fósforo, o guardião dos genes

O fósforo é indispensável para a formação do DNA, supermolécula que guarda as informações genéticas. Ela é constituída por blocos chamados nucleotídeos que, para existirem, precisam se ligar a um açúcar e a um ácido fosfórico. Além disso, o fósforo é um dos elementos que formam as moléculas de ATP (adenosina trifosfato), proteína que estoca energia no corpo.

13 – Magnésio mantém energia

Para que o ATP (molécula que armazena energia) se forme é indispensável a presença de magnésio, que está sempre ligado a um fosfato, sal ou ácido que contém fósforo. Sem o magnésio é impossível guardar energia na célula

14 – Cobalto na vitamina

Este elemento químico é um dos componentes da vitamina B12, uma das formadoras das células vermelhas do sangue. A falta de cobalto leva à anemia.

15 – Cromo ajuda a insulina

O papel do cromo no organismo não é totalmente conhecido, mas sabe-se que ele participa, junto com a insulina, hormônio produzido pelo pâncreas, na metabolização do açúcar dentro do organismo.

16 – Enxofre elimina metais pesados

O corpo pode ser intoxicado por metais pesados como o mercúrio, usado no garimpo do ouro, ou o chumbo da gasolina. O papel do enxofre é transformar uma parte desses tóxicos em compostos solúveis em água, ajudando na sua eliminação.

17 – Cloro, o do contra

Para que as reações químicas dentro do organismo possam ocorrer, os fluidos devem ser sempre neutros, ou seja, não ter carga negativa nem positiva. Sempre que aparece uma carga positiva sobrando, o cloro, que é negativo, entra em ação para neutralizá-la e refazer o equilíbrio.